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Resumo aula 6

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Notas de Leitura
Aula 06
	Texto: Formar educadores - desafio para todos os tempos. (Raquel Lazzari Leite Barbosa e Denice Barbara Catani)
	Historicamente no Brasil, sabemos, a questão da formação dos educadores foi alvo de investimentos significativos e de omissões de igual peso entre nós. Do alerta de Caetano de Campos, ao buscar concretizar reformas capazes de tornar realidade o espírito da República brasileira, bradando assim pelo reconhecimento da importância dos professores em qualquer projeto de melhoria da nação, ao "estranho" lugar hoje atribuído aos profissionais que, só no discurso, têm seu papel valorizado e reconhecem na prática as mais "violentas agruras da profissão docente" para o "exercício decente de sua profissão", não se pode dizer que tenham faltado propostas.
	O intuito do "VI Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores" foi ampliar e fortalecer um espaço para a análise de questões referentes aos atuais desafios e perspectivas no âmbito da educação de docentes. Nesse sentido, reuniu pesquisadores que têm se dedicado a discutir e propor múltiplas formas de estudo e intervenção junto ao magistério. Fazem-se presentes temas como representações mediante as quais tenta-se instaurar modos ideais de atuação dos professores, aspectos da produção e circulação de leituras no interior da escola, as maneiras específicas hoje configuradas nacional e internacionalmente no que tange à preparação técnica dos educadores, as implicações de políticas públicas para as práticas de formação e exercício do magistério, os fundamentos que dão sentido às aproximações realizadas no domínio da História da Educação entre memória e docência, as potencialidades das pesquisas acerca de e com os professores, bem como as questões vinculadas às propostas de democratização da escola em seus diversos graus.
	Kenneth M. Zeichner "Formando professores reflexivos para a educação centrada no aluno: possibilidades e contradições", discute as transformações verificadas nos últimos 25 anos e que definem a figura do "professor reflexivo".O texto em questão ressalta que, excetuando-se alguns poucos casos, as reformas acabam por desfavorecer uma proposta dessa natureza. Para além de modelos normativos, o autor questiona-se sobre as reais possibilidades de projetos que contribuam para o desenvolvimento de professores reflexivos, capazes de promoverem condições mais justas e condizentes ao ideal de "escola para todos"
	Bernard Charlot conferência proferida intitulada "O sujeito e a relação com o saber". Atentando para a desigualdade social ante a escola, questão que tem mobilizado pesquisas desenvolvidas pelo autor e sua equipe há doze anos, o texto constitui um esforço para explicitar os fundamentos que dão sentido às aproximações entre a sociologia e a psicologia. Assim, o texto explicita alguns dos resultados de pesquisas que visam articular essas duas perspectivas, sugerindo alternativas férteis para pensar as relações entre o sujeito e o saber.
	Mário Castillo "O livro e a educação: aspectos políticos na produção do livro didático", foi outro trabalho apresentado na qualidade de conferência. O autor assinala elementos que permitem uma visão ampla e integral do tema tratado, reconhecendo o livro como um bem cultural e econômico. Preocupado com a importância e a necessidade do texto escolar, Castillo afirma a fertilidade do uso desse material em nome de um ensino favorável ao desenvolvimento da consciência crítica, a busca de significados, invenção e questionamento da própria realidade.
	Antônio Joaquim Severino, em seu texto "Preparação técnica e for- mação ético-política dos professores", tece comentários acerca dos efeitos das atuais políticas públicas brasileiras na área educacional implementadas pelos dispositivos da nova LDB (n.9.394/96) e seus efeitos no processo de formação do magistério. É nesse sentido que o autor destaca a importância de assegurar aos docentes a participação no "processo construtivo de produção do conhecimento e com os recursos críticos necessários para a avaliação de sua prática político-social".
