Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E COMPETITIVIDADE TEMA 1 – FUNDAMENTOS DO PENSAMENTO E DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Quando pensamos em administração de uma empresa, acredito que imediatamente, para a maioria das pessoas, duas palavras vêm à mente: gestão e planejamento. Isso porque, obviamente, as empresas são criadas com o intuito de alcançar algum objetivo atendendo a uma certa necessidade da sociedade. Com isso, temos várias empresas que acabam sendo criadas para atingir objetivos semelhantes, concorrendo para se ter o mesmo público ou uma fatia de um mesmo público. Podemos resumir isso em uma simples palavra: competição. Em situações em que encontramos organizações comercializando um mesmo produto ou mesmo oferecendo o mesmo serviço para um público igual, essas empresas necessitarão definir de que forma oferecerão seus produtos ou serviços. Essa forma de atuação é o que comumente chamamos de estratégia, a qual pode fazer a empresa seguir diversos caminhos: melhorar preço, agregar valor, investir em propaganda, investir em capacitação, entre outros. Tudo isso vai depender dos objetivos da organização, pois, dependendo do que ela pretende alcançar, a atuação dela no mercado deverá ser de uma forma ou de outra. Por exemplo, se a empresa quer atingir uma fatia de consumidores de classes sociais mais elevadas, dificilmente sua estratégia será em torno do menor preço. Segundo Nogueira (2014), estratégia é o processo pelo qual uma organização define aonde pretende chegar e como alcançará essa conquista. Assim, é interessante observar que, em uma competição, que é a disputa realizada entre duas ou mais organizações por objetivos comuns, ao invés de empresas seguirem caminhos distintos, algumas escolhem colaborar com um concorrente para que fortifiquem o setor de atuação deles. Segundo Nogueira (2014), isso ajuda o desenvolvimento de clientes no que ambos têm a oferecer ao seu nicho de mercado. Um bom exemplo disso são redes de supermercados, que frequentemente juntam para uma só compra de determinados produtos para uma certa região, com isso ganhando em preço, pelo volume. O que vou exemplificar não chega a ser um apoio, mas podemos evidenciar a estratégia de alguns fast foods com esse intuito de desenvolver interesse. Notem que, geralmente, onde existe um restaurante do Mc Donald’s encontramos um do Burguer King. Já se perguntaram o porquê disso? Em um primeiro momento, 2 podemos pensar da seguinte forma: suponhamos que tenhamos um público de 1000 pessoas naquele local interessados por fast food e que de repente, com a instalação do segundo restaurante da rede concorrente, somos levados a crer que dividirão essa fatia de mil clientes, certo? Porém frequentemente não é isso que acontece: o mais comum é que o interesse pelo produto cresça e ambos passem a ter 1000 interessados cada ou mais que isso. É pelo mesmo motivo que nas cidades é comum termos áreas onde se concentram concessionários de automóveis, por exemplo. Segundo Nogueira et al. (2014), a estratégia empresarial envolve a ideia de criar vantagem competitiva sobre um concorrente, mas isso não significa que não possam colaborar entre si para conseguirem vantagens em relação aos fornecedores, por exemplo. Até porque geralmente essa vantagem vem no momento da oferta do produto ou serviço ao cliente. Pense em um produto ou empresa da qual você está acostumado a comprar. Por que não lhe interessa mais a outra marca ou o outro estabelecimento? Possivelmente, segundo Nogueira (2014), a empresa que se tornou cliente ou a marca de produto que mais lhe agrada ofereçam vantagens ou o satisfaçam em alguma necessidade que as demais não conseguiram. Com isso, as marcas que pensou, na última pergunta, possuem vantagens competitivas levando em conta o seu perfil de consumo. Chegamos a esse ponto podendo observar que as estratégias seguem os mais diversos caminhos, o que envolve desde uma empresa ditar sozinha como e qual seguir até concorrentes se juntando para obter vantagens. Nogueira (2014) escreveu que nenhuma estratégia é executada sozinha, porém também não podemos confiar que o improviso vai nos levar ao sucesso sempre, mesmo que nos salve em alguns momentos. Dessa forma, é possível concluir que devemos adotar um método de ordenação da ação que possibilite estabelecer um padrão de conduta estratégica para organização. De acordo com Nogueira (2014), planejamento é capaz de desenvolver alguns benefícios, dentre os quais podemos destacar os seguintes: • Oferece uma direção; • Confere foco; • Possibilita ação proativa; • Possibilita o controle do desempenho; • Motiva; 3 • Fornece informações para a tomada de decisão. Com o planejamento, temos um rumo e a possibilidade de criar uma visão comum para os membros da organização, evitando o acaso em decisões do dia a dia