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ECZEMAS E DERMATITES

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Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
Eczemas e dermatites X exantema e enantema
 
Exantema: Manifestação cutânea de fundo 
vascular e de causa infecciosa, alérgica, tóxica ou 
física. Podendo ser: mácula, pápula, vesícula, 
pústula, crosta e sufusão hemorrágica. 
Define-se exantema como qualquer alteração 
patológica de cor e/ou relevo da pele. 
É sinônimo de rash. 
 
Enantema: é a alteração patológica da mucosa 
oral. É representado pelas lesões mucosas, 
conjuntivas, orais ou urogenitais, que podem estar 
associadas com a erupção de pele. 
 
 Mácula: alteração circunscrita da cor da pele. 
 Pápula: lesão elevada, sólida, menor que 1 cm 
de diâmetro; quando igual ou maior que 1 cm, 
denomina-se placa. 
 Vesícula: lesão elevada, de conteúdo líquido, 
geralmente seroso, menor que 1 cm de 
diâmetro; quando igual ou maior que 1 cm, 
denomina-se bolha. 
 Púrpura: lesão arroxeada, às vezes elevada, 
secundária a hemorragia cutânea; quando 
puntiforme, denomina-se petéquia. 
 
 
 
 
 
 
Diz-se que o exantema maculopapular é fino 
quando as pápulas são pequenas, aver-
melhadas, pouco coalescentes. Esse padrão é 
comum na escarlatina e no eritema infec-cioso. 
Também é denominado escarlatiniforme 
 
É grosseiro ou morbiliforme quando máculas e 
pápulas são avermelhadas, de tamanhos variados 
e coalescentes, deixando áreas de pele sã de 
permeio. O sarampo é o exemplo principal, junto 
com a rubéola, o exantema súbito, a doença de 
Kawasaki e as enteroviroses. É também o padrão 
mais frequente das reações às drogas. 
 
O exantema vesicobolhoso é formado por 
vesículas, às vezes bolhas e pústulas. A varicela 
cursa com esse tipo de exantema, assim como a 
síndrome da pele escaldada estafilocócica, e 
algumas enteroviroses. A síndrome de Stevens-
Johnson, o impetigo, o estrófulo são exemplos de 
doenças não exantemáticas. 
 
 
 
 
No exantema petequial-purpúrico, petéquias e 
púrpuras coexistem, sendo as últimas, geralmente, 
evolução das primeiras. 
 
O exantema urticariforme é formado por placas 
eritematosas de tamanho variado, geralmente 
coalescentes. É comum a várias etiologias, 
infecciosas ou não. 
 
Outros fatores importantes além da lesão: 
 Idade: muitas DE são mais prevalentes em 
determinadas faixas etárias - a escarlatina nos 
maiores de 5 anos, e o exantema súbito nos 
menores de 2 anos, por exemplo. 
 Febre: no exantema súbito, a febre costuma 
ser alta, prolongada e contínua, enquanto no 
eritema infeccioso geralmente é baixa, muitas 
vezes ausente. 
 Período prodrômico: é o período que 
antecede o exantema - o pródromo do 
sarampo é marcado por febre alta, sintomas 
gripais intensos e toxemia, enquanto o da 
rubéola costuma ser oligossintomático ou até 
assintomático. 
 Evolução, distribuição e características do 
exantema: na varicela, as lesões de pele 
surgem e se distribuem difusamente; na 
escarlatina, se iniciam no tronco e se difundem 
para os membros (centrífugo); no eritema 
infeccioso, costumam ser mais intensas na 
face e nos membros superiores e se 
exacerbam no calor ou no frio. 
 Sinais e sintomas associados: os sinais de Pastia 
e Filatow são frequentes na escarlatina; a 
rubéola costuma cursar com linfadenopatia e 
artralgia nas mãos; conjuntivite bilate-ral 
ocorre tanto no sarampo quanto na doença 
de Kawasaki. 
 Vacinação prévia: o sarampo, a rubéola e a 
varicela são passíveis de prevenção por imu-
nização. 
 Contato com caso-índice: muitas vezes, o 
caso-índice é identificável: deve-se levar em 
conta o período de incubação da doença. 
 Ocorrência de surtos em instituições ou 
comunidades: as DE de alto contágio 
costumam ocorrer em surtos e até em 
epidemias, como o sarampo, a rubéola e a 
doença me-ningocócica. Desde 2006 não se 
registram casos de sarampo no Brasil. No caso 
de suspeita, deve-se pesquisar viagem 
recente ou contato com caso-índice com 
viagem recente. 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
 Sinais patognomônicos: o sinal de Koplik, 
mesmo quando no período prodrômico, já 
determina o diagnóstico de sarampo 
 
