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Enunciado: (não é parte da resposta) É importante que as empresas deem a devida atenção ao planejamento financeiro, pois é por meio dele que podemos fazer uma projeção das receitas e despesas em um dado período de tempo. É com esse planejamento que o gestor terá condições de analisar o financeiro da empresa para tomar as suas decisões, sendo elas embasadas em dados e fatos. Com essas informações, é possível manter a saúde financeira da empresa, além de negociar melhor com clientes e fornecedores. O estudo de caso propõe uma análise dos principais conceitos e ferramentas sobre o tema e da importância do planejamento financeiro para a vida das organizações. Por reconhecer a importância do planejamento financeiro, o estudo de caso propõe uma análise para verificarmos as melhores ferramentas que poderão auxiliar, e muito, a gestão financeira das organizações. Conhecer essas práticas dará aos gestores condições suficientes para que as melhores decisões sejam tomadas, já que eles terão disponíveis todas as informações necessárias para executar tais decisões. Transcrição do Vídeo: (não é parte da resposta) JJ Industria Têxtil Ltda, vem enfrentando ao longo dos últimos 12 meses problemas com seu setor financeiro. A JJ é uma empresa fundada em 2010 e está sediada na cidade de Americana/SP, trata-se de uma empresa familiar que possui na sua administração 3 sócios que são irmãos. O sócio responsável pelo setor financeiro da empresa vem passando por grandes dificuldades nos último 12 meses e busca constantes empréstimos via bancos de varejo para honrar seus compromissos e poder, desta forma, fechar suas contas dentro de cada mês. Em alguns momentos o sócio responsável pelo departamento financeiro recorreu ao banco para obter recursos para pagar o “vale” de seus colaboradores, essa situação vem se arrastando ao longo dos últimos 12 meses e a empresa se endivida mais cada novo mês, comprometendo assim o seu caixa. Para tentar sair dessa incomoda situação a JJ , após uma reunião com seus sócios decidiu profissionalizar a Gestão da empresa, para isso contratou um Gerente Financeiro. Nesse contexto o novo gerente precisa tomar algumas decisões rapidamente para não agravar ainda mais a situação financeira pela qual a empresa passa. No seu primeiro dia de trabalho o gerente identificou um grande desequilíbrio financeiro nas contas da empresa e por meio de uma reunião com o Gerente do Banco ele conheceu a real situação da empresa, ele percebeu que a JJ possuía um alto índice de endividamento em contratos de empréstimos e em cartão corporativo o qual estava sendo pago apenas o valor mínimo do rotativo, além disso, nos últimos meses era usado todo o limite do cheque especial que o banco disponibilizava na conta da empresa ademais, o gerente constatou que grande parte dos fornecedores da empresa JJ eram novos e não estavam negociando nenhum prazo de pagamento com a empresa, com o passar dos dias, o Gerente financeiro identificou que as contas dos sócios e da JJ se misturavam, sendo que os sócios trabalhavam como se fosse um única conta. Um ponto positivo que o Gerente Financeiro percebeu é que mesmo com essas dificuldades encontradas até o momento, o setor de vendas sempre enviava pedidos de novos clientes. Nesse cenário ele não demorou a constatar que se algo não fosse feito imediatamente nas contas da empresa , esta poderia se tornar insolvente . Diante desse cenário o que o novo gerente financeiro da empresa JJ precisa fazer para tentar resolver a questão financeira da empresa? Quais as ferramentas de Gestão Financeira irão auxiliá-lo nesse momento tão delicado? RESPOSTA: Antes de apresentar as sugestões e ferramentas para o novo Gerente financeiro, cabe a este esclarecer aos sócios um importantíssimo princípio ou postulado contábil, o “Princípio das Entidades: “Entidade: Este postulado diz que a contabilidade de uma entidade (empresa, pessoa, entidade filantrópica) não pode ser confundida com a contabilidade dos membros que a possuem. Em outras palavras, a escrituração de uma empresa te de ser completamente dissociada da escrituração de seus proprietários.” (PADOVEZE, C.L., p.131, 2004) 1. Assim, como foi relatado que as contas dos sócios se misturam com as contas da empresa, a meu ver, este deve ser o primeiro problema a ser resolvido. Deve-se acertar com os sócios quais serão os valores de seus pró-labores, uma vez que, conforme o relato, os sócios trabalham na JJ. Então devem ser remunerados, adequadamente, conforme