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F R E N T E 2 157 Multiplicando todos os termos de uma equação pelo coeficiente de x da outra equação: ( ) + = ⇒ + =a cx dy f acx ady af ( ) ⋅ + = ⇒ + =c ax by e acx bcy ec Subtraindo, termo a termo, as duas novas equações obtidas: + = + = + − = − ⇒ − = − acx ady af acx bcy ec 0x ady bcy af ec (ad bc)y af ec Novamente, se ad – bc ≠ 0, tem-se que = ⋅ − ⋅ ⋅ − ⋅ y a f e c a d b c . Saiba mais Escritas na linguagem algébrica tradicional das equações e funções, as fórmulas resolutivas dos sistemas lineares vistas aqui não parecem mesmo muito fáceis de se entender ou memorizar. Torna-se necessário, então, o uso de uma nova linguagem matemática, que chamamos de Álgebra Linear, proposta para simplificar o entendimento e os processos resolutivos dos sistemas lineares, até o ponto de torná-los computacionais. A Álgebra Linear introduz novas estruturas matemáticas, como as matrizes, novos conceitos, como o de combinação linear e novas operações, como o produto interno e os determinantes. Matrizes Desde o início do capítulo algumas ideias matemáticas têm sido fundamentadas sobre o conceito intuitivo de série numérica ordenada, como os pares ordenados (x, y) e as trincas ordenadas (x, y, z), por exemplo. Muitas referências foram feitas às séries de n números reais: s = (x1, x2, x3, ..., xn) Toda série finita, como essa, representa a imagem de alguma função de domínio ordinal →f:N com N = {1, 2, 3, ..., n}, tal que: x = f(n). Em muitos casos, há alguma expressão algébrica para essa função. Exemplos: x = n + 3, n ∈ {1, 2} ⇒ s = (4, 5) x = 2n, n ∈ {1, 2, 3} ⇒ s = (2, 4, 6) x = n2, n ∈ {1, 2, 3, 4} ⇒ s = (1, 4, 9, 16) As matrizes são entidades matemáticas capazes de representar, de forma bidimensional, as imagens de funções também de domínio ordinal, mas com duas variáveis. Indicamos a maioria das matrizes com letras maiúsculas como A, B ou C, por exemplo, deixando as formas minúscu- las dessas letras para representar suas entradas. Os elementos ou entradas das matrizes ficam organizados em linhas e colunas e, para isso, os valores de suas entradas dependem de dois índices ordinais: um para indicar o número da linha e outro para indicar o número da coluna. Desta forma, aij representa a entrada localizada na linha i e coluna j de uma matriz A. Matrizes são apresentadas em sua forma explícita como uma tabela de números compreendidos entre parênteses, colchetes ou barras verticais duplas. Veja o exemplo de uma matriz A com 4 linhas e 3 colunas. a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a A 11 12 13 21 22 23 31 32 33 41 42 43 11 12 13 21 22 23 31 32 33 41 42 43 11 12 13 21 22 23 31 32 33 41 42 43 = = = Toda entrada de uma matriz deve ser acompanhada de dois índices ordinais, assim, a entrada a32 de uma matriz A, por exemplo, não deve ser “a trinta e dois” e sim “a três dois”, pois a32 indica que essa entrada localiza-se na 3 a linha e 2a coluna da matriz. Por isso, não é necessário separar os índices da linha e da coluna por uma vírgula ou qualquer outro tipo de pontuação. A não ser que a matriz estudada possua mais de 10 linhas ou colunas. No caso de uma matriz com mais do que 10 linhas e colunas, uma entrada indicada por a112 teria sua localização expressa de forma ambígua, podendo estar tanto na 1a linha e 12a coluna quanto na 11a linha e 2a coluna. Em situações como essa os índices podem ser separados por uma vírgula. Assim: • a1, 12 indica a entrada localizada na 1 a linha e 12a coluna da matriz; • a11, 2 indica a entrada localizada na 11 a linha e 2a coluna da matriz. Atenção MATEMÁTICA Capítulo 6 Introdução à Álgebra Linear158 Para formalizar as matrizes como entes algébricos deve-se, primeiramente, considerar as suas quantidades de linhas e colunas. Essas quantidades determinam o formato, também chamado de tamanho ou dimensão de uma matriz. A representação