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Ética, Cidadania e 
Sustentabilidade
(aulas de 05 a 06)
Andrea Marin
Período 2022 - 1
Webconferência Número 4 – Dia 03/03/2022
Unidade 5
Formação da cultura brasileira: uma visão histórico-crítica
1 - segunda metade do século XIX - tentativa de compreender a identidade, a constituição étnica e social 
nacional através da literatura.
José de Alencar, relaciona os indígenas ao estado de natureza, vendo nos índios virtudes como bravura, 
coragem, pureza e bondade naturais. O índio tornou-se o símbolo do homem brasileiro.
2 - Na passagem do século XIX para o XX, Silvio Romero reúne uma série de análises desde o período da 
colonização brasileira, passando pelo folclore, histórias populares, sendo que a maioria compreende narrativas 
de origem indígenas e africanas. De acordo com o autor o Brasil é composto basicamente por influência de três 
raças: negros, europeus brancos e indígenas.
Nesse período observa-se o seguinte comportamento, deverá haver o predomínio branco no processo de 
miscigenação. Esse conceito afirmava-se no darwinismo social que concebia que os europeus e brancos eram 
biologicamente superiores, devido também às condições climáticas de seu continente, e os outros povos eram 
considerados primitivos, selvagens ou bárbaros, todos intelectualmente inferiores.
Essas visões preconceituosas eram comuns no mundo e no Brasil dos séculos XIX e XX.
• 4 - A obra Os sertões (1902), de Euclides da Cunha (1866-1909), representa no Brasil a primeira oposição às visões 
positivistas e evolucionistas.
• Vale ressaltar que Euclides da Cunha descreve primeiro como as condições geográficas e climáticas determinam o grau de inferioridade do 
sertanejo, relegado à seca. No entanto, o autor presenciou, como jornalista, o genocídio de sertanejos em Canudos cometido pelo Exército 
brasileiro
• 5 – A Semana de Arte Moderna de 1922 buscou a construção da identidade nacional. Os artistas e as suas obras procuravam representar o 
Brasil a partir da combinação entre o moderno e o rural, o branco, o índio e o negro, valorizando o sincretismo que constitui a cultura nacional e 
que lhe dá um caráter único.
• 6 - Gilberto Freyre (1900-1987) foi o autor da primeira tentativa genuinamente sociológica de interpretação da formação social brasileira, 
porque ele abandona definitivamente as visões evolucionistas e positivistas, ou seja, não busca analisar a constituição da sociedade a partir de 
critérios naturalistas. Freyre negava a noção de que um povo seria biologicamente superior ao outro, devendo cada sociedade ser estudada a 
partir de suas especificidades culturais e da sua relação com o ambiente à sua volta.
• Darcy Ribeiro (1922-1997) escreveu a última das grandes interpretações da formação social com o livro O povo brasileiro, publicado em 1995.
• Ribeiro (2013) enfatiza os intercâmbios culturais desde a colonização – primeiro entre indígenas e portugueses, depois entre negros 
escravizados e portugueses, sem negligenciar que consistiram em um processo marcado pela violência e pelo genocídio dos escravizados.
• Procura analisar a contribuição das três culturas (indígena, negra e europeia) em diversos âmbitos da vida social, como a alimentação, a 
linguagem, as vestimentas e a organização política e social. Por se tratar de uma obra escrita no final do século XX, apresenta um teor um 
tanto esperançoso ou otimista, mostrando que, apesar das contradições sociais e do histórico de arbitrariedades contra escravos e demais 
trabalhadores, o Brasil, em termos de convívio entre as culturas, poderia servir de exemplo ao mundo.
• Ribeiro considera a necessidade de superação do racismo e a urgência de transformações sociais, julgando haver, por meio do intercâmbio 
cultural entre diferentes povos no Brasil, uma nova civilização em fase de germinação, que nomeia como Nova Roma – o império romano foi 
longevo justamente porque soube incorporar outros povos, produzindo sincretismos e servindo como base de formação cultural para outras 
sociedades até hoje.
O processo de escravização de indígenas e africanos e seus reflexos na formação da cultura
• 1 - A colonização portuguesa no Brasil efetivamente estabeleceu-se a partir de 1534 utilizando mão de obra indígena;
• 2- A partir de 1549 os jesuítas promoviam a aculturação e a conversão ao cristianismo dos indígenas;
• 3 – 1755 foi proibida a escravização dos indígenas no Brasil sendo substituída logo depois pela mão de obra escrava dos negros oriundos da 
África;
• 4 - A transição do uso dos trabalhos forçados dos indígenas para o emprego de mão de obra escrava negra ocorreu entre os séculos XVII e 
XVIII;
• 5 – O período de Escravidão no Brasil, foi um dos mais tristes na nossa história. Populações e etnias africanas eram desmembradas, 
misturadas a outras com tradições e idiomas diferentes, com o objetivo de evitar a comunicação, afinidades culturais ou mesmo qualquer 
possibilidade de rebelião contra os colonos.
