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Aula_03_-_Romantismo_-_ESA_EsPCEx_2024_-_SLIDES_-_NOTAS

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ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
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Luana Signorelli
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ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Contextualização Geral
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Contextualização Geral
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
ESTILO LITERÁRIO PRINCIPAIS AUTORES DESCRIÇÃO
ROMANTISMO
LÍRICA
• 1ª geração: Gonçalves Dias e Gonçalves
de Magalhães
• 2ª geração: Álvares de Azevedo e
Casimiro de Abreu
• 3ª geração: Castro Alves e Luís Gama
PROSA
• José de Alencar, Manuel Antônio de
Almeida, Joaquim Manuel de Macedo,
Bernardo de Guimarães
TEATRO
• Martins Pena, José de Alencar, Álvares de
Azevedo.
LÍRICA
• 1ª geração: indianismo e
nacionalismo
• 2ª geração: ultrarromantismo e
individualismo
• 3ª geração: preocupação social
e abolicionismo
PROSA
• 4 tipos de romance: indianista,
regionalista, histórico e urbano
TEATRO
• Teatro dos costumes.
B
R
A
SI
L 
IM
P
ÉR
IO
ROMANTISMO
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Infográfico: Showeet.
Evasão
Erotismo
Idealização
Liberdade
Nacionalismo
Contra os clássicos
Sentimentalismo
Spleen
Mal do século
Sublime
Grotesco
Romantismo: antecedentes
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• AMOR E EROTISMO: amor romântico (alma) convive com amor físico (erótico);
realização do ato sexual como realização completa do indivíduo.
• EVASÃO: fuga à realidade; apologia à morte; gosto pelo isolamento e os locais
macabros; introspecção.
• IDEALIZAÇÃO: a natureza como espaço idílico, paradisíaco; a projeção da mulher
perfeita; desejo de liberdade, ideal de mundo melhor.
• LIBERDADE: desejo de livrar-se do modo de vida burguês; certa rebeldia.
• NACIONALISMO: busca dos traços característicos de cada povo (os laços de
semelhança); constituição das identidades nacionais a partir da exaltação da natureza;
histórias de heróis fundadores; na Europa, traduz-se nas novelas cujas personagens são
cavaleiros medievais.
• OPOSIÇÃO AOS CLÁSSICOS: rompimento com as inspirações greco-latinas; valorização
da Idade Média (início das colônias); métricas não clássicas na poesia e romance como
principal forma na prosa.
Romantismo: antecedentes
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• SENTIMENTALISMO: valorização da escrita subjetiva; sofrimento do amor
não correspondido; sofrimentos existenciais, inclusive a inescapabilidade
da morte; sentimento de inadequação na sociedade.
• SPLEEN (MAL DO SÉCULO): inspiração na poesia de Byron; vida boêmia e
decadência; melancolia e pessimismo; presença da tuberculose: a morte
se torna o destino próximo.
• SUBLIME E GROTESCO: a ideia de que algo sublime não precisa ser
necessariamente belo; temas baixos e linguagem de baixo calão.
Lorde Byron (1788-1824) fez parte de uma geração que assim como Oscar Wilde
(1854-1900), escritor irlandês, foram considerados como dândis, indivíduo que se
veste com elegância e se comporta com afetação e delicadeza. O personagem
Werther de Goethe usava uma casaca azul e um colete amarelo.
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Romantismo no Brasil
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Romantismo no Brasil
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Museus
Imagem: Pixabay.
Fuga da
Família
Real
Independência
Bibliotecas
Imprensa
Escolas de nível
superior
Tipografia
Romantismo no Brasil
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Poucos anos depois de nossa Independência Política em 1822, surge o
Romantismo no Brasil, e por isso a sua história se confunde com a história
política do país. Com a fuga da família real em 1808, uma vez que Portugal
fora invadido por Napoleão, a colônia passou por uma série de mudanças.
 Criação de escolas de nível superior;
 Fundação de museus e bibliotecas públicas;
 A criação de tipografias;
 A criação de uma imprensa regular.
A produção literária mais consistente entre os séculos XVII e XVIII se
justificou pelo advento de um público leitor. Depois da Independência em
1822, os intelectuais e artistas da época se engajaram no processo de
tentativa de criação de uma identidade nacional.
Romantismo no Brasil
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Nome completo: Domingos José Gonçalves de Magalhães, foi considerado
introdutor do Romantismo no Brasil. No teatro, ele escreveu Antônio José ou O
poeta e a Inquisição (1838).
A publicação da obra Suspiros poéticos e saudade (1836), de Gonçalves de
Magalhães, tem sido considerada o marco inicial do Romantismo no Brasil. A
importância dessa obra, porém, reside muito mais nas novidades teóricas de seu
prólogo, em que Magalhães anuncia a revolução literária romântica, do que
propriamente na execução dessas teorias (CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 62).
A divisão a seguir é a mais conhecida no Romantismo Brasileiro.
Porém, a terminologia de “geração” é aplicada apenas para o gênero
lírico (poesia). A prosa e o teatro seguem uma classificação diferente.
Romantismo
no Brasil:
LÍRICA
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• Nacionalista (a partir da Independência Política em 1822).