Varicela 
 
 Doença altamente contagiosa causada pelo 
vírus da varicela-zoster. O contágio ocorre a 
partir de 2 dias antes do aparecimento do 
exantema, por via respiratória 
 O diagnóstico é usualmente clínico, com o 
aparecimento de lesões vesiculares 
características, em dias sucessivos, que 
evoluem para crostas em poucos dias. 
 Sinais e sintomas: A febre, em geral, é baixa, 
acompanhada de sintomas discretos. 
 Normalmente manifesta-se como uma 
doença benigna ao acometer crianças 
eutróficas e sadias. 
o A contaminação secundária das lesões de 
pele pode levar a quadros intensos de 
impetigo, com acometimento bacteriano 
e feridas profundas. 
 Tratamento: Na grande maioria dos casos de 
varicela, em crianças, o tratamento é 
sintomático. 
o O prurido, frequentemente presente na 
varicela, pode ser aliviado com o uso local 
de calamina ou, nos casos mais rebeldes, 
com o uso de anti-histamínicos por via oral. 
o Para se evitar infecção bacteriana 
secundária das lesões, aconselha-se 
manter as unhas curtas e limpas, e banhos 
com permanganato de potássio 1:40.000, 
2 vezes por dia. 
o O uso de antibióticos será necessário 
somente naqueles casos em que ocorrer 
infecção. 
o Considerando-se a etiologia habitual, 
estafilococos e estreptococos, o 
antibiótico de escolha é do grupo das 
penicilinas e a amoxicilina. 
o Como tratamento específico dos quadros 
graves de varicela no imunodeprimido 
(encefalite, pneumonia, forma 
disseminada) e em neonatos 
(principalmente com forma disseminada), 
o aciclovir dado precocemente inibe o 
desenvolvimento da doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sarampo 
 
 Doença febril exantematosa aguda, 
altamente transmissível, causada por vírus da 
família Paramyxoviridae do gênero 
Morbillivirus. A transmissão ocorre de pessoa a 
pessoa, por secreções nasofaríngeas 
expelidas na fala, tosse, espirro ou respiração. 
O vírus pode ser transmitido quatro a seis dias 
antes ou quatro dias depois do surgimento do 
exantema. 
 No Brasil, o sarampo é uma doença de 
notificação obrigatória. 
 O sarampo tem fases distintas: a de 
incubação, a prodrômica e a exantemática. 
Sua transmissão é possível cinco dias antes e 
quatro dias depois do surgimento do 
exantema, e mais de 90% das pessoas 
expostas desenvolverão a doença. 
o A fase de incubação dura 10-14 dias e é 
geralmente assintomática. 
o A fase prodrômica dura 2-8 dias, com a 
presença de sintomas não específicos, 
como febre, mal-estar, tosse, coriza e 
conjuntivite. 
o Em alguns pacientes, os sinais de Koplik 
aparecem 24-48 horas antes do 
surgimento do exantema. 
o O exantema maculopapular emerge na 
fase exantemática, inicialmente na face, 
espalhando-se para o tronco e 
extremidades 3-4 dias após o início da 
febre, com duração de cerca de três dias 
 Diagnósticos laboratoriais específicos de 
sarampo podem ser feitos sorologicamente, 
nos quais o ensaio de imunoadsorção 
enzimática (ELISA) é usado para detectar a 
presença de imunoglobulina da classe M (IgM) 
específica para vírus no plasma, tendo maior 
sensibilidade cerca de quatro dias após o 
surgimento do exantema. 
 A profilaxia do sarampo se dá por vacinação. 
No Brasil, a vacina oferecida pelo Sistema 
Único de Saúde é feita com vírus atenuados 
de sarampo, rubéola, caxumba e varicela 
para crianças de 15 meses a 4 anos de idade. 
Duas doses são recomendadas: a segunda, 
três meses após a primeira. Não existe um 
tratamento específico, sendo este 
basicamente sintomático e de suporte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
Rubéola 
 
 É causada por um vírus do gênero Rubivirus, o 
Rubella vírus. A rubéola é uma doença 
infectocontagiosa que acomete 
principalmente crianças entre cinco e nove 
anos.A transmissão acontece de uma pessoa 
a outra, geralmente pela emissão de gotículas 
das secreções respiratórias dos doentes. 
 Sinais e sintomas: Após um período de 
incubação, que varia de duas a três semanas, 
a doença mostra seus primeiros sinais 
característicos: febre baixa, surgimento de 
gânglios linfáticos e de manchas rosadas, que 
se espalham primeiro pelo rosto e depois pelo 
resto do corpo. 
 As crianças devem tomar duas doses da 
vacina combinada contra rubéola. Todos os 
adolescentes e adultos (homens e mulheres) 
também precisam tomar a vacina tríplice viral 
ou a vacina dupla viral (contra sarampo e 
rubéola), especialmente mulheres que não 
tiveram contato com a doença. 
 Gestantes não podem ser vacinadas. As 
mulheres em idade fértil devem evitar a 
gestação por 30 dias após a vacinação. 
 O tratamento da rubéola é sintomático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escarlatina 
 