• 6 – Os escravos que fugiam formavam Quilombos. Os quilombos apresentavam elevado grau de organização política e econômica, buscavam 
reproduzir o sistema comunitário no qual viviam muitas etnias ainda no continente africano. Eram comunidades que se estabeleciam em locais 
distantes dos colonizadores, com produção agrícola e pecuária autossuficiente. Muitos quilombos praticavam mineração e comércio com 
cidades coloniais. O dinheiro arrecadado era utilizado para promover novas fugas ou comprar a alforria de outros escravos.
• 7 - O processo de abolição da escravatura da população negra foi lento, gradual e de cima para baixo, ou seja, organizado pelas elites 
latifundiárias brasileiras.
• Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibia o tráfico internacional negreiro.
• 1871, foi sancionada a Lei do Ventre Livre, estabelecendo a liberdade a todos os filhos de escravos nascidos a partir daquele ano
• 1855, promulgou-se a Lei dos Sexagenários, responsável por libertar todos os escravos que haviam alcançado os 60 anos
• 13 de maio 1888, foi publicada a Lei Áurea, decretada pela regente Princesa Isabel
Em virtude dessa marginalização, perpetuada no século XX pela tradição do Estado patrimonialista, a população negra do Brasil foi relegada às 
favelas e ao desemprego (quando muito, ao subemprego, com salários irrisórios), com baixos índices de instrução e expectativa de vida e níveis 
elevados de mortalidade infantil. O preconceito racial é uma das consequências do período escravocrata.
• O Brasil é provavelmente o país com maior miscigenação no 
mundo....
• Veja mais em https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-
noticias/deutschewelle/2020/01/01/o-brasil-e-provavelmente-o-pais-
com-maior-miscigenacao-do-mundo.htm?cmpid=copiaecola
O Brasil é provavelmente o país com maior miscigenação no mundo.... - Veja mais em https:/www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/deutschewelle/2020/01/01/o-brasil-e-provavelmente-o-pais-com-maior-miscigenacao-do-mundo.htm?cmpid=copiaecola
Aspectos políticos e sociais da cultura afro-brasileira
• Diferentes pensadores se deram conta das especificidades do racismo à brasileira.
• 1- na década de 1950, Guerreiro Ramos, relaciona o preconceito racial às classes sociais. Cria-se no senso comum uma visão racista que se 
baseia nas condições econômicas, de modo que a pobreza passa a estar relacionada aos negros. A reflexão de Ramos (1950) gira em torno 
do fato de que a condição de classe ou o pertencimento a postos relevantes da sociedade estabelecem padrões racistas na sociedade 
brasileira.
• 2 - No século XXI, no Brasil, ganhou destaque também o debate em torno do conceito de colorismo. Trata-se de uma ideologia de 
branqueamento que, a partir da miscigenação e do fenótipo, categoriza e hierarquiza os indivíduos de acordo com o tom de pele, tendendo à 
condição europeizante quanto mais clara for a cor ou à africanidade quanto mais distante da construção social do que é ser branco.
• Isso ocorre porque as formas tradicionais de convivência e religiosidade, a alimentação, as crenças, as manifestações artísticas,os 
conhecimentos milenares e os padrões de beleza da população negra foram historicamente foram reprimidos, eliminados e, mais re-
centemente, acabaram por ser desvalorizados pelos padrões estéticos veiculados nos meios de comunicação. Quando muito, elementos cultu-
rais de origem africana foram diluídos sob uma sociedade e instituições dominadas por brancos.
• Embora oprimida e marginalizada, a população negra no Brasil soube sobreviver e resistir ao esquecimento e à negligência da organização 
social dos brancos nos últimos séculos.
Sugestão de Filme
Unidade 6
Fundamentos das questões de gênero
• Durante o século XX, a filosofia, a antropologia e a sociologia estabeleceram distinções entre natureza e cultura. Enquanto a cultura é 
constituída por símbolos e teias de significados que são construções resultantes das relações sociais, a natureza está relacionada a aspectos 
biológicos e intrínsecos à constituição genética.
• Claude Lévi- Strauss escreveu o ensaio “Raça e história” em 1952, em que demonstra a autonomia da cultura sobre a natureza. Deve-se 
considerar a cultura e todos os seus comportamentos não como reflexo da natureza, mas como criações originadas a partir das relações 
sociais. Por isso, o indivíduo é considerado produto e ao mesmo tempo produtor de sua cultura.
• Com base nesse pensamento, Lévi-Strauss condena a concepção de raças humanas e afirma a existência de apenas uma espécie humana,
demonstrando que, do ponto de vista biológico, não existem humanos ou culturas superiores ou inferiores devido a suas disposições genéti-
cas, posto que esses adjetivos são construções culturais. A natureza e a genética constituem todos os seres humanos, dotados das mesmas 
faculdades cognitivas e sensoriais.
• No final da década de 1990 e início do século XXI, biólogos geneticistas vieram a comprovar a tese antropológica por meio da análise do 
genoma humano. Ao codificar os genes e compará-los entre negros, brancos, asiáticos e outras etnias, constataram que as diferenças ge-
néticas são mínimas (ainda assim, por vezes maiores entre brancos do que comparando um branco e um negro) e insuficientes para afirmar a 
existência de raças (no plural) diferentes. Nesse sentido, o conceito de raças humanas não pertence ao campo natural ou biológico.
