Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
É REGULAMENTADA PELA AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 34 de 11 de junho de 2014 e da Portaria de Consolidação Nº 5 de 28 de setembro de 2017; É normatizada todos os procedimentos para a hemotransfusão, desde o processo de coleta até a utilização e conservação dos hemocomponentes, visando garantir a qualidade e segurança do processo transfusional. 1. Identificação do paciente; 2. Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos; 3. Cateteres e sondas – conexões corretas; 4. Cirurgia segura; 5. Comunicação efetiva; 6. Prevenção de queda; 7. Paciente envolvendo a própria segurança; 8. Prevenção de lesão (úlcera) por pressão; lesão por pressão era usado ulcera por pressão, a partir de 2016, houve uma alteração dessa terminologia pela NPUAP 9. Segurança na utilização de tecnologia; 10. Sangue e hemocomponentes (administração Segura) A OMS estabelece a indicação para transfusão de produtos sanguíneos somente para tratar condições graves, ou seja, condições que levam o paciente a situações de alto risco para morbidade (que seriam as complicações patológicas associadas à doença de base) ou a alta mortalidade (relacionada às complicações devida as transfusões). Por quê? Porque a transfusão é um procedimento caro, custando para o hospital, as unidades de bancos de sangues também são caras, é raro e o procedimento é previamente estabelecido, então existem critérios para a hemotransfusão, expondo o paciente a riscos (imediatos, agudos, tardios ou crônicos). De acordo com o MS, a infusão de solução salina (soro fisiológico 0,9%) ou outras soluções, sejam elas cristaloides ou coloides, que podem auxiliar na reposição volêmica do paciente, em geral são mais simples, seguras e mais eficazes do que a própria transfusão de hemocomponentes ou hemoderivados. 1-) Coleta do Sangue Total: é mais comum e é onde o doador vai até um banco de sangue e se ele tiver peso > 50kg, entre 18 a 65 anos, sem quadro infeccioso e passando na entrevista. Ele passa por uma triagem, onde serão coletados os dados dos sinais vitais e também é feito uma entrevista para saber se ele já sofreu alguma transfusão de sangue, se ele já teve algum quadro de hepatite e outras doenças virais. Após essa entrevista, se ele for aprovado é coletada uma bolsa de sangue. É coletado o sangue total. É realizada uma pulsão no braço e essa agulha é acoplada a um equipo que é adaptado diretamente na bolsa. Essa bolsa fica no equipamento que vai homogeneizando o sangue, pois dentro dela tem um anticoagulante. Conforme o sangue vai coletando, esse equipamento vai misturando o sangue com o anticoagulante. Após a coleta, o paciente se alimenta, pois a coleta é feita em jejum. O sangue vai ser processado e uma amostra desse sangue vai ser coletada para as análises sorológicas adicionais bem como a análise do sistema ABO e fator RH. Se esse sangue estiver aprovado, vai ser armazenado para a futura transfusão. Se ele não for aprovado, a bolsa vai ser desprezada. 2-) Coleta por Aférese: aférese é um equipamento que já tem o sistema de centrifugação, então, conforme o sangue vai sendo retirado, ele já vai passando por um centrifuga onde vai separando as células vermelhas das células brancas. Essa centrifuga é refrigerada e no processo de centrifugação já é adicionada o anticoagulante e por ser um sistema fechado ele não tem risco de contaminação ou de proliferação de microorganismos. Esse sangue total, durante o processo de coleta, ele é separada em hemocomponentes, que vão ter os glóbulos vermelhos, plasma e as plaquetas com a presença de leucócitos. Após a coleta do sangue total, as bolsas são centrifugadas e então são processadas da seguinte forma: a amostra de sangue total é centrifugada e separada em plasma rico em plaquetas e concentrado de hemácias. O plasma rico em plaquetas é novamente processado e é obtido o plasma em concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e o plasma 24 horas. O plasma fresco congelado é novamente processado e são separados em crio precipitado, albumina, glubulinas e concentrado de fatores de coagulação. Conforme ele vai sendo processado o seu volume vai sendo reduzido. Essa centrifuga ela é refrigerada e mantem o sangue em torno de 2° a 8°C. Maquina de aférese: Não é só indicado para a retirada de hemocomponentes para transfusão, ele pode ser indicado também para tratamento de doenças autoimunes. Para a transfusão, o individuo pode fazer também o autotransplante. No autotransplante o individuo interna antes da cirurgia, geralmente 24h antes do dia da cirurgia, pela maquina de aferes é retirado os hemocomponentes, eles são conservados e durante o ato cirúrgico, se houver necessidade de receber um hemoderivado ele vai receber dele mesmo e não vai ter reação. Pode acontecer no transplante halogênico, que seria indivíduos com grau de parentesco ou não, geralmente é um paciente portador de câncer, leucemia, aplasia medular, onde ele não tem condições de doar para si mesmo, pois a medula óssea não esta produzindo células do sangue. Um parente ou conhecido retira por aférese quando já se tem toda a sorologia da pessoa e durante a cirurgia desse paciente oncológico, a pessoa doa para ele por aférese. Na doença autoimune, o corpo produz anticorpos que vai atacar células especificas do corpo. Na imagem é uma autotransfusão, ou seja, eles estão retirando os leucócitos do corpo da paciente. É conhecido como Papa de Hemácias ou concentrado de glóbulos, deve ser armazenado a 4° C com anticoagulante e tem validade de 35/42 dias de armazenamento e possui volume de 270/320 ml. É indicado em quadros de anemia aguda com sintomas onde não há terapêuticas alternativas. O objetivo é repor a massa eritrocitária perdida de forma aguda. Isso acontece em situações de choque hipovolêmico ou choque hemorrágico. Para que seja feito a infusão de concentrado de hemácias é feito uma classificação de Baskett, onde perdas >25% de volume sanguíneo é considerado hipovolemia aguda, então há indicação da transfusão de hemácias. Para cada 1 bolsa de hemácia reposta, aumenta 1 ponto no hemograma na hemoglobina. Exemplo: se a pessoa esta com 8 de hemoglobina, ele recebe 1 bolsa de CH e vai para 9. Se ele recebe 2 bolsas vai para 10. É importante transfundir quando a hemoglobina estiver <10 g/dl e o HTC abaixo de 30%. No parâmetro de normalidade, a hemoglobina para mulher varia de 11 a 13/12. Em homens é de 12 a 14. Para a transfusão de plaquetas, elas são obtidas de formas randômicas (através do sangue total, então o volume vai ser menor 50ml) ou por aférese (onde o doador vai ser o único e geralmente ele é escolhido pelo paciente ou por alguém da família que é compatível a ele, entretanto o volume de coleta vai ser maior 200ml). Geralmente, quando é feito por aférese é agendado com o doador, então é coletada essa amostra de plaquetas e ela já é transfundida no receptor. Indicação: plaquetopenia. PENIA (diminuição de algo no sangue, no caso, plaquetas). O valor normal de referencia de plaquetas é acima de 180 mil. Quando ela estiver em uma concentração menor que 50.000 mm3 há indicação de transfusão de plaquetas. Quando ela chega a um grau critico que é 10.000mm3 que é comum em pacientes oncológicos já é transfusão imediata. Existe um critério que é estabelecido de acordo com a classificação do sangramento da OMS. As plaquetas são armazenadas até 5 dias após a coleta e fica sob a agitação continua na temperatura de 22° e o volume é de 50/70ml. Ela fica na presença de uma solução anticoagulante. O PFC é a parte liquida do sangue, que contem agua, proteínas (albuminas, globulinas e fatores de coagulação), carboidratose lipídios. Esta indicada a transfusão do PFC: deficiência isolada de alguns fatores e vias de coagulação (fator 8, fator 9, fator 11, fator 13), neutralização sobre doses de warfarina (é um anticoagulante), deficiência de vitamina K, doenças hepáticas (ela diminui a concentração de albumina) ou CIDV (coagulação intravascular disseminada, nesse caso o paciente tem um distúrbio entre a cascata de coagulação e a cascata de fibrinólise, é um paciente que sangra com muita frequência). PFC deve ser mantido de -18/20° e possui validade de 12 meses. Após ele ser descongelado ele pode durar 4 horas. O volume é em torno de 200/250 ml. É a fração insolúvel do PFC, ele contem o fator 8, fator 13, fator wilebrand e o fibrinogênio. É indicado em caso de hemorragia grava e responsiva a outros tipos de tratamento. Cada doador produz de 10/15 ml Deve ser conservado a -20°C e possui validade de 1 ano. É obtido por aférese, onde o doador previamente toma granuloquine (fator estimulador de colônias de granulócitos), que vai estimular a produção de granulócitos. O volume a ser obtido é em torno de 200/400 ml, dependendo do tamanho do peso do doador. É indicado em infecções irresponsivas a tratamentos farmacológicos associados à neutropenia, caracterizado por uma concentração <500 mm3 de granulócitos, devido a não produção da medula óssea. É geralmente em situações de leucemia e aplasia medular. A concentração desses granulócitos deve ser por um período curto de tempo porque ele perde sua função. Desde o momento da coleta, a transfusão e o armazenamento não devem exceder até 24h. Ele deve ser armazenado de 2/6°. Um grande problema da infusão seria as reações transfusionais, entretanto existem algumas formas de prevenção. 1-) Infundir de forma lenta nos primeiros 10 minutos. 2-) Monitorar os sinais vitais antes da transfusão e após os 10 primeiros minutos. 3-) A pessoa deve ser monitorada continuadamente, principalmente se ele estiver anestesiado ou inconsciente. Os sinais vitais devem ser monitorados com maior rigor, deve-se observar o volume, a cor da urina e os sinais de instabilidade hemodinâmica (alteração da frequência cardíaca, presença de arritmias, hipotensão e alteração do volume urinário). Existe um tempo para infundir cada hemoderivado. CH: 1h30min às 4hs (até 4hs): não exceder 4 horas, deve fechar a bolsa e deixar o volume restante. CP: 5min a 30 min CRIO: 30min às 1h PF: 30 min a 2 h As reações transfusionais são classificadas de acordo com o tempo e a gravidade Tempo: imediatas ou aguda, tardias ou crônicas. Gravidade: leve, moderada, grave e óbito. Tempo: Imediatas ou agudas: até 24h do início da transfusão tardias ou crônicas: após 24h Gravidade: Leve: sem risco à vida; Moderada: morbidade associada à transfusão vai permanecer em longo prazo. Grave: ameaça imediata à vida- intervenção médica obrigatória (associado a um estado de choque anafilático); Óbito: relacionado a transfusão, ocorre reações hemolíticas, a quebra de hemácias libera potássio, causando hipercalimia que vai levar a arritmias potencialmente fatais, geralmente taquicardia ventricular sem pulso ou a fibrilação ventricular ou incompatibilidade sanguínea, onde ocorre a aglutinação. Hipertermia com ou sem calafrios (elevação de 1ºC na temperatura corpórea associada a transfusão); Dor tórax, abdome ou no local da infusão; Alterações agudas na pressão arterial (PA), tanto hiper como hipotensão; Alterações respiratórias como dispneia, taquipneia e hipóxia; Alterações cutâneas como pruridas, urticária, edema localizado ou generalizado (anasarca); Náuseas com ou sem presença de vômitos (emese); Icterícia (amarelo na pele e no branco nos olhos) ou hemoglobinúria; Choque; Alteração na cor da urina (por hemólise) ou oligúria.
Compartilhar