 Esta doença é causada quase na totalidade 
dos casos, por estreptococo beta-hemolítico 
do grupo A. Inicia-se de maneira abrupta com 
sintomas como febre alta, vômitos, cefaléia e 
faringite. 
 Sinais e sintomas: Passadas 12 a 48 horas surge 
a erupção típica: o exantema - trata-se de 
uma erupção cutânea eritematosa difusa, 
micropapular, pápulas essas que não 
excedem 1,0 mm de diâmetro, áspera à 
palpação. 
o O exantema inicia-se no peito e expande-
se rapidamente para todo o tronco, 
pescoço e membros, poupando palmas 
das mãos e plantas dos pés. 
o Na face se encontram geralmente lesões 
puntiformes, a testa e as bochechas ficam 
hiperemiadas e lisas, enquanto a região 
perioral apresenta-se pálida (sinal de 
Filatow). 
o O enantema da mucosa oral é 
acompanhado de alteração da língua 
que, nos primeiros dois dias, se reveste de 
uma camada branca, e as papilas, 
avermelhadas e edemaciadas, 
sobressaem; no terceiro ou quarto dia, o 
revestimento branco descama, 
permanecendo as papilas hipertrofiadas e 
a língua avermelhada (língua em 
framboesa). 
 Tratamento: Tratamento: visa evitar as 
complicações supurativas e prevenir a febre 
reumática e glomerulonefrite difusa aguda. 
o A penicilina G benzatina: via 
intramuscular, nas doses de 1.200.000 UI 
em crianças com mais de 25kg e adultos. 
o Para crianças com peso inferior a 25kg: 
600.000 UI. 
o Em pacientes alérgicos: eritromicina na 
dose de 30 a 40mg/kg/dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eritema infeccioso 
 
 Provocado por um vírus chamado Parvovírus 
B19, motivo pelo qual ele também pode ser 
chamado de parvovirose. A forma de 
transmissão mais comum do parvovírus B19, é 
através do contato com secreções das vias 
aéreas. 
 Sinais e sintomas: O quadro começa como 
uma virose inespecífica, com sintomas 
comuns, tipo coriza, febre baixa, dor de 
garganta, espirros, dor de cabeça, tosse, mal 
estar, coceira pelo corpo e dor nas 
articulações. Esse quadro inicial, chamado de 
pródromo, dura de 2 a 3 dias e depois 
desaparece. 
o Dois a sete dias após a fase prodrômica, os 
sintomas voltam, desta vez sob a forma de 
erupção da pele, chamado de exantema 
ou rash. 
o O rash do eritema infeccioso comporta-se 
tipicamente em 3 fases. 
o O exantema inicia-se pela face, dando ao 
paciente uma aparência de “face 
esbofetada”. 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
o Esse rash é caracteristicamente bem 
avermelhado, acometendo ambas as 
bochechas e com discreto relevo. 
o Em geral, as áreas ao redor do nariz, boca 
e olhos são poupadas. 
o Em 1 a 4 dias após o exantema facial, o 
rash espalha-se pelo corpo. 
o Nesta fase, as lesões de pele adquirem 
uma aparência muito característica, que 
é chamada de rash reticular ou em forma 
de renda. 
o Após a fase aguda do exantema, que 
dura de 1 a 3 semanas, o paciente pode 
ainda passar semanas, ou até meses, 
experimentando recorrências do rash, 
principalmente após contato com água 
quente, exposição solar excessiva, dias 
muito quentes, estresse psicológico ou 
exercício físico intenso. 
o Após a cura, o paciente torna-se imune à 
doença. 
 Tratamento: Na imensa maioria dos casos, o 
eritema infeccioso é uma doença benigna e 
autolimitada, que cura-se sozinha sem a 
necessidade de nenhum tipo de tratamento. 
Se o paciente queixa-se de coceira ou dor 
articular, medicamentos sintomáticos, como 
um anti-histamínico ou analgésicos podem ser 
prescritos para aliviar os sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eczema/dermatite 
 
Eczema ou dermatite: são os termos usados para 
descrever um grupo de doenças dermatológicas 
que provocam inflamação ou irritação da pele. 
Clinicamente, os eczemas se manifestam com 
vermelhidão, coceira, descamação, rachaduras 
e pele mais áspera. Em alguns casos, podem 
também ocorrer bolhas. 
 
Eczema é um tipo de dermatose que se 
caracteriza por apresentar vários tipos de lesões. 
Pode ser agudo, subagudo ou crônico. A versão 
aguda tem lesões que começam com marcas 
avermelhadas com bolhinhas de água na 
superfície que, ao se romperem, eliminam um 
líquido claro, o que caracteriza a fase subaguda 
do eczema. Já na fase crônica, a secreção 
começa a secar, levando à formação de crostas. 
Nessa etapa, se observa também o aumento da 
espessura da pele. O paciente pode ter eczema 
agudo, agudo/subagudo, subagudo/crônico ou 
só crônico. Assim, não é necessário o mesmo 
paciente ter todas as fases de um eczema para se 
fazer o diagnóstico da dermatose. 
 
A dermatite é uma doença inflamatória da pele 
que gera vermelhidão, coceira e bolhas, e que 
não é transmitida por contato direto ou por 
objetos de uso pessoal. Ela pode surgir em 
qualquer idade e também pode atingir qualquer 
parte do corpo. 
 
Os sintomas de eczema podem variar de acordo 
com a causa e tipo de eczema, no entanto, de 
forma geral, os principais sintomas são: 
 Vermelhidão no local; 
 Coceira; 
 Surgimento de de bolhas na pele, que podem 
romper e liberar um líquido; 
 Inchaço; 
 Descamação da pele. 
 
Tipos 
 
Eczema atópico (dermatite atópica): aparece em 
áreas específicas do corpo do paciente, como 
face, dobras dos braços e pernas. É uma doença 
multifatorial, pode ter origem genética, 
imunológica/alérgica, ambiental-social e 
emocional. 
A dermatite atópica é um dos tipos mais comuns 
de dermatite. É definida como uma doença 
crônica da pele que apresenta erupções que 
coçam e apresentam crostas, cujo surgimento é 
mais comum nas dobras dos braços e da parte de 
trás dos joelhos. A dermatite atópica pode 
também vir acompanhada de asma ou rinite 
alérgica. 
 