• Indianista (exaltação do símbolo nacional; proposta estética
inclusiva).
• Religiosa (mística e transcendental, voltada para o sublime).
• Principais autores: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
PRIMEIRA GERAÇÃO
• Egocentrismo (sinônimo de individualismo e subjetivismo).
• Pessimismo (ligado ao spleen e ao mal do século).
• Ligação com a morte (morbidez e descrições sombrias).
• Principais autores: Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu.
SEGUNDA GERAÇÃO
• Cunho político-social (Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888).
• Abolicionismo (movimento do qual fizeram parte Joaquim Nabuco;
Maria Firmina dos Reis; José do Patrocínio e Chiquinha Gonzaga).
• Principais autores: Castro Alves e Luís Gama.
TERCEIRA GERAÇÃO
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ROMANCE 
INDIANISTA
•Resgate da 
cultura e história 
dos indígenas 
brasileiros. 
• Índio como 
figura heroica, 
idealizada. 
•Valorização da 
natureza 
brasileira. 
•Principal autor: 
José de Alencar.
ROMANCE 
HISTÓRICO
•Retrato dos 
costumes de 
uma época do 
passado.
•Mistura dados 
reais com 
ficcionais. 
•Principal autor: 
José de Alencar. 
ROMANCE 
REGIONALISTA
•Ambiente rural 
ou cultura típica 
de determinadas 
regiões. 
•Diversidade do 
Brasil e ideia de 
"Brasil 
verdadeiro". 
•Principais 
autores: José de 
Alencar, 
Bernardo 
Guimarães e 
Visconde de 
Taunay.
ROMANCE 
URBANO
•Histórias da alta 
sociedade das 
capitais.
•Crítica aos 
costumes.
•Principais 
autores: José de 
Alencar, 
Joaquim Manuel 
de Macedo e 
Manuel Antônio 
de Almeida. 
Romantismo no Brasil: PROSA
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Romantismo no Brasil:
Primeira Geração Lírica
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Primeira Geração na Lírica 
Romântica Brasileira
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É marcada pelo indianismo, o nacionalismo (ufanismo) e a exaltação da natureza. 
Filho de português com cafuza (filho de negro e índia),
estudou na sua terra natal de Maranhão, tendo completado a sua
formação em Coimbra, onde cursou Direito. Voltou para o Brasil
com vários de seus escritos. Fez várias viagens pelo Brasil, passando
pela Amazônia, e chegou a escrever um Dicionário da língua tupi.
Além de poemas sobre a natureza brasileira, sua obra foi um
verdadeiro projeto de construção de cultura brasileira. Na lírica,
também produziu poemas religiosos, explorando a manifestação de
Deus na natureza. Fora isso, também são temas de suas discussões
a pátria, o índio e o amor não correspondido.
Principais obras de Gonçalves Dias
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• Poesia épica: I-Juca-Pirama (1851); Canção dos Tamoios (e Confederação dos Tamoios de Magalhães,
1856); Os Timbiras (1857).• Poesia lírica: Primeiros Cantos (1846); Segundos Cantos (1848); Últimos Cantos (1851); Cantos (1857);
Lira Varia (1869).
• Prosa: Meditação (1850); Memórias de Agapito (1843); Um Anjo (1843).
• Teatro: Patkull (1843); Beatriz Cenci (1845); Leonor de Mendonça (1846) → principal: Boabdil (1850).
CANÇÃO DO
I
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
TAMOIO
II
Um dia vivemos!
E o homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
Romantismo – Profa. Luana Signorelli
Exemplo prático: poesia épica
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Forma
A épica de Gonçalves Dias é baseada numa numerologia clássica. Assim como Os Lusíadas
tem 10 cantos, também tem 10 cantos I-Juca-Pirama e Canção dos Tamoios. Outros aspectos:
• som, pois há rimas (terminações iguais dos termos – vida/renhida; combate/abate);
• ritmo e métrica (pois todos os versos são redondilhas menores, com ritmo nas sílabas 2-5);
• figuras de linguagem (exemplo, é a anáfora, a repetição de termos no início do verso).
Conteúdo
O trecho ao mesmo tempo invoca coragem e sensibilidade, pois alude à luta na vida, que
pode remeter à luta cotidiana de cada um → universalismo.
No mais, na última estrofe há alusões ao condor, pássaro típico da Terceira Geração e o
tapir, outro animal. Já tapuia é uma tribo indígena.
Romantismo – Profa. Luana Signorelli
Exemplo prático: poesia lírica
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Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz1 de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari2 mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d’alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua! (...)
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arazóia3 na cinta me apertaram.
VOCABULÁRIO
1tapiz = extensão de terreno coberta de flores, relva.
2bogari = arbusto escandente nativo da Índia, de flores brancas, dobradas,
muito perfumadas, e bagas pretas.
3arazóia = mesmo que araçoia: saiote, feito de penas, usado por mulheres
indígenas.
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Romantismo no Brasil:
Segunda Geração Lírica
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Segunda Geração na Lírica 
Romântica Brasileira
Pessimismo
Egocentrismo
Subjetivismo
Geração perdida
Boemia
Sentimentalismo
Imagem: Pixabay.
