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Para avaliar a função do labirinto O labirinto é estimulado quando abaixa-se ou eleva-se a temperatura da endolinfa no canal semicircular lateral Corrente ampulípeta - quente Corrente ampulífuga - frias O movimento da endolinfa causa tontura Compara os dois lados: hiperreflexia, simetria, hiporreflexia Duração das respostas (simétrica/assimétricas) Avalia a velocidade angular da fase lenta do nistagmo Fórmula de Jongkees: 30ºC -OD = A -OE = B 44ºC -OD = C -OE = D Hiperreflexia >50º/s Hiporreflexia <7º/s LABIRINTOPATIAS Tipo de tontura caracterizada pela ilusão de movimento de que as coisas rodam ou se movem em torno Tontura: é a sensação de desequilíbrio corporal (pode ser rotatória ou não) Outras tonturas com a mesma origem da vertigem: instabilidade, sensação de flutuação, mareio, projeção lateral, etc Sistema de equilíbrio: labirintos, visão e propriocepção Os labirintos são estimulados pela aceleração angular, linear, força centrífuga e força de gravidade Estas informações tem de ser coerentes para não haver tonturas, inclusive entre os 2 labirintos VERTIGEM TESTES PARA AVALIAR A SIMETRIA DOS LABIRINTOS Braços estendidos e indicadores apontando para frente Index-nariz Pesquisa do equilíbrio estático (Prova de Romberg) A queda é para o lado do labirinto acometido Bom para avaliar labirintopatia periférica Tendência para cair para frente ou para trás -> acometimento central Pesquisa do equilíbrio dinâmico Marcha espontânea do paciente Prova de Utenberger - marchar 90 passos, e é normal desviar até 45º. Se alterada é ipsilateral ao acometimento. Facilita a avaliação se a marcha for com os braços estendidos AVALIAÇÃO DOS LABIRINTOS Grande elemento semiológico que é gerado no labirinto ou no SNC Consiste em um movimento lento dos globos oculares e de um movimento rápido em sentido contrário ao movimento lento Pode ser visto a olho nu, mas se for pequeno pode-se precisar de lentes Eletronistagmografia - captação por meio de sensores TIPOS Nistagmo espontâneo Nistagmo semi-espontâneo Pede para o paciente desviar a visão 45º para cima, baixo e lados, não mais que 45º para os eventuais abalos musculares não confundirem com nistagmo Nistagmo de posição NISTAGMO PROVAS DE ESTIMULAÇÃO DOS LABIRINTOS Prosper Meniére em 1861 (Jornal de Med. de Paris) - vertigem de origem labiríntica e vestibular Alteração da orelha interna com dois grupos de sintomas: vestibulares e auditivos Sintomas clássicos: Perda auditiva flutuante - NS - pode ser captado pela audiometria Zumbido Plenitude auricular Vertigem Inicialmente podem não apresentar todos os sintomas Duas variantes DM coclear DM vestibular Dois subgrupos Sind. de Meniére: causa conhecida e bem estabelecida Doença de Meniére (DM): causa idiopática (+ comum) Epidemiologia Início geralmente entre 20-60 anos Ambos os sexos Achados histopatológicos Hidropsia endolinfática Patogenia - Incerta O que pode levar a alterações que desencadeiem Meniére: Fatores genéticos Infecções MENIÉRE Crises breves (segundos) e intensas de vertigem de início súbito e redução rápida, de caráter posicional Epidemiologia A mais comum Qualquer faixa etária Canal semicircular post. é o + afetado 80% dos casos LABIRINTOPATIAS Problemas vasculares Doenças autoimunes Dieta Alergia Alteração endócrina Diagnóstico Base clínica e exames audiométricos Vertigens de pelo menos 20min EcoG - avalia potenciais de ação na cóclea - vê hidropsia endolinfática Diag. diferencial: exames laboratoriais, vestibulares, de imagem Tratamento Atualmente é empírico - etiopatogenia incerta Não tem cura Dieta - diabetes, HAS, dislipidemias Diuréticos - períodos intercrises Supressores labirínticos - usar na crise aguda Gentamicina intratimpânica - ototóxico -> lesiona o labirinto - casos graves e refratários com PA importante Cirurgias: Sacoendolinfático - diminuir a pressão no labirinto Secção do nervo vestibular Labirintectomia Implante coclear - alternativa para não destruir o labirinto ENXAQUECA OU DOENÇA DE MENIÉRE Quadro clínico tipo enxqueca + episódios de tontura/ vertigem, as vezes com sintomas de Meniére Síndrome que se encontra entre enxaqueca com aura e Sind. de Meniére (enxaqueca associada à disfunção auditivo-vestibular) Tratamento Alterações dietéticas (aspartame, chocolates, cafeína, álcool) Exercícios físicos Sono regular Medicamentoso Benzodiazepínicos Betabloqueadores Antidepressivos tricíclicos Abortivos (sumatriptanos) VPPB Canal semicircular superior -1 a 2% dos casos Canal semicircular lateral - 19% Cristais da mácula