Eczema de contato (dermatite de contato): 
A dermatite de contato é uma reação 
inflamatória que ocorre na pele devido à 
exposição a um componente que causa irritação 
ou alergia. Erupção cutânea, coceira, 
vermelhidão e descamação são sintomas 
comuns, mas não é contagiosa ou oferece risco 
de vida. 
O tipo mais de comum de eczema, responsável 
por 80% dos casos. Surge após o contato de algum 
material ou produto na pele do indivíduo. As 
causas são divididas entre por irritante primário e 
por alergia. Algumas substâncias químicas e 
biológicas causam o eczema por sua capacidade 
de provocar danos nas células da pele, como 
uma reação alérgica do organismo. É mais 
frequente nas mãos, face, pescoço e pés. 
 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
Eczema/dermatite seborreico: trata-se de uma 
doença inflamatória crônica que atinge regiões 
ricas em glândulas sebáceas, como a face e o 
couro cabeludo. Sua forma leve é popularmente 
conhecida como “caspa”. 
A dermatite seborreica é uma doença crônica, 
frequente e recorrente. Esse tipo de dermatite não 
é contagiosa. Existe uma prevalência 
populacional no lactente nos primeiros meses de 
vida e no adulto jovem, sendo que acomete 
principalmente homens. 
 
Eczema/ dermatite numular: há ocorrência de 
placas de eczema, simétricas, distribuídas em 
várias partesdo corpo. Sua causa é 
desconhecida. Muitos especialistas consideram o 
eczema numular como uma parte do quadro de 
dermatite atópica. 
A dermatite numular geralmente provoca coceira 
e inflamação caracterizada por manchas em 
forma de moeda, que apresentam bolhas 
minúsculas, crostas e escamas. A dermatite 
numular geralmente afeta pessoas de meia idade 
e idosos e surge acompanhada de pele seca, 
sobretudo no inverno. 
 
Eczema por droga ingerida (farmacodermia 
eczematosa): ocorre quando o paciente ingere 
alguma substância ou medicamento que 
provoca uma reação exagerada do organismo, 
que se manifesta como eczema na pele. 
Antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e 
outras drogas podem desencadear esse tipo da 
doença. 
 
Eczema de estase: localizado geralmente nas 
pernas, simétrico e associado a varizes de 
membros inferiores. 
 
Eczema disidrósico (disidrose): pequenas bolhas 
que surgem nas mãos e nos pés. Pode ter várias 
causas como o eczema atópico, a dermatite de 
contato e a farmacodermia eczematosa. Além 
disso, a presença de micose nos pés pode levar à 
formação de bolhas nas mãos, como uma reação 
alérgica ao fungo presente na região plantar. 
 
Dermatite herpetiforme: A dermatite herpetiforme 
é um tipo da doença causado pela intolerância 
ao glúten. As bolhas que a doença causa dão a 
sensação de queimação intensa e coceira. 
 
Dermatite ocre: É um tipo de dermatite causado 
pelo acúmulo de sangue nas pernas e tornozelos 
e é caracterizada por manchas arroxeadas ou 
amarronzadas. 
 
Dermatite perioral: É um tipo de dermatite que 
aparece ao redor da boca em forma de manchas 
redondas e vermelhas. Ela é mais comum em 
mulheres que tem idade entre 20 e 45 anos. 
 
Os sintomas podem variar entre os tipos de 
eczemas, mas, no geral, apresentam: 
 Coceira 
 Vermelhidão 
 Pele seca 
 Pequenas bolhas na camada superficial da 
pele que, rompidas, soltam um líquido claro 
 Aumento da espessura da pele após o estouro 
das bolhas 
 Descamação da pele 
 
Dermatite atopica 
 
A Dermatite Atópica (AD) é uma dermatose 
inflamatória de curso crônico, recidivante, de 
etiologia desconhecida, de início precoce, 
caracterizada por: prurido, xerose ( pele seca), 
lesões eczematosas de morfologia e distribuição 
típicas. 
 
A DA tem baixa mortalidade, mas alta morbidade, 
contribuindo para uma baixa qualidade de vida. 
 
 O prurido constante e de difícil controle leva a 
alterações do sono. 
 As infecções de repetição (pela maior 
colonização por estáfilo) contribuem para as 
faltas escolares e a DA promove alterações 
psicológicas importantes 
 
Os fatores genéticos são importantes no 
desenvolvimento da DA, mas sua fisiopatologia é 
complexa e pouco compreendida. 
A DA parece resultar de uma interação complexa 
entre disregulação imune, disfunção da barreira 
epidérmica e anormalidades farmacofisiológicas. 
O trauma mecânico causado pela coçadura 
também libera citocinas próinflamatórias das 
células epidérmicas, perpetuando a inflamação. 
 