Infográfico: Showeet.
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Algumas décadas depois da introdução do Romantismo no Brasil, a poesia ganha novos rumos
com o aparecimento dos ultrarromânticos. Esses poetas, desvinculados do compromisso com a
nacionalidade assumido pela primeira geração, desinteressam-se da vida político-social e voltam-se
para si mesmos, numa atitude pessimista. Como forma de protesto contra o mundo burguês, vivem
entediados e à espera da morte.
Sem acreditar nas ideias e valores que levaram à Revolução Francesa e sem ter nenhum outro
projeto, essa segunda geração sentia-se a geração perdida, em termos de estilo, seguindo a tradição
do le fin de siècle (o fim de século). Por isso, ficaram conhecidos como mal do século. E a forma
encontrada para expressar seu pessimismo e o sentimento de inadequação à realidade, daí a vida
desregrada, dividida entre os estudos acadêmicos e o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras
literárias como Musset e Byron, escritores cuja vida eles imitavam. Características:
 Desprezo pelo nacionalismo e o indianismo da primeira fase;
 Subjetivismo;
 Egocentrismo;
 Sentimentalismo;
 Sondagem interior.
Segunda Geração na Lírica 
Romântica Brasileira
Álvares de Azevedo
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É o principal autor do ultrarromantismo no Brasil e viveu entre 1831-1852, Paulista,
fez os estudos básicos no Rio de Janeiro e cursava o 5º ano do curso de Direito quando
sofreu um acidente (queda de cavalo). Tendo se complicado, o caso o levou à morte antes
de completar 21 anos. Sua obra completa 7 livros entre poesia, prosa e teatro e foi
produzida quando ele era estudante universitário em apenas 4 anos. Apesar da
irregularidade da obra e da curta vida, foi expoente da sua geração.
Uma das principais obras do período é Lira dos Vinte Anos, uma obra de 1853 escrita por
Álvares de Azevedo, poeta da segunda geração romântica, conhecida também como
ultrarromantismo ou mal-do-século. As características principais dessa geração lírica, que
também se encontram na obra – composta por 52 poemas –, são: sentimentalismo
exacerbado, pessimismo, morbidez e apego à morte. Dividida em duas partes, a “Lira dos
Vinte Anos”, revela as diferentes faces literárias de Álvares de Azevedo.
Álvares de Azevedo – Soneto 
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Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
Lira dos vinte 
anos
Primeira parte: 
33 poemas
Ariel e Caliban
(o bem e o mal)
Segunda parte 
19 poemas
Byron e Musset 
(spleen)
Álvares de Azevedo – Glória Moribunda
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É uma visão medonha uma caveira?
Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.
Foi a cabeça ardente de um poeta,
Outrora à sombra dos cabelos loiros.
Quando o reflexo do viver fogoso
Ali dentro animava o pensamento,
Esta fronte era bela. Aqui nas faces
Formosa palidez cobria o rosto;
Nessas órbitas — ocas, denegridas! —
Como era puro seu olhar sombrio!
Agora tudo é cinza. Resta apenas
A caveira que a alma em si guardava,
Como a concha no mar encerra a pérola,
Como a caçoula a mirra incandescente. (...)
Sorris? eu sou um louco. As utopias,
Os sonhos da ciência nada valem.
A vida é um escárnio sem sentido,
Comédia infame que ensanguenta o lodo.
Há talvez um segredo que ela esconde;
Mas esse a morte o sabe e o não revela.
Os túmulos são mudos como o vácuo.
Desde a primeira dor sobre um cadáver,
Quando a primeira mãe entre soluços
Do filho morto os membros apertava
Ao ofegante seio, o peito humano
Caiu tremendo interrogando o túmulo...
E a terra sepulcral não respondia.
(Poesias completas, 1962.)
Casimiro de Abreu
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Natural de Barra de São João no Rio de Janeiro em 1839, escreveu grande parte de sua obra
Primaveras em Portugal. Ele ajudara a desanuviar o caminho que Álvares de Azevedo deixou em
aberto quando ele morreu. Diferentemente da obra de Álvares na qual o amor se confunde com a
morte, em Casimiro o amor associa-se à vida e a sensualidade, embora esta ainda seja ligada ao
medo de amar, sempre disfarçada, cheia de jogos e insinuações. Outros temas recorrentes na sua
obra: a infância, a pátria e a saudade – como é o caso de seu célebre “Meusoito anos”, bem
como a solidão e a natureza. Faleceu em 1860.
Oh! ontem no baile com ela valsando
Senti as delícias dos anjos do céu!
Na dança ligeira qual silfo voando
Caiu-lhe do rosto seu cândido véu!
- Que noite e que baile! –Seu hálito virgem
Queimava-me as faces no louco valsar,
As falas sentidas que os olhos falavam
Não quero, não posso, não devo contar!
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Romantismo no Brasil:
Terceira Geração Lírica
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Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
As décadas de 60 e 70 do século XIX representam um período de
transição na poesia brasileira. Ao mesmo tempo que muitos dos
procedimentos da primeira e da segunda geração se mantêm, surgem
novidades de forma e de conteúdo, dando origem à terceira geração da
poesia romântica, que se volta mais para os problemas sociais.
A terceira geração da poesia romântica brasileira é formada por
poetas ligados à corrente condoreira ou hugoana, como também é
chamada por influência do escritor francês Victor Hugo.
Talvez seja Castro Alves o primeiro grande poeta social brasileiro.
Como poucos, soube conciliar as ideias de reforma social com
procedimentos da poesia, o que tornou a sua arte engajada. A linguagem
usada por ele era grandiosa, eloquente e acentuada de hipérboles e
espaços amplos, como o mar, o céu, o infinito, o deserto. Ele também
usava a negritude como bandeira. Associa-se a aves que representam a
liberdade, como a águia, o falcão e o albatroz.
Terceira Geração na Lírica 
Romântica Brasileira
Victor Hugo
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Castro Alves
Ocupante da cadeira de no 7 na Academia Brasileira de
Letras, era considerado o poeta dos escravos e nasceu em
1847. Estudou Direito em Recife e São Paulo. Representou
maturidade em relação à ingenuidade das gerações
anteriores, como o idealismo indianista e amoroso e o
nacionalismo ufanista. A crítica objetiva ao regime social
prefigura o movimento posterior do Realismo.
POESIA
• Espumas flutuantes (1870);
• Os Escravos – O Navio Negreiro (1883);
TEATRO
• Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875).
Castro Alves – Navio negreiro
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'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Prosa Romântica Brasileira
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Tipos de 
romance
românticos
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INDIANISTA
- formação do povo brasileiro;
- associação de personagens à 
natureza;
- mistura de características dos 
povos indígenas e europeu.
HISTÓRICO
- Fato histórico é o ponto de 
partida e a história ocorre no 
passado
- personagens com 
comportamento histórico
- Documentos e referências
históricas
REGIONAL
- projeto de formação de 
identidade nacional;
- arquétipos e costumes de 
cada região → regionalismo
- fazer os brasileiros 
conhecerem o BRASIL
URBANO
- amor versus interesses 
financeiros;
- crítica aos valores e 
costumes
- referências à realidade → 
realismo
TIPOS DE 
ROMANCE
Bernardo Guimarães
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Nasceu em 1825 e faleceu em 1884. É natural de Ouro Preto,
sendo o patrono da Cadeira nº 5 da Academia Brasileira de
Letras. Variou entre temática social e regionalista. Escreveu
também poesia, mas suas obras mais conhecidas são:
 O ermitão de Muquém (1869);
 O seminarista (1872);
 A escrava Isaura (1875).
Lá bem longe, no coração dos desertos, em uma das mais remotas e
despovoadas províncias do Império, existe uma das mais notáveis e
concorridas dessas romarias, notável, sobretudo, se atendermos ao sítio
longínquo e às enormes distâncias que os romeiros têm de percorrer para
chegarem ao solitário e triste vale em que se acha erigida a capelinha de
Nossa Senhora da Abadia do Muquém na província de Goiás (...)
GUIMARÃES, Bernardo. O ermitão de Muquém. Disponível em: https://tinyurl.com/yxpokwu5. Acesso em: 25 set. 2020.
A moreninha (1844)
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CATEGORIA DEFINIÇÃO
ESTRUTURA 23 capítulos e um epílogo.
PERSONAGENS Filipe, Leopoldo, Fabrício, Augusto, Joana, Joaquina, D. Ana, Moreninha (irmã de
Filipe), D. Violante.
TEMPO Primeira metade do século XIX.
ESPAÇO A ilha de... Não é especificado, mas se acredita que seja a de Paquetá.
ENREDO Augusto, Leopoldo e Fabrício são convidados por Filipe (são 4 estudantes de Medicina)
para passar o feriado de Sant’Ana na casa de sua avó na Ilha. Houve uma aposta entre
Filipe e Augusto: alguém se apaixonaria na ilha e o outro teria que escrever um
romance por perder a aposta.
CONFLITO Quem acaba por se apaixonar é o Augusto. Ele se apaixona por Carolina, a quem chega
a propor, mas está ligado a uma promessa de infância com uma garota que encontrou
na praia.
CLÍMAX A garota da praia acaba se revelando convenientemente como sendo Carolina, pois
havia guardado um presente (um camafeu: joia ou entalhe) dele para comprovar.
DESFECHO Eles ficam juntos e Augusto escreve o romance A moreninha para contar sua história.
Manuel Antônio de Almeida
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Nascido em 1830 no Rio de Janeiro e falecido em 1861,
representa um escritor de transição do Romantismo para o
Realismo, sendo essa a sua principal característica. Sua obra já
apresenta crítica social, denúncia e ironia, elementos típicos do
movimento posterior.
De família pobre, cursou Medicina com dificuldade, embora
nunca tenha a exercido, tornando-se jornalista.
Como escritor, escreveu uma única obra, mas que, pelo seu
descompromisso e senso de humor, alcançou um lugar simbólico na
Literatura brasileira.