da empresa, possibilitando que os setores caminhem na mesma direção com o foco no objetivo traçado no planejamento estratégico. Isso evita, segundo Nogueira (2014), gasto de energia com esforços desconectados, que só causa uma certa frustração nos envolvidos. O fato de termos um planejamento bem organizado, ou seja, o objetivo de até onde a organização pretende chegar faz com que os gestores estejam mais cientes do que ocorre no ambiente externo, agindo proativamente e de forma preventiva em relação a fatores que não são exatamente de controle da empresa, além de proporcionar formas de avaliar o desempenho, para que se possa entender se este possibilitará alcançar o proposto. Todo esse processo, controle e desenvolvimento visando um objetivo claro é capaz de proporcionar motivação, pois reduz incertezas. Essa organização, que cito nesse tema de forma introdutória, permite uma base sólida de dados que facilitará as tomadas de decisões futuras, o que veremos com mais detalhes em nossa disciplina. TEMA 2 – CONCEITOS E ELEMENTOS O planejamento de uma empresa consiste, basicamente, em três partes: • Planejamento estratégico; • Planejamento tático; • Planejamento operacional. Para entender, genericamente, cada um deles é bem simples: o planejamento estratégico, alvo principal de nossa disciplina, é o que nos dirá aonde a empresa pretende chegar dentro daquele espaço de tempo; já o planejamento tático é aquele que nos mostrará e organizará o que temos à nossa disposição para chegar aonde o planejamento estratégico apontou. O planejamento operacional é o que nos mostrará como devemos trabalhar com o que temos para atingir o objetivo traçado. Esses, genericamente, seriam as visões das três dimensões de planejamento de uma organização. 4 No que tange à administração estratégica, Nogueira et al. (2014), separa- as em algumas etapas que podem facilitar nossa compreensão em torno do desenvolvimento do planejamento estratégico: • Análise do ambiente; • Estabelecer diretrizes; • Formular estratégias; • Implementar estratégias; • Controle estratégico. Vamos entender de forma geral cada uma dessas etapas e veremos cada uma de forma mais detalhada nos temas que se sucederão. Entender o ambiente e em que circunstâncias estará a fatia de mercado que são os possíveis consumidores ao que a empresa tem a oferecer é um ponto de partida importante. Para isso, um processo de monitoramento do que acontece dentro e fora da organização será capaz de identificar ameaças e as oportunidades atuais e futuras. A análise do ambiente fornecerá dados importantes para tomadas de decisões por parte do gestor e, segundo Nogueira (2014), é essencial que internamente se tenha um mapeamento de características organizacionais, como participação no mercado, qualidade do produto, fluxo de caixa e dados da área de atuação da empresa. Com essas informações, o gestor terá à sua disposição o cenário onde se encontra a empresa hoje e até que ponto é um protagonista do setor. Além disso, paralelamente saberá quais característicaspermeiam o segmento de atuação. Externamente são pontos importantes para que se fazer o acompanhamento: o comportamento do consumidor, fornecedores e as questões políticas que permeiam o setor. O estabelecimento das diretrizes organizacionais é uma etapa em que a empresa precisa decidir-se sobre o que ela pretende ser e sobre qual será o seu protagonismo no nicho de mercado em que ela está disposta a entrar. Os balizadores para essa decisão frequentemente serão, segundo Nogueira (2014), a missão e os objetivos organizacionais. Quando nos referimos à missão organizacional, esta nada mais é do que a razão de existir, e seus objetivos são as metas operacionais que dão o suporte para que possam cumprir a missão. 5 É importante ressaltar que, quando uma empresa está se constituindo, não é uma simples tarefa desenvolver a missão, pois isso requer entender muito bem o mercado que se deseja entrar, como está o cenário da concorrência, os possíveis novos entrantes, ou seja, é uma tarefa complexa que requer um bom conhecimento dos pontos fortes e fracos da organização. Para quem não está acostumado parece muito simplório ler que uma empresa precisa se conhecer. Acreditem: empresas abrem e fecham rapidamente pelo simples fato de não entender sua própria capacidade, o que é bem mais comum do que se pode imaginar. Quando falamos da formulação de estratégias, estamos em uma etapa posterior à análise do ambiente e do estabelecimento dos objetivos organizacionais e que consiste, segundo Nogueira (2014), em projetar e escolher estratégias que ajudarão a alcançar os objetivos da organização. Nesse momento, o foco deve ser entender as vantagens competitivas pertinentes e explorar para que possam superar seus concorrentes. No mundo atual, é fundamental entender que essas vantagens aparecerão a partir do momento em que seu produto seja inovador, não existindo similar, ou quando você realmente tiver algo de diferente no seu que leve o consumidor a optar por sua empresa e não pela do concorrente. As estratégias, segundo Nogueira (2014), são formuladas para serem colocadas em prática e transformar a concepção mental da estratégia em ação. Essa etapa, portanto, consiste em entender o que devo fazer na empresa para que as estratégias traçadas sejam colocadas em prática. É um momento delicado, pois se houver a necessidade de mudanças para o desenvolvimento do proposto, e essas forem muito significativas, isso poderá afetar de alguma forma a cultura da organização, então há uma necessidade de entender como trabalhar essa cultura para que possa ser um apoio à execução das estratégias. É o momento, também, de entender até que ponto a estrutura está adequada para o desenvolvimento operacional das estratégias e se as pessoas que estarão de frente possuem conhecimento suficiente para conduzir. A última etapa em um processo de administração estratégica, segundo Nogueira (2014), é o controle estratégico, que consiste em monitorar o desenvolvimento dos objetivos e estratégias propostas a fim de entender se há, por exemplo, a necessidade de melhoria. Isso possibilitará que a gestão avalie os resultados em relação aos objetivos considerados centrais para a organização. 6 A administração estratégica é um importante passo em uma organização, pois com ela o planejamento estratégico nasce e tem a possibilidade de se estabelecer em uma organização, e auditorias e análises estatísticas costumam ser usadas para obter informações necessárias para avaliar o grau de sucesso das estratégias implementadas. Para realizar com sucesso esse ponto, os administradores e gestores devem entender o processo de controle estratégico e os papéis das auditorias estratégicas necessários uma compreensão dos sistemas de informação da administração e a forma como tais sistemas podem complementar o processo de implantação dessas estratégias. TEMA 3 – ANÁLISE DO AMBIENTE A análise do ambiente é, na verdade, um processo de monitoramento do ambiente organizado com o intuito de identificar oportunidades e possíveis riscos atuais e futuros que possam interferir diretamente no desenvolvimento e na operacionalidade de um planejamento estratégico na empresa. Cabe-nos compreender que boas estratégias não se valem de nada se não temos uma estrutura sólida para que essas se desenvolvam. É desse ponto de vista que deve ser pensada a importância do processo que estamos estudando neste tema. O objeto a ser analisado, segundo Certo et al. (2010), é o ambiente organizacional que nada mais é que o conjunto de todos os fatores, internos e externos, que influenciarão o desenvolvimento e concretização dos objetivos propostos. Certo et al. (2010) escreve que “Ter ciência do ambiente organizacional é essencial para o sucesso de uma empresa.” É fácil entender isso quando pensamos na organização, como colocar em prática uma estratégia qualquer de vendas, por exemplo, se meus vendedores não possuem tal conhecimento. É uma questão de entender a sua empresa, para que possa desenvolver situações perfeitamente aplicáveis naquele ambiente. Mencionei antes e às vezes vale ressaltar que grandes problemas de gestão envolvem o desconhecimento de sua própria capacidade. De acordo com Certo et al. (2010), na teoria geral dos sistemas, as organizações modernas são mais do que sistemas fechados. Na verdade, ele o considera sistemas abertos, ou seja, que recebem influência do ambiente e estão em constante interação entre ele (Certo et al. (2010). Isso é verdade até mesmo nos dias atuais, pois mais do que nunca as empresas são parte de uma grande 7 rede. Não é à toa que o conceito de cadeia de suprimentos é amplamente estudado, portanto, para que eu possa conceber passos para que minha organização avance e possa aplicar estratégias, preciso entender muito sobre o ambiente em que ele está inserido. É verdade que a forma como as organizações fazem seu processo de análise do ambiente é de fato bem distinta entre elas: muitas a realizam com o mesmo objetivo, que é avaliar o ambiente organizacional de modo que, segundo Certo et al. (2010), a administração possa reagir adequadamente e intensificar o sucesso organizacional. Se formos entender o propósito geral relacionado à necessidade do desenvolvimento do processo de análise do ambiente, encontraremos autores com enfoque mais no setor em que a empresa está inserida; outros com o foco mais no ambiente interno olhando para cultura organizacional, identidade da empresa e processo de comunicação e assim por diante. O objeto deste tema não é discutir quem está mais certo do que outro, mas entender que, em qualquer cenário em que possamos fazer a análise do ambiente organizacional, o importante é compreender os fatores internos e externos que podem influenciar nas estratégias que serão adotas, o que, nesse sentido, dependerá muito da empresa, do tipo de produto ou serviço que ela proporciona. Podemos ter a certeza de que uma análise de ambiente, segundo Certo et al. (2010), se usada adequadamente, pode ajudar na obtenção do sucesso organizacional, porém os papéis que a análise assume para garantir o êxito podem variar bastante de uma organização para outra, dependendo de sua necessidade. Podemos destacar: • Papel orientado para as questões políticas; • Papel do planejamento estratégico integrado; • Papel orientado para a função. Para que possamos compreender a questão que envolve os papéis na análise de ambiente, vamos começar pelo primeiro ponto citado quando assume um papel político. Quando digo político, é uma questão que envolve mais a política da empresa e não questões externas. Isso acontece quando o principal propósito da análise é melhorar o desempenho organizacional, segundo Certo et al. (2010), mantendo simplesmente a alta administração informada sobre as principais tendências que se desenvolvem no ambiente. Esse tipo envolve todos os setores da empresa para que possa alimentara alta gestão de informações fidedignas 8 suficientes para tomadas de decisões visando uma descoberta antecipada e a reação adequada a isso, principalmente no que tange a questões estratégicas como atitudes, normas e leis, entre outros. Quando o principal propósito de uma análise de ambiente é, segundo Certo el at. (2010), melhorar o desempenho organizacional, temos o papel estratégico presente, deixando os altos executivos e os gerentes de unidades com informações de questões que surgem no ambiente da empresa. Dessa forma, temos o impacto sobre o planejamento de forma direta, ligando o planejamento corporativo ao divisional. Isso ocorre porque, segundo Certo et al. (2010), os que se ocupam com essas análises do ambiente estão atuando tanto no nível da organização quanto de seus setores. O papel orientado para a função tem como objetivo principal a melhoria do desempenho organizacional. De acordo com Certo et al. (2010), ao fornecer informações ambientais relacionadas ao desempenho efetivo de funções organizacionais específicas, essa análise é frequentemente usada visando a melhoria do desempenho de uma função em especial. Podemos observar que o grande objetivo dos três pontos levantados é a melhoria do desempenho organizacional, porém cada um com um foco em pontos específicos, sendo que o papel orientado para a política parece ser o mais completo por ser o mais amplo em termos de escopo e o menos relacionado ao planejamento organizacional formal. O papel orientado para função é mais especificamente dirigido para questões da organização em si, porém o papel no qual possivelmente o leitor esteja mais interessado, o estratégico, parece dar mais ênfase a um relacionamento próximo entre análise do ambiente e planejamento organizacional. Para executar uma análise de forma mais eficiente, o gestor deve compreender como o ambiente está estruturado. Segundo Certo et al. (2010), geralmente esse ambiente está dividido em três níveis: • Ambiente geral; • Ambiente operacional; • Ambiente interno. Cada um desses ambientes tem suas componentes que auxiliam ao gestor a compreensão do contexto em que a organização se encontra. O gestor deve compreender os fatores que envolvem cada um deles e as relações que possuem 9 com o desempenho organizacional e tomar decisões com base nesses entendimentos. TEMA 4 – ESTABELECIMENTO DE DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS Acredito que seja óbvio, mas é importante ressaltar o quão importante é o momento de se estabelecerem diretrizes organizacionais em qualquer empresa. Isso se deve ao fato de ser o desenvolvimento de uma missão que reflita os resultados da análise do ambiente. Segundo Certo et al. (2010), a missão organizacional é nada mais do que a razão pela qual a empresa exista, pois apresenta informações como o tipo de produto ou serviço que será disponibilizado ao mercado, quem são seus clientes e que valores importantes possui. Vale ressaltar que os clientes são uma escolha da empresa, um direcionamento do público que pretendemos atingir, que será alvo de análise mais adiante em nossa disciplina. Tendo essas informações, é fácil entender que a missão é uma declaração ampla da diretriz organizacional. Estabelecer diretrizes organizacionais é estabelecer a missão organizacional, que é uma parte fundamental da tarefa da alta gestão, pois formalmente expressa de forma mais simplificada o entendimento sobre os rumos da organização. Certo et al. (2010) elenca pontos importantes para que possamos entender melhor a importância de se estabelecer e documentar a missão de uma empresa: • Auxilia a manter o foco em uma direção