Sinais e sintomas: 
 O prurido é o sintoma cardinal da DA. Ele 
geralmente inicia no período de lactente (ao 
redor de 3 a 5 meses) e chega a ser 
incontrolável, dificultando o sono e as 
atividades do cotidiano. 
 O curso da doença é notadamente em surtos, 
com exacerbações e remissões recorrentes, 
muitas vezes sem causa aparente. 
 A associação do prurido com lesões 
morfológicas típicas a cada faixa etária 
continua sendo o mais importante dado para 
o seu diagnóstico. 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
 A localização das lesões depende da faixa 
etária do paciente e divide-se em: 
o Lactente: as lesões ocorrem 
principalmente na face, poupando a 
região central (nariz e boca), no couro 
cabeludo, no tronco e na região 
extensora dos membros, poupando a 
região coberta pelas fraldas. As lesões 
iniciais são pápulas ou placas eritematosas 
pruriginosas, várias delas com exsudação 
e crosta hemática. 
o Pré-puberal (2-10 anos): a pele é seca e 
áspera, o prurido ocorre principalmente 
nas áreas das pregas antecubitais e 
poplíteas, levando à liquenificação 
(espessamento) e ao aparecimento de 
placas circunscritas, eritematosas, 
descamativas e exsudativas. Lesões 
periorbitárias, periorais, fissura infralobular, 
dupla prega palpebral (Dennie Morgan) e 
olheiras são comuns. O prurido é intenso. A 
exsudação pode levar à formação de 
crostas hemáticas e a infecção 
secundária por estafilococo é comum. 
o Puberal: as lesões são mais freqüentes nas 
pregas flexoras dos braços, pescoço e 
pernas. Pode haver acometimento isolado 
da face ou do dorso das mãos e dos pés. 
 
 O diagnóstico de DA depende da exclusão de 
outros diagnósticos, como escabiose, 
dermatite de contato, dermatite seborréica, 
linfoma cutâneo, ictiose, psoríase, 
imunodeficiências, entre outras doenças 
primárias. 
 Fatores desencadeantes: história familiar de 
DA; Infecção há um aumento da colonização 
da pele das pessoas com DA pelo S. aureus; 
Clima (em extremos de temperatura as 
exacerbações da DA são frequentes) Há 
pouca tolerância ao calor e o clima seco piora 
a xerose. A exposição solar tende a melhorar 
as lesões, mas há prurido nos locais de maior 
sudorese. 
 
Tratamento: Geralmente o tratamento é 
ambulatorial, embora os pacientes possam vir aos 
serviços de emergência devido às exacerbações 
e infecções secundárias bacterianas ou virais. A 
base do tratamento é promover a hidratação, 
diminuir o prurido e manejar a inflamação. 
 Deve-se indicar o uso de roupas leves, de 
algodão, retirando as etiquetas e evitando os 
tecidos sintéticos como a lã que podem irritar 
a pele. 
 As temperaturas mais amenas são 
preferenciais, pois a sudorese causa prurido e 
irritação. 
 Um umidificador nos ambientes mais secos 
deve ser utilizado. 
 As roupas devem ser lavadas com sabão 
líquido neutro, sem branqueadores. 
 Amaciantes suaves sem corantes e 
dermatologicamente testados podem ser 
utilizados, sempre avaliando caso a caso. 
 O momento do banho é importante e deve ser 
prazeroso, propiciando o contato dos pais 
com a criança, além de promover a limpeza 
da pele. O banho deve ser rápido (máximo de 
10 minutos), com água morna, sabonetes 
líquidos com ph fisiológico, ente 5 e 5,5 
(lembrando que é o manto ácido da pele que 
a protege e a maioria dos sabonetes tem pH 
alcalino), sem corantes ou perfumes e uso de 
xampú suave. Não usar esponjas ou similares. 
 Após o banho, secar a pele de forma suave, 
sem agredir e aplicar o hidratante 
imediatamente (máximo em 3 minutos). 
 Em casos graves pode-se indicar o uso dos 
“sindets”, sabonetes sintéticos sem atividade 
detergente que não retiram a oleosidade 
natural da pele e previnem o ressecamento. 
 Preconiza-se o uso de anti-histamínicos 
sedantes (hidroxizina, dexclofeniramina) nos 
lactentes e no período noturno dos escolares e 
anti-histamínicos não sedantes durante o dia. 
 A melhora da doença e da qualidade de vida 
dos pacientes deve-se primariamente à 
melhora do sono. 
 Corticóides tópicos: são o tratamento de 
escolha das crises, em associação com a 
hidratação. 
 As bases oleosas (pomadas) são as 
preferenciais na fase crônica e os cremes na 
fase aguda exsudativa. 
 A potência depende da cronicidade e da 
localização das lesões, sendo os de baixa 
potência como a hidrocortisona 1% utilizadas 
mais na face, dobras e região coberta pelas 
fraldas, os de média potência como a 
mometasona, betametasona ou 
triamcinolona utilizadas nas lesões de tronco 
de uma a duas vezes ao dia até o 
clareamento das lesões. 
 Imunomoduladores tópicos: Tacrolimus está 
indicado em crianças acima dos 2 anos e 
disponível em duas apresentações (pomada a 
0,1% para adultos e 0,03% para crianças). Está 
indicado para DA de moderada a severa. O 
Pimecrolimus em creme a 1% tambémé um 
inibidor da calcineurina e deve ser aplicado 
duas vezes ao dia, em pacientes com DA leve, 
particularmente com lesões na face. Podem 
ser utilizados logo no início das crises, após o 
hidratante, duas vezes ao dia, servindo como 
poupadores de corticóide, 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
 Antibióticos: são utilizados para o tratamento 
da infecção pelo S aureus ou recrudescências 
da doença. Eles não têm efeitos na doença 
estabilizada na ausência de infecção 
 Na DA grave, estão indicados os 
imunossupressores, visto que os corticóides 
sistêmicos promovem rápido alívio dos 
sintomas, mas sua retirada provoca efeito 
rebote importante e devem ser evitados. As 
medicações mais utilizadas são a ciclosporina, 
o methotrexate, a azatioprina e o 
micofenolato. 
 Fototerapia: UV-A, UV-B, combinação de 
ambos, PUVA ou UV –B banda estreita podem 
ser utilizados, mas estão recomendados 
apenas a partir de 12 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dermatoses infecciosas 
 