Em "Novas tecnologias na educação presencial e a distância I", Vani M. Kenski discute a temática, entendida como uma das "ferramentas que auxiliam as pessoas a viverem melhor dentro de um determinado contexto social e espaço-temporal", situando-a no atual estágio da sociedade, quando é visí- vel uma lógica em que predomina a permanente aquisição de equipamentos e tecnologias de comunicação. Assim, o texto problematiza o atual significado da educação e as formas pelas quais seria possível evitar que as novas tecnologias acentuem a desigualdade no que tange ao acesso e consumo da informação, assinalando que "a preocupação dos educadores precisa ser a de contribuir para a forma- ção de pessoas ativas socialmente ... que possam ter autonomia e conhecimento suficientes para a compreensão e análise crítica do papel das novas tecnologias no atual momento da sociedade".
	Raquel Goulart Barreto "Novas tecnologias na educação presencial e a distância II", acrescenta que tais elementos implicam novos desafios e possibilidades para o magistério. A autora considera a configuração de um certo reducionismo do trabalho docente, hoje mais vinculado à idéia de atividade por conta da tendência em enfatizar o uso de mé- todos e tecnologias eficientes de ensino. Barreto sugere outro tipo de investimento nos cursos de formação docente, de modo a redimensioná-los para além do consumo de tecnologias, assumindo significados mais amplos e significativos para o exercício do magistério.
	Denice Barbara Catani, em comunicação intitulada "Lembrar, narrar, escrever: memória e autobiografia em História da Educação e em processos de forma- ção", quem indica alternativas para propiciar a esses profissionais modos de trabalho mais férteis. Trata-se do recurso às memórias e às narrativas autobiográficas tanto nos processos de formação quando na escrita da História da Educação. Catani ainda sustenta "a fecundidade do domínio acerca da própria história e (o) reconhecimento da riqueza envolvida nos processos memorialísticos que reconstituem trajetórias intelectuais" para desenvolver novas maneiras de educar professores.
	Clarice Nunes escreve o seu trabalho "Memória e História da Educação: entre práticas e representações", tecendo algumas reflexões acerca da produção da pesquisa e da educação de professores. No seu entender, a problemática assume contornos especiais no atual contexto da globalização, quando a crença no poder da tecnologia induz os homens a esquecerem o que aprenderam e valorizarem a expansão da indústria moderna. Diante disso, a autora assinala os múltiplos papéis da memória no desenvolvimento do sujeito e da sociedade, discutindo o seu uso como fonte, as complexas relações com a história e, em especial, a importância da escola como um dos espaços mais significativos de memória.
	Zoë Readhead estrutura suas idéias em "O treinamento e a formação dos educadores". Filha de A. S. Neill -fundador da Escola de Summerhill (criada em 1921) e destacado como o "pioneiro da educação democrática" -, a autora critica a tendência em se incorporar ao ensino o controle cada vez mais acentuado das pessoas por meio de inúmeros testes e exames de classificação. Segundo Readhead, a liberdade da infância deve integrar um projeto social maior de equação da violência, posto que esse tipo de educação pode garantir a formação de pessoas mais felizes e responsáveis.
	Sadao Omote, sobre "A formação do professor de Educação Especial na perspectiva da inclusão" e argumenta a necessidade de pensar o tema considerando não apenas os professores atuantes junto a crianças e jovens com necessidades educacionais especiais, como também o magistério no ensino comum. Isso porque a inclusão é entendida como uma perspectiva fundamental nas sociedades atuais, e todos os educadores têm um importante papel a desempenhar para prover as pessoas dos bens necessários à superação da exclusão social. Contudo, o autor observa que a formação de professoresespeciais, tal como tem se configurado, acaba por favorecer práticas de segregação, o que pode, como se defende, ser transformado para promover o princípio da integração.
	Leda Scheibe "Formação de professores e pedagogos na perspectiva da LDB" discute uma das medidas mais inovadoras e polê- micas instituídas por meio da Lei n.9.394/96: a formação docente em nível superior. Retomando os artigos que tratam da questão, a autora assinala possibilidades como a extinção gradativa do curso de Pedagogia, a formação dos chamados técnicos ou especialistas em Educação, a criação dos Institutos Superiores de Educação, dentre outros aspectos, e chama a atenção para o risco de se descaracterizar a educação profissional dos professores por meio de iniciativas que acabam por favorecer a dicotomia entre teoria e prática, a separação entre ensino e pesquisa, bem como as diferenças entre bacharéis e licenciados.
