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A VM ou suporte ventilatório mecânico, substitui total ou parcialmente a ventilação espontânea do paciente e é eficaz e segura durante quadros de insuficiência respiratória aguda (IRpA) ou crônica agudizada de qualquer etiologia. Os objetivos fisiológicos da VM incluem melhora das trocas gasosas e diminuição do trabalho muscular respiratório. A melhora da troca gasosa ocorre em função da melhora na relação ventilação/perfusão (V/Q) pela diminuição das áreas de shunt pulmonar. Shunt Pulmonar - alteração que ocorre quando, apesar da circulação sanguínea nos alvéolos pulmonares ocorrer normalmente, por alguma razão, não há ventilação na proporção esperada, o que diminui a oxigenação do sangue e afeta as trocas gasosas. O trabalho muscular respiratório pode aumentar em função do aumento da resistência das vias aéreas, da diminuição da complacência pulmonar ou do aumento da demanda ventilatória, resultando em fadiga muscular respiratória e insuficiência respiratória. A VM diminui o trabalho muscular respiratório, permitindo o repouso da musculatura respiratória. CONCEITOS Ciclo ventilatório - repetição regular dos determinantes da função respiratória (pressão, fluxo, volume e tempo), considerada como o período de tempo que compreende uma inspiração e uma expiração. Os ciclos ventilatórios podem ser gerados pela atividade do centro respiratório do paciente — ciclos espontâneos —, ou gerados pelo ventilador mecânico — ciclos mandatórios —, ou iniciados a partir da atividade neuromuscular do paciente, gerados e transferidos por meio do ventilador mecânico — ciclos assistidos. DETERMINANTES DO CICLO VENTILATÓRIO Envolvem a fase inspiratória, a ciclagem, a fase expiratória e o disparo. Na forma tradicional de VM, o suporte ocorre pela sucessão fásica e regular dos determinantes do ciclo respiratório artificial, que são fluxo, pressão, volume, tempo. O fluxo é o deslocamento do volume de uma mistura gasosa de um ponto a outro, por exemplo, do ventilador para o paciente. Define-se como a taxa de fluxo quando este está relacionado ao tempo. Fluxo (V) = volume/tempo Pressão é uma força exercida sobre um determinado espaço. É resultante da interação entre fluxo e impedância ao seu deslocamento nos condutos (circuito do ventilador, via aérea artificial, vias aéreas do paciente, parênquima pulmonar, caixa torácica e forças inerciais). Pressão (P) = impedância x fluxo Volume é a quantidade de espaço ocupado por um corpo; Sendo assim, é a quantidade de determinada mistura gasosa, em litros ou mililitros, resultante no final da inspiração. Volume (V) = fluxo x tempo Tempo é o período destinado ao direcionamento do fluxo de gases do ventilador para o paciente e vice- versa. Divide-se em tempo inspiratório e tempo expiratório, e é o somatório correspondente ao tempo total do ciclo respiratório expresso em segundos. 1. Fase Inspiratória: O VM realiza insuflação pulmonar de acordo com as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório, pela abertura da válvula inspiratória. Pode ser utilizada uma pausa inspiratória, prolongando essa fase, com o objetivo de melhorar a troca gasosa. 2. Ciclagem O final da inspiração fisiológica é determinado pelo equilíbrio entre as pressões em vias aéreas e atmosférica. Durante a VM, o determinante do final da inspiração pode ser um determinado valor de pressão, volume, fluxo ou tempo. Transição entre a fase inspiratória e fase expiratória. Pressão: o final da inspiração ocorre quando atingido, no interior das vias aéreas, um valor de pressão pré- ajustado e independe do tempo inspiratório, do volume atingido ou da queda do fluxo. Essa forma de ciclagem é mais suscetível às variações de complacência e resistência do sistema respiratório, e está disponível em ventiladores mais antigos (por exemplo, Birda Mark-7). Ventilação Mecânica Produzido por: Deise Arianne Alves Santos @deisearianne Volume: valor de volume pré-ajustado é atingido. Essa forma de ciclagem não permite um controle direto das pressões geradas em vias aéreas, sendo necessários ajustes adequados de alarmes e, em alguns