m × n indica o tamanho de uma matriz A que possui m linhas e n colunas. Agora, consideram-se dois subconjuntos ordinais de N: I = {1, 2, 3, ..., m} será o conjunto dos índices das linhas da matriz A. J = {1, 2, 3, ..., n} será o conjunto dos índices das linhas da matriz A. As entradas da matriz A apresentam a imagem de alguma função ordinal f, que tem o produto cartesiano dos conjuntos I e J como domínio e o conjunto R como contradomínio: × → f :I J Para indicar os elementos dos conjuntos I e J, considera-se também, um par de índices ordinais i e j, tais que: i ∈ I e j ∈ J i ∈ {1, 2, 3, , m} ⇒ 1 ≤ i ≤ m j ∈ {1, 2, 3, , n} ⇒ 1 ≤ j ≤ n Finalmente, dispondo-se da função f e dos valores de m e n, é possível declarar a matriz A através da seguinte sentença: A a m n a i j f i ji j= ( ) × = ( , ) Veja o que designa cada letra nesta sentença: A Uma matriz a Cada entrada da matriz i Linha da entrada j Coluna da entrada m Quantidade de linhas da matriz n Quantidade de colunas da matriz f Função que estabelece a lei de formação das entradas da matriz Em sua forma explícita, a matriz pode ser representada por: a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a 11 12 13 1m 1n 21 22 23 2m 2n 31 32 33 3m 3n m1 m2 m3 mm mn � � � � � � � � , quando m < n a a a a a a a a a a a a a a a a 11 12 13 1m 21 22 23 2m 31 32 33 3m m1 m2 m3 mm � � � � , quando m = n a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a 11 12 13 1n 21 22 23 2n 31 32 33 3n n1 n2 n3 nn m1 m2 m3 mn � � � � � , quando m > n F R E N T E 2 159 A existência de uma matriz também pode ser declarada sem que os valores de suas entradas sejam fornecidos. Nes- ses casos basta informar o tamanho da matriz como índice da letra escolhida para designar a matriz. Assim, uma matriz A, com m linhas e n colunas, fica representada simplesmente por: Am×n O número de entradas de uma matriz Amxn é igual a m · n. Uma matriz A5 × 3, por exemplo, possui um total de 5 ⋅ 3 = 15 entradas. Lei de formação As funções de duas variáveis ordinais f(i, j) que estabelecem as relações entre os valores das entradas da matriz e os índices i e j de sua localização são denominadas leis de formação da matriz Em muitos casos, essas funções podem ser expressas algebricamente Exemplos: A matriz A = (aij)4×3 em que aij = i j é: A a a a a a a a a a a a a 1 1 2 1 3 1 4 1 1 2 2 2 3 2 4 2 1 3 2 3 3 3 4 3 0 1 2 3 1 0 1 0 2 1 0 1 11 12 13 21 22 23 31 32 33 41 42 43 = = − − − − − − = A matriz B = (bij)2×4 em que bij = i ⋅ j 2 é: B b b b b b b b b 1 1 1 2 1 3 1 4 2 1 2 2 2 3 2 4 1 2 4 8 9 18 16 32 11 12 13 14 21 22 23 24 2 2 2 2 2 2 2 2 = = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = A matriz C = (cij)3×3 em que + < ⋅ ≥ = c i j, se i j i j, se i ji j é: = = ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ + + ⋅ = C c c c c c c c c c 1 1 2 1 3 1 1 2 2 2 3 2 1 3 2 3 3 3 1 2 3 3 4 6 4 5 9 11 12 13 21 22 23 31 32 33 Exercício resolvido 7 Escreva explicitamente a matriz A3×4 em que aij = i 2 – j. Resolução: Do tamanho 3 × 4 da matriz tem-se que ≤ ≤1 i 3 e que ≤ ≤1 j 4. Por m, para cada combinação possível de valores de i e de j, encontramos o valor de aij: a11 = 1 2 – 1 = 0 a21 = 2 2 – 1 = 3 a31 = 3 2 – 1 = 8 a12 = 1 2 – 2 = –1 a22 = 2 2 – 2 = 2 a32 = 3 2 – 2 = 7 a13 = 1 2– 3 = –2 a23 = 2 2 – 3 = 1 a33 = 3 2 – 3 = 6 a14 = 1 2 – 4 = –3 a24 = 2 2 – 4 = 0 a34 = 3 2 – 4 = 5 Finalmente, organizamos o resultado em uma matriz 3 × 4: A 0 1 2 3 3 2 1 0 8 7 6 5 = Filas de uma matriz As filas de uma matriz são suas linhas e colunas. As diagonais de uma matriz não são consideradas filas, de modo que uma matriz A de tamanho m × n possui exatamente m + n filas. As matrizes = B 1 2 4 8 9 18 16 32 e = C 1 3 4 2 4 5 3 6 9 , usadas como exemplos no tópico anterior, possuem 6 filas cada, sendo que em B há 2 linhas e 4 colunas e em C há 3 linhas e 3 colunas.
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