	Emília Freitas de Lima, em sua comunicação "O curso de pedagogia e a nova LDB: vicissitudes e perspectivas", há que se defender uma educação de qualidade para os profissionais do ensino a partir de elementos que considera serem a "espinha dorsal" desse projeto: ter o curso de Pedagogia como o locus de formação de professores para os níveis infantil e fundamental; contar com pedagogos capazes de atuar na docência, na organização e gestão de sistemas; formar todos os profissionais da Educação em nível superior (faculdades, centros de formação e congêneres).
	Maria da Graça Nicoletti Mizukami, com "A pesquisa sobre formação de professores: metodologias alternativas", discute metodologias alternativas de pesquisas sobre, com e dos professores. Trata-se, portanto, de um esforço para explicitar as bases que fundamentam estudos sobre os professores e trabalhos de educação desses profissionais.
	Fernando Becker, em texto intitulado "Vygotski versus Piaget - ou sociointeracionismo e educação", oferece importantes contribuições para pensar os modos pelos quais determinadas teorias circulam entre o corpo docente. Isso porque, Becker procura situar as contribuições de cada um no campo da pedagogia e da educação, alertando para o perigo das "primitivas paixões ideológicas" que, no caso brasileiro, resultam da aclamação da teoria vygotskiana em detrimento das idéias de Piaget quando, na verdade, as obras originais de cada teórico ainda são pouco conhecidas no país, e suas apropria- ções decorrem de uma "leitura descontextualizada historicamente", que o autor do trabalho revê, de modo a possibilitar contatos mais férteis dos professores com o conhecimento.
	Dagmar E. Estermann Meyer na comunicação "Escola, currículo e diferença: implicações para a docência", o qual se propõe a oferecer aos professores e professoras elementos para uma reflexão sobre os processos de produção de diferenças e desigualdades na escola, entendida como "instância em que se produzem identidades sociais". A autora tece comentá- rios específicos acerca da questão de gênero e das formas pelas quais as prá- ticas escolares instituem posições sociais de menino e de menina, de modo a favorecer debates que permitam refletir sobre a organização dos currículos e das atividades com os alunos.
	Selma G. Pimenta, Léa das Graças C. Anastasiou e Valdo José Cavallet "Docência no ensino superior: construindo caminhos", apresenta conclusões e debates levados a efeito em Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores da FEUSP, o qual pretende analisar questões atualmente impostas ao ensino superior, com a expansão desse nível. Para tanto, os autores se referem a experiências recentemente realizadas em instituições universitárias e assinalam a importância de os professores dessas mesmas instituições pensarem e avaliarem constantemente suas práticas.
	João Cardoso Palma Filho e Maria Leila Alves "Formação continuada: memórias" examinam a história do aperfeiçoamento profissional docente em São Paulo desde os anos 1960 - momento em que surgem as primeiras iniciativas na área - até os dias de hoje - quando ainda se reconhece a necessidade de superar problemas de fragmentação e descontinuidade das ações relativas à formação continuada dos professores.
	Newton Ramos de Oliveira "Educação e emancipação" traz uma análise sobre a situação e a formação do professor hoje em nosso país, caracterizando as implicações da chamada "sociedade administrada, atrasada pela informação" para os fins aos quais o professor e a escola se propõem. É por meio desse exame que o autor procura compreender o tema que intitula o seu trabalho, defendendo o exercício da reflexão e do pensamento crítico, assinalando "que a educação não é linear e exclusivamente um processo de resistência.
	Maria Victoria Benevides questiona acerca da "Educação em direitos humanos: de que se trata?". Atentando especificamente para a "formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz". Segundo a autora, o tema deve ser discutido considerando-se como premissas a educação global e continuada, a educação para mudança e a educação compreensiva, e, incluindo, nesse sentido, tanto a razão quanto a emoção.
	Celso João Ferretti "A reforma do ensino médio: uma crítica em três níveis" é uma perspectiva que, segundo o próprio autor, não é original, tecendo observações acerca dos aspectos político-ideológico, educacional e de implementação, a partir das determinações constantes nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e alertando para os limites que as reais condições do sistema público de ensino podem impor às atuais proposições de autonomia para as escolas.