ventiladores, dos limites de pressão. Fluxo: o fim da fase inspiratória ocorre a partir do momento em que o fluxo inspiratório cai, atingindo níveis predeterminados e independe do tempo transcorrido e do volume atingido. Permite que o paciente exerça um controle efetivo sobre o tempo e o pico de fluxo inspiratório, levando-o a atingir o volume corrente (VT) necessário. Tempo: a transição da inspiração para a expiração ocorre após um tempo predeterminado e ajustado no ventilador. O VT não é diretamente controlado, e é uma consequência da titulação do tempo, da pressão controlada aplicada e da impedância do sistema respiratório. 3. Fase Expiratória Após a ciclagem, ocorre o fechamento da válvula inspiratória e a abertura da válvula expiratória, permitindo que a pressão do sistema respiratório se equilibre com a pressão positiva expiratória final (PEEP) determinada no ventilador. 4. Disparo A mudança da fase expiratória para a fase inspiratória é determinada pelo disparo, que marca o início de um novo ciclo respiratório. Ou seja, abre válvula inspiratória. O disparo pode ser desencadeado por tempo, pressão e fluxo. Tempo: determinado pela frequência respiratória titulada no ventilador, gerando as “janelas de tempo”. Em ventilação controlada, sem a participação do paciente, a “janela de tempo” (obtida dividindo-se 60 segundos pelo valor da frequência respiratória — FR ajustada) determina o intervalo de tempo necessário para que o ventilador disponibilize um novo ciclo ventilatório para o paciente. Pressão: esforço inspiratório do paciente. Ativação neuromuscular deve ser capaz de negativar a pressão no interior do ramo inspiratório do circuito do ventilador a uma pressão pré-ajustada (sensibilidade inspiratória a pressão) para iniciar um novo ciclo respiratório. Ex: PEEP 10cmH2O e a sensibilidade -2cmH2O. O esforço inspiratório deve ser suficiente para reduzir a pressão a 8cmH2O. Sensibilidade / Trigger – Ajuste – 0,5 a -2,0cmH2O Fluxo: esforço inspiratório do paciente. Nesse modo de disparo, o ventilador deve manter um fluxo contínuo na via aérea. A ativação neuromuscular do paciente deve ser capaz de desviar um fluxo pré-ajustado de sensibilidade para o interior do sistema respiratório, possibilitando a identificação por parte do ventilador e o envio de um novo ciclo ventilatório. Disparo Tipos de ciclos Tempo Controlado (C) Pressão Assistido (A) Fluxo Assistido (A) MECÂNICA VENTILATÓRIA Volumes e fluxos exalados refletem condições basais da mecânica ventilatória, como grau de impedância dos componentes do sistema respiratório (complacência e resistência) e das vias aéreas artificiais, além de alterações dessas condições, como autoPEEP. Produzido por: Deise Arianne Alves Santos @deisearianne COMPLACÊNCIA Relação entre variação de volume e variação de pressão aplicada (mL/cmH2O). Pode ser: Estática (Cest) — valores normais de 50 a 80mL/cmH2O. Cest = VT Dinâmica (Cdin) — valores normais de 30 a 50mL/cmH2O. Cdin = VT OBS: Valores de pressão de pico (manter menor que 35 a 45 cmH2O) e de platô (são obtidos durante a fase inspiratória do ciclo ventilatório. Para o cálculo da complacência estática, a pressão de platô deve ser verificada por meio da pausa inspiratória no modo VCV, possibilitando um fluxo constante e um disparo a tempo - condições ideais para oequilíbrio das pressões nas vias aéreas. Para cálculo da mecânica adequada, deve-se mensurar a PEEP total com a finalidade de verificar a existência ou não de PEEP intrínseca ou AutoPEEP. Obtida por meio da pausa expiratória. RESISTÊNCIA Relação entre variação de pressão e fluxo inspiratório aplicado (cmH2O/L/s). Consideram-se valores aceitáveis de 4 a 10cmH2O/L/s. Rva= Ppico - Pplatô Presist = Ppico – Pplatô Considerar VM: Parâmetros Normal Considerar VM FR 12-20 >35 Vc (mL/kg) 5-8 <5 Capacidade Vital 65-75 <50 Volume minuto (L/min) 5-6 >10 Pimax (cmH2O) 80-120 > -25 Pemax (cmH2O) 80-100 < +25 Espaço morto (%) 25-40 >60 PaCo2 35-45 >50 PaO2 (FiO2=0,21) >75 <50 PaO2/FiO2 >300 <200 Pplatô - PEEP Ppico - PEEP fluxo Produzido por: Deise Arianne Alves Santos @deisearianne
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