ROMANTISMO 
TARDIO
OBRA DE 
TRANSIÇÃO
REALISMO
Memórias de um sargento de milícias (1854)
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CATEGORIA DEFINIÇÃO
ESTRUTURA XLVIII (48) capítulos.
PERSONAGENS Leonardo, Maria das Hortaliças, o Compadre, a Comadre, Major Vidigal, Dona Maria, Luisinha,
Vidinha.
TEMPO Início do século XIX, época de D. João VI.
ESPAÇO Rio de Janeiro.
ENREDO Maria da Hortaliça e Leonardo Pataca vieram de Portugal em um navio negreiro, tendo gerado
Leonardo. Porém, ela abandona o marido para voltar para a terra natal. Pataca não cuida do
filho e entrega para ser criado pelo padrinho, o barbeiro. O pai Leonardo Pataca se envolve
com uma cigana. Ao tentar reconquistá-la, vai preso. Conhece o amor novamente em Luisinha,
mas que acaba por casar com José Manuel. Com vida atribulada e passagens pela prisão,
Leonardo Pataca ironicamente irá se tornar sargento e reencontra Luisinha viúva com quem se
casa.
CONFLITO Os altos e baixos de Leonardo Pataca, desencontrado no amor e preso várias vezes, típico
representante malandro.
CLÍMAX O seu amor Luisinha casa com um outro, José Manuel.
DESFECHO Pataca a reencontra viúva e casa com ela, além de ter obtido um cargo militar.
Romantismo – Profa. Luana Signorelli
José de Alencar
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José de Alencar (1829-1877) foi o principal brasileiro da fase romântica. Natural do Ceará, cursou
Direito em São Paulo, masmorou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro. Foi advogado e
jornalista. Na política, foi várias vezes deputado e chegou a Ministro da Justiça, cargo exercido entre
1868-1870. Foi o principal na construção do projeto nacional, tendo perpassado pelos 4 tipos de
romance, mas também pelos outros gêneros, especialmente o teatro.
ROMANCE 
INDIANISTA
•Também 
chamado de 
Ciclo Indianista.
•O Guarani (1851);
• Iracema (1865);
•Ubirajara (1874).
ROMANCE 
HISTÓRICO
•As Minas de Prata 
(1862);
•A Guerra dos 
Mascates (1873).
ROMANCE 
REGIONALISTA
•O gaúcho (1870);
•O tronco do ipê 
(1871);
•Til (1871).
ROMANCE 
URBANO
• Cinco minutos 
(1856);
• A viuvinha (1857);
• Lucíola (1862);
• Diva (1864);
• A pata da gazela 
(1870);
• Sonhos d'ouro 
(1872);
• Senhora (1875).
Iracema (1865)
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CATEGORIA DEFINIÇÃO
ESTRUTURA 33 capítulos.
PERSONAGENS Martim, Iracema, Araquém, Poti, Caubi, Moacir.
TEMPO Brasil no século XVII.
ESPAÇO Ceará.
ENREDO Iracema é uma índia da tribo tabajara que estava repousando na sua sesta quando é
surpreendida por um homem, chamado Martim. Por susto, ela o flecha, mas o tendo
ferido, leva-o à sua tribo. Depois de recuperado, ele vai embora, mas Iracema vai atrás
dele e pede para ele voltar, o que ele acaba aceitando. Os dois assumem seu amor e
vão morar juntos por perto, numa cabana, até que Martim vai combater com o seu
amigo Poti num combate.
CONFLITO Iracema está grávida quando Martim vai embora lutar.
CLÍMAX Martim acaba voltando com vida e Iracema dera à luz; porém, de tristeza, seu leite
secou.
DESFECHO Iracema dá o seu filho para Martim cuidar. O nome do filho dos dois se chama Moacir,
que significa literalmente dolorido, magoado.
Romantismo – Profa. Luana Signorelli
Exemplo prático – Iracema
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Nasceu o dia e expirou.
Já brilha na cabana de Araquém o fogo, companheiro da
noite. Correm lentas e silenciosas no azul do céu, as estrelas,
filhas da lua, que esperam a volta da mãe ausente.
Martim se embala docemente; e como a alva rede que vai
e vem, sua vontade oscila de um a outro pensamento. Lá o
espera a virgem loura dos castos afetos; aqui lhe sorri a virgem
morena dos ardentes amores.
Iracema recosta-se langue ao punho da rede; seus olhos
negros e fúlgidos, ternos olhos de sabiá, buscam o estrangeiro,
e lhe entram n’alma. O cristão sorri; a virgem palpita; como o
saí, fascinado pela serpente, vai declinando o lascivo talhe, que
se debruça enfim sobre o peito do guerreiro.
José de Alencar, Iracema.
Senhora (1875)
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CATEGORIA DEFINIÇÃO
ESTRUTURA IX (9) capítulos, dividida em 4 partes.
PERSONAGENS Aurélia Camargo, Fernando Seixas, Tio Lemos, Adelaide, Dr. Torquato Ribeiro, D.
Firmina.
TEMPO Século XIX.
ESPAÇO Rio de Janeiro.
