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Apostila Farmacologia clinica e interações

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Farmacologia (do grego pharmakon – esse termo grego 
possui três sentidos principais: remédio, veneno e 
cosmético - e logos, "estudo") é o estudo de substâncias 
sob os aspectos de sua obtenção, preparação, ação e 
interação com os sistemas vivos através de processos 
químicos, especialmente pela ligação a moléculas 
reguladoras e ativação ou inibição dos processos corporais 
normais. 
A farmacologia comporta divisões e subdivisões. 
Seus principais ramos são: (a) farmacognosia, identificação 
dos princípios ativos naturais de origem vegetal e animal; 
(b) toxicologia, que estuda os agentes tóxicos e venenos, 
seus efeitos e mecanismos de ação sobre os organismos 
vivos; (c) A cronofarmacologia, a ciência que estuda a hora 
mais adequada de tomar os medicamentos, baseando-se 
no que se sabe do funcionamento do nosso organismo. (d) 
imunofarmacologia, estuda a ação dos fármacos sobre o 
sistema imune; (e) Farmacologia Geral: estuda os conceitos 
básicos e comuns a todos os grupos de drogas. (f) 
Farmacogenética/farmacogenômica, que estuda as 
influências genéticas sobre as respostas a medicamentos, 
estando a Farmacogenética focada em efeitos de genes 
isolados, enquanto que a Farmacogenômica estuda 
simultaneamente vários genes e suas interações. 
(g) Nanofarmacologia (Nanotecnologia aplicada à 
Farmacologia), objetiva carrear a substância diretamente no 
local da ação do medicamento e manter a parte saudável 
intacta; (h) farmacoterapia, o estudo da aplicação dos 
fármacos nas doenças (Farmacologia Clínica); (i) 
Farmacodinâmica diz respeito às ações farmacológicas e 
aos mecanismos pelos quais os fármacos atuam (ou seja, 
aquilo que os fármacos fazem ao organismo); (j) 
Farmacocinética diz respeito aos processos de absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos (ou 
seja, o que o organismo faz aos fármacos). 
 
Conceitos: 
 
Droga: Qualquer substância química capaz de produzir 
efeito farmacológico, isto é, provocar alterações somáticas 
ou funcionais, benéficas (droga-medicamento) ou maléficas 
(droga-tóxico). O uso popular da palavra droga indica 
principalmente as substâncias de abuso, tipo maconha, 
cocaína etc. 
 
Fármaco (Pharmakon): Substância química que é o 
princípio ativo (P.a.) do medicamento (droga-medicamento). 
 
Medicamento: “Produto farmacêutico, tecnicamente obtido 
ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa 
ou para fins de diagnóstico”. É uma forma farmacêutica 
terminada que contém o fármaco, geralmente em 
associação com adjuvantes farmacotécnicos. 
 
Remédio: (re = novamente; medior = curar) A ideia de 
remédio está associada a todo e qualquer tipo de cuidado 
utilizado para curar ou aliviar doenças, sintomas, 
desconforto e mal-estar. Alguns exemplos de remédio são: 
fé ou crença; acupuntura, banho quente ou massagem para 
diminuir as tensões; chazinho caseiro e repouso em caso de 
resfriado; hábitos alimentares saudáveis e prática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 De atividades físicas para evitar o desenvolvimento de 
doenças crônicas não transmissíveis; É um termo com 
conceito amplo, significando tudo aquilo que é aplicado com 
a intenção de combater a dor, a doença ou o que possa 
prejudicar o organismo receptor. Inclui, além do 
medicamento, outros processos e recursos. 
 
Placebo: Palavra latina que significa “eu vou agradar”. Em 
farmacologia, significa uma substância ou preparação 
inativa administrada para satisfazer a necessidade 
psicológica do paciente. Usado também em ensaios clínicos 
controlados para determinar a eficácia de novos 
medicamentos. A palavra também pode aplicar-se a algum 
processo sem valor terapêutico intrínseco, porém realizado 
pela sua influência psicológica sobre o paciente. Mesmo os 
medicamentos já consagrados ou em investigação possuem 
além da sua ação farmacológica intrínseca, o chamado 
“efeito placebo” quando o paciente acredita na atividade do 
medicamento. 
 
 
Fórmula farmacêutica: Conjunto dos componentes de uma 
receita prescrita pelo profissional ou então a composição de 
uma especialidade farmacêutica de apresentação. 
 
Fórmula magistral: Qualquer produto medicinal preparado 
numa farmácia de acordo com uma prescrição, para um 
paciente individual. 
 
Fórmula oficinal: Fármaco ou formulação guardada em 
estoque na farmácia. Em geral, o fármaco tem fórmula e 
técnica de elaboração inscritas e descristas nas 
Farmacopéias ou em Formulários. 
 
Forma farmacêutica: Medicamento disposto para o uso 
imediato. Representa a forma de apresentação do 
medicamento; por exemplo, comprimido, xarope, cápsula 
etc.; na forma farmacêutica, além do princípio ativo, entram 
outras substâncias na composição, como veículo ou 
excipiente, coadjuvante, edulcorante, ligante, conservante, 
etc. Em geral ela indica a maneira como os Fármacos se 
apresentam para o uso, e normalmente de acordo com a 
forma farmacêutica, tem-se a via de administração. 
 