do utrículo que se desprendem e caem nos canais semicirculares -> provocando tontura quando se faz um movimento angular Causa idiopática na maioria 70% - não se sabe em 70% dos casos o porquê desses canais se desprenderem TCE Neurite vestibular Outras Fisiopatologia Partículas de otólitos da mácula utricular nos canais semicirculares - com o movimento passando pela ampola dos canais há a ativação de receptores, que vão disparar a sensação de movimento e gerar a sensação de tontura Canalolitíase -> circula livremente nos canais Cupulolitíase -> aderidos à cúpula na ampola Diagnóstico Clínico Manobra de Dix-Halpike Dá pra ver pelo exame qual é o lado Não é muito bom para diagnosticar acometimento do canal semicircular lateral Tratamento Manobras de reposição (Epley - imagem, Semont, Lempert - para CSC lateral) Inflamação do nervo vestibular Início agudo e duração prolongada Benigno e autolimitado (6 meses) Desequilíbrio da atividade vestibular Intensa sensação de rotação por movimentos cefálicos e mudança de posição Tendência a queda para o lado afetado Sintomas autossômicos/vegetativos: mal estar, palidez, sudorese, náuseas e vômitos; Fisiopatologia Permanece indefinida Viral? - invadir o nervo e inflamá-lo Vascular? - trombo gerando inflamação Diagnóstico Anamnese (vertigem de início súbito, com duração de dias + sintomas vegetativos associados) Ausência de lesões auditivas Exame Físico (vertigem periférica ou central?) Periférico - acomete canais semicirculares, n. vestibular Nistagmo horizontal com componente torcional Não muda de direção Podem ficar de pé com desequilíbrio para o lado da lesão Central - núcleo vestibular, cerebelo, córtex Nistagmo puramente horizontal, vertical ou torcional Muda de direção com a mudança do olhar Sinais neurológicos associados (disartria, incoordenação, torpor, fraqueza) Geralmente incapazes de permanecer de pé sem apoio Perda auditiva unilateral associada: infarto do labirinto, labirintite (infecção), fístula perilinfática LABIRINTOPATIAS NEURITE VESTIBULAR Provas calóricas: hiporreflexia do lado acometido Ou pode haver uma prepoderância do lado não lesado para o lesado RM de encéfalo: se houver sinais ou sintomas neurológicos, cefaleia intensa, início súbito em pctes de fatores de risco cardiovasculares; Tratamento Corticoides Antivirais (controverso) Dimenidrato, meclizina, Ondasentrona Diazepam Prometazina Cinarizina, flunarizina, betaistina Exercícios de reabilitação labiríntica - fazer na fase subaguda ou crônica; DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS Causa metabólica mais frequente dos distúrbios auditivos e/ou vestibulares Sensibilidade a açúcar de absorção rápida - sacarose A estria vascular é dependente de glicose e a oscilação da glicemia e da insulinemia desencadeia as alterações Provas vestibulares: elevada incidência de hiper- reflexia Curva glicoinsulinêmica de 5h Curva glicêmica Glicemia de jejum até 99mg/dl > ou igual 200mg/dl -> diabético > ou igual a 140mg/dl -> intolerância < 55mg/dl -> hipoglicemia Curva insulinêmica (critérios de Kraft) Valor em jejum: de 0 a 25microU/dl Pico entre 30 e 60min (não importando o valor do pico) Valor aos 120min até 50microU/dl Soma dos valores aos 120 e 180min até 60microU/dl Valores aos 240 e 300min na faixa do jejum Todos os valores da insulina menores que 50microU/dl -> hipoinsulinemia Tratamento - evitar sacarose, tratar DM HIPERLIPIDEMIA Mecanismo ainda não definido (maior agregação plaquetária e viscosidade)DISTÚRBIOS DA TIREOIDE Hormônios tem influência no metabolismo tecidual Hipo e hipertireoidismo como causa de vertigem/perdas auditivas Etiopatogenia ainda não está bem esclarecida METABÓLICAS Vertigem periférica: origem nos canais semi-circulares, sáculo, utrículo ou nervos vestibulares Forma intensa Sintomas neurovegetativos (náuseas/vômitos, palidez, sudorese) Sintomas auditivos Vertigem central: acometimento dos núcleos vestibulares, cerebelo, tronco encefálico, medula espinal ou córtex vestibular Costuma ser mais branda Ausência de sintomas auditivos Ausência ou mínimos sintomas neurovegetativos Presença de manifestações neurológicas (cefaleia, diplopia, parestesia, disartria, hemiplegia, perda da consciência) Vertigem apenas tipo desequilíbrio - costuma ser central Tratamento e prognóstico diferentes 80% dos casos de vertigem são periféricos Propedêutica Exames otorrinolaringológicos no geral Exames neurológicos Pesquisa de nistagmos Provas cerebelares Avaliação do equilíbrio estático e dinâmico Pesquisa de pares cranianos LABIRINTOPATIAS VERTIGEM CENTRAL