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AFYA- FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS CURSO DE MEDICINA – 3º PERÍODO DISCIPLINA: SISTEMA ORGÂNICO INTEGRADO III DOCENTE: RAFAELA MACAGNAN DISCENTE: MAX KEDLEY MARANHÃO TICS 01 – Qual foi o impacto da ações estratégicas no controle da malária nos municípios impactados pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte? As barragens hidroelétricas representam projetos de grande envergadura que demandam uma extensiva duração para sua concretização, exercendo um impacto significativo ao propiciar uma súbita afluência de indivíduos e recursos financeiros ao estado onde estão localizadas. A emblemática Hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, consumiu um período de 23 anos para sua materialização e trouxe consigo consequências socioambientais de grande envergadura, as quais reverberaram na saúde da população residente em seu entorno. Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a construção de barragens pode desencadear um aumento nas taxas de doenças endêmicas, tais como malária, esquistossomose e filariose. Notavelmente, a malária emergiu como uma preocupação premente de saúde pública em decorrência do considerável influxo migratório ocasionado pelo projeto de Belo Monte. Diante dessa problemática, viu-se a criação do Programa de Controle da Malária (PCM), um plano direcionado à aplicação de estratégias preventivas e terapêuticas. O cerne do PCM englobou a implementação de táticas cruciais, incluindo medidas efetivas de controle de vetores, como a pulverização interna de inseticidas e o emprego de mosquiteiros impregnados com repelentes. Além disso, o diagnóstico precoce e tratamento imediato tornaram-se preceitos fundamentais no combate à disseminação da malária. Em consonância com as observações de Ladislau et. al., o resultado desse programa se traduziu em uma notável redução na incidência de casos de malária. A cifra alarmante de 6.275 casos registrados em 2011 cedeu espaço a uma estatística substancialmente inferior, com apenas 79 casos contabilizados em 2015 nos municípios situados na área de influência direta da Hidrelétrica de Belo Monte. Dessa forma, a implementação de estratégias articuladas, como as descritas, não somente atenuou o impacto da malária, mas também ilustrou a importância de medidas preventivas e proativas ao lidar com os efeitos colaterais decorrentes da construção de projetos de grande porte, como as barragens hidroelétricas. Esta trajetória de sucesso no controle da malária serve como um testemunho do poder da ação coordenada e da priorização da saúde pública em ambientes propensos a mudanças abruptas e significativas. REFERÊNCIAS: Santos, R. S., Oliveira, V. M., Souza, T. O., & Carvalho, M. A. (2019). Impactos socioambientais e de saúde pública decorrentes da construção da Hidrelétrica de Belo Monte, Brasil. Revista Saúde e Meio Ambiente, 10(2), 77- 96. Barros, L. C., Lima, J. F., & Costa, E. S. (2020). Análise dos efeitos da Hidrelétrica de Belo Monte na incidência de malária e outras doenças transmitidas por vetores na região do Xingu, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 36(5), e00081219.
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