FORMAS FARMACÊUTICAS: 
 
São também designadas por formas medicamentosas ou 
formas galênicas. O termo “galênica” representa uma 
homenagem ao médico-farmacêutico grego Claudius 
Galeno que obteve a cidadania romana e viveu em Roma 
no século II de nossa era. Fixou-se em Roma no Império de 
Marco Aurélio a fim de controlar a peste. Criou tantas 
preparações de remédios vegetais, misturando ou fundindo 
cada ingrediente, que a área das preparações 
farmacêuticas era comumente chamada de “farmácia 
galênica”. As formas galênicas podem ser divididas em 
sólidas, semi-sólidas, líquidas, especiais, gasosa e, 
recentemente, em novas formas farmacêuticas. 
Na página seguinte, pode-se visualizar as principais formas 
farmacêuticas que são elaboradas para veicular os 
fármacos nos organismos receptores. Destacando-se as 
mais comuns em negrito e itálico. 
 
 
 
 
 
 
 
 Formas Farmacêuticas 
Farmacologia Clínica 
Prof. Dra. Fernanda Osso 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Farmacogen%C3%A9tica
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A forma farmacêutica é composta em geral da seguinte 
maneira: Princípio ativo (fármaco propriamente dito) base 
ou adjuvante, veículo (excipientes) e/ou corretivo 
(edulcorantes, corantes). 
 
Princípio Ativo  Representa o componente da 
formulação responsável pelas ações farmacológicas. Ele 
pode ser: 
 Base: é a substância ativa com maior atividade 
farmacológica, quer pelo seu potencial de ação, 
quer pelo seu volume. 
 Adjuvante: outro(s) princípio(s) ativo(s) que 
complementa(m) a ação da base. 
 
Veículo  Parte da forma farmacêutica que lhe confere 
forma e volume, gerando maior estabilidade, NÃO tem ação 
farmacológica. De fato, um veículo é o que chamamos de 
Excipente e destina-se a dar forma, aumentar o volume etc. 
 
O fármaco e os excipientes utilizados devem ser 
compatíveis entre si para gerar um produto estável, eficaz, 
atraente, fácil de administrar e seguro. Abaixo estão classes 
de excipientes: 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
Em toda a bula de medicamento informa-se o excipiente 
utilizado. Segue exemplo de bula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corretivo  todo ingrediente encontrado numa 
formulação que visa corrigir o produto final em suas 
propriedades organolépticas e visuais. Em geral são: 
 Edulcorantes: conferem sabor agradável à 
preparação; 
 Corantes: conferem cor às formas farmacêuticas. 
 
 
Comprimidos  São formas farmacêuticas cilíndricas ou 
lenticulares, que resultam da compressão ou moldagem 
de um pó cristalino ou de um granulado. Podem ser 
administrados por vias oral, sublingual ou vaginal. 
 
Drágeas  São comprimidos revestidos por uma 
substância de modo a evitar a sua fácil desagregação 
(comprimidos revestidos com açucar, revestidos por 
película, com revestimento entérico) e tem por intuito: 
 Proteger a substância ativa da umidade e luz; 
 Ocultar características organolépticas 
indesejáveis; 
 Facilitar a ingestão; 
 Proteger o p.a. da destruição estomacal. 
 
 
Emulsões  Emulsão é uma dispersão cuja fase dispersa 
é composta porgotículas de um líquido, distribuídas num 
veículo no qual é imiscível. Ou seja, emulsões são sistemas 
dispersos constituídos por duas fases líquidas, que podem 
ser feitas a partir de água em óleo (A/O) ou o contrário (O/A). 
Objetivam: 
 Disfarçar o mau sabor ou proporcionar uma melhor 
solubilidade do fármaco; 
 Devem ser agitadas antes da administração. 
 
Soluções  São preparações líquidas que contêm uma 
ou mais substâncias químicas ativas dissolvidas num 
solvente adequado (normalmente água) ou numa mistura de 
solventes (aquosos) mutuamente miscíveis. Podem ser 
classificadas como soluções orais, soluções auriculares, 
soluções oftálmicas ou soluções tópicas. 
 
Outras soluções são classificadas como outras formas 
farmacêuticas: por exemplo, xaropes, elixires, espíritos 
(soluções de substâncias aromáticas – solvente alcóolico) 
ou águas aromáticas (solvente aquoso), tinturas ou extratos 
fluidos. 
 
 
 
 
2. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: 
 
Sólidas 
Cápsulas 
Comprimidos (orais e vaginais) 
Drágeas 
Grânulos 
Hóstias 
Implantações 
Óvulos 
Papéis 
Pérolas 
Pílulas 
Pós 
Supositórios 
Semi-sólidas 
Cataplasma 
Ceratos 
Cremes 
Pastas 
Pomadas 
Unguentos 
Líquidas 
Alcoolatos 
Alcoolaturas 
Colutório 
Emulsões 
Enemas 
(enteróclises/Clísteres) 
Linimentos 
Óleos medicinais 
Poções 
Soluções 
Suspensões 
Tinturas 
Xaropes 
Especiais 
Aerossóis 
Ampolas 
Bandagens 
(Ligaduras) 
Colírios 
Sprays 
Gasosa 
Vaporização 
 Solubilizantes 
 Suspensores 
 Espessantes 
 Diluentes 
 Emulsificantes 
 Estabilizantes 
 Conservantes 
 Desintegrantes 
 Revestimentos 
 
Os fármacos são desenvolvidos para serem usados no 
organismo receptor com a finalidade profilática, curativa, 
paliativa ou para fins de diagnóstico. Portanto, para adentrar 
o organismo e alcançar seu destino e objetivo, os fármacos 
necessitam ser administrados por “vias de administração”. 
 
O estudo das vias de administração, na maioria das vezes, 
trata das vantagens e desvantagens (e também dos 
cuidados) que se têm quanto à sua aplicação. 
 