	Stela Miller "Mas o que significa ter autonomia? O que é ser autônomo?": é o que se interroga em seu "A leitura na escola hoje", pensando diretamente sobre as implicações do termo no processo de ler. O texto contribui, dessa maneira, para o esclarecimento de que, "por intermédio da leitura, o aluno poderá, paulatinamente, ir apropriando-se dos conteúdos socioculturais e construindo sua participação autônoma e crítica na sociedade" e, ainda, que "essa meta só se concretizará se a leitura de textos de fato contemplar a diversidade de escritos veiculados pela sociedade".
	Juvenal Zanchetta Junior trata de "A leitura de linguagens não-verbais na escola: uma introdução", examinando o papel que os meios de comunica- ção devem cumprir na formação escolar dos alunos. Lembra que as recentes diretrizes governamentais expressas em documentos como os PCNs para a educação têm privilegiado o estímulo compreensivo das linguagens midiáticas, com destaque para mensagens televisivas, sem, contudo, favorecer o desenvolvimento de atividades que abranjam de maneira fértil tais dimensões.
	Ana Maria Freire P. M. Almeida e Ricardo Ribeiro "Organização dos sistemas municipais de educação no Estado de São Paulo: novas possibilidades na gestão de políticas públicas" foi examinado por, de modo a explicitar a questão na ampla perspectiva do fenômeno educacional e de políticas públicas. Nesse sentido, o movimento da descentralização é destacado como uma tendência atual e mundial, o que implica uma repartição de poderes administrativos e decisórios, favorecendo o fortalecimento dos níveis locais e, em última instância, a democratização do processo de gestão dos sistemas de ensino.
	Julio Groppa Aquino traz contribuições relevantes para pensar a questão da "Disciplina e indisciplina como representações da educação contemporânea". Trata-se da idéia segundo a qual os contratempos do trabalho docente são atribuídos a dificuldades - psicológicas ou sociais - da clientela escolar ou, como assim são chamados, dos "alunos-problema". Numa análise arguta dos limites dessa concepção, o autor sugere que se compreenda a indisciplina não como um desvio do aluno, mas como "algo relativo ao âmbito ético da prática pedagógica".
	Dagoberto José Fonseca em "Diversidade cultural e educação", texto apresentado no seminário temático "Educação e afro-descendentes:uma relação a ser construí- da". O autor reflete sobre a presença do racismo na escola brasileira, que se manifesta em materiais como o livro didático e paradidático, no número significativo de evasão e repetência escolar entre a população negra, em práticas cotidianas que favorecem o complexo de inferioridade da criança afrodescendente, o que conduz o autor a reivindicar a construção de uma escola onde a diversidade seja verdadeiramente respeitada.
	Tizuko Morchida Kishimoto "Contextos integrados de educação infantil: uma forma de desenvolver qualidade", oferece os fundamentos para a construção de uma proposta pedagógica atenta à dimensão cuidar-educar, tida como a base de uma formação integral da criança. Tal projeto deve ser "fruto de trabalho coletivo", abranger diferentes espaços e envolver pais, comunidades e outros agentes.
	Vera Maria Nigro de Souza Placco "Políticas de avaliação do MEC e suas repercussões na sala de aula", constitui uma referência para entender aspectos relativos ao funcionamento e resultados do sistema educacional, na medida em que analisa as políticas de avaliação do MEC e algumas de suas repercussões.
	António F. Cachapuz "Do que temos, do que podemos ter e temos direito a ter na formação de professores: em defesa de uma formação em contexto" é o trabalho que encerra esta coletânea, discutindo as possibilidades e os limites que nos últimos anos têm sido postos pela concepção, organização e estratégias de formação contínua do magistério.
	O livro corresponde a um importante documento que dá a conhecer debates e proposições relativos à educação e atuação de educadores e que se destaca pela atualidade e diversidade dos textos nele incluídos. Considerando a natureza das discussões, os textos aqui reunidos podem potencializar investigações da área e constituir referências úteis na organização de novos modos de formar os professores, conforme a proposta do "VI Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores".