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UVEÍTESUVEÍTES CONCEITO: Inflamação acometendo primariamente o trato uveal (camada média do olho/vascular - íris, corpo ciliar e coroide), podendo associar-se com inflamação de outras estruturas oculares (retina, vítreo, nervo óptico, esclera, córnea) EPIDEMIOLOGIA: Frequentemente grave Relacionada a várias doenças sistêmicas: Principalmente autoimune 8% da população brasileira tem ou terá 10% dos casos têm baixa da visão e 1% para cegueira total Pode ser a primeira manifestação de uma doença ou um problema tardio de um paciente com diagnóstico : Como na Artrite, no LES CLASSIFICAÇÃO: Sintomas, tratamento e abordagem diferentes DE ACORDO COM O CURSO CLÍNICO: AGUDA: Até 3 meses de duração CRÔNICA: Mais de 3 meses de duração DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA: ANTERIOR: Foco principal de inflamação na câmara anterior (íris e corpo ciliar na iridociclite – coroidite é mais posterior) INTERMEDIÁRIA: Foco principal associado ao vítreo (entre o corpo ciliar e coróide, como uma extensão) POSTERIOR: Foco principal em retina ou coroide PAN-UVEITE: Acometimento de todos os locais INTRODUÇÃO SINAIS OFTALMOLÓGICOS: Na lâmpada de fenda INJEÇÃO CILIAR: Hiperemia intensa na região PERILIMBICA de cor violácea MIOSE (DIFERENCIA DO GLAUCOMA DE ÂNGULO FECHADO): Pequena pupila por espasmo do músculo esfíncter da pupila pelo processo inflamatório PRECIPITADOS CERÁTICOS FINOS: Depósitos de células inflamatórias no endotélio corneano (linfócitos, plasmócitos e eosinófilos) FINOS = Não granulomatoso (na segunda imagem de cima para baixo na esquerda) REAÇÃO DE CÂMARA ANTERIOR: Células inflamatória no humor aquoso - produzido pelo corpo ciliar (que normalmente é vazio, sendo semelhante ao plasma na composição) FLARE NA AQUOSA: Proteínas que resultam da quebra da barreira hematoaquosa [RELACIONADA A ATIVIDADE DE DOENÇA EM QUANTIDADE] CÉLULAS NO VITREO ANTERIOR (VITREITE): Que normalmente não tem células EXSUDATO FIBRINOSO (TERCEIRA IMAGEM DE CIMA PARA BAIXO NA ESQUERDA) HIPÓPIO: Nível de exsudato purulento de origem inflamatória na câmara anterior [TERCEIRA IMAGEM DA COLUNA DA DIREITA] SINÉQUIAS POSTERIORES: Aderências entre a íris e o cristalino PIO BAIXA: No início, por falência transitória do corpo ciliar (essa que produz o humor aquoso e na falência, baixa a produção) PIO ELEVADA: Em fase tardia, por obstrução do trabeculado que fica no ângulo da câmara anterior (isso com o tempo com as céls inflamatórias, diminuindo a drenagem no humor aquoso e aumentando PIO) DIAGNÓSTICO CLÍNICO: Durante em até 3 meses SINTOMATOLOGIA: Tipicamente súbito Dor intensa unilateral Fotofobia Olho vermelho: Pelo processo inflamatório Lacrimejamento Visão boa na maioria dos casos: Pode baixar dependendo da gravidade UVEÍTE ANTERIOR AGUDA UVEÍTESUVEÍTES SINTOMATOLOGIA: Apresentação insidiosa Pode ser assintomática Períodos de agudização: Com sintomas parecidos com as uveites aguda quando na crise SINAIS OFTALMOLÓGICOS: Tirando o primeiro, os outros são vistos pela Lâmpada de Fenda OLHO CALMO NA FASE CALMA OU HIPEREMIADO QUANDO EXACERBADO CÉLULAS NO AQUOSO (REAÇÃO DE CÂMARA ANTERIOR): Variam de acordo com a atividade da doença FLARE NO AQUOSO (PROTEINAS): Indica atividade de doença PRECIPITADOS CERÁTICOS: Pode ser granulomatosos (grossos) e não granulomatosos (finos) [PRIMEIRA E SEGUNDA IMAGEM ABAIXO, SENDO A SEGUNDA A GRANULOMATOSA COMO NA TUBERCULOSE] NÓDULOS IRIANOS ATROFIA E DESPIGMENTAÇÃO DA ÍRIS [QUARTA IMAGEM ABAIXO] UVEÍTE ANTERIOR CRÔNICA CAUSAS IDIOPÁTICAS CAUSAS REUMATOLÓGICAS: ESPONDILITE ANQUILOSANTE: Inflamação, calcificação e ossificação dos ligamentos e cápsulas das articulações Envolve primariamente a articulação sacroilíaca e o esqueleto axial Predileção pelo sexo masculino e 90% são positivos para HLA-B27 25-30% apresentam uveíte anterior aguda SÍNDROME DE REITER: TRÍADE: Artrite, uretrite e conjuntivite (Principal e do tipo mucopurulenta e bilateral) Conjuntivite é mais comum, mas uveíte pode estar Associada com HLA-B27 ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL: Artrite inflamatória que atinge crianças menores de 16 anos Manifestação ocular mais comum: Uveíte anterior crônica, bilateral, não granulomatosa, ASSINTOMÁTICA Pode causar cegueira se não tratar precocemente COMPLICAÇÕES: sinéquias posteriores, catarata, glaucoma, ceratopatia em faixa, atrofia do globo ocular FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVER UVEÍTE: Forma pauciarticular [20% das crianças] Precocidade do aparecimento da artrite: Criança jovem FAN (ou ANA em inglês) E HLA DR5 positivos Sexo feminino Fator reumatoide negativo TRIAGEM DE EXAME OFTALMOLÓGICO: Acompanhar mesmo sem sintomas INÍCIO SISTÊMICO É MUITO RARO TER UVEÍTE - ACOMPANHAMENTO DE UMA CRIANÇA NORMAL COMPLICAÇÕES GRAVES: Pode gerar baixa visual definitiva CERATOPATIA EM FAIXA: Depósito de cálcio na superfície da córnea no formato de uma faixa [IMAGEM ABAIXO] CATARATA GLAUCOMA: Por alteração na drenagem do humor aquoso, por obstrução da drenagem (ao afetar o ângulo da câmara anterior) ATROFIA BULBAR [GLOBO OCULAR]: Com cegueira, possivelmente CAUSAS DE UVEÍTES ANTERIORES UVEÍTESUVEÍTES CARACTERÍSTICAS: INSIDIOSA, CRÔNICA, BILATERAL E COM CARÁTER RECIDIVANTE PODE SER IDIOPÁTICA OU ASSOCIADA A PATOLOGIA SISTÊMICA EM JOVENS: Costuma ser idiopática VÍTREO É O PRINCIPAL FOCO INFLAMATÓRIO SINTOMAS: INÍCIO INSIDIOSO DE VISÃO EMBAÇADA PODENDO TAMBÉM NÃO ALTERAR A VISÃO APARECIMENTO DE MOSCAS VOLANTES: As vitreítes (condensações vítreas) causam sombras na retina [nem sempre é doença grave] PODE SER ASSINTOMÁTICA UVEÍTE INTERMEDIÁRIA CARACTERÍSTICAS: Desmielinizante, idiopática e recidivante, afetando a massa branca do SNC e tem placas de desmielinização na RNM SARCOIDOSE: UVEÍTE PODE ANTECIPAR O SURGIMENTO DA DOENÇA: Assim, tem que pesquisar para sarcoidose CARACTERÍSTICAS: Doenças inflamatória granulomatosa que afeta os linfonodos mediastinais e pulmões DOENÇA DE LYME: OBSERVAR HISTÓRICO DE VISITAS A AMBIENTES ENDÊMICOS E A PICADA DE CARRAPATO CARACTERÍSTICAS: Transmitida pelo carrapato, não é endêmica no Brasil e causa lesões cutâneas típicas, além de alterações neurológicas, cardíacas e articulares INFECÇÃO POR HTLV-1 Sinais oftalmológicos: Pode estar associada a uveíte anterior leve ou grave Células inflamatórios no vítreo [vitreítes] (obrigatório) Condensações vítreas (chamadas de snowballs) Periflebite e embainhamento perivascular na periferia da retina Placas fibrovasculares periféricas (snow banking, encontrado no mapeamento da retina) ASSOCIAÇÃO COM PATOLOGIAS SISTÊMICAS IDIOPÁTICA: ASMA E ATOPIA: Em jovens ESCLEROSE MÚLTIPLA: Uveíte pode ser antes da desmielinização: todo paciente com uveíte intermediária tem que pesquisar EM + em mulheres entre a 3ª e 5ª década de vida Portadores do alelo HLA CARACTERÍSTICAS: ENVOLVEM AS ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR DO OLHO (RETINA E CORÓIDE) SINTOMAS: VARIA DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO DO FOCO INFLAMATÓRIO BAIXA ACUIDADE VISUAL IMPORTANTE QUANDO ATINGE A MÁCULA: Associado a toxoplasmose UVEÍTE POSTERIOR MOSCAS VOLANTES QUANDO ATINGE LESÃO PERIFÉRICA COM MÁCULA LIVRE: E visão boa UVEÍTESUVEÍTES SE JÁ FOR PORTADORA ANTES, NÃO TRANSMITE LESÃO OFTALMOLÓGICA CLÁSSICA: Cicatriz de retinocoroidite, macular, bilateral [BAIXA DE ACUIDADE VISUAL GRAVE] – criança já pode nascer com esse acometimento e cega COROIDITE: Nódulo subretiniano, que geralmente não produz vitreíte. Pode ser focal ou multifocal VASCULITE: Acomete veia ou artéria, é primário ou secundário a retinite. É uma inflamação vascular associada a exsudação e hemorragias TOXOPLASMOSE: CAUSADA PELO TOXOPLASMA GONDII: Gato é o principal transmissor PRINCIPAL CAUSA DE UVEÍTE POSTERIOR EM IMUNOCOMPETENTES CONGÊNITA OU ADQUIRIDA CONGÊNITA: Via placentária quando a mulher grávida é infectada, tendo uma gravidade que varia de acordo com a fase da gestação (pode ter feto natimorto até hidrocefalia, convulsões e doença visceral – depende da rapidez de tto e abordagem) PRESENÇA OU NÃO DE VITREÍTE (CÉLULAS INFLAMATÓRIAS NO VÍTREO) SINAIS NO EXAME DE FUNDO DE OLHO: RETINITE: Focalou multifocal, sendo opacidades esbranquiçadas com bordas mal definidas mostrando lesão em atividade ADQUIRIDA: FORMAS: Doença subclínica (mais frequente) Síndrome de linfadenopatia Meningoencefalite Forma exantematosa CARACTERÍSTICAS OFTALMOLÓGICAS: FOTOFOBIA MOSCA VOLANTE BAIXA DA ACUIDADE VISUAL UNILATERAL: Quando acomete mácula PODE TER UVEÍTE ANTERIOR ASSOCIADO: Causando fotofobia INTENSA VITREÍTE: Justifica a mosca volante RETINOCOROIDITE CARACTERÍSTICA: Lesão esbranquiçada com bordos mal definidos: sinal de atividade PIGMENTADA: Cicatrizada Foco inflamatório próximo a uma cicatriz antiga = caráter recidivante CITOMEGALOVÍRUS: MANIFESTAÇÃO OCULAR OPORTUNISTA MAIS FREQUENTE NA AIDS DIAGNÓSTICO DE CMV É BEM INDICATIVO DE AIDS PODE CAUSAR BAIXA VISUAL IMPORTANTE E FLEBITE (inflamação de veia superficial) HISTOPLASMOSE: CAUSADA PELO FUNGO HISTOPLASMA CAPSULATUM PODE ACOMETER FÍGADO, BAÇO E CORÓIDE TUBERCULOSE: INFECÇÃO GRANULOMATOSA CRÔNICA CAUSADA PELA MYCOBACTERIUM UVEÍTE POSTERIOR E OUTRAS PARTES: PANUVEÍTE SÍFILIS: PODE TER UVEÍTE POSTERIOR E ASSOCIADO COM ANTERIOR - PANUVEÍTE IST CAUSADA PELO TREPONEMA PALLIDUM ROSÉOLA SIFILÍTICA: Acomete a íris [2ª IMAGEM] UVEÍTESUVEÍTES SÍNDROME DE BEHÇET: Doença multissistêmica, idiopática, caracterizada por episódios recorrentes de ulceração orogenital e vasculite Pode ter hipópio e segmento posterior, ou panuveíte PRINCÍPIOS: INÍCIO PRECOCE Tratar efetivamente a inflamação evitando sequelas, como também impedir complicações inerentes ao próprio tratamento [cuidado com corticoide] DIAGNOSTICAR A DOENÇA DE BASE PARA TRATAMENTO ESPECÍFICO PARCERIA COM O CLÍNICO COMBATENDO A INFLAMAÇÃO: ESTERÓIDES/CORTICÓIDES ADM TÓPICA (PREDNISOLONA, DEXAMETASONA, BETAMETASONA): CUIDADO! Aumento da PIO (Glaucoma cortisônico) e formação de catarata Atua melhor em ANTERIOR, pois penetra pouco na posterior ADMINISTRAÇÃO PERIOCULAR (METILPREDNISOLONA) Penetra mais no olho, funcionando para uveítes intermediárias e posteriores DISPOSITIVOS DE LIBERAÇÃO LENTA: Libera lentamente a fluocinolona, usando muito em uveíte intermediária recidivante e posterior ADMINISTRAÇÃO SISTÊMICA (METILPRED EV OU PREDNISONA ORAL): Uveíte anterior e intermediária refratária | Uveíte posterior grave TRATAMENTO TERAPIA IMUNOMODULATÓRIA: UVEÍTES NÃO INFECCIOSAS SEVERAS OU AQUELAS QUE NÃO TEM RESPOSTA A TERAPIA COM CORTICOIDE Quais? Antimetabólitos: Azatioprina e MTX Agentes alquilantes: Ciclofosfamida Inibidores de células T: Ciclosporina e Tacrolimus Agente biológicos: Etanercept MIDRIÁTICOS (COLÍRIOS QUE FAZEM MIDRÍASE – UVEÍTES ANTERIORES): POR QUÊ? Relaxar o espasmo do músculo ciliar promovendo conforto E prevenir ou romper formação de sinéquias posteriores MESMO SEM MIOSE QUAIS? Tropicamida Ciclopentolato Atropina Fenilefrina
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