a média salarial de mercado para o ramo, categoria e porte da empresa, pelo trabalho que realizam no dia a dia junto a empresa e, este, não deve ser confundido com a distribuição de Lucos e/ou Dividendos, os quais os sócios têm direito ao final do exercício, caso a empresa apresente Lucro e se assim for decidido pelos sócios; 2. Outro ponto que, a meu ver, o Gerente Financeiro deve atacar é a Gestão do Fluxo de Caixa. A negociação de maiores prazos com os fornecedores e, se possível a redução de prazo aos clientes. O “mundo ideal” para as empresas seria vender à vista e comprar a prazo, desta forma a empresa “financia” seu caixa exclusivamente com recursos de terceiros, ou seja, compra mercadorias ou matéria prima, faz suas vendas, recebe suas vendas e somente depois paga seus fornecedores. Porém entendo que nem sempre essa prática é possível, assim, utilizando-se dos principais relatórios contábeis como os Balanços e DRE, que geralmente são apresentados aos stakeholders de forma trimestral, semestral ou até mesmo anual, dependendo do porte da empresa, mas que internamente e gerencialmente, nosso Gerente Financeiro deve ter em mãos e fazer a análise, no mínimo, mensalmente destes documentos, utilizando-se de alguns itens e algumas de ferramentas de análises Contábeis e Financeiras, como as Análises Verticais e Horizontais que podem ajudá-lo na tomada de decisão, calcular alguns índices como: Liquidez Corrente (mostra quando a empresa possui de recursos em caixa para honrar seus compromissos); Liquidez Seca (da mesma forma que a liquidez corrente, mostra quando a empresa possui em caixa para honrar seus compromissos, descontando-se o saldo em estoque); Liquidez Geral (demonstra a capacidade da empresa em honrar seus compromissos a longo prazo); Grau de Endividamento (demonstra quando a empresa possui de capitais de terceiros em seu balanço em relação ao Capital Próprio); e Composição do Endividamento (assim como o Grau de endividamento, demonstra como é composto este endividamento, como está a participação do Capital de Terceiros em relação ao Capital Próprio). Na situação atual da empresa eu também ficaria preocupado com outros dois índices o de Giro de Caixa (demonstra quando ciclos financeiros uma empresa tem a cada ano) e o Giro de Estoque (demonstra quantas vezes o estoque da empresa gira a cada ano). 3. Por fim, tendo estas informações e análises dos balanços, DRE e das situações financeiras de disponibilidades de Caixa eu procuraria os Bancos Credores para renegocia os contratos de dívidas da empresa. Procurando quitar o mais rápido possível as dívidas de Curto Prazo como os Saldos do Rotativo do Cartão de Crédito e Cheque Especial, que, geralmente possuem elevadas taxas de juros, trocando por empréstimos de prazo mais alongado e com menores taxas, até mesmo ofertando garantias reais, se possível, conforme o patrimônio da empresa e/ou de seus sócios, caso estes possam oferecer garantias. Percebendo, ainda a necessidade de recursos de curto prazo para a quitação de compromissos e não tendo sucesso nas negociações do item 2 deste exercício ou, caso este ainda não tenha demonstrado um resultado satisfatório num curto período de tempo, eu utilizaria as opções de Desconto de Duplicatas ou de Desconto de Cheques Pré-datados ou, ainda, antecipação de Vendas no Cartão de Crédito (caso a empresa vendanesta modalidade) que são excelentes opções para adiantar o Fluxo de Caixa da Empresa, utilizando estes recursos como Capital de Giro e com taxas muito mais atrativas que o Rotativo do Cartão ou o Cheque Especial como vinham sendo utilizados. Acredito que, com estas 3 alternativas, utilizadas em conjunto e com a adesão dos sócios a esta estratégia, com bastante empenho e com acompanhamento constante e, se necessário, revisões periódicas e ajustes dessa estratégia em pouco tempo a JJ sairá da situação em que se encontra, irá recuperar seu caixa e poderá até investir na modernização de sua produção, ampliação de seus negócios e quem sabe novas estruturas com novos produtos ou uma nova planta fabril. Referências e Bibliografia Consultada: Padoveze, C.L. – Manuel de contabilidade básica: uma introdução à prática contábil – 5ª ed. – São Paulo: Atlas 2004. Iudicíbus, S. et al - Contabilidade introdutória / equipe de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP – 5ª ed. – São Paulo: Atlas 1998. Gitman, L.J. – Princípios de Administração Financeira – 7ª ed. – São Paulo: Harbra 1997.
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