• “Raças” são construções culturais ou símbolos sociais, não há fundamento biológico nelas, sendo hoje utilizadas num sentido simbólico, como 
expressão das lutas políticas dos movimentos negros, por exemplo.
• Assim como os gêneros homem e mulher são construções sociais, as ciências humanas no século XX compreenderam que outros gêneros 
que constituem a sigla hoje conhecida como LGBTQIA+ são igualmente resultados da cultura, e não da natureza.
Questões de gênero no cenário internacional
• O feminismo não deve ser considerado a antítese do machismo, mas a superação deste último.
• É um movimento social que busca a igualdade entre gêneros e a eliminação das disparidades em termos de direitos políticos, econômicos e 
sociais, além de lutar pelo respeito às mulheres e se opor às subjugações e violências historicamente impostas pelo machismo. Portanto, trata-
se da conquista de direitos e de igualdade de condições entre homens e mulheres.
• Céli Regina Pinto, em seu artigo “Feminismo, história e poder” (PINTO, 2010), destaca três “ondas” ou fases do feminismo na cultura ocidental.
• A primeira onda feminista consolidou-se no final do século XIX até a quarta década do século XX. Esse período caracterizou-se pela expansão 
da industrialização, da urbanização e dos movimentos sindicalistas, que lutavam pela expansão da participação política. A principal pauta fe-
minista dessa fase girou em torno do caráter sufragista (ou do sufrágio universal), isto é, do direito de votar, eleger representantes mulheres e 
ter participação na vida política da sociedade.
• A segunda onda feminista é iniciada na década de 1950, porém foi nas décadas de 1960 e 1970 que ganhou mais força. Nessa fase, as pautas 
políticas eram dadas pelas lutas relacionadas ao direito ao corpo e ao prazer e contra o patriarcado, ou seja, fazia-se oposição à condição de 
submissão das mulheres em relação aos homens nas esferas pública e privada.
• A terceira onda procurou demonstrar que nem todas as mulheres passam exatamente pelas mesmas opressões, pois estas variam conforme 
as condições de raça, religião, região, gênero e classe social, constituindo o que se designa como interseccionalidade. Esse conceito emerge a 
fim de que mulheres possam analisar e criar distintas estratégias de luta contra formas variadas de opressão do patriarcado.
Dica de Série
Questões de gênero no Brasil
• No Brasil, a primeira onda do feminismo se fez presente principalmente entre as décadas de 1930 e 1940, com as reivindicações para 
obtenção do sufrágio universal. Além disso, a educação para mulheres não era ampla ou pública no período, sendo restrita aos conventos, às 
poucas escolas privadas ou ao ensino particular residencial. Ainda assim, a ênfase dessa educação escassa era nas atividades domésticas, a 
fim de que as mulheres fossem ensinadas a ser obedientes e úteis aos seus maridos.
• A segunda onda do feminismo no Brasil, a partir da década de 1960, trouxe questões em torno do direito reprodutivo e da sexualidade da 
mulher. Havia o debate sobre as vestimentas femininas, num período em que até mulheres grávidas eram constrangidas caso expusessem 
suas barrigas em público. Contemporâneo à ditadura militar (1968- 1985), o movimento feminista do período opôs-se à opressão, censura e 
pobreza e contribuiu para a luta em nome do retorno da democracia e da anistia de presos políticos.
• A terceira onda no Brasil foi introduzida a partir da década de 1980 e trouxe à tona problemas que relacionavam gênero feminino e raça 
(conceito utilizado no sentido cultural e político, não biológico, conforme vimos), evidenciando as condições às quais as mulheres negras estão 
submetidas no país.
• Especula-se que a quarta onda do feminismo no país ocorreu com a popularização das redes sociais virtuais a partir da década de 2010. Os 
novos mecanismos digitais de comunicação permitiram denúncias e o combate contra assédios e violências (estupros, feminicídio e discrimi-
nações). Essas redes permitiram a expansão de debates em torno da liberdade sexual e o questionamento de padrões corporais impostos pe-
los meios de comunicação.
• No que diz respeito ao movimento LGBTQIA+ no Brasil, a primeira conquista relevante ocorreu na década de 1980, quando o denominado 
Grupo Gay da Bahia condenou o termo “homossexualismo” (utilizado para relacionar a condição gay a uma doença), promovendo campanha 
nacional contra o uso da expressão, inclusive empregada e compreendida como transtorno mental no Código de Saúde do Instituto Nacional 
de Assistência Médica da Previdência Social. O objetivo foi promover a despatologização da condição homossexual. Em 1985, o Conselho 
Federal de Medicina atendeu à reivindicação do movimento.
• Em 1997, a primeira Parada LGBT na cidade de São Paulo foi um marco que deu visibilidade à luta pela cidadania desses grupos.
• No ano de 2018, foi concedido aos indivíduos transgêneros o direito de modificação do nome social junto aos registros civis.

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