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Combate a Incêndios João Pedro Viana Rodrigues Combate a Incêndios 2 Introdução Este conteúdo traz uma abordagem aplicada acerca dos conceitos básicos em incêndios, especificamente como combater, prevenir e classificar os incêndios de acordo com suas especificidades. O fogo, componente básico de todo e qualquer incêndio, nada mais é que uma manifestação de combustão descontrolada. O fogo envolve os materiais combustíveis encontrados à nossa volta nos edifícios em que vivemos, trabalhamos e nos divertimos, bem como uma vasta lista de gases, líquidos e sólidos encontrados na indústria e no comércio. Esses materiais combustíveis são comumente baseados em carbono e podem ser referidos coletivamente como combustíveis no contexto dessa discussão. Apesar da grande variedade desses combustíveis em seus estados físico e químico, no fogo eles compartilham características que são comuns a todos eles. As diferenças são encontradas na facilidade com que o fogo pode ser iniciado, também conhecido por ignição; a taxa com a qual o fogo pode se desenvolver, denominado como propagação da chama; e a energia que pode ser gerada, chamada de taxa de liberação de calor. Embora o medo do fogo seja algo comum entre as pessoas, conforme a compreensão sobre a ciência do fogo melhora, nos tornamos mais capazes de quantificar, prever o comportamento do fogo e aplicar o conhecimento adquirido à segurança contra incêndios em geral. O objetivo deste conteúdo é apresentar alguns dos princípios subjacentes e fornecer orientação para uma compreensão dos processos de incêndio. Objetivos da Aprendizagem Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de: • Identificar os tipos de incêndio; • Aplicar o conhecimento prévio para prevenir e combater os incêndios, seguin- do as orientações básicas. 3 Conceitos Básicos em Incêndios Embora o medo do fogo seja algo comum entre as pessoas, conforme a compreensão sobre a ciência do fogo melhora, nos tornamos mais capazes de quantificar, prever o comportamento do fogo e aplicar o conhecimento adquirido à segurança contra incêndios em geral. O objetivo deste conteúdo é apresentar alguns dos princípios subjacentes e fornecer orientação para uma compreensão dos processos de incêndio. Prevenção de Incêndios Muitos incêndios começam como resultado de uma limpeza inadequada, não apenas em casa, mas em muitas estruturas supostamente à prova de fogo. Muitos incêndios em prédios podem ser atribuídos a objetos oleosos e outros materiais, sujeitos à ignição espontânea, descartados ou inadvertidamente deixados cair em locais inacessíveis, como por exemplo, um pano oleoso caindo nos tubos do sistema de aquecimento. A temperatura dos tubos inicia o processo de vaporização, e o vapor aquecido aprisionado no pano se acumula e aumenta a temperatura. Com o tempo, a temperatura de ignição do pano de óleo é atingida e um incêndio está ocorrendo (STAPENHORST et al., 2018). Uma boa administração é tão essencial ao ar livre quanto dentro das estruturas. Não se deve permitir que o lixo e resíduos se acumulem onde possam servir para ajudar na propagação do fogo. Ervas daninhas ou grama seca ao redor de edifícios apresentam risco de incêndio. Outro lugar provável para o início de um incêndio é em um vestiário onde os homens deixaram roupas oleosas ou manchadas de tinta. Fósforos deixados descuidadamente espalhados, constituem um perigo de incêndio. Atenção Um alto padrão de limpeza e ordem é talvez o elemento mais importante na prevenção de incêndios. Tarefas diárias simples, como o descarte regular de papel usado e outros resíduos combustíveis, são de extrema importância. As latas de lixo devem ser recipientes de metal com tampas. Além disso, esfregões com óleo, panos de pó etc., devem ser mantidos em compartimentos de armazenamento resistentes ao fogo, pois estão sujeitos à ignição espontânea (STAPENHORST et al., 2018). 