ENREDO Filha de costureira, Aurélia quer se casar com seu namorado, Fernando Seixas, que,
por sua vez, troca-a por Adelaide, uma moça mais rica que lhe proporcionaria uma vida
melhor. Acontece que por essa ninguém esperava. Aurélia torna-se órfã e recebe uma
grande herança do avô. A vingança de Aurélia é que ela compra o marido.
CONFLITO Aurélia sabe de Fernando depois de anos. Sabe que ele está com dificuldades
financeiras e agora ela está numa situação privilegiada.
CLÍMAX A vingança de Aurélia é que ela compra o marido. O marido suporta a “compra” até
que consegue comprar de volta a sua liberdade.
DESFECHO Os dois se casam verdadeiramente e a união se consuma.
Romantismo – Profa. Luana Signorelli
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Teatro Romântico Brasileiro
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Martins Pena
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Certamente, Martins Pena (1815-1848) foi o nosso
melhor representante, com várias comédias como O Judas
em sábado de Aleluia (1844) e O noviço (1845).
Uma de suas principais obras é Juiz de Paz na Roça,
primeira comédia de costumes brasileira, inspirada no
teatro picaresco espanhol, mas também no francês
Molière, ressaltando um contraste entre a roça e a corte.
Outros nomes de nosso teatro seriam Calabar de Agrário
de Menezes e Sangue limpo de Paulo Eiró.
O teatro de costumes começou com o francês Molière
(1622-1673) e no Brasil teve expressão com Martins Pena
no Romantismo e Arthur Azevedo no Naturalismo.
Teatro romântico brasileiro
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COMÉDIA
• ESCRIVÃO (lendo) — Para Vossa
Senhoria não pensar que minto,
lhe conto uma história: a minha
cadela Troia, aquela mesma
que escapou de morder a
Vossa Senhoria naquela noite,
depois que lhe dei uma tunda
nunca mais comeu na cuia com
os pequenos. Mas vou a
respeito de dizer que o Sr.
Tomás não tem razão em
querer ficar com o leitão só
porque comeu três ou quatro
cabeças de nabo. Assim, peço
a Vossa Senhoria que mande
entregar-me o leitão.”
TRAGÉDIA
• MACÁRIO — A filosofia humana é uma
vaidade (...) Pois bem — a esse homem
que deitou-se mancebo com essa mulher
ainda virgem, que a viu em todas as
fases, em todos os seus crepúsculos, e
acordou um dia com ela ambos velhos e
impotentes, a esse homem, perguntai-
lhe o que é essa mulher, ele não saberá
dizê-lo! Ter volvido e revolvido um livro a
ponto de manchar-lhe e romper-lhe as
folhas, e não entendê-lo! Eis o que é a
filosofia do homem! Há cinco mil anos
que ele se abisma em si, e pergunta-se
quem é, donde veio, onde vai, e o que
tem mais juízo é aquele que moribundo
crê que ignora! (Álvares de Azevedo – Macário. Disponível
em: https://tinyurl.com/tlchtx2. Acesso em: 24 fev. 2020.)
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Romantismo em Portugal
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Romantismo em Portugal
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Nacionalismo
Revolução
Francesa
Agrário
Preocupação histórica
Atraso
Idealização
TrovadorismoImagem: Pixabay.
Romantismo em Portugal
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Na Idade Média, tanto a educação formal quanto a produção artístico-cultural encontravam-se
dominadas pela Igreja. O nascimento das cantigas trovadorescas e das novelas da cavalaria na Baixa
Idade Média, pautadas na vida cotidiana ou para a fantasia de aventura, simbolizou o surgimento de
uma cultura leiga. Os procedimentos empregados eram clássicos, ainda não superados, agora sob à
luz dos ideais da Revolução Francesa (1789). Os temas recorrentes eram:
 Nacionalismo e preocupação histórica e política;
 O começo do questionamento sobre Portugal agrário e em atraso versus Portugal moderno;
 Subjetivismo;
 Idealização da mulher e do amor.
Nesse sentido, na luta histórica entre conservadorismo e liberalismo na história de Portugal, o
Romantismo se identificava com esse último.
A divisão entre “gerações” é mais didática na realidade e ela
depende de diferentes nacionalidades. Para entender o
Romantismo Brasileiro, distinguem-se 3 gerações na poesia (lírica).
Em Portugal, essa diferenciação é para compreender a prosa.
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Gerações Românticas Portuguesas
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Primeira Geração Romântica 
Portuguesa: autores e obras
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Almeida Garrett
O escritor Almeida Garrett (1799-1854) já era conhecido
quando saiu de Portugal. Em 1820, participou de acontecimentos
políticos, e sua produção escrita da época foi reconhecida em países
onde o Romantismo seria forte, como França, Inglaterra e Alemanha.
Sua obra Camões (1825) é considerada o início do Romantismo
em Portugal, mas ainda está ligado às tradições clássicas e fala sobre
a vida do bardo do Classicismo português.
Era preocupado e engajado politicamente. Na área do teatro,
procurou reconstruir o teatro português, no sentido de resgatar o
espírito de nacionalidade lusitano.
Depois de 2 casamentos, retoma a poesia lírica em Flores sem
fruto (1845) e Folhas caídas (1853), num tipo de poesia confessional.