comum; • Auxilia a evitar que a organização tenha objetivos conflitantes; • É a base para a alocação de recursos; • Estabelece áreas amplas de responsabilidades por tarefa; • É a base para desenvolvimento dos objetivos organizacionais. A determinação da missão traz uma clareza grande sobre os principais alvos de uma organização, o que é um ponto importante para a manutenção do foco da empresa. Por exemplo, se uma empresa de computadores tem a missão de levar o desenvolvimento tecnológico ao maior número de pessoas possíveis, muito provavelmente quer atingir uma parcela do mercado de uma classe mais baixa, portanto o foco de seu leque de produtos deve ser direcionado a esse tipo de consumidor, e todas as estratégias da empresa – desde como abordar o consumidor até a escolha dos fornecedores – deve ser em torno de produtos que 10 possam ser vendidos a essa classe que deseja ser atingida. Creio que isso ilustra a questão de manter o foco em uma direção comum. Obviamente que a questão apontada anteriormente pode até mesmo servir de exemplo para nosso segundo tópico, que diz respeito a evitar que propósitos conflitantes sejam perseguidos. O desenvolvimento de uma missão clara permite a alta gestão, segundo Certo et al. (2010), de se certificar que a organização está apoiada em propostas compatíveis, evitando o desperdício e o conflito. Com o direcionamento bem feito, o que a empresa tem de recursos disponíveis para alcançar os objetivos passa a ser alocado de acordo com o desenvolvimento das estratégias para tornar o produto e o serviço disponíveis para os consumidores objetivados. Certo et al. (2010) ressaltam que, entre esses recursos, estão os financeiros, humanos, de matérias-primas, de equipamentos entre outros. A consequência de uma missão bem estabelecida, como podemos ver até aqui, proporciona uma organização empresarial em torno da razão de existir da empresa, inclusive em relação à alocação de pessoas que realizam tarefas específicas para produzir bens e serviços. Neste momento, faço uma parênteses para ressaltar a importância das pessoas em uma organização e seu bem-estar. Você que já é gestor ou mesmo começa a vida na área de gestão, tenha sempre em mente que as pessoas serão as principais responsáveis pelo desenvolvimento do sucesso da empresa. Com isso, voltando ao nosso penúltimo tópico apresentado, a alocação e treinamento das pessoas certas para desenvolverem tarefas específicas é uma das variáveis críticas de sucesso das estratégias. A consequência disso que apresento até aqui é o desenvolvimento de objetivos organizacionais mais específicos. Falamos da importância no estabelecimento da missão e como isso está diretamente ligado aos estabelecimentos de diretrizes organizacionais. Mas você já parou para pensar neste momento o que exatamente deve constar na declaração de missão da empresa? Certo et al. (2010) colocam que o tipo de informações pode variar entre uma empresa e outra, porém a maioria delas contém: • Produto ou serviço da empresa; • Mercado; • Tecnologia; • Objetivos da empresa; 11 • Filosofia da empresa; • Autoconceito da empresa; • Imagem pública. Acredito que esses tópicos possam ilustrar bem que um objetivo organizacional é uma meta para a qual a organização direciona seus esforços. Os objetivos, conforme ilustra Certo et al. (2010), devem fornecer o fundamento para o planejamento, a organização, a motivação e o controle. Para conduzir uma empresa para eficácia, os executivos devem usar os objetivos como orientações na tomada de decisão, pois como a condução da empresa deve ser em direção à sua missão, nada mais natural que os objetivos balizem uma das principais funções da alta gestão, que é tomar decisões. Além disso, podem servir para aumentar a eficiência organizacional e um guia para a avaliação do desempenho, pois todo esforço e trabalho são fundamentais para que se chegue aos objetivos. Os gestores necessitam avaliar e recompensar o desempenho dos funcionários, com base no que já expus neste tópico. Em geral, as empresas possuem objetivos que podemos dividir em dois grupos: • Os de curto prazo – metas de um a dois anos; • Os de longo prazo – metas entre três, cinco ou mais anos. Certo et al. (2010) ressaltam que,em geral, os objetivos de curto prazo tendem a ser mais específicos em torno de questões como quem os executará, o que exatamente deverá ser executado, quando deverá ser executado e em que área deverá acontecer. TEMA 5 – FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS Vimos que é a análise do ambiente que provêm das informações necessárias para que se inicie o processo de formulação de estratégias, portanto, de forma natural, vamos compreender o processo de formulação de estratégias sob o olhar de duas abordagens: a análise de questões críticas e a análise dos fatores externos e internos (Certo et al., 2