4 Outros itens a serem observados como uma possível fonte de incêndio são mancais quentes, lâmpadas expostas perto de material inflamável, faíscas voando de mós, poeira e fiapos coletando óleo em sopradores e sistemas de ventilação e descarte descuidado de cigarros e fósforos. Os incêndios ou explosões de gasolina costumam ser causados por eletricidade estática, principalmente durante as operações de carregamento ou abastecimento em postos de gasolina ou em vagões-tanque e caminhões (STAPENHORST et al., 2018). Figura 01: Por mais que haja prevenção para ocorrência de incêndios, ocasionalmente estes vir a acontecer Fonte: DeSa81, Pixabay (2017). #PraCegoVer: Na imagem, há um grande incêndio com colunas de fumaça muito altas. A carga elétrica é gerada pela fricção do líquido que flui. Quando o bico é aterrado por contato com o tanque, a carga elétrica é drenada para o solo; mas quando o bico não está em contato e não existe aterramento, é provável que a carga estática se acumule e, eventualmente, seja descarregada para o solo pelo caminho mais curto. Como a boca do tanque é o condutor de metal mais próximo, uma faísca quente o suficiente para acender uma mistura de vapor-oxigênio irá cobrir o espaço entre o bico e o tanque (STAPENHORST et al., 2018). 5 As causas mais frequentes de incêndios elétricos são arcos, faíscas, superaquecimento de um circuito. Quando um circuito condutor de corrente é interrompido, intencionalmente ou não, um arco é produzido, como o formado quando uma chave faca é aberta. Esses arcos têm temperaturas altas o suficiente para inflamar qualquer material combustível que possa estar nas proximidades, bem como através do metal quente do condutor fundido. A quantidade de calor gerada em um condutor está em proporção direta à resistência do condutor e ao quadrado da corrente. Atenção As causas mais frequentes de incêndios elétricos são arcos, faíscas, superaquecimento de um circuito. Quando um circuito condutor de corrente é interrompido, intencionalmente ou não, um arco é produzido, como o formado quando uma chave faca é aberta. Esses arcos têm temperaturas altas o suficiente para inflamar qualquer material combustível que possa estar nas proximidades, bem como através do metal quente do condutor fundido. A quantidade de calor gerada em um condutor está em proporção direta à resistência do condutor e ao quadrado da corrente (STAPENHORST et al., 2018). Por esse motivo, os condutores usados para transportar energia para equipamentos elétricos devem ser grandes o suficiente – de baixa resistência – para transportar a carga sem superaquecimento. Metais como cobre e alumínio são usados para essa finalidade. Em muitos casos, incêndios elétricos são causados por trabalhos de fiação temporários ou inadequados violando o limite da corrente que um condutor deve carregar e o tipo de cobertura isolante (STAPENHORST et al., 2018). Algumas das principais causas de incêndios elétricos são: 1. Fusíveis Uso de fusíveis muito grandes para o circuito que estão protegendo ou disjuntor com configuração muito alta. 2. Disjuntores Disjuntores de tipo ajustável com elemento de disparo bloqueado. 6 3. Pregos e parafusos Pregos ou parafusos substituídos no lugar dos fusíveis do cartucho. 4. Recarregamento Fusíveis recarregáveis nos quais tiras adicionais foram colocadas. 5. Corrosão Corrosão de fusíveis, disjuntores ou condutores. 6. Isolamento O isolamento dos condutores se deteriorou com o tempo ou danos mecânicos e exposição ao calor, umidade ou vapores. 7. Juntas e contatos As juntas não foram soldadas e fixadas corretamente e os contatos queimados. 8. Superaquecimento Superaquecimento devido à sobrecarga do contator insuficiente. A proteção contra incêndios, independentemente da qualidade do equipamento, é totalmente anulada se o equipamento não for mantido em condições operacionais o tempo todo. Portanto, a importância do cuidado adequado do equipamento e da inspeção de rotina para garantir que o equipamento seja mantido em perfeito estado de funcionamentopara uso imediato não pode ser subestimada (STAPENHORST et al., 2018). 