 Impetigo 
 Doença comum da infância causada por 
Staphylococcus ou Streptococcus e de alta 
transmissibilidade. 
 Impetigo bolhoso: vesículas e bolhas 
desenvolvem-se em pele normal, sem eritema 
ao redor. 
o As lesões localizam-se no tronco, face, 
mãos, áreas intertriginosas, tornozelo ou 
dorso dos pés, coxas e nádegas. 
o O conteúdo seroso ou sero-pustulento 
desseca-se, resultando em crosta 
amarelada que é característica do 
impetigo. 
o Quando não tratada tem tendência à 
disseminação. 
o A lesão inicial muitas vezes é referida 
como se fosse uma bolha de queimadura 
de cigarro 
 Impetigo não bolhoso: geralmente inicia-se 
com lesões eritematosas seguida da formação 
de vesículas e pústulas que se rompem 
rapidamente formando áreas erosadas com 
as típicas crostas de coloração amarelada. 
o Localizam-se preferencialmente na face, 
braços, pernas e nádegas. 
o É comum a presença de lesões satélites 
que ocorrem por auto-inoculação. As 
lesões do impetigo duram dias ou 
semanas. 
o Quando não tratadas podem envolver a 
derme o que constitui o ectima, com 
ulceração extensa e crosta hemorrágica. 
 Transmissão: a partir dos focos de colonização 
das bactérias nas narinas do próprio paciente 
ou de portador assintomático; 20 a 30% da 
população geral é portadora de estafilococos 
coagulase positiva. As mãos são o meio mais 
importante para transmitir a infecção. A fonte 
mais comum de propagação epidêmica são 
as lesões supurativas. 
 Período de transmissibilidade: enquanto 
houver Streptococcus, Staphylococcus e/ou 
lesão, ou Staphylococcus na nasofaringe dos 
portadores assintomáticos. 
 Complicações: glomerulonefrite, septicemias. 
 Tratamento: remoção e limpeza, duas a três 
vezes ao dia, das crostas com água e sabão, 
ou permanganato de potássio 1:40.000, ou 
água boricada a 2%. Em seguida, aplica-se 
pomada de antibióticos tipo neomicina, 
mupirocina, gentamicina. Se necessário 
introduzir eritromicina via oral na dose de 
40mg/kg/dia dividida de seis em seis horas; 
cefalexina 30 a 50mg/kg/dia dividida em 
quatro tomadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dermatite de fralda 
 Dermatite de contato por irritação primária, 
caracterizada por irritação na pele, causada 
pelo contato com a urina e as fezes retidas 
pelas fraldas. 
 As lesões variam de eritematosas exsudativas 
a eritemato-papulosas e descamativas nas 
áreas convexas da região delimitada pelas 
fraldas. 
 Freqüentemente surge infecção secundária 
por Candida ou por bactérias como Bacillos 
faecallis, Proteus, Pseudomonas, 
Staphylococcus e Streptococcus 
 O uso da fralda ocasiona aumento da 
temperatura e da umidade local, com 
conseqüente maceração da pele que se 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
torna mais susceptível à irritação ocasionada 
pelo contato da urina e das fezes com a pele 
da região coberta pelas fraldas. 
 Tratamento: cuidados higiênicos, troca 
freqüente de fraldas ou retirada das mesmas. 
Limpeza da região e aplicação de pasta de 
óxido de zinco ou pasta d’água nas trocas de 
fraldas. Nos casos mais agudos uso de cremes 
à base de hidrocortisona; e nistatina ou 
antimicóticos imidazólicos na suspeita de 
contaminação por Candida. 
 Medidas de controle: higiene adequada dos 
bebês e troca rotineira de fraldas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Molusco contagioso 
 Doença viral, freqüente na infância, 
principalmente, em crianças atópicas. 
 Consiste de pápulas, lisas, brilhantes, de cor 
rósea ou da pele normal, apresentando 
depressão central característica (pápula 
umbilicada). 
 Localizam-se de preferência nas axilas, face 
lateral do tronco, regiões genitais, perianal e 
face. 
 Vírus do gênero Poxvirus. 
 Modo de transmissão: contato direto (sexual 
ou não) com pessoas contaminadas. Auto 
inoculação. 
 Tratamento: curetagem ou expressão manual 
ou com pinça das lesões, seguida de 
pincelagem com tinturas de iodo. Verrux 1 x 
dia. Ácido Fusídico 2 x dia. 
 Medidas de controle: informar quanto à 
etiologia e à natureza benigna da doença; 
orientar para evitar traumas, coçaduras e 
tratamentos intempestivos devido 
autoinoculação; evitar contato pele a pele, 
principalmente entre crianças; e incentivar 
outros familiares e contatos extradomiciliares 
com quadro semelhante para uma consulta 
médica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pitiriase versicolor 
 Micose superficial extremamente comum, 
mais freqüente nas regiões quentes e úmidas. 
 Caracteriza-se por manchas hipocrômicas, 
eritematosas ou acastanhadas, com 
descamação fina (furfurácea) que aparecem 
mais freqüentemente no pescoço, tórax e 
raízes dos membros superiores. 
 A descamação fica mais evidente ao se 
passar a unha na lesão (sinal da unha) ou 
realizar estiramento da pele lesional (sinal de 
Zileri). 
 É causada pelo fungo Malassezia spp. 
 Modo de transmissão: parece haver 
predisposição constitucional do indivíduo. 
 Admite-se que o fungo seja comensal da 
epiderme e as lesões apareçam por esta 
prédisposição constitucional. Transmissão 
pessoa-a-pessoa não é freqüente. 
 Tratamento: há que tratar a pele e o couro 
cabeludo. Sulfeto de Selênio sob a forma de 
