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Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos ITPAC Cruzeiro do Sul – Acre Afya – Educação Tecnologia Saúde Curso de Graduação em Medicina Disciplina: Sistemas Orgânicos Integrados – SOI Aluna: Maria Fernanda Alves dos Santos RA – 0018768 Cruzeiro do Sul - AC, 20 de Agosto de 2021 TIC`s: 1. Quais as manisfestações clínicas do tétano e sua relação com as alterações no Sistema Nervoso? 2. Qual o mecanismo de ação da toxina tetânica no Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico? O tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada pelo bacilo denominado Clostridium tetani, gram positivo anaeróbico, esporulado, (morfologicamente semelhante a um alfinete de cabeça, sua mobilidade é assegurada por cerca de 30 a 50 cílios), que produz uma exotoxina denominada tetanopasmina, capaz de atingir o sistema nervoso central após entrar na corrente sanguínea. Esse bacilo sob condições adversas de sobrevivência na natureza, esporula, o que lhe confere resistência por vários anos. Apresenta os seguintes reservatórios: fezes, terra, reino vegetal, águas putrefatas, instrumentos perfurocortantes enferrujados, poeira das ruas, pele, trato intestinal dos animais (especialmente do cavalo e do homem, sem causar doença) etc. O clostridium tetani não é uma bactéria invasora, a infecção fica localizada estritamente na área do tecido desvitalizado, onde a germinação do esporo e o desenvolvimento do microorganismo na forma vegetativa poderão ocorrer com o auxílio do tecido necrótico, dos sais de cálcio e das células piócitas existentes no ferimento. A partir do ferimento, a toxina é liberada, viaja por via linfática ou circulatória, para realizar uma junção neuromuscular através de sinapse. Nesse momento, a tetanopasmina se une com os gangliosídios presentes nas membranas das terminações nervosas, que funcionam como receptores da toxina, gerando um ambiente ácido e ativando os canais iônicos da membrana. A toxina é transportada através dos axônios motores dentro de vesículas e ingressa no sistema nervoso central, nos cornos anteriores da medula espinhal, atuando sobre os interneurônios inibitórios espinhais, bloqueando a neurotransmissão e levando à excitabilidade do SNC surgindo assim os primeiros sintomas de hipertonia muscular. Habitualmente a hipertonia muscular manifesta-se de forma generalizada, em que a toxina difunde-se através da corrente sanguínea para outras terminações nervosas, sendo os nervos curtos os primeiro a serem afetados, o que explica o envolvimento sequencial de cabeça, tronco e membros. A forma localizada é rara, havendo nesse caso apenas envolvimento dos nervos que suprem os músculos proximais ao ferimento. Caracterizando a doença, temos manifestações que variam de hipertonia da musculatura estriada generalizada ou não. Não é incomum a hiperativação do sistema nervoso autônomo e a doença apresentar também, com sudorese, taquicardia, hipertensão lábil ou hipotensão. Segundo Focaccia ( 2015 apud SILVA, 2017), esta doença, atinge, preferencialmente, os seguintes músculos: masseter (trismo), musculatura paravertebral (opistótono), músculos da nuca (rigidez de nuca), músculo da parede anterior do abdome (rigidez abdominal), músculos da faringe (ocasionando dificuldade de deglutição), musculatura dos membros (mais dos superiores, ocasionando hiperextensão de membros) e diafragma levando à insuficiência respiratória. Além de hipertonia muscular mantida temos hiperreflexia, hiperexcitabilidade nervosa e espasmos musculares dolorosos. No entanto a toxina não provoca sequelas neurológicas, perda do nível de consciência ou febre. A presença de febre é indicativa de mau prognóstico ou infecção secundária, sendo necessária maior investigação. O tratamento do tétano deverá combater o Clostridium Tetani no foco de infecção, neutralização das toxinas ainda não fixadas nos receptores, controles de sinais e sintomas através de sedativos e miorrelaxantes, imunização ativa dos enfermos e medidas de manutenção (adequação de hidratação, aporte calórico, prevenção de infecções e escaras, tratamento de infecções secundárias, uso de sonda vesical se houver retenção urinária), atendimento à insuficiência respiratória e cuidados gerais. É necessário atentar-se à importância da profilaxia com vacinação antitetânica e informação da população quanto à procura de profissionais da saúde frente a ferimentos, queimaduras ou traumatismo suspeitos de conterem a exotoxina, direcionando os mesmos para um diagnóstico mais precoce e, consequentemente, um tratamento eficaz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GUIA DE BOLSO. Ministério da Saúde e Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças Infecciosas e parasitárias. 8. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Silva, Danielle Maria da. O tétano como doença de base para disfagia. Revista CEFAC [online]. 2010, v. 12, n. 3 [Acessado 20 Agosto 2021] , pp. 499-504. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1516-18462010000300018>. Epub 07 Jul 2010. ISSN 1982- 0216. https://doi.org/10.1590/S1516-18462010000300018. https://doi.org/10.1590/S1516-18462010000300018
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