7 Combate a Incêndios As pessoas que trabalham em laboratórios ou nas instalações aos arredores não são considerados bombeiros, mas ocasionalmente suas funções podem tornar necessário que eles combatam incêndios. Pela observação casual de um simples fogo de lenha, parece que a própria lenha está queimando. Na verdade, apenas os vapores por ela emitidos fornecem o combustível que alimenta as chamas. Quase todos os materiais combustíveis, no estado líquido ou sólido, emitem vapores quando aquecidos (STAPENHORST et al., 2018). Figura 02: Bombeiros são os profissionais capacitados para combater incêndios e outras ocorrências Fonte: 10259, Pixabay (2013). #PraCegoVer: Na imagem, há um bombeiro trabalhando em meio aos resquí- cios de um incêndio. Mesmo o papel, que normalmente não é considerado como produtor de vapor, quando aquecido emite vapores que podem ser queimados a alguma distância do próprio papel. A maioria dos sólidos deve primeiro ser convertida em um estado líquido antes de ocorrer a vaporização da parafina, por exemplo, como no caso da queima de uma vela. O pavio inflamado derrete a parafina em um líquido, e o líquido flui para o pavio e libera vapor para alimentar a chama (STAPENHORST et al., 2018). 8 A parte que o oxigênio desempenha no apoio à combustão é ilustrada em uma tocha de corte. Quando apenas o gás acetileno é usado, não há efeito de corte no metal, mas quando a válvula de oxigênio é aberta, a tocha corta prontamente o metal no qual está sendo usada. Em condições normais, o oxigênio do ar se combina com o vapor combustível na proporção direta para manter a combustão. Atenção O segundo fator essencial no processo de combustão é o oxigênio. Sem oxigênio, mesmo os vapores mais inflamáveis não queimarão. Em condições normais, uma chama retira do ar a quantidade de oxigênio necessária para sustentar a combustão. Quando o teor de oxigênio do ar cai de 21% para menos de 15%, ocorre a extinção imediata de praticamente todas as chamas. Com o fluxo regulado de vapor em um espaço aberto, a pronta mistura dos dois elementos é evidenciada. Quanto maior o fluxo de vapor, maior será a mistura com o oxigênio e maior será a chama. Essa ação é causada pelo calor da chama. As correntes de ar quente que sobem da chama criam uma sucção que atrai um fluxo constante de oxigênio para a área da chama (STAPENHORST et al., 2018). Combustível Calor Ox ig ên io Figura 03: Todo incêndio origina-se a partir do triângulo do fogo, composto por combustível, oxigênio e calor. Fonte: Adaptado de Gustavb, Wikimedia Commons (2006). #PraCegoVer: Na imagem, há o triângulo do fogo, composto com combustível em sua base, e oxigênio e calor em seus vértices. 9 Com o combustível em seu ponto de inflamação e os vapores combinando-se prontamente com o ar, a mistura pode ser considerada em um estado de prontidão. A combustão, contudo, não é ocasionada a menos que se aplique calor. Em alguns casos, uma faísca elétrica ou o calor de um. Existe uma disparidade de temperatura comparando-se a temperatura de ignição e o ponto de inflamação de um combustível; por exemplo, o ponto de inflamação (vapor emitido) da gasolina é -43°C, e a temperatura de ignição (calor necessário para inflamar a mistura) é 257°C (STAPENHORST et al., 2018). A área da superfície de um material em proporção ao seu volume afeta a prontidão com que ele se acenderá. Por exemplo, se você cortar dois blocos de madeira idênticos do mesmo pedaço de madeira e reduzir um deles a uma pilha de aparas, isso aumenta muito a área de superfície do material; quando um fósforo aceso é colocado contra o bloco sólido, ele simplesmente carboniza e absorve o calor, enquanto a mesma chama acende prontamente as consome. O início de um incêndio envolve três elementos - combustível, oxigênio e temperaturas de ignição. Esses elementos podem ser comparados às três pernas de um triângulo, pois o fogo não pode ocorrer até que todos os três sejam colocados juntos (STAPENHORST et al., 2018). Uma pequena chama pode ser lançada no óleo lubrificante que está em temperatura ambiente média e não vai queimar, mas com a adição de gasolina em chamas, os vapores logo sobem e queimam para elevar a temperatura do óleo circundante até o ponto de inflamação. A taxa de queima é determinada pela área de superfície; ou seja, apenas o combustível que entra em contato com o ar é consumido. Quanto maior a área de superfície, mais rapidamente o oxigênio atinge os vapores. Saiba mais O seguinte é uma causa comum de incêndios em termos do triângulo do fogo. Um cigarro é descartado descuidadamente e vai parar em um pedaço de papel. O calor do cigarro aceso é suficiente para fazer com que o combustível - no caso, o papel (com baixa temperatura de ignição) - emita vapor. O oxigênio está presente e, quando os vapores são liberados em quantidade suficiente, a mistura se inflama, estando o cigarro quente o suficiente para fornecer a temperatura de ignição (STAPENHORST et al., 2018). 