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ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

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ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
 Segundo Le Boulch (1984, 16-17 apud ROSA, 2015), a psicomotricidade desenvolve-se em três etapas evolutivas: 1ª etapa: “corpo vivido” (até 03 anos de idade), do ponto de vista de Rosa (2015) começa nos primeiros meses de vida, quando o bebê não tem ideia de seu próprio corpo, a autoconsciência. No início dessa fase, os movimentos são ações motoras que não se destinam a ser realizadas, mas são pensadas para serem realizadas, ou seja, suas ações são espontâneas. A criança quando nasce não tem noção do seu corpo. O conhecimento de seu corpo será construído à medida que vai se tocando, acariciando ou mesmo machucando. Assim ela percebe o mundo com o seu corpo, sente, “lê” e se organiza aos poucos. Dessa forma, a atividade motora nos primeiros anos de vida torna-se extremamente importante para essa troca com o meio. Enquanto a criança brinca como Rosa (2015) afirma, ela vai observando seus colegas, se olhando no espelho e aprendendo a prática dessas ações. Aprendem com a experiência, nesta fase há uma grande necessidade de movimento e isso amplia sua experiência motora e cognitiva. Por meio da experiência de explorar o corpo, o espaço e o tempo, torna-se possível construir a primeira imagem do corpo que o separa do mundo e dos objetos, que marca a próxima etapa do desenvolvimento psicomotor. 2ª etapa: “corpo percebido” (03 a 06 anos de idade), nas palavras de Rosa (2015), começa por volta dos três anos, quando a criança começa a se perceber e, assim, a iniciar a autoconsciência, que é determinada pela postura. Nessa fase ela diferencia o ponto de referência para se localizar e colocar os objetos no seu espaço e tempo. Nesta etapa a criança descobre sua dominância lateral, os conceitos espaciais como perto, longe, acima ou embaixo começam a ser discriminados. Os termos temporais surgem e agora é possível entender a duração dos intervalos de tempo, a ordem e a sequência dos eventos (antes, depois, durante). Rosa (2015) afirma que a característica dessa fase é que o mundo se organiza em um referencial altamente individualizado, o conceito de “eu” é mais estruturado, é 13 uma fase em que o egocentrismo está presente. Corresponde à organização do esquema corporal por meio do amadurecimento da "função de internalização", que é definida como a possibilidade de desviar a atenção do ambiente para o próprio corpo a fim de conduzir à consciência. 3ª etapa: “corpo representado” (06 a 12 anos de idade), como destaca Rosa (2015), começa por volta dos seis anos, quando a criança já tem consciência de seu todo e de suas partes do corpo, fala, usa e desenha de maneira sofisticada, assume e controla seus movimentos, se movimenta no espaço com autonomia e independência. É capaz de agir por representação. A representação mental da imagem corporal no início desta fase é estática, posteriormente a imagem mental ganha movimento e passa a ser uma estrutura cognitiva, ou seja, operacional. Conforme caracterizado por Rosa (2015), ao final desta fase a criança já possui uma imagem corporal em funcionamento, utiliza o corpo para realizar e programar ações mentalmente, ou seja, o corpo está estruturado em termos de pensamentos e não necessita necessariamente dá a ação motora estar presente, ela programa, projeta, imagina e realiza a ação do corpo com o pensamento. O objetivo principal da educação psicomotora é justamente ajudar a criança a essa imagem de um corpo atuante quando ela é capaz de executar e programar em sua mente suas ações, para organizar e combinar diferentes orientações. O ponto de referência não é mais o mesmo que o corpo; como pode agir, operar no plano mental, agora pode se orientar para objetos fora de si e pode escolher pontos de referência.

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