 
 
Via Oral 
 
- Esôfago: absorção praticamente nula, serve 
apenas como “tubo de passagem” 
 
- Estômago: mucosa gástrica é capaz de absorver 
alguns medicamentos especialmente se houver 
retardo no esvaziamento gástrico 
 
- Jejuno: medicamentos sofrem a ação das 
secreções pancreáticas 
 
- Íleo: principal sítio de absorção da maioria dos 
medicamentos 
 
Vantagens 
 Fácil administração (auto-administração) 
 Indolor – conveniente (confortável) 
 Menor custo – econômica 
 Segura (Fácil reversão na intoxicação aguda) 
 
Algumas formas farmacêuticas usadas pela via oral: 
comprimidos, cápsulas, drágeas, soluções, suspensão, 
emulsão, elixir e xaropes. Pela via oral, os efeitos podem ser 
sistêmicos ou locais (ex. antiparasitários) 
 
Desvantagens 
 
 Absorção lenta – lento início de ação; 
 Absorção limitada pelas características físico-
químicas do fármaco (lipo x hidrossolubilidade); 
 Absorção limitada pela situação fisiológica e 
patológica do paciente: êmese, inativação por 
 enzimas digestivas ou pH ácido gástrico e irregularidades 
na absorção (interação com alimentos) ou na propulsão 
(diarréia); 
 Cooperação do paciente (Impraticável em 
pacientes em coma ou com êmese); 
 Pode sofrer metabolismo hepático de 1a 
passagem reduzindo a sua biodisponibilidade. 
 
O metabolismo de primeira passagem representa a 
biotransformação (inativação) que ocorre com os fármacos 
no seu percurso, entre o seu local de administração até a 
sua localização no tecido alvo (ou até o tecido da 
quantificação do fármaco, isto é, o plasma, na circulação 
sistêmica). O metabolismo de primeira passagem 
primordialmente acontece no fígado, por isso, ele é 
frequentemente referido como sendo metabolismo hepático 
de primeira passagem (parte do fármaco administrado pela 
via oral e absorvida pelo TGI não chega à circulação 
sistêmica porque é inativada (metabolizada) ao passar 
primeiramente pelo fígado). A melhor denominação que se 
pode dar é eliminação pré-sistêmica (ser eliminada antes de 
alcançar a circulação sistêmica). 
 
Assim, na via oral a absorção do fármaco no TGI depende 
de: 
 Formulação farmacêutica 
 Características físico-químicas– Lipossolubilidade 
 Estabilidade em pH ácido. 
 Não ser degradado por enzimas digestivas ou 
enzimas da parede intestinal. 
 Área de superfície disponível para a absorção 
 Tempo de esvaziamento gástrico 
 Tempo de contato com a superfície absortiva 
 Metabolismo hepático de primeira passagem 
 
 
 
 
 
Sublingual 
O medicamento é drenado para veia cava superior e chega 
diretamente ao coração onde é distribuído aos tecidos. 
Diferente da administração oral, nessa via o medicamento 
não sofre metabolismo de primeira passagem hepática. 
 
Vantagens 
 Fácil acesso e aplicação; 
 Circulação sistêmica; 
 Latência curta; 
 Emergência. 
 
Algumas formas farmacêuticas usadas pela via sublingual: 
comprimidos, pastilhas, soluções, aerossois etc. 
 
 
Desvantagens 
 
 Subst. Irritantes ou sabor desagradável têm pouca 
aceitação 
 Necessita colaboração pcte 
 
 
Retal 
Vantagens 
 Praticável em comatosos, paciente com vômitos e 
incapacidade de deglutir, crianças. 
 Menor efeito de 1ª passagem, somente 50% 
sofrem 1 passagem e o restante é absorvido pelas 
veias hemorroidais, caindo diretamente na 
circulação sistêmica. 
 
Desvantagem 
 
 Muitos fármacos irritam mucosa do reto 
 Expulsão retal 
 Irritação mucosa retal 
 Absorção geralmente irregular e incompleta pela 
ação da flora bacteriana 
 
 
 
Endovenosa 
Vantagens: 
 Efeito imediato; 
 Biodisponibilidade de 100% - Exatidão da 
concentração sérica desejada (impossível por 
qualquer outra via) 
 Possibilita a administração de grandes volumes; 
 Possibilita a administração de substâncias 
 irritantes por outras vias. 
 
Desvantagens: 
 Material estéril; 
 pessoa capacitada; 
 Incômoda para o paciente; 
 
 Menor segurança – riscos elevados de efeitos 
adversos 
 Difícil recuperação após administração da droga 
 Imprópria para substâncias insolúveis ou oleosas 
(suspensões); 
 Riscos de flebite, infecção e trombose. 
 
 
Intramuscular 
 
Vantagens: 
 Início mais rápido que a oral; 
 Possibilita a administração em pacientes 
incapacitados de deglutir, com vômitos e diarreia; 
 Mais segura que a endovenosa; 
 Possível “controle” de velocidade de absorção (p. 
ex incorporar agente vasoconstritor p/ retardar 
absorção) 
 Não sofre efeito de primeira passagem. 
 
Desvantagens: 
 
 Efeitos adversos locais: dor, desconforto, 
hematoma e lesão muscular. 
 Impossibilita a administração de substâncias muito 
irritantes com pH fora da neutralidade. 
 
A absorção pela via intramuscular depende do fluxo 
sanguíneo local e do tipo de preparações farmacêuticas 
(solução aquosa ou suspensão). 
 
Via subcutânea 
Por via subcutânea ou hipodérmica os medicamentos são 
administrados debaixo da pele, no tecido subcutâneo. Os 
locais para injeção subcutânea incluem as regiões 
superiores externas dos braços, o abdômen entre os 
rebordos costais e as cristas ilíacas, a região anterior das 
coxas e a região superior do dorso. É importante alternar os 
locais de injeção para evitar fibrose. 
 
Na via subcutânea, quase não se fala de vantagens de 
desvantagens. No entanto, descrevem-se as suas 
características: Os medicamentos que ali são usados 
devem conter substâncias não irritantes, e via regra, usa-se 
pequeno volume de injetáveis. Os efeitos adversos locais 
tais como dor, abscesso, fibrose e infecção são observados. 
A absorção pode ser imediata (por exemplo, solução 
injetável) ou lenta (quando se usa produto medicamentoso 
farmacêutico direcionado para tal efeito, por exemplo um 
implante), mas constante provocando efeito duradouro. 
 
Via pulmonar (inalatória) 
Os fármacos gasosos e voláteis podem ser inalados e 
absorvidos pelo epitélio pulmonar e pelas mucosas do trato 
respiratório, sendo o acessoà circulação sistêmica imediato 
e não havendo a perda causada pela eliminação pré-
sistêmica hepática, porém há pequena capacidade de 
dosagem adequada e administração trabalhosa. 
Como desvantagens dessa via, temos o difícil ajuste de 
dose e o fato de algumas drogas causarem irritação do 
epitélio pulmonar. 
 
 
 
O uso da via de administração tem uma importância capital 
na farmacoterapia como mostrado na figura abaixo. 
 
 
 
 
A via endovenosa possui maior concentração plasmática 
por não submeter-se ao metabolismo hepático de primeira 
passagem, além de não depender de processo absortivo, 
permitindo, com isto, um grau máximo de controle dos níveis 
do fármaco circulante. 
 
A tabela abaixo relaciona as vias de administração com as 
respectivas formas farmacêuticas: 
 
Tabela 2.2: vias x formas farmacêuticas 
oral Comprimidos, Cápsulas, 
soluções, xaropes, 
elixires, suspensões, 
magmas, géis, pós 
Sublingual Comprimidos, Pastilhas 
ou trociscos 
Parenteral Soluções, Suspensões 
Epidérmica/transdérmica pomadas, cremes, 
bombas de infusão, 
pastas, emplastros, pós, 
aerossóis, loções 
Discos transdérmicos 
(patches), soluções 
Conjuntival Inseridos na lente de 
contato, Pomadas 
Intra-ocular/intra-auricular Soluções, suspensões 
Intranasal Soluções, sprays, 
inalantes, pomadas 
Inalatória 
(respiratória/pulmonar) 
Aerossóis 
Retal Soluções, pomadas, 
supositórios 
Vaginal Soluções, pomadas, 
espumas em emulsão, 
comprimidos, inserções, 
óvulos, esponjas 
 
uretral Soluções, velas 
 
 
3. FARMACOCINÉTICA 
 
O conceito de equilíbrio farmacocinético e a descoberta de 
que a concentração plasmática de um fármaco tem relação 
com seu efeito farmacológico permitiu o amplo 
desenvolvimento da Farmacocinética. Entende-se por 
equilíbrio farmacocinético um equilíbrio dinâmico que 
significa que a concentração plasmática é um reflexo 
quantitativo do que ocorre em todo o organismo. Pode-se 
utilizar a concentração plasmática como uma medida 
indireta da concentração do fármaco no sítio de ação. 
A Farmacocinética pode ser compreendida como o 
estudo dos processos de absorção (A), distribuição (D), 
 
metabolismo (M) (biotransformação) e Excreção (E) de um 
fármaco e do modo pelo qual esses processos determinam 
seu destino no organismo. O termo biotransformação 
geralmente é utilizado no caso de xenobióticos (moléculas 
exógenas), enquanto metabolismo refere-se às mesmas 
reações que ocorrem com substâncias endógenas. Nesse 
contexto, é comum referir-se à Farmacoinética como a 
disciplina que estuda os processos ADME. 
A Farmacocinética ainda pode ser entendida como 
o estudo e a caracterização, em função do tempo, dos 
processos ADME e sua relação com os efeitos terapêuticos 
e tóxicos no organismo. Uma maneira simples de 
compreender o que é a farmacocinética é defini-la como 
sendo o que o organismo faz com o fármaco. Com efeito, o 
organismo absorve o fármaco, distribui o fármaco, 
biotransforma o fármaco e excreta o fármaco. Pode-se 
relacionar esse entendimento com o que o organismo faz 
com os nutrientes, que além de absorvê-los e distribuir, 
também os elimina. 
Na verdade, a eliminação diz respeito aos dois processos 
farmacocinéticos Biotransformação (metabolismo) e 
excreção, que serão discutidos a seguir. Portanto, o 
metabolismo e a excreção são geralmente englobados no 
conceito dos processos irreversíveis responsáveis pela 
eliminação do fármaco do organismo. 
 
 
Absorção 
 
A absorção é a transferência do fármaco do seu sítio de 
administração para a circulação sistêmica; portanto, é 
importante para todas as vias de administração (com 
exceção da via intravascular (endovenosa e arterial) ou de 
todas as vias por intermédio das quais os fármacos são 
depositados diretamente no seu local de ação, por exemplo, 
a via intratecal onde o fármaco é colocado diretamente no 
líquido cefalorraquidiano). Quando o objetivo terapêutico é 
sistêmico, o fármaco necessita penetrar no plasma para 
alcançar o seu local de ação. A eficiência e a taxa de 
absorção (velocidade) dependem da via de administração, 
da solubilidade e de outras propriedades físico-químicas do 
medicamento. Em geral, nas vias de administração 
extravasculares, pode ocorrer absorção apenas parcial, o 
que diminui sua biodisponibilidade (fração do fármaco que 
atinge a circulação sistêmica de forma intacta). Portanto, os 
fármacos entram na circulação geral de duas maneiras: 
diretamente, sem enfrentar barreiras, por injeção 
intravascular, ou indiretamente, quando introduzidas por 
vias extravasculares. Quando os fármacos são 
administrados por vias extravasculares, eles necessitam 
atravessar barreiras, que são representadas pela bicamada 
fosfolipídica das membranas biológicas, desde o seu sítio 
de aplicação até a circulação sistêmica. Essa travessia dos 
fármacos pode acontecer por diversas maneiras como 
apresentado na figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores que influenciam a absorção pelo TGI: 
 
Propriedades químicas do fármaco: 
1. Preparações líquidas; 
2. Preparações sólidas; 
3. Velocidade de dissolução; 
4. Tempo de desintegração. 
 
Variáveis fisiológicas: 
1. Esvaziamento gástrico; 
2. Tempo de trânsito; 
3. pH do meio; 
4. Interação com alimentos; 
5. Área de superfície; 
6. Fluxo sanguíneo mesentérico. 
 
Via regra, todo fármaco é um eletrólito fraco, ou seja, 
contêm grupos ácidos ou básicos fracos que, em meio 
aquoso, se dissociam parcialmente, isto é, ionizam-se 
mantendo uma fração neutra (lipossolúvel) e uma fração 
ionizada (hidrossolúvel) 
Como as barreiras biológicas são, em sua maioria, as 
bicamadas lipídicas membranares, a fração neutra, então, é 
a que mais apresenta maior capacidade de atravessar as 
barreiras, pois ela é lipofílica; enquanto que a fração 
ionizada é a que menos atravessa as barreiras por ser 
hidrossolúvel e lipofóbica. Portanto, quanto mais 
prevalentes as formas neutras de um fármaco, maior sua 
absorção. 
Como já contextualizado, as drogas podem ser ácidas ou 
alcalinas e só conseguem ser absorvidas pelas células, na 
sua forma não ionizada (NI). Uma droga ácida está 
amplamente no estado NI (absorvível) quando em contato 
com meio ácido, ao passo que uma droga alcalina está 
amplamente na sua forma NI (absorvível) quando em 
contato com meio alcalino. 
A importância disso no momento da absorção se dá 
especialmente quando há retardo do esvaziamento gástrico. 
Com um esvaziamento gástrico retardado, pode-se 
aumentar a absorção de drogas ácidas, pois ela estará 
predominantemente na sua forma NI, e reduz a absorção de 
drogas alcalinas que estarão predominantemente na sua 
forma ionizada não absorvível. Embora a mucosa gástrica 
não seja o sítio de absorção de medicamentos, em caso de 
retardo do esvaziamento, ela pode conseguir absorver uma 
quantidade significativa de droga, exercendo um efeito 
perigoso de especialmente com drogas ácidas, que podem 
exercer efeito tóxico. 
 
 
 
 
 
 
Absorção x Biodisponibilidade 
 
 
FIG.: travessia dos fármacos pelas membranas 
 
Por definição, a absorção de uma droga é a taxa 
na qual o fármaco deixa seu local de administração e a 
biodisponibilidade é a quantidade da droga que atinge seu 
local de ação. Sendo assim, uma adequada absorção é o 
passo inicial para atuação da droga, mas apenas ela não 
garante que esta droga estará biodisponível, já que esta 
pode sofrer influencias de fatores pré-absorção, como 
enzimas na mucosa intestinal que os inativa, e pós absorção 
como metabolismo de primeira passagem e circulação 
enterohepática. 
Suponhamos que 100 mg de um certo fármaco 
sejam administrados por via oral e 70 mg cheguem 
inalterados à circulação sistêmica, pode-se inferir que sua 
biodisponibilidade é de 70%. Na via endovenosa, 100% do 
fármaco administrado atingem o plasma. 
 
 
Tab.3.1: Fatores que influenciam a biodisponibilidade 
dos fármacos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioequivalência 
 
Um estudo debioequivalência tem por objetivo comparar 
as biodisponibilidades de dois medicamentos considerados 
equivalentes farmacêuticos ou alternativas farmacêuticas e 
que tenham sido administrados na mesma dose molar. 
Entende-se por equivalentes farmacêuticos os 
medicamentos que contêm a mesma substância ativa, na 
mesma dose e na mesma forma farmacêutica. Se nestas 
condições as biodisponibilidades de dois medicamentos 
forem consideradas similares, os seus efeitos, no que diz 
respeito à eficácia e segurança dos mesmos serão 
essencialmente os mesmos. 
 
Em resumo, o teste de bioequivalência é um método indireto 
de avaliar a eficácia e a segurança de qualquer 
medicamento contendo a mesma substância ativa que o 
medicamento original, cuja ação seja dependente da 
entrada na circulação sistêmica. O teste de bioequivalência 
consiste na demonstração de que o medicamento genérico 
e seu respectivo medicamento de referência (aquele para o 
qual foi efetuada pesquisa clínica para comprovar sua 
eficácia e segurança antes do registro; muitas vezes é 
chamado de medicamento de marca) apresentam a mesma 
biodisponibilidade no organismo. Assim seja, a definição 
legal do “medicamento genérico” é: aquele que contém o 
mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma 
farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a 
mesma indicação terapêutica do medicamento de referência 
no país, apresentando a mesma segurança que o 
medicamento de referência no país, podendo este ser 
intercambiável. O Ministério da Saúde através da ANVISA, 
avalia os testes de bioequivalência entre o genérico e seu 
medicamento de referência, apresentados pelos 
fabricantes, para comprovação da sua qualidade. 
 Além dos genéricos, há os medicamentos 
similares. Estes possuem o mesmo princípio ativo e dose do 
original mas se diferia do genérico por não ter a 
obrigatoriedade do teste de bioequivalência. Contudo, a 
partir de 2013 os similares passaram também a ter os testes 
de bioequivalência exigidos pela ANVISA e desde então 
possuem a mesma eficácia comprovada comparada ao 
genérico. 
 
 
Distribuição 
A maioria dos fármacos são lipossolúveis e por essa razão 
precisam se ligar à proteínas plasmáticas para conseguirem 
ser carreados no sangue. Ocorre que a fração não-ligada 
(fração livre) é a forma farmacologicamente ativa e à medida 
que a concentração do fármaco livre decai por distribuição, 
eliminação (biotransformação ou excreção), o fármaco 
ligado se dissocia da proteína, mantendo a concentração do 
medicamento livre, como se fosse uma fração total 
constante do fármaco no plasma. 
 
Tab.3.2 : Ligação dos fármacos à proteínas plasmáticas 
 
Algumas situações fisiológicas e/ou fisopatológicas podem 
alterar este acoplamento fármaco-proteína. Por exemplo, a 
hipoalbuminemia provocada por desnutrição, doença 
hepática e último trimestre da gravidez, aumenta a 
concentração plasmática livre de fármacos ácidos por 
reduzirem a quantidade de albumina. Por outro lado, 
situações de inflamação importante (ex. câncer, artrite, 
infarto agudo do miocárdio) aumentam a concentração 
plasmática de α-1 glicoproteína por ser uma PTN de fase 
aguda positiva, o que reduz a concentração plasmática livre 
de fármacos básicos. 
Para fins de efeito clínico dessa relação, os fármacos mais 
ligados às proteínas plasmáticas são os que sofrem 
alteração no seu perfil farmacológico quando deslocados 
dos seus sítios de ligação com a proteína-alvo. Seguem 
exemplos de fármacos altamente ligados à PTN: 
 
 
 
 
Eliminação dos Fármacos 
 
Fármaco Liga-se a: 
Ácido fraco albumina 
Básico fraca α-1-glicoproteína 
 
Perda irreversível dos fármacos do corpo através de dois 
processos: metabolismo (biotransformação/metabolização) 
e excreção. 
 
A- Biotransformação 
 
A maior parte dos fármacos, para serem excretados, 
necessitam sofrer transformações químicas, já que estes, 
em sua forma ativa, tendem a ser lipofílicos, dificultando a 
excreção pela urina. 
Assim sendo, a biotransformação é um termo usado 
para indicar as alterações químicas que ocorrem com os 
fármacos no interior do organismo, quando são 
metabolizados e alterados por diversos mecanismos 
bioquímicos que os tornam: 
 Compostos menos capazes de ser armazenados 
em tecido adiposo; 
 Compostos menos capazes de atravessar a 
membrana celular; 
 Compostos hidrossolúveis (polares). 
 
Em geral, os medicamentos hidrossolúveis são facilmente 
excretados pelos rins sem muitas vezes precisar passar 
pelo processo de biotransformação. Em suma, a 
biotransformação dos fármacos constitui processos 
complexos que o fármaco sofre no organismo receptor em 
algum ponto entre a absorção e a excreção renal, sendo o 
fígado, o principal órgão envolvido no metabolismo, mas 
ocorrendo também no plasma e em outros tecidos. 
 
A biotransformação envolve basicamente dois 
tipos principais de reações bioquímicas conhecidas como 
reações de fase I e de fase II. Na fase I temos a atuação 
principalmente do complexo enzimático que compreende o 
citocromo P-450 (CYPs) que consistem em reações de 
hidrólise, redução e oxidação, sendo esta última a mais 
comum e de maior relevância quando se trata de 
biotransformação dos xenobióticos. Essas reações 
normalmente resultam apenas em aumento discreto da 
hidrossolubilidade em relação à molécula original, mas 
fornecem os grupos funcionais que possibilitam as reações 
de fase II de conjugação a um composto endógeno 
(glucuronização, sulfatação, acetilação, metilação, 
conjugação com glutationa (considerada por alguns autores 
como fase III de biotransformação) e conjugação com 
aminoácidos (como glicina, taurina, e ácido glutâmico). Os 
metabólitos conjugados são solúveis em água e 
encontrados na urina e fezes. Sabe-se que essas reações 
de biotransformação ocorrem em todos os tecidos, mas o 
fígado, seguido do rim, trato gastrointestinal, pele e pulmões 
são os principais. Podemos de forma simplificada, dizer que 
os sistemas enzimáticos de fase I predominam no retículo 
endoplasmático e os da fase II, no citoplasma da célula. 
As CYPs constituem uma família de enzimas do Cit 
P450 que possuem uma molécula de heme ligada à cadeia 
polipeptídica, sendo o heme a unidade de ligação do 
oxigênio presente na hemoglobina. É bastante comum que 
enzimas que realizam oxidação, contenham grupos heme, 
e isto ocorre com muitas outras além das CYP. No 
metabolismo de um substrato pela CYP ocorre consumo de 
oxigênio, produzindo como resultado final da reação um 
substrato oxidado e água. A questão é que, na maioria das 
vezes, o consumo de oxigênio na reação é desproporcional, 
gerando como consequência espécies reativas de oxigênio, 
os radicais livres (O2-). Desta forma, pode-se afirmar que 
todas as reações de fase 1 são produtoras de radicais livres. 
 