10 Por causa da área de superfície relativamente grande, o fogo se espalha rapidamente e cresce em intensidade, aumentando as temperaturas, fazendo com que cada vez mais vapores sejam emitidos. O calor da chama faz com que o ar quente suba, atraindo oxigênio adicional para se combinar com os vapores e alimentar as chamas. No que se refere ao triângulo do fogo, para extinguir um incêndio, é necessário quebrar o triângulo retirando qualquer um de seus lados. Isso pode ser feito de várias maneiras, como será mostrado nas seções a seguir. Tipos de Incêndio Segundo Cardoso (2012), a classificação de incêndios é o arranjo sistemático em classes das várias substâncias que, como combustíveis, produzem calor por combustão, da seguinte forma: 1. Classe A Uso de fusíveis muito grandes para o circuito que estão protegendo ou disjuntor com configuração muito alta. 2. Classe B Materiais combustíveis comuns, como madeira, tecido, papel e alguns materiais de borracha e plástico. 3. Classe C Equipamentos elétricos. 4. Classe D Metais combustíveis, como magnésio, titânio, sódio, potássio, lítio e zircônio. Os líquidos inflamáveis ou inflamáveis (de significado idêntico) não queimam nem explodem, mas, como já foi referido, explodem os gases ou vapores formados ao serem aquecidos e evaporados; ou seja, a mudança de estado de líquido para gasoso deve ocorrer primeiro. Desde que estejam no estado líquido, sem emissão de vapores, 11 há pouco ou nenhum perigo. Para os líquidos mais voláteis, como a gasolina, o armazenamento em um recipiente fechado é uma necessidade. Para que qualquer vapor exploda, ele deve ter a proporção correta de vapor de ar, assim como no carburador de um carro. Quando o motor é inundado com gás, a mistura é muito rica e não acende. Isso também se aplica ao armazenamento de gasolina (CARDOSO, 2012). O perigo é quando os gases são despejados de um recipiente para outro, dando aos vapores a chance de se misturarem com a quantidade correta de ar para formar uma umidade explosiva. As mesmas circunstâncias são verdadeiras para todos os óleos inflamáveis quando calor suficiente está presente para liberar vapores do líquido. Tendo em mente que um líquido inflamável não é perigoso, desde que não esteja quente o suficiente para liberar vapores que podem se misturar com o oxigênio do ar e queimar, duas coisas podem ser feitas: o líquido pode ser resfriado até o ponto onde não há emissão de vapores; e o suprimento de oxigênio pode ser bloqueado (CARDOSO, 2012). Conheça o Phoenix Rapid Fire, um software empregado por bombeiros na Austrália para previsão da trajetória de incêndios florestais. University of Melbourne, Victoria, Australia. Saiba mais Alguns líquidos inflamáveis emitem vapores em temperaturas normalmente consideradas frias. Por exemplo, a gasolina vaporiza a -43 °C ou menos. Quando o equipamento é desenergizado,extintores para incêndios classe A ou B podem ser usados com segurança; no entanto, no combate a um incêndio elétrico, há duas coisas importantes a serem levadas em consideração: a saber: danos ao equipamento muito além do que o incêndio poderia causar; e perigo para os indivíduos que lutam contra o incêndio. Para evitar essas duas possibilidades, desenergize o circuito e use apenas os tipos de extintores recomendados para incêndios classe C (CARDOSO, 2012). Procedimentos de Combate a Incêndios Os procedimentos de segurança contra incêndio são um conjunto escrito de planos que descrevem as ações a serem tomadas em caso de emergência de incêndio e atribuem a responsabilidade por cada ação. Cada conjunto de planos precisa ser personalizado; as ações e responsabilidades recomendadas serão diferentes 12 dependendo da instalação, do tipo de trabalho que está sendo feito lá, dos tipos de materiais usados e das pessoas presentes. Acesse o link e observe o funcionamento do departamento de bombeiros de Veneza. Saiba mais Ter procedimentos eficazes de segurança contra incêndio e treinamento adequado dos funcionários reduzirá os ferimentos e danos causados por um incêndio. Se não houver procedimentos de segurança contra incêndio, ou se os procedimentos forem mal preparados ou mal adaptados às instalações, o resultado provável será uma evacuação desorganizada ou resposta de emergência, levando a confusão, ferimentos e aumento de danos materiais. Orientações Básicas O combate a incêndios é uma das operações mais honradas, porém muito perigosas. Ao se combater incêndios, as pessoas agem com dedicação, sacrifício altruísta e ação humana inspirada. O trabalho não é confortável nem fácil. É aquele que requer um alto senso de dedicação pessoal, um desejo genuíno de ajudar as pessoas e uma devoção a uma profissão que exige um alto nível de habilidade. É também uma atividade que expõe o indivíduo a um alto nível de perigo pessoal (MAZON, 2018). Descubra a história e os perigos do combate a incêndios no New York City Fire Museum. Uma discussão sobre a história e o perigo do combate a incêndios, a partir do documentário Trial by Fire: The New York City Fire Museum. Saiba mais Sempre que ocorre um desastre, os integrantes das instalações onde ocorre o incêndio é um dos primeiros a agir no local. Por ser um desastre, as condições nem sempre serão favoráveis. Em seguida, deve-se procurar auxílio especializado com os bombeiros. Todavia, assim como os bombeiros, deve-se usar, paliativamente, com as mesmas táticas e estratégias para combater um incêndio. As estratégias são simples 13 - combata esse incêndio ofensivamente ou defensivamente. Apesar de tudo, o objetivo é o mesmo – a extinção do fogo. O combate a incêndios, para além do fogo, trata-se do combate a incêndios estruturais, incluindo lidar com mercadorias perigosas, água e gelo, bem como resgate de alto ângulo e medicina de emergência, tudo isso de responsabilidade dos bombeiros (MAZON, 2018). Figura 04: A prevenção de incêndios evita a sobrecarga dos bombeiros em determinadas épocas, como nas épocas mais secas do ano, quando a demanda por combate a incêndio é alta Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: Na imagem, há cinco bombeiros manuseando uma mangueira visando extinguir um incêndio que está localizado à sua frente. As prioridades táticas nas quais os bombeiros se engajam durante o curso do incêndio são mostradas na figura anterior. É durante essas operações que as mangueiras usam linhas de ataque, linhas de apoio e linhas de abastecimento. Outros equipamentos comumente usados são escadas e ferramentas de empurrar / puxar e golpear como machados e estacas. Equipamentos especiais incluem lonas usadas para salvamento ou ferramentas hidráulicas usadas para resgate. O bombeiro deve usar e estar familiarizado com todos eles. A primeira etapa na criação de procedimentos de segurança contra incêndio específicos da instalação é conduzir uma avaliação de risco de incêndio. É impossível fazer um plano eficaz e abrangente sem as informações 14 necessárias; uma avaliação fornecerá os detalhes de que você precisa (MAZON, 2018). Aqui está uma visão do que uma avaliação de risco deve abranger: 1. Identificação Identificação de perigos, fontes de ignição, e de pessoas em risco de ignição. 2. Ações Identificar formas de fuga do local, sistemas de alerta de incêndio, e instalações de combate a incêndios. 3. Avaliação Ponderar acerca dos procedimentos de segurança contra incêndios. 4. Precaução Revisão de controles em vigor e recomendações para melhorias, quando necessário e criação de procedimentos de segurança contra incêndios. Depois de coletar informações por meio de uma avaliação de risco de incêndio, você pode-se usar esse conhecimento para descrever as melhores maneiras de os funcionários responderem a um alarme de incêndio ou emergência de incêndio. Esses procedimentos devem levar em consideração o layout específico do local de trabalho, as características estruturais do edifício e os sistemas de emergência contra incêndio existentes (MAZON, 2018). Os requisitos para um plano de ação de emergência constituem um guia útil para a criação de procedimentos de segurança contra incêndio. Seguindo essa orientação, seus procedimentos devem ser descrever o que fazer quando um incêndio for descoberto; estabelecer rotas e procedimentos a serem seguidos para evacuações estabelecer áreas de refúgio e planos específicos para evacuar essas áreas de refúgio; fornecer procedimentos para evacuação de funcionários com deficiência; estabelecer um sistema para contabilizar todos os funcionários evacuados; estabelecer condições e processos sob os quais os funcionários combaterão um incêndio, se houver (MAZON, 2018). 15 Saiba mais sobre a programação diária e funções de resposta de emergência dos bombeiros. Leia o artigo que descreve o trabalho cotidiano de um bombeiro. Saiba mais Também é necessário requerer treinamento apropriado de combate a incêndio; exigir a colocação de qualquer equipamento de combate a incêndio necessário; estabelecer procedimentos para o desligamento de equipamentos críticos da planta e providenciar a evacuação de quaisquer funcionários que fiquem para trás durante tais desligamentos; identificar os métodos preferidos para alertar os funcionários sobre uma emergência de incêndio; e exigir que um sistema de alarme funcionando esteja presente em todo o local de trabalho (MAZON, 2018). Os procedimentos de segurança contra incêndio devem ser combinados com o treinamento dos funcionários. Os funcionários precisam saber o que devem fazer em caso de incêndio, mesmo que sua única tarefa seja sair do prédio. Todos os novos funcionários devem estar familiarizados com os procedimentos de segurança contra incêndio e os funcionários existentes devem passar por um retreinamento periódico - especialmente se os procedimentos forem alterados. Todo o conjunto de procedimentos de segurança contra incêndio deve ser mantido disponível para análise do funcionário. Processos de Extinção de Incêndio O fogo queimará enquanto houver oxigênio, combustível e calor disponíveis. A remoção de qualquer um desses elementos apagará o fogo. Interromper a reação química em cadeia do fogo também extinguirá o fogo. Algumas alternativas para extinguir o fogo são: remover o combustível, ou seja, o material não queimado. Isso pode incluir desligar o gás no caso de um incêndio Classe C; evitar que o oxigênio se combine com o combustível, é assim que funciona um cobertor antifogo; reduzir a temperatura do material em combustão abaixo de seu ponto de ignição. Isso acontece quando você coloca água em um incêndio de Classe A; e interrompes a reação em cadeia química, alguns extintores de incêndio, por exemplo, um extintor de pó químico seco, interrompem a reação em cadeia e abafam o incêndio ao mesmo tempo (MAZON, 2018). 16 Ao usar um extintor de incêndio, lembre-se depuxar o pino, mirar o bico na base das chamas, apertar o gatilho enquanto segura o extintor na posição vertical, e varra o extintor ou o bico de lado a lado cobrindo toda a base do incêndio. Atenção Em geral, quando você tenta apagar um incêndio é preciso atentar-se a algumas premissas, como: não coloque sua vida em risco, sempre que possível, chame o suporte e peça para outra pessoa ligar para o serviço de bombeiros; certifique-se de que todas as outras pessoas foram evacuadas da casa; certifique-se de usar o método ou extintor de incêndio correto para apagar o incêndio, especialmente se houver eletricidade ou queimar gordura. Se você não conseguir apagar o fogo, evacue imediatamente, fechando a porta para o fogo, se possível (MAZON, 2018). Ao usar um extintor de incêndio, dê o alarme, peça ajuda e peça a alguém para chamar o corpo de bombeiros. Mantenha seu caminho de fuga em suas costas. Nunca permita que o fogo se interponha entre você e o caminho de fuga. Atenção Observe o fogo após a extinção inicial, pois este pode reacender. O conteúdo de extintores pequenos pode durar apenas oito segundos e até sessenta segundos para extintores maiores. O tempo para disparar um extintor depende do tipo e tamanho do extintor. Não use (ou continue a usar) um extintor se: você está colocando sua vida em risco; o fogo é de altura mediana; o fogo está se espalhando rapidamente além do ponto de origem; o extintor não está tendo nenhum efeito ou está tendo uma reação adversa no incêndio; você não pode apagar o fogo rapidamente, menos de 30 segundos; você não sabe quais combustíveis estão envolvidos no incêndio (MAZON, 2018). 17 Se alguma das circunstâncias acima se aplicar, você deve: fechar a porta para conter o fogo; certificar-se de que todos estejam fora do prédio; ligar para o serviço de bombeiros de um telefone fora do prédio; nunca volte para o prédio uma vez fora e espere pelo corpo de bombeiros. Lembre-se de salvar vidas por meio de uma fuga rápida é muito mais importante do que salvar propriedades. A primeira prioridade deve ser a evacuação e chamar o serviço de bombeiros. Atenção Agentes Extintores Os extintores de incêndio, por mais que pareçam iguais, não são, haja visto que alguns agentes extintores que os compõem podem ser empregados em mais de uma natureza de incêndio. Outros extintores trarão avisos acerca de onde seria perigoso empregá- los para que um indivíduo ao empregar um agente extintor de incêndio específico com a classe errada de incêndio. Extintores à base de espuma e água eliminam o fogo removendo o calor que compõe o triângulo do fogo, mencionado previamente. Já os extintores à base de espuma também eliminam o oxigênio dos demais elementos. Vale ressaltar que extintores de água são empregados exclusivamente para incêndios de classificação A, logo, estes não podem ser empregados em incêndios de classificação B ou C. A dinâmica de descarga pode disseminar o líquido inflamável em um incêndio de classificação B ou pode gerar um perigo de choque em um incêndio de classificação C (MAZON, 2018). 18 Figura 05: Há diferentes tipos de extintores que servem para diferentes propósitos e natureza de incêndios Fonte: Karl Gruber, Wikimedia Commons (2017). #PraCegoVer: Na imagem, há vários tipos de extintores de diversas naturezas enfileirados. Os extintores compostos por dióxido de carbono acabam com o fogo removendo o oxigênio do triângulo do fogo e retirando também o calor empregando uma descarga fria. O dióxido de carbono é empregado em incêndios de classificação B e/ou C. Esses extintores são usualmente não eficazes em incêndios de classificação A. Já os extintores constituídos por pó químico seco eliminam o incêndio por meio da interrupção da reação química que compõe o triângulo do fogo. A classe de extintor de incêndio mais empregada de forma massificada na atualidade é o multiuso químico seco, efetivo em incêndios de classificação A, B e C. Este agente extintor age também gerando um obstáculo entre o combustível e oxigênio em incêndios de classificação A. O componente químico seco comum é exclusivo para incêndios de classificação B e C. É essencial empregar o extintor adequado para a classe de combustível! Empregar o agente incorreto pode fazer com que o fogo acenda novamente depois de aparentemente ter sido extinto com sucesso (MAZON, 2018). O químico úmido é um agente que elimina o fogo retirando o calor do triângulo do fogo e evita a reignição criando uma barreira entre o combustível e o oxigênio. Os extintores de química úmida da classificação K foram criados para eletrodomésticos modernos de alta eficiência também em cozimento comercial. Alguns também são 19 empregados em incêndios de classificação A em cozinhas comerciais. Os extintores halogenados ou agente limpo incluem os agentes halogenados, bem como os agentes halocarbonos mais novos e menos destruidores da camada de ozônio. Eles eliminam o fogo cessando a reação química do triângulo do fogo. Extintores de agente limpo são principalmente para incêndios de classe B e C. Alguns extintores maiores de agente de limpeza podem ser usados em incêndios de classe A, B e C (MAZON, 2018). Os extintores de pó seco são semelhantes aos de pó químico, exceto que eles eliminam o fogo removendo o combustível do oxigênio ou retirando o calor do triângulo do fogo. Contudo, os extintores constituídos de pó seco são exclusivos para incêndios de classificação D ou para metais combustíveis. Eles são inefetivos para as demais classificações de incêndios. Os extintores de origem mista de água são artífices recentes que cessam o fogo retirando o calor do triângulo do fogo. Eles apresentam-se como uma saída aos extintores de agente limpo, cuja contaminação gerada é um ponto de ressalva