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Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 1 ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Obstrução intestinal aguda de gravidade variável e caráter evolutivo A obstrução pode ser mecânica ou funcional e dever ser caracterizada de acordo com sua topografia em alta ou baixa e pela obstrução do lúmen em parcial ou total. OBSTRUÇÃO MECÂNICA SIMPLES o Estenose; o Doenças inflamatórias intestinais; o Neoplasias; o Corpos estranhos; o Áscaris; o Fecaloma; o Ílio Biliar; o Compressão Extrínseca; o ADERÊNCIAS; o HÉRNIAS; OBSTRUÇÃO MECÂNICA COM ESTRANGULAMENTO o Comprometimento vascular para a alça intestinal, com isquemia, necrose e susceptível perfuração. o Destaca-se o VOLVO e a INTUSSUSCEPÇÃO. Pode ocorrer também por acentuado edema e distensão de alça, como na obstrução em alça fechada. OBSTRUÇÃO FUNCIONAL o Não há obstrução mecânica, mas perda da motilidade intestinal. o Pode ocorrer por distúrbios hidroeletrolíticos, como hipocalemia, na SÍNDROME DE OGILVIE, onde há distensão colônica sem obstrução mecânica, por disautonomia nervosa, entre outros. ROTINA RADIOLÓGICA DO ABDOME AGUDO 1. Radiografia simples AP do abdome – ortostase 2. Radiografia simples AP do abdome – decúbito dorsal 3. Radiografia simples PA de tórax – ortostase Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 2 A identificação do local de obstrução é feita pela procura do ponto de transição, onde há mudança abrupta no calibre das alças (seta). Em alguns processos obstrutivos como bridas, hérnias, obstrução em alça fechada, ou carcinomatose peritoneal, pode existir mais de um ponto de transição. São través fibrosas que se desenvolvem entre as alças intestinais ou entre a parede abdominal e região de cicatriz cirúrgica prévia, inflamação peritoneal ou endometriose; A e B, Obstrução intestinal por bridas em pós-operatório tardio. Note a distensão de alças intestinais delgadas com níveis líquidos. No flanco esquerdo, local de maior efeito obstrutivo caracterizado pelo sinal de fecalização do conteúdo delgado, há alças intestinais anguladas, com paredes envolvidas por processo retrátil (setas). Achados exuberantes como estes são infrequentes nas bridas, sendo habitualmente vistos apenas os sinais de processo obstrutivo e o ponto de transição. OBS: FECALIZAÇÃO DA ALÇA INTESTINAL DELGADA Fala a favor de um processo mais crônico como bridas e tumores por apresentar uma obstrução parcial. O líquido não consegue escoar, é absorvido e acaba formando fezes no intestino delgado Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 3 Obstrução intestinal por bridas. Histórico de Gastrectomia Parcial, há 08 anos OBS: No raio-x, não é possível identificar as bridas (aderências), mas ver apenas o diagnóstico sindrômico (obstrução intestinal). Podemos realizar uma TC para ver mais detalhes, entretanto, em caso de emergência, o paciente é operado sem este exame. OBS: pode ser solicitada a INCIDÊNCIA DE CÚPULA (mostra apenas a base do pulmão e parte inferior do tórax) na rotina radiológica de abdome agudo, porém, a PA de tórax pode avaliar mais estruturas e acaba sendo uma opção mais completa. Deslocamentos de porções de vísceras intestinais para fora da cavidade peritoneal, em locais de menor resistência da parede abdominal; Fatores predisponentes: anomalias congênitas, enfraquecimento da musculatura abdominal e hereditariedade; Diagnóstico: Clínico Tomografia Computadorizada (casos suspeitos, complicações ou diferenciar hérnia de lesão expansiva) OBS: hérnias inguinais e internas também podem ser avaliadas pela US. Hérnias complicadas (estranguladas) são melhor avaliadas pela TC. Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 4 A e B, Hérnia interna no período pós-operatório de derivação biliodigestiva. Distensão de alças intestinais delgadas, com desproporção de calibre em segmento de alça posterior aos vasos mesentéricos (seta). TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA A TC é útil na demonstração do tamanho do saco herniário e do defeito fascial subjacente, bem como do conteúdo da hérnia e quaisquer complicações associadas, como obstrução, isquemia ou infarto intestinal; Hérnia interna à TC. Agrupamento de alças intestinais delgadas no flanco esquerdo, com ausência de gordura interposta com a parede abdominal (setas). Estreitamento luminal na área do cólon herniário (cabeça de seta). A e B, Estudo tomográfico em paciente com antecedente de cirurgia gástrica, apresentando dor e distensão abdominal. Há sinais de obstrução intestinal caracterizada pela desproporção de calibre dos segmentos intestinais delgados, com níveis líquidos e fecalização do conteúdo intestinal delgado (seta) próximo ao ponto de transição. Há pequena ascite entre as alças distendidas. O achado cirúrgico foi de hérnia interna transmesentérica. Hérnia interna à TC. lngurgitamento vascular, com alteração do trajeto dos vasos mesentéricos, que se dirigem ao cólon herniário. Alças de Intestino Delgado distendidas. Seguimento herniado através do músculo reto abdominal. Alça herniada com parede espessada, sinal de sofrimento intestinal. Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 5 Hérnia incisional em local de laparoscopia. A herniação de uma alça de intestino delgado (pontas de seta) através de um defeito fascial (seta) exatamente lateral ao músculo reto abdominal resultou em obstrução do intestino delgado. Hérnia do obturador causando a obstrução do intestino delgado. Neste paciente, o saco herniário, que contém uma alça de intestino delgado (seta), passa entre os músculos obturadores internos (seta aberta) e externo (ponta de seta). TC coronal - hérnia femoral direita encarcerada, localizada abaixo do ligamento inguinal. Obs: o saco herniário se localiza lateral ao tubérculo púbico, diferente da inguinal que é medial TC E RM Mais utilizados em adultos; Podem identificar um fator etiológico específico como pólipos ou tumores; Achados: Alça dentro de alça, com ou sem vasos e gordura mesentérica aprisionados Podem ocorrer sinais de obstrução proximal Sinal do alvo: corte transversal; Sinal do pseudorrim: corte longitudinal. Em alguns casos, é possível identificar a cabeça invaginante, com lipomas, lesões polipoides ou espessamentos parietais. USG Sinal dos anéis concêntricos (sinal do alvo) 1º exame a ser realizado TRÂNSITO INTESTINAL E ENEMA OPACO Sinal da mola em espiral Pode ser diagnóstico ou tratamento; Ultrassonografia do abdome demonstra o aspecto de "alça dentro de alça" característico da intussuscepção intestinal nos planos longitudinal (A) e transversal (B). Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 6 A e B, Cortes tomográficos demonstram aspecto de "alça dentro de alça" característico da intussuscepção. Note a gordura mesentérica ocupando a luz do cólon direito na invaginação ileocolônica (setas). A etiologia da cabeça invaginante não foi caracterizada neste caso. Há efeito obstrutivo evidenciado pela distensão de alças delgadas com níveis líquidos. A e B, lntussuscepção intestinal. Neste caso é possível identificar a natureza da cabeça invaginante, que corresponde a lipoma (seta). USG obtida em plano axial, maior eixo da intussuscepção, evidenciando Sinal do Alvo A: EnemaBaritado revela sinal da “mola em espiral” (seta) caracterizado por filetes de contraste margeando a mucosa edemaciada do intussucepto B: Mesmo paciente com RX em perfil. Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 7 Bolha cecal Perda das haustrações Sinal do grão de café ou bico de pássaro Sinal do rocambole (enovelamento ou rotação dos vasos mesentéricos) Volvo de Sigmoide: A radiografia simples mostra segmento de sigmoide distendido no quadrante inferior, em formato de “U” invertido. Reparar resíduos fecais volumosos no cólon direito. Volvo do sigmoide (Sinal do grão de café) Volvo de ceco. Topograma de estudo tomográfico mostra ausência de imagens gasosas na projeção habitual do cólon direito, com acentuada distensão do ceco invertido, ocupando o quadrante superior esquerdo do abdome (setas). Sinal do grão de café (volvo de sigmoide) em topograma de um estudo tomográfico. A radiografia pode sugerir o diagnóstico principal de volvo em até 46% dos casos, com a imagem clássica de distensão gasosa intestinal em forma de grão de café. Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 8 Volvo de ceco à TC. Nos cortes axiais (A e B), o ceco está medianizado junto à parede abdominal anterior (cabeças de seta), com rotação (twist) do cólon ascendente (C e O) e suas estruturas vasculares de irrigação (setas), determinando redução focal de calibre e sinais obstrutivos, caracterizados pela acentuada distensão e nível líquido. É possível observar áreas de torção do segmento intestinal, com acentuado estreitamento luminal delimitado por contraste positivo, associado à rotação dos vasos mesentéricos (SINAL DO ROCAMBOLE) A e B, Paciente com 85 anos com dor e distensão abdominal. A imagem demonstra o volvo do sigmoide, com grande distensão do segmento de obstrução em alça fechada (cabeças de seta), conteúdo fecaloide e distribuição radial dos vasos mesentéricos, que convergem para a área de torção (seta em B). Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 9 LITÍASE RENAL A litíase urinária é uma patologia universal A maioria dos cálculos é composta por cálcio (70 a 80%) o RADIOGRAFIA ABDOMINAL Número e tamanho dos cálculos Localização (rins, ao longo do trajeto ureteral, bexiga) Fecal em alças intestinais, flebólitos etc o UROGRAFIA EXCRETORA Localização e o tamanho do cálculo Hidronefrose Estimar a função renal o USG: Não é boa para detecção de cálculos urinários (principalmente ureterais) Só consegue detectar cálculos > 5mm Capaz de detectar Hidronefrose US com Doppler colorido em pacientes com litíase renal: a detecção dos twinking artifects o TC TC sem contraste padrão-ouro na avaliação dos pacientes com suspeita de cálculos urinários Principais Vantagens Consegue ver cálculos < 5mm e a dilatação Radiografia simples do abdome (A) identifica um cálculo no trajeto ureteral à direita no nível de L3 (seta). TC sem contraste do mesmo paciente no plano coronal (B) evidencia dois cálculos agrupados no terço médio do ureter direito (seta), o distal com 0,6 cm e o proximal com 0,3 cm (não identificado na radiografia pelas pequenas dimensões). Nota-se ainda moderada dilatação ureteropielocalicinal a montante e densificação dos planos gordurosos perirrenais e periureterais à direita (pontas de setas). OBS: não podemos afirmar que não há litíase biliar diante de uma radiografia sem estes achados. O raio-x só possui sensibilidade para cálculos maiores que 5mm e, além disso, a composição do cálculo pode interferir, visto que alguns estão pouco calcificados. OBS: a TC deve ser sem contraste já que o cálculo fica hiperdenso e o contraste também. A. Cálculos não obstrutivos nos grupamentos calicinais inferiores do rim esquerdo (setas). B. Cálculos em todos os grupamentos calicinais à direita (setas), o maior deles com sombra acústica posterior (ponta de seta). US com Doppler evidencia cálculo impactado no ureter distal esquerdo (seta), com forte sombra acústica posterior (ponta de seta em A) e artefato de twinkling (B). Observe o espessamento parietal do ureter distal esquerdo em A (seta preta). Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P5 10 PROTOCOLO DE LITÍASE Aquisição de todo o trato urinário, desde o polo superior dos rins até a bexiga no plano axial e coronal Principal desvantagem: alta dose de radiação Imagens de TC sem contraste nos planos axial (A) e coronal (B) evidenciam microcálculo no polo superior do rim direito (setas) mais bem caracterizado no plano coronal (B). Nota-se outro microcálculo no polo superior do rim esquerdo (B). Imagem coronal de TC com contraste endovenoso de um paciente com cólica renal à esquerda e febre. Cálculo obstrutivo na junção ureteropiélica à esquerda (seta) e outro calicinal inferior neste rim (seta preta), destacando-se uma área hipovascularizada no polo renal inferior (ponta de seta) e nefrograma estriado, compatível com pielonefrite. Imagens axiais de RM ponderadas em T2, sem (A) e com (B) saturação de gordura, evidenciam um cálculo ocupando toda a pelve e o cálice médio esquerdo, com acentuado hipossinal. C, Imagem GRE ponderada em T1 pós-contraste na fase excretora mostra a falha de enchimento com baixo sinal, que corresponde ao cálculo.
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