xampu por 30 dias, enxaguar após 5 minutos, o 
mesmo é também aplicado na pele; ou, 
associado a antimicóticos tópicos, 
cetoconazol creme 2 a 3 vezes ao dia, até o 
desaparecimento das lesões. A opção de uso 
sistêmico é o Cetoconazol, 15mg/kg/dia por 
10 dias e no adulto Cetoconazol - 200mg/dia, 
por 10 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Escabiose 
 Parasitose da pele causada por um ácaro cuja 
penetração deixa lesões em forma de 
vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos 
quais ele deposita seus ovos. 
 As áreas preferenciais da pele onde se 
visualizam essas lesões são: regiões 
interdigitais, punhos (face anterior), axilas 
(pregas anteriores), região periumbilical, sulco 
interglúteo. Podem também ocorrer no couro 
cabeludo, nas palmas e plantas. 
 O prurido é intenso e, caracteristicamente, 
maior durante a noite, por ser o período de 
reprodução e deposição de ovos. 
 Etiologia: Sarcoptes scabiei. 
 Modo de transmissão: contato direto com 
doentes, roupa de cama de doente, relações 
sexuais. O ácaro pode perfurar e penetrar na 
pele em, aproximadamente, 2,5 minutos. Os 
doentes com sarna norueguesa são altamente 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
infectantes, possuindo grande quantidade do 
ácaro nas escamas da pele. 
 Período de transmissibilidade: durante todo o 
período de doença. São necessários, 
geralmente, dois ciclos de tratamento, com 
intervalo de uma semana. 
 Diagnóstico: clínico e/ou com visualização do 
ácaro à microscopia pelo raspado ou biópsia 
de pele. 
 Tratamento: 
o Ivermectina, dose única, VO, 
obedecendo a escala de peso corporal 
(15 a 24 kg - 1/ 2 comprimido; 25 a 35 kg- 
1 comprimido; 36 a 50 kg - 1 1/2 
comprimidos; 51 a 65kg - 2 comprimidos; 
65 a 79 kg - 2 1/2 comprimidos; 80 kg ou 
mais, 3 comprimidos ou 200 mg/kg), a 
dose pode ser repetida após uma 
semana. 
o Permetrima a 5% em creme, uma 
aplicação à noite, por 6 noites, ou 
deltametrina, em loções e shampoos, uso 
diário por 7 a 10 dias. 
o Enxofre a 10% diluído em petrolatum deve 
ser usado em mulheres grávidas e crianças 
abaixo de 2 anos de idade. 
o Pode-se usar anti-histamínicos sedantes 
(dexclorfeniramina, prometazina), para 
alívio do prurido. 
o Havendo infecção secundária, utiliza-se 
antibioticoterapia sistêmica. Evitar a 
iatrogenia utilizando o escabicida 
repetidas vezes. 
 Medidas de controle: tratamento do 
doente; lavar as roupas de banho e de 
cama com água quente (pelo menos 
a 55°C); buscar casos na família ou nos 
residentes do mesmo domicílio do 
doente e tratá-los o mais breve 
possível. A escabiose, raramente, vem 
como caso isolado, por esse motivo 
tratar as pessoas que tiveram contato 
cutâneo com o doente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tinha corporis 
 Micose superficial que compromete a 
epiderme da face, tronco e membros. 
 Freqüente em crianças. 
 Caracteriza-se pelo surgimento de lesões 
pápulo-vesiculosas, de crescimento centrífugo 
e descamação central e posteriormente 
também na periferia da lesão. 
 Podem ser isoladas ou múltiplas, por vezes 
confluentes. Estas manifestações são 
acompanhadas de prurido. 
 Causada por espécies dos gêneros 
Tricophyton, Microsporum e Epidermophyton. 
 Reservatório: animais (cães e gatos) e 
humanos. 
 Modo de transmissão: contatos com animais e 
pessoa a pessoa por contato direto ou indireto 
através de objetos contaminados. 
 Diagnóstico: clínico, epidemiológico e 
laboratorial. 
 Tratamento: respondem bem a antimicóticos 
tópicos. Nos casos rebeldes ou extensos, 
tratamento oral com Griseofulvina na dose de 
10 a 20mg/kg de peso durante 30 dias. Outra 
opção é a Terbinafina na dose de 250mg/dia, 
se acima de 40kg; 125mg/dia se entre 20-40kg; 
e 62,5 mg/dia se abaixo de 20 kg, por 15 dias. 
 Medidas de controle: lavagem adequada de 
roupas pessoais, de banho e de cama com 
água quente ou passar a roupa com ferro 
quente. Limpeza de banheiros coletivos com 
fungicidas. Identificação e tratamento de 
animais domésticos infectantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tinha do couro cabeludo 
 Micose superficial que atinge o couro 
cabeludo caracterizada por lesões 
eritematosas, escamosas e alopecia 
tonsurante. Inicia-se com pequena lesão 
eritematosa, escamosa, folicular. 
 O quadro é de evolução crônica com o 
surgimento de tonsura. 
 A lesão pode ser única ou múltipla. 
 É rara no adulto, acomete principalmente as 
crianças. 
 Causada por espécies de Tricophyton ou 
Microsporum. 
 Modo de transmissão: de animais 
contaminados para o homem, de pessoa a 
pessoa, por contato direto ou indireto através 
de máquina de cortar cabelo e artigos de 
toucador. 
 Tratamento: Griseofulvina: 15mg/kg de 
peso/dia, por um período de 30 a 60 dias ou 
Julia Paris Malaco – ambulatório pediatria 
até a regressão das lesões. Terbinafina nas 
seguintes doses: em crianças abaixo de 20kg é 
de 62,5mg por dia (metade de um 
comprimido de 125mg); de 20 a 40 kg um 
comprimido de 125mg ao dia; e acima de 
40kg, 250mg por dia. Como medida 
complementar, antifúngicos locais. No Kerion 
Celsi, utilizar compressas de permaganato de 
potássio 1:40.000 e Griseofulvina oral. 
 
