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Constitucional III 09 Direito de nacionalidade (1)

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Direito de nacionalidade
Prof. Me. Edson Barbosa de Miranda Netto
Direito de nacionalidade
Conceito: 
Nacionalidade é o vínculo jurídico e político de uma pessoa com um Estado. Tal vinculação jurídica se dá por força do texto da Constituição que assegura direitos aos que tiverem reconhecido essa vinculação.
Direito de nacionalidade
Natureza jurídica:
Direito fundamental (art. 12 da CF). Também nos seguintes documentos:
Pacto de São José da Costa Rica: art. 20;
Pacto de direitos civis e políticos: art. 24, item 3;
Declaração Universal dos Direitos Humanos: art. 20, itens 1 e 3.
Direito de nacionalidade
Nacionalidade ≠ Cidadania (direitos políticos).
Nacionalidade: competência legislativa privativa da União.
CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização”.
Lei Federal nº 13.445/2017: Lei de Migração.
Direito de nacionalidade
Espécies de nacionalidade:
Originária ou primária:
Adquirida pelo nascimento: brasileiro nato.
Critérios de aquisição: jus solis e jus sanguinis.
CF: art. 12, I.
Direito de nacionalidade
Espécies de nacionalidade:
Adquirida ou secundária:
Adquirida por um ato posterior de vontade: brasileiro naturalizado.
CF: art. 12, II.
Nacionalidade primária
Hipóteses de aquisição de nacionalidade originária ou primária (art. 12, I, da CF):
a. Nascido em território brasileiro, salvo se de pais estrangeiros a serviço do seu país.
b. Nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, a serviço do Brasil.
Nacionalidade primária
Hipóteses de aquisição de nacionalidade originária ou primária (art. 12, I, da CF):
c. Nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que seja registrado em repartição brasileira competente.
d. Nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Nacionalidade secundária
Nacionalidade adquirida ou secundária:
Obtida mediante processo de naturalização: aquisição voluntária da nacionalidade (ato de vontade).
Regulamentação: Lei Federal nº 13.445/2017 (Lei de Migração).
Efeitos da naturalização: “Art. 73. A naturalização produz efeitos após a publicação no Diário Oficial do ato de naturalização.”
Nacionalidade secundária
Nacionalidade adquirida ou secundária:
CF, Art. 12: “São brasileiros: [...] II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.”
Nacionalidade secundária
Espécies de naturalização (art. 64 da Lei de Migração):
I - ordinária;
II - extraordinária;
III - especial;
IV - provisória.
Nacionalidade secundária
Não confundir com “a igualdade de direitos para cidadão português”.
Equiparação prevista na CF:
Art. 12: “§1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.”
Diferenças entre brasileiro nato e naturalizado
Somente a CF pode estabelecer tais diferenças.
Cargos privativos de brasileiros natos (Art. 12, §3º, da CF):
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
Diferenças entre brasileiro nato e naturalizado
Funções privativas de brasileiros natos
Art. 89 da CF: “O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: 
[...] VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.”
Diferenças entre brasileiro nato e naturalizado
Extradição passiva:
Art. 5º, LI, da CF: 
“nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”.
Diferenças entre brasileiro nato e naturalizado
Extradição passiva:
O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado do Brasil para outro país.
O naturalizado pode ser extraditado em duas situações: crime anterior à naturalização ou comprovado envolvimento em tráfico de drogas.
Diferenças entre brasileiro nato e naturalizado
Propriedade de empresas jornalísticas:
Art. 222 da CF: “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País”.
Perda da Nacionalidade
Art. 12, §4º, da CF: “Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis”.
Perda da Nacionalidade
Ação de cancelamento da naturalização: 
Art. 12, §4º, I, da CF.
Pode ser proposta apenas em face de brasileiros naturalizados. 
Competência da Justiça Federal (art. 109, X).
Deve haver a comprovação da prática de alguma atividade nociva ao interesse nacional.
Apesar da previsão desta ação de cancelamento da naturalização, há possibilidade de readquiri-la.
Perda da Nacionalidade
Ação de cancelamento da naturalização: 
Lei de Migração: sobre a ação de cancelamento da naturalização:
“Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de condenação transitada em julgado por atividade nociva ao interesse nacional, nos termos do inciso I do §4º do art. 12 da Constituição Federal.
Parágrafo único. O risco de geração de situação de apatridia será levado em consideração antes da efetivação da perda da nacionalidade.”
Perda da Nacionalidade
Aquisição voluntária de outra nacionalidade: 
Art. 12, §4º, II, da CF.
