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Aula 3 – A organização na perspectiva humanística Introdução Para que uma organização consiga atingir seus objetivos com a efetividade desejada, é fundamental a adoção de práticas de gestão voltadas ao seu fator humano. Sabemos que o maior patrimônio de uma organização é o seu capital humano. São as pessoas que criam todas as ações para que a empresa possa obter os resultados desejados. A abordagem humanística trouxe o fator humano e as relações humanas como uma preocupação para os administradores. A abordagem da teoria das relações humanas e a mudança no mundo do trabalho A abordagem das relações humanas surgiu em virtude das sérias críticas dirigidas às proposições de Taylor e Fayol, onde o alvo principal era voltada para o desempenho dos recursos e dos processos de um sistema ou de toda a empresa. O componente que pode ser considerado a “pedra fundamental” do enfoque comportamental é a escola das relações humanas, que nasceu de um experimento famoso, realizado em Hawthorne. O objetivo desse estudo era tentar descobrir se as variações de iluminação teriam algum efeito sobre o desempenho dos trabalhadores. Resultado: Toda vez que se aumentava a intensidade da luz, a produção aumentava e, quando se diminuía a luz, a produção aumentava também. Visando compreender melhor os resultados do experimento, um professor de Havard, o psicólogo Elton Mayo foi convidado para continuar a pesquisa e, com isso, descobriu que outros fatores que não estavam sendo controlados exerciam uma influência sobre a produtividade Os resultados mostraram que, por estarem sendo observados pelos pesquisadores, os funcionários interpretavam esse fato como aumento de interesse e preocupação com a melhoria das condições de trabalho e, assim, julgavam-se na obrigação de produzir mais. Diante dessa percepção, Mayo reorientou a pesquisa de forma a testar os efeitos de uma abordagem mais cooperativa. Assim, os supervisores deveriam mostrar uma atitude aberta e amigável perante os trabalhadores, e os pesquisadores deveriam ser menos diretivos em suas entrevistas. Com essa nova abordagem e postura, os resultados foram imediatos, ou seja, o moral dos trabalhadores aumentou e a produtividade também. A conclusão de Mayo foi que esses resultados mais eficientes foram obtidos graças ao interesse pessoal dedicado ao trabalhador e da supervisão com uma postura mais colaborativa. Entre as suas principais conclusões, podemos destacar: O nível de produção é resultante da integração social: Quanto maior a integração social no grupo, maior será a disposição para o trabalho. Comportamento social dos empregados: o comportamento do indivíduo se apoia fortemente no grupo ao qual pertence. Recompensas e sanções sociais: o comportamento dos trabalhadores está condicionado às normas sociais. Grupos informais: formam a chamada organização informal. Os humanistas se concentram nos aspectos informais da organização (como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação, etc.). Relações humanas: as pessoas participam de grupos sociais no trabalho e mantêm uma constante interação social. Conteúdo do cargo: tem uma influência sobre o moral do trabalhador. A especialização não cria a organização mais eficiente. Trabalhos simples e repetitivos se tornam monótonos e maçantes e afetam negativamente a atitude do operário, além de reduzir sua satisfação e eficiência. Ênfase nos aspectos emocionais: a perspectiva humanística põe forte ênfase nos aspectos emocionais e irracionais da conduta humana. O comportamento individual na organização é determinado por normas sociais, o que desviou o foco dos estudos sobre motivação do individual para o coletivo. O movimento das relações humanas reconhece que os seres humanos não são apenas influenciados por estímulos econômicos, mas respondem a outros fatores de ordem social e psicológica. Administração e sustentabilidade Sustentabilidade contempla o equilíbrio entre os pilares econômico, social e ambiental de uma organização. Administração e sustentabilidade devem estar alinhadas. Sob a ótica social, o grande desafio das empresas é agregar um novo papel a sua gestão, atuando como uma empresa socialmente correta. Em relação aos recursos econômico-financeiros, a organização deve direcionar a utilização desses recursos de maneira racional. Sob a ótica ambiental, a empresa deve estar atenta à utilização dos recursos naturais renováveis ou não disponíveis e com o impacto que suas atividades produzem nesses recursos. Uma extensão da própria sociedade e, como tal, não pode viver isolada. Com isso, ela impacta e pode ser impactada pelo contexto social no qual está inserida.
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