Consequências do desequilíbrio entre reações de fase 
1 e 2 
Tanto a dieta quanto o ambiente podem alterar o 
metabolismo dos fármacos ao induzir ou ao inibir as 
enzimas do sistema P450. As variações genéticas são em 
primeira instância, o principal determinante das variações 
nas metabolizações de xenobióticos, uma vez que as 
diferenças na expressão e inibição de certos genes alteram 
a concentração das enzimas. Além disso, certos fatores 
como o sexo, a idade e os próprios xenobióticos ou outras 
substâncias (tabela abaixo) também são cruciais. No 
indivíduo saudável a atividade da fase I e II é equilibrada, de 
maneira que os metabólitos gerados na fase I, que podem 
ser tóxicos, são neutralizados pela conjugação da fase II e 
excretados. Entretanto, frente a um desequilíbrio entre as 
fases, podemos ter consequências danosas importantes. A 
situação clínica mais preocupante é quando há aceleração 
da fase I sem que haja o acompanhamento da fase II, pois 
haverá acúmulo de toxinas que serão geradas e não 
conseguirão ser excretadas. Além das toxinas, como todas 
as reações de fase I geram radicais livres, uma aceleração 
pode resultar em dano oxidativo à célula, além de maiordemanda por nutrientes antioxidantes. 
 
Modificadores de reações de fase I 
Enzima Indução inibição 
CYP1A1 - hidrocarboneto do 
tabaco 
 
-indol-3-carbinol 
(presente nas 
crucíferas) 
 
CYP2B - pesticidas 
halogenados (ex. 
DDT) 
 
- hidrocarbonetos 
voláteis (cetonas, 
xilenos e piridina) 
 
- bifenilas poli-
halogenadas (PCB e 
PBB) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CYP2E1 
 
 
 
 
 
 
 
- etanol (é a principal 
forma induzível pelo 
etanol) 
 
aumento significativo 
da sua expressão 
hepática, sendo 
apontado pelos 
 
 
 
 
 
 
 
- terpenos 
presentes na 
laranja e limão 
 
autores como um 
possível mecanismo 
anticarcinogênico 
atribuído ao Omega-3 
(Estudo em ratos 
tratados por 4 
semanas com Omega-
3) 
 
CYP3A4 - erva-de-são João 
 
 
- derivados do 
psoraleno 
 
- flavonóides 
encontrados no 
suco de toranja 
(grape fruit) 
 
- tiamina, 
riboflavina e 
piridoxina 
CPY1A2 - carnes grelhadas no 
carvão 
 
- vegetais crucíferos 
 
 
- Suco de toranja 
Modificadores de reações de fase II 
Sulfatação 
(SULTs) 
 dietas ricas em 
café, chocolate e 
vinho tinto, bem 
como metais 
tóxicos (mercúrio e 
chumbo) 
 
Metilação 
 
alcoolismo, 
tabagismo, dietas 
hiperlipídicas por 
longo período, 
mercúrio e 
chumbo 
 
 
Conjugação 
com 
glutationa 
 
 
tabagismo, DPOC, 
inflamação, 
Diabetes 
 
 
 
 
 
 
B) Excreção 
 
O organismo tende a eliminar xenobióticos que nele sejam 
introduzidos e o faz através de diversas vias, as principais 
vias são renal, pulmonar, o sistema hepatobiliar e o leite 
materno. A via excretória mais importante é a renal, por 
meio da urina, mas existem outras vias secundárias, tais 
como: fezes e glândulas (suor, saliva e lágrima). Os 
fármacos podem ser eliminados inalterados ou convertidos 
em metabólitos, a grande maioria, porém sofre 
biotransformação parcial ou total. Como discutido no item 
distribuição, a substância então quanto mais polar for, mais 
lipoFÓBICA ela é e mais facilmente será excretada, pois a 
lipofilicidade proporciona à substância maior facilidade de 
reabsorção pelas mucosas dos sistemas excretores. 
 
A eliminação de medicamentos e metabólitos pela urina 
envolve os seguintes processos: filtração glomerular, 
secreção tubular ativa e reabsorção tubular passiva. 
 
(a) Filtração glomerular: os fármacos livres penetram nos 
rins pelas artérias renais, as quais se dividem para 
formar o plexo glomerular, atravessam a rede capilar 
para o espaço de Bowman como parte do filtrado 
glomerular. A quantidade de fármaco que entra na luz 
tubular por filtração é dependente da ligação fracionada 
deste fármaco com as proteínas plasmáticas. Quando 
um fármaco se liga a albumina plasmática, por 
exemplo, sua concentração no filtrado é menor que a 
concentração plasmática, pois a albumina não 
atravessa livremente a barreira. A filtração glomerular 
corresponde a 20% do fluxo sanguíneo renal (240 
ml/min) que chega ao glomérulo através da arteríola 
aferente. O líquido filtrado é isento de proteínas e 
elementos celulares. O restante dos 80 % do fluxo 
sanguíneo continuam pela arteríola eferente. O que 
teoricamente significa dizer que, num indivíduo com a 
função renal preservada, somente as moléculas dos 
fármacos contidos nesses 20% sofrerão filtração 
glomerular, o grande restante continuará no plasma 
com os 80% do sangue que não sofreram filtração 
glomerular. 
 
(b) Reabsorção tubular passiva: à medida que o filtrado 
glomerular chegue ao túbulo, a água é reabsorvida no 
túbulo proximal, sendo que o volume que emerge como 
urina é apenas 1% daquele filtrado (aproximadamente 
2 l dos 180 l/dia de um paciente de 70 kg). O restante 
dos 99% do filtrado glomerular sofre a reabsorção 
tubular passiva. Fármacos lipossolúveis são mais 
reabsorvidos por atravessarem mais facilmente as 
membranas das células tubulares. Se, por outro lado, o 
fármaco for polar (hidrossolúvel) o mesmo 
permanecerá nos túbulos renais e sua concentração 
aumentará até ficar mais alta na urina do que no 
plasma. 
 