Viagens na minha terra (1846)
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CATEGORIA DEFINIÇÃO
ESTRUTURA XLIX (49) capítulos. A narrativa é híbrida: mistura jornalismo, novela, autobiografia, ensaio, crônica.
PERSONAGENS Carlos, Frei Diniz, Joaninha, Georgina, Dona Francisca.
TEMPO Lutas entre liberais e miguelistas (1830 a 1834). Contexto a guerra civil.
ESPAÇO Lisboa, Santarém.
ENREDO Obra inspirada na viagem que o escritor fez saindo de Lisboa a Santarém. Carlos é o típico herói
romântico, cheio de contradições. É educado no absolutismo, mas acaba por aderir ao liberalismo;
abandona o idealismo e se torna materialista. Mesmo depois de barão, é descompromissado. Frei
Diniz já representa a igreja, que vinha perdendo forças e Joaninha simboliza a inocência de Portugal e
conquista o amor de Carlos. Carlos retorna à cidade de Santarém depois que a guerra civil chega lá,
deixando a esposa Georgina na Inglaterra. Depois de muito tempo sem ver a prima Joaninha,
apaixona-se por ela.
CONFLITO Frei Diniz é uma personagem misteriosa, pois era podre de rico, mas abandona a cidade e tudo em
prol da igreja para ir viver sumido.
CLÍMAX Frei Diniz na realidade se revela pai de Carlos. Sua esposa, Georgina, sabe de seu caso com Joaninha e
não quer mais saber dele.
DESFECHO Carlos larga as paixões e vai tentar uma vida pragmática como barão. Joaninha morre longe de seu
amor. Georgina entra num convento. Dona Francisca ficou cega de tanto chorar.
Exemplo prático – Viagens na minha terra
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a
equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou
a espécie humana? Que há mais umas poucas de dúzias de homens ricos. E eu pergunto
aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é
forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à
ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? –
Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já
deve de andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, o número de
corpos que se têm de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e
fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro – seja o que for:
cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis.
GARRETT, Almeida. Viagens na minha terra. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/72j8cbtu. Acesso em: 05 mar. 2021.
https://tinyurl.com/72j8cbtu
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Interessado por temas históricos, o escritor Alexandre
Herculano nasceu em 1810 e faleceu em 1877. Além disso,
interessava-se por temas da idade média. Suas obras também
costumam lidar com o maniqueísmo (visão de mundo dualista):
o sagrado e o profano, o nacional e o estrangeiro por exemplo.
Sobressaiu-se no gênero do romance histórico, tendo
ambientado O bobo no século XII e O monge de Cister no século
XVI, para ficar em apenas alguns exemplos. Gostava de
estabelecer o jogo entre o histórico e o imaginário.
Personagens como Hermengarda podem ser consideradas
planas: estáticas, construídas ao redor de uma única ideia,
previsíveis e que carecem de profundidade.
Primeira Geração Romântica 
Portuguesa: autores e obras
Alexandre Herculano
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
CATEGORIA DEFINIÇÃO
ESTRUTURA XIX (19) capítulos.
PERSONAGENS Eurico, Hermengarda, Abdal Luziz, Pelágio (irmão de Hermengarda).
TEMPO Situado no século VIII.
ESPAÇO Península Ibérica; Mosteiro da Virgem Dolorosa.
ENREDO
Hermengarda é a típica mulher romântica, idealizada, por quem Eurico se apaixona, motivo de se
tornar presbítero. Em sonho, Eurico prevê que os árabes iam invadir a Espanha e isso seria o fim da
raça goda. Por isso, veste-se de cavaleiro negro para participar da guerra. Em função da guerra,
Hermengarda é mandada para um convento, mas é tomada de cativa pelos árabes e cai nas mãos dos
“infiéis”. Um deles quer obrigá-la a casar a força com ele: Abdal Luziz.
CONFLITO Motivada historicamente: a invasão árabe.
CLÍMAX Eurico então empreende um ato heroico de modo a resgatar Hermengada, mas o herói está em
conflito, pois ao mesmo tempo que está próximo dela, sente-se distante, sendo o presbítero um
obstáculo.
DESFECHO Eurico morre na guerra e Hermengarda enlouquece. Ao fim tendendo ao realismo, a questão amorosa
fica para o segundo plano.
Eurico, o presbítero (1844)
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Natural de Lisboa, nasceu em 1825 e faleceu em 1890. Sua obra
oscila entre o idealismo e o materialismo e é perpassada de sarcasmo.
Com educação provinciana, é com 2 padres da aldeia que começa a
sua instrução literária. Casa-se em 1841 com Joaquina Pereira, com
quem tem uma filha que morre aos 5 anos. Ele era na realidade
aventureiro na área de amores.
Sua primeira produção literária surge nos folhetins “Eco popular”
e “O nacional”. O amor por Ana Maria Felicidade o faz entrar num
convento. Contraditório, começa como absolutista, mas logo rompe
com essa corrente. Ana abandona o marido e irá viver com Camilo em
Lisboa. Os dois fogem, em meio à perseguição e escândalo. É dessa
época “Amor de perdição”. Tem 2 filhos com Ana Plácida, mas o mais
velho torna-se louco e o segundo um inútil. Segundo Saraiva e Lopes
(1982, p. 846), é “uma vítima da psicose romântica do suicídio”, tendo
dado um tiro na cabeça em 1890.