 Larva migrans 
 Erupção linear, serpiginosa, eritematosa, 
discretamente elevada, e muito pruriginosa 
conseqüente do deslocamento da larva na 
pele. 
 As áreas mais afetadas são pés, pernas e 
nádegas. 
 Algumas vezes observa-se quadro eritemato-
papuloso que dificulta o diagnóstico. 
 Etiologia: larvas das espécies Ancylostoma 
caninum, Ancylostoma brasiliensis e 
Strongiloides stercoralis. 
 Modo de transmissão: adquirida pelo contato 
da pele com solo contaminado por fezes de 
animais. pode ocorrer em surtos em creches, 
escolas. Freqüente em praias. 
 Diagnóstico: clínico e epidemiológico. 
 Tratamento: uma ou poucas lesões: usa-se a 
pomada de Tiabendazol a 5% três vezes ao 
dia, durante 10 dias. Muitas lesões: usar o 
tiabendazol sistêmico na dose de 25mg/kg de 
peso, duas vezes ao dia, 5 a 7 dias. Albendazol 
400mg/dia em dose única ou repetido durante 
três dias consecutivos. Ivermectina na dose 
única de 200mg/kg. 
 Medidas de controle: proibir cães e gatos em 
praias. Evitar áreas arenosas, sombreadas e 
úmidas. Nas escolas e creches, as areias para 
diversão devem ser protegidas contra os 
dejetos de cães e gatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Doença de lyme 
 Zoonose causada por espiroqueta transmitida 
por carrapato, caracterizada por lesão 
cutânea iniciada por uma pequena mácula 
ou pápula vermelha que aumenta 
lentamente, tomando uma forma anular. 
 Em geral é única podendo ser múltipla e é 
denominada de eritema crônico migratório. 
 Quando atinge 5 cm, é importante para a 
suspeita diagnóstica e alerta à vigilância 
epidemiológica. 
 Manifestações gerais, como mal-estar, febre, 
cefaléia, rigidez de nuca, mialgias, artralgias 
migratórias e linfadenopatias, podem durar 
várias semanas ou mais, quando não é 
instituído tratamento. 
 Semanas ou meses após o início do eritema 
crônico migratório, podem surgir 
manifestações neurológicas precoces, como: 
meningite asséptica, neurites de pares 
craneanos, paralisia facial, coréia, ataxia 
cerebelosa, radiculoneurite, motora ou 
sensitiva, mielite e encefalite. 
 Etiologia: Borrelia burgdorferi. 
 Modo de transmissão: adesão dos carrapatos 
à pele e sucção de sangue por 24 horas ou 
mais. 
 Período de incubação: o aparecimento do 
eritema crônico migratório varia de 3 a 32 dias 
após a exposição aos carrapatos. 
 Se não houver a lesão cutânea na fase inicial, 
ainda assim a doença sistêmica pode se 
manifestar anos mais tarde. 
 Diagnóstico: clínico, epidemiológico e 
laboratorial. 
 Tratamento: Em crianças, 50mg/kg/dia, VO, 
de amoxicilina fracionada em 4 vezes ao dia. 
Em indivíduos alérgicos, usar eritromicina ou 
cefuroxima.

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