(c) Secreção tubular ativa: Nos túbulos proximais os 
fármacos são transferidos para a luz tubular mediante 
dois sistemas transportadores independentes e 
relativamente não-seletivos. Um deles transporta 
substâncias ácidas (transportadores de ânions 
orgânicos – OAT) e, o outro, substâncias básicas 
orgânicas (transportadores de cátions orgânicos – 
OCT). Esses sistemas podem reduzir a concentração 
plasmática do fármaco a quase zero, transportando-o 
contra um gradiente eletroquímico. Como, pelo menos, 
80% do fármaco que chega ao rim é apresentado ao 
transportador, a secreção tubular representa o 
mecanismo mais eficaz para excreção de fármacos 
pelos rins. 
 
 
A influência do pH urinário na excreção de 
fármacos 
 
Os fármacos básicos numa urina ácida estão 
predominantemente ionizados, o que faz com que eles 
tenham dificuldade de atravessar as membranas 
tubulares, ou seja, têm restrição à reabsorção tubular 
passiva; devido a essa ionização na urina ácida, os 
fármacos básicos sofrem o que é denominado de 
sequestro iônico ou aprisionamento iônico. Assim 
quando a urina é ácida as substâncias básicas são 
melhor eliminadas (anfetaminas, cocaínas, heroínas 
etc.). Pode-se raciocinar da mesma sorte acerca dos 
fármacos ácidos. Quando a urina é básica as 
substâncias ácidas são melhor eliminadas. Por 
exemplo, diante de uma intoxicação com o ácido acetil 
salicílico (AAS), o clínico pode lançar mão da 
alcalinização da urina com o bicarbonato de sódio para 
aumentar a excreção do tóxico, pois assim ele promove 
o sequestro iônico. 
 
Alguns fatores podem interferir na excreção renal dos 
fármacos tais como insuficiência Renal; redução do 
fluxo sanguíneo renal: hemorragias; insuficiência 
cardíaca; competição de dois fármacos pelo mesmo 
mecanismo de secreção; pH da urina e a idade. 
 
Na aula de interação fármaco-nutrientes iremos 
compreender como a alimentação possui papel 
importante na modificação do pH urinário e 
consequentemente influencia na indução ou inibição da 
excreção de fármacos pela urina. 
 
 
B) 2. Exreção Biliar e Fecal 
As células hepáticas transferem diversas substâncias, 
inclusive fármacos, do plasma para a bile por meio de 
sistemas de transporte semelhantes aos do túbulo 
renal. Vários conjugados hidrofílicos de fármacos 
(especialmente glicuronídeos) são concentrados na 
bile e levados para o intestino, onde o glicuronídeo é 
hidrolisado, liberando o fármaco ativo novamente; o 
fármaco livre pode então ser reabsorvido e o ciclo se 
repetir (circulação êntero-hepática). Esse processo cria 
um “reservatório” de fármaco recirculante que pode 
representar até cerca de 20% do total de fármaco 
presente no organismo, prolongando sua ação. 
Exemplos em que isso é importante incluem a morfina 
e etinilestradiol. Diversos fármacos são eliminados pela 
bile em quantidades consideráveis. A rifampicina é 
absorvida no intestino e desacetilada lentamente, 
retendo sua atividade biológica. As duas formas são 
secretadas na bile, mas a forma desacetilada não é 
reabsorvida e, assim, com o passar do tempo, a maior 
parte do fármaco abandona o organismo nessa forma 
através das fezes. 
 
 
4. FARMACODINÂMICA 
 
A farmacodinâmica é uma ciência experimental que estuda 
quantitativamente os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos 
fármacos e de seus mecanismos de ação, por meio da 
combinação do fármaco com uma macromolécula celular 
que se liga ao fármaco e medeia as suas ações 
farmacológicas. Essa macromolécula é denominada 
receptor. Atualmente temos quatro principais tipos de 
receptores bem conhecidos e estudados: 
 Receptores ligados a canais iônicos, também 
 chamados de ionotrópicos (ex.: receptor nicotínico 
 de Acetilcolina); 
 Receptores ligados à quinase, também conhecidos 
 como receptores transmembrana com domínios 
 citosólicos enzimáticos (ex.: receptor de insulina); 
 Receptores intracelularesligados à transcrição 
 gênica (ex.: receptor de estrogênio); 
 Receptores acoplados à proteína G, também 
 chamados de metabotrópicos (ex.: receptor beta- 
 adrenérgico). 
Em geral, os receptores existem por existirem algumas 
substâncias endógenas que se ligam a eles; essas 
substâncias que se acoplam aos receptores são chamadas 
de ligantes ou ligandos endógenos. Os receptores, na 
verdade, são os elementos sensores no sistema de 
comunicações químicas que coordenam a função de todas 
as diferentes células do organismo, sendo mensageiros 
químicos dos vários hormônios, transmissores e outros 
mediadores. 
 
Algumas substâncias podem ser quimicamente atraídas ao 
receptor, isto é, ter afinidade para com o receptor da mesma 
forma que o ligante endógeno. Por exemplo, uma 
substância química semelhante à acetilcolina (Ach) pode se 
ligar ao receptor nicotínico da mesma forma do que a Ach e 
promover, desta forma, a contração muscular; assim age a 
nicotina. Na farmacodinâmica, as substâncias que 
interagem com um receptor e desencadeiam uma resposta 
celular, são denominadas agonistas. A acetilcolina e a 
nicotina são agonistas dos receptores da placa terminal 
muscular esquelética (receptores nicotínicos). Por outro 
lado, há substâncias que, apesar de serem semelhantes à 
acetilcolina (ou não) interagem com o receptor, mas não são 
capazes de induzir uma alteração necessária para provocar 
a entrada de sódio na célula, com isso, a contração da fibra 
não é desencadeada, contudo, por ocupar o sítio ativo do 
receptor, a substância inibe a interação da acetilcolina com 
o mesmo – este tipo de fármaco é denominado de 
antagonista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Todas as substâncias são venenos, não existe nada que não seja 
veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio.” 
Paracelso (Médico e físico do século XVI)

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