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1/7 Escarlatina: sintomas, causas e tratamento O que é escarlatina? A escarlatina é um quadro de rash de pele (manchas avermelhadas) por quase todo o corpo, que ocorre em algumas pessoas após episódio de amigdalite e/ou faringite provocado pela bactéria Streptococcus pyogenes. A escarlatina ocorre com mais frequência em crianças em idade escolar, mas pode eventualmente acometer adultos também. A escarlatina já não é tão comum como há um século, quando estava associada a epidemias mortais. O desenvolvimento de antibióticos e seu uso precoce no tratamento das infecções estreptocócicas preveniram muitos casos de escarlatina e suas complicações de longo prazo, como abscessos, glomerulonefrites e febre reumática. A bactéria Streptococcus pyogenes, também chamada de Estreptococo beta hemolítico do grupo A, é a mesma bactéria que provoca outras infecções comuns, tais como: Como surge A escarlatina é um quadro que surge devido a uma reação tardia do organismo a toxinas produzidas pela S. pyogenes, geralmente 2 a 7 dias após o início de um episódio de faringite ou amigdalite bacteriana. A escarlatina também pode surgir após um episódio de impetigo ou erisipela, mas essa forma é mais rara. 2/7 A escarlatina só ocorre em cerca de 10% das faringites por Streptococcus pyogenes porque nem todas as pessoas apresentam sensibilidade às toxinas produzidas pela bactéria. É perfeitamente possível haver em uma mesma casa um irmão que desenvolva escarlatina e outro que tenha apenas um quadro simples de amigdalite. Tudo depende da forma com a qual o sistema imunológico de cada indivíduo reage à presença das toxinas produzidas pelo Estreptococo. Nas pessoas sensíveis à ação das toxinas do S. pyogenes ocorre uma reação inflamatória na pele que manifesta-se tipicamente com exuberantes manchas vermelhas por todo o corpo, sinal mais típico da escarlatina. A escarlatina é mais comum nas crianças com idades entre 5 e 15 anos. Entre os adolescentes, mais de 80% já tiveram contato com a bactéria e possuem anticorpos contra as toxinas, motivo pelo qual a escarlatina é pouco comum nos adultos e não costuma surgir mais de uma vez na vida. Transmissão O Streptococcus pyogenes costuma ser transmitido de uma pessoa para outra através do contato com secreções das vias respiratórias. Entre as formas possíveis de transmissão da bactéria estão a tosse, o espirro e o contato com saliva, que pode ser através do beijo, de gotículas durante a fala ou pelo compartilhamento de copos ou talheres. A transmissão através de mãos contaminadas com secreções respiratórias também é muito comum, sendo a higienização adequada e frequente das mãos uma importante medida de controle da transmissão (leia: POR QUE LAVAR AS MÃOS AJUDA A EVITAR DOENÇAS?). Toalhas, roupa de cama e roupas pessoais também podem ser fonte de transmissão. A bactéria Streptococcus pyogenes é extremamente contagiosa. Apenas 12 horas após ter sido contaminado, o indivíduo já é capaz de transmiti-la para outras pessoas, mesmo que ainda não tenha desenvolvido qualquer sintoma. O período de contágio costuma terminar 12 horas após o fim da febre ou 24 horas após o início do tratamento com antibióticos. Como já referido, apenas uma pequena fração das pessoas que entram em contato com o Estreptococo beta hemolítico do grupo A acaba desenvolvendo escarlatina. O fato da bactéria ser altamente contagiosa não significa, porém, que necessariamente todo mundo que foi contaminado ficará doente. Falamos especificamente da faringite estreptocócica no artigo: Faringite Estreptocócica – Sintomas, Diagnóstico e Tratamento. Sintomas O período de incubação da escarlatina é de 2 a 7 dias. O início do quadro costuma ser abrupto, com inflamação na garganta, dores pelo corpo e febre acima de 38,5ºC. Aumento dos gânglios do pescoço, dor de cabeça, dor abdominal, náuseas e vômitos também podem estar presentes. 12 a 24 horas após o início do quadro, surge o sinal característico da doença, que é o rash cutâneo. https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/lavar-as-maos/ https://www.mdsaude.com/otorrinolaringologia/faringite-estreptococica/ 3/7 Rash da Escarlatina no tronco São quatro os sinais típicos da escarlatina: Rash cutâneo. Linhas de Pastia (linhas avermelhadas nas dobras cutâneas). Lingua em framboesa (ou morango). Face avermelhada com palidez ao redor dos lábios. Rash cutâneo O rash da escarlatina normalmente inicia-se na cabeça ou pescoço e desce pelo corpo ao longo das horas seguintes, em padrão de dispersão chamado craniocaudal. As palmas das mãos e as plantas dos pés costumam ser poupados. O acometimento da pele pela