ao emprego. Os extintores constituídos por névoa de água são utilizados em incêndios de classificação A, mesmo que se apresentem seguros para o emprego em incêndios de classificação C também. Atenção Extintores de incêndio operados por cartucho extinguem o incêndio principalmente interrompendo a reação química do triângulo de fogo. Como os extintores de pó químico sob pressão armazenados, o pó químico multiuso é eficaz em incêndios de classe A, B e C. Este agente também funciona criando uma barreira entre o elemento oxigênio e o elemento combustível em incêndios de classe A. O produto químico seco comum é apenas para incêndios de classe B e C. É importante usar o extintor correto para o tipo de combustível! Usar o agente incorreto pode permitir que o fogo acenda novamente depois de aparentemente ter sido extinto com sucesso (MAZON, 2018). Qualquer extintor de incêndio deve ter uma imagem pictográfica ou escrita em ordem alfabética com a classificação na qual o extintor foi projetado para ser usado. Isso deve ser claramente identificável na etiqueta frontal. Esta é a parte que quero dizer, nem todos os extintores de incêndio são iguais! Nenhum extintor está listado para todas as cinco classificações de incêndio, então é essencial que você entenda quando e onde usá-lo. 20 Conclusão Este conteúdo apresentou uma compreensão abrangente sobre incêndios, pois embora haja precaução para evitar tal tipo de situação, ocasionalmente esta pode vir a ocorrer e deve-se estar preparado para combatê-la. É sabido que a maioria das pessoas não recebe formação adequada para o combate a incêndios, entretanto, deve ser uma premissa dos empregadores treinar seus colaboradores para lidar com incêndios, pois é mais vantajoso e economicamente viável prevenir, do que remediar com as consequências de um incêndio. Mesmo que um indivíduo tenda a agir com o calor da emoção a fim de combater um incêndio, há todo um arcabouço teórico que baseia o combate a incêndios e que muitas vezes pode ser difícil de ser lembrado devido o imediatismo da situação. De modo geral, a prevenção ainda é a melhor forma de prevenção, embora possa ser considerado um custo, de fato, é um investimento,em infraestrutura e pessoal, que pode evitar litígios futuros. Por fim, é preciso agir com cautela durante o combate a incêndios, uma vez que o conhecimento dos colaboradores não é constituído por tal tópico, este deve agir de forma paliativa, buscando salvar a si próprio, em primeiro lugar, e seus companheiros, quando possível, de forma a não atentar contra sua vida. No mais, é preconizado a busca por ajuda especializada dos bombeiros tão logo se tiver algum indício de incêndio, qualquer que seja o local, pois estes profissionais têm capacidade e o conhecimento necessário para combater de forma efetiva e eficaz um episódio de incêndio. 21 Referências CARDOSO, T. A. O. Biossegurança, estratégias de gestão, riscos, doenças emergentes e reemergentes. Rio de Janeiro: Santos, 2012. CHASE, L. What schedule do firefighters work? Shift schedules compared. Firefighter Insider, [202?]. Disponível em: https://bit.ly/3yLfDTu. Acesso em: 14 jul. 2021. KEVIN Tolhurst (UMelb) - PHOENIX RapidFire. [S. I.: s. n.], 2014. 1 vídeo (30min). Publicado pelo canal Bushfire CRC. Disponível em: https://bit.ly/3Rd7m22. Acesso em: 14 jul. 2021. MAZON, V. Sistemas de prevenção e combate à incêndio. Orientador: José Humberto Dias de Toledo. 2018. 75 f. Monografia (Engenharia Segurança do Trabalho) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis, 2018. Disponível em: https://riuni.unisul.br/handle/12345/5863. Acesso em: 30 maio 2021. OBSERVE the functioning of Venice's fire brigade department. Contunico, ZDF Enterprises GmbH, Mainz, 2021. 1 vídeo (2min). Publicado pelo canal Encyclopaedia Britannica, Inc. Disponível em: https://www.britannica.com/video/179845/Overview- Venice-fire-brigade. Acesso em: 14 jul. 2021. STAPENHORST, A. et al. Biossegurança. Porto Alegre: SER - SAGAH, 2018. TRIAL by fire: the New York City Fire Museum. [S. I.: s. n.], 2009. 1 vídeo (26min). Publicado pelo canal Great Museums. Disponível em: https://bit.ly/3yjS82w.Acesso em: 14 jul. 2021.
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