Segunda Geração Romântica 
Portuguesa: autores e obras
Camilo Castelo Branco
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CATEGORIA DEFINIÇÃO
ESTRUTURA XIX (19) capítulos e uma conclusão.
PERSONAGENS Domingos José Correia Botelho, Rita Teresa Margarida Preciosa (D. Maria, a Louca), Simão, Teresa,
Tadeu Albuquerque, Baltasar Coutinho, o ferreiro João da Cruz e sua filha Mariana, Antônio da Veiga.
TEMPO Inicia-se em 1779 e termina em 1807.
ESPAÇO Cidades portuguesas de Viseu, Cascais, Coimbra, Porto.
ENREDO Domingos Botelho casara-se com a fidalga Rita Margarida, conhecida também como D. Maria, a Louca
na história de Portugal. Tiveram 5 filhos, entre os quais Simão, rebelde que fora estudar Humanidades
em Coimbra, incorrigível até se apaixonar pela vizinha Teresa. Claro que tinha que ter uma dificuldade:
a família do casal se opunha terrivelmente à união. Os jovens mantinham o romance à base de cartas.
Tadeu, pai de Teresa, queria casá-la com Baltasar.
CONFLITO Simão foge de Coimbra para ir ficar com Teresa em Viseu. Depois de tentativas, Simão acaba por se
encontrar com o rival Baltasar.
CLÍMAX Desse encontro malogrado, Simão mata Baltasar e vai preso. Teresa é transferida para o convento de
Monchique. A filha do ferreiro, Mariana, servia de intermediadora da carta entre ambos e ela acaba
por se apaixonar por ele também.
DESFECHO Simão teve a pena decretada de exílio na Índia por 10 anos. Teresa enlouquece. Simão, com febre no
navio, falece no mar. Mariana se joga no mar.
Amor de perdição (1862)
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Exemplo prático – Amor de perdição
Ao romper da manhã apagara-se a lâmpada. Mariana
saíra a pedir luz, e ouvira um gemido estertoroso.
Voltando às escuras, com os braços estendidos para
tatear a face do
agonizante, encontrou a mão convulsa, que lhe apertou
uma das suas, e relaxou de súbito a pressão dos dedos.
Entrou o comandante com uma lâmpada, e
aproximou-lha da respiração, que não embaciou
levemente o vidro.
– Está morto! – disse ele.
Mariana curvou-se sobre o cadáver, e beijou-lhe a
face. Era o primeiro beijo. Ajoelhou depois ao pé do
beliche com as mãos erguidas, e não orava nem chorava.
BRANCO, Camilo Castelo. Amor de perdição. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/sf3jkhk3. Acesso em: 05 mar. 2021.
FRIEDRICH, Caspar David. Dois homens 
contemplando a lua (c.1825-30).
Fonte: Metropolitan Museum of Art.
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É na realidade o pseudônimo de Joaquim Guilherme Gomes
Coelho (1839-1871). Cursou medicina e foi educado com uma
mentalidade britânica. Seus folhetins foram admirados por
Herculano. Era grande observador dos tipos humanos. Órfão
desde cedo e falecido aos 33 anos sem casar, sua obra não reflete
um casamento idealizado e por isso antecipa o Realismo.
➢ Prosa: principais obras
• As pupilas do senhor reitor (1866);
• Uma família inglesa (1867);
• A morgadinha dos canaviais (1868);
• Os fidalgos da casa mourisca (1871).
Terceira Geração Romântica 
Portuguesa: autores e obras
Júlio Dinis
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
A Arte Romântica
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Pintura
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Na França foi forte a repercussão do
acontecimento histórico da Revolução
Francesa com influência igualmente dos
iluministas. Para maiores esclarecimentos,
favor consultar o cronograma de História.
Alguns exemplos são Baptiste Greuze
(1725-1805) e Jacques-Louis David (1748-
1825). Eram comuns temas políticos.
DELACROIX, Eugène. A liberdade guiando o povo (1830). 
Fonte: Museu do Louvre, Paris.
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Na Espanha, o expoente foi Francisco Goya
(1746-1828) e sua obra-prima é Os fuzilamentos
de 3 de maio (1808).
Já para o Romantismo alemão, o mais
importante artista foi Caspar David Friedrich
(1174-1840). Fala-se de “revivência gótica”, do
subjetivismo, do individualismo, da visão de
mundo como destroço, sobretudo, da melancolia.
Pintura
FRIEDRICH, Caspar David. Autorretrato: andarilho sobre o mar 
de névoa (1818). Fonte: Pixabay.
ROMANTISMO
Professora Luana Signorelli
Resumo
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Capítulo 4 –
RESUMO
Romantismo – Profa. Luana Signorelli militares.estrategia.com
Fonte: https://classic.wordclouds.com/ 
FINALIZAÇÃO
Professora Luana Signorelli
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FALE CONOSCO
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