Aplica-se a brasileiros natos e naturalizados: se o brasileiro adquirir outra nacionalidade, estará “renunciando” à nacionalidade brasileira.
Há duas exceções: Hipóteses em se permite a chamada “Dupla Nacionalidade” (§4º, II, “a” e “b”):
Quando a lei estrangeira reconhecer a nacionalidade originária do brasileiro;
Quando a lei estrangeira impuser a naturalização ao brasileiro residente como condição para permanecer no território ou para exercer direitos civis.
Perda da Nacionalidade
Aquisição voluntária de outra nacionalidade: 
Lei de Migração: sobre a aquisição voluntária de outra nacionalidade: 
“Art. 76. O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do §4º do art. 12 da Constituição Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder Executivo.”
Ou seja, nessa hipótese, a perda da nacionalidade é reversível caso cesse a causa original. Busca-se evitar o fenômeno da apatridia.
Perda da Nacionalidade
Caso emblemático (2018): “Brasileira que perdeu nacionalidade é extraditada e já está presa nos EUA”.
“Em 2005, Cláudia Cristina Sobral conheceu, pela Internet, o norte-americano Karl Hoerig. Pouco tempo depois, casaram-se em Las Vegas. A união foi marcada por violência. [...] Umdia, em março de 2007, Hoerig foi encontrado morto em casa. Na sequência, Cláudia voltou para o Brasil. A suspeita do homicídio qualificado recaiu sobre ela. Nos Estados Unidos, uma campanha por sua extradição foi iniciada.”
Perda da Nacionalidade
Caso emblemático (2018): “Brasileira que perdeu nacionalidade é extraditada e já está presa nos EUA”.
“Já no Brasil e suspeita da morte de um homem que é considerado herói de guerra, ela perdeu a nacionalidade brasileira em 2013, por força de portaria assinada pelo então ministro José Eduardo Cardozo. O Ministério da Justiça afirma que a decisão foi baseada no Artigo 12, parágrafo 4º, da Constituição Federal, e que essa medida é regra no caso de aquisição de outra nacionalidade.”
Perda da Nacionalidade
Caso emblemático (2018): 
“A defesa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão do ministro da Justiça. Lá, obteve uma liminar favorável. O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), onde foi julgado pela 1a Turma da Corte. Nela, por 3 votos a 2, os ministros entenderam que Cláudia renunciou à nacionalidade brasileira ao adotar a cidadania norte-americana em 1999.”
Perda da Nacionalidade
Caso emblemático (2018): 
“Na decisão, que cassou a liminar do STJ, foi ressaltado que o deferimento do pedido de extradição deveria ser condicionado ao compromisso formal de o país de destino não aplicar penas interditadas pelo direito brasileiro, em especial a prisão perpétua ou pena de morte, que são possíveis no Estado de Ohio, onde ela morava com o então marido.”
Perda da Nacionalidade
Caso emblemático (2018): 
“Em nota oficial enviada pelo Ministério da Justiça sobre a situação da brasileira extraditada, o secretário nacional de Justiça, Rogério Galloro, explicou que “trata-se de caso inédito”, uma vez que o Brasil não extradita nacionais. “Por isso, o caso durou alguns anos e foi bastante debatido, pois primeiro foi necessária a comprovação efetiva da perda da nacionalidade, para somente depois autorizar-se a extradição”.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-01/brasileira-que-perdeu-nacionalidade-e-extraditada-e-ja-esta-presa
Apátridas
Conceito legal: Lei n. 13.445/2017 (Lei de Migração):
Art. 1º, §1º: “Para os fins desta Lei, considera-se: [...]
VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.”
Apátridas
Lei n. 13.445/2017, art. 14, §3º:
“O visto temporário para acolhida humanitária poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de qualquer país em situação de grave ou iminente instabilidade institucional, de conflito armado, de calamidade de grande proporção, de desastre ambiental ou de grave violação de direitos humanos ou de direito internacional humanitário, ou em outras hipóteses, na forma de regulamento.”
Apátridas
Notícia: “Primeiras apátridas reconhecidas pelo Brasil recebem nacionalidade brasileira”.
“As irmãs Maha e Souad Mamo recebem naturalização brasileira em evento da Agência da ONU para Refugiados na Suíça”.
“As irmãs já haviam sido reconhecidas como apátridas pelo Brasil – um primeiro passo para a obtenção da naturalização. E a concessão da nacionalidade é considerada um momento histórico pelas autoridades brasileiras.”
Fonte: https://www.justica.gov.br/news/collective-nitf-content-1538659939.43
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