escarlatina caracteriza-se pelo aparecimento de numerosas erupções avermelhadas de 1 a 2 mm, com discreto relevo, que podem dar à pele uma textura áspera, semelhante a uma lixa. https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/Escarlatina-no-tronco.jpg 4/7 Rash com discreto relevo Além de serem muito avermelhadas, as lesões da escarlatina costumam se tornar transitoriamente pálidas quando pressionamos a pele com o dedo. Alguns pacientes queixam-se de coceira, mas isso não ocorre em todos os casos. Após uma semana de rash cutâneo, as manchas avermelhadas começam a desaparecer, ocorrendo uma descamação, principalmente nas mãos, pés, virilhas e axilas. Linhas de Pastia As lesões do rash costumam se aglomerar nas áreas de dobras, como axilas, virilhas, atrás dos joelhos, pescoço e prega do cotovelo, formando linhas bem avermelhadas nestas regiões, que recebem o nome de linhas ou sinal de Pastia. https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/escarlatina-slide-5.jpg 5/7 Linhas de Pastia na fossa dos joelhos Língua em framboesa Outro achado característico é a chamada língua em framboesa ou em morango. Esse sinal é assim chamado porque a língua fica inchada, avermelhada e com as papilas gustativas muito evidentes, tornado-se parecida com as frutas que lhe dão nome. Em alguns pacientes, a língua pode ter uma capa esbranquiçada no início do quadro, ficando mais avermelhada somente após alguns dias. A língua em framboesa pode surgir antes ou depois do aparecimento das erupções na pele. https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/linhas-pastia-escarlatina.jpg 6/7 Língua em framboesa Palidez ao redor dos lábios Face avermelhada, com palidez nas regiões ao redor dos lábios, também chamada de sinal de Filatov, é outra manifestação típica da escarlatina que pode ocorrer em alguns pacientes. Sinal de Filatov Para ver mais imagens dos sinais típicos da escarlatina, acesse o seguinte link: Fotos de escarlatina. Diagnóstico https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/escarlatina-slide-7.jpg https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/escarlatina-sinal-filatov.jpg https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/fotos-escarlatina/ 7/7 O diagnóstico da escarlatina é normalmente feito clinicamente, através do exame físico, pois a história de dor de garganta associada ao rash típico é bem característica. Se houver dúvidas, o médico pode colher amostras da orofaringe para pesquisa do Streptococcus pyogenes. Complicações Até o início do século XX, a escarlatina era considerada uma infecção grave, pois não havia tratamento adequado e as complicações eram muito comuns. A mortalidade chegava a ser de 20%. Com o advento dos antibióticos, porém, a taxa de complicações despencou, tornando a escarlatina uma doença com ótimo prognóstico. Atualmente, a taxa de mortalidade é menor que 1%. Quando não tratada, a escarlatina pode complicar com formação de abcesso na garganta ou infecções nos pulmões, rins, coração, ouvidos ou sistema nervoso. A febre reumática e a glomerulonefrite pós-estreptocócica são complicações raras atualmente, mas que ocorriam com relativa frequência no passado. Tratamento O tratamento da escarlatina é feito com antibióticos, de forma a eliminar o Estreptococo beta hemolítico do grupo A e, consequentemente, interromper a produção das toxinas que provocam as reações na pele. Além de curar os sintomas, o tratamento com antibiótico também é importante parareduzir o risco de transmissão da bactéria para outras pessoas e reduzir o risco do paciente desenvolver as complicações citadas acima. Os antibióticos de escolha para o tratamento da escarlatina são a penicilina V ou a amoxicilina. O tempo de tratamento indicado é 10 dias. Uma opção com posologia mais simples é a penicilina benzatina, que é administrada por via intramuscular em dose única. Nos pacientes alérgicos à penicilina, a eritromicina é uma alternativa viável (leia: ALERGIA À PENICILINA). Pontos-chave do artigo Transmissão: a escarlatina é uma infecção contagiosa que pode ser transmitida de uma pessoa à outra através das secreções respiratórias, principalmente da saliva. Sintomas: a escarlatina costuma se manifestar clinicamente com dor de garganta, febre e erupções avermelhadas na pele (rash cutâneo). Tratamento: é feito com antibióticos para eliminar o Streptococcus pyogenes e, consequentemente, interromper a produção das toxinas que provocam as reações na pele. https://www.mdsaude.com/bulas/amoxicilina/ https://www.mdsaude.com/bulas/penicilina-benzatina/ https://www.mdsaude.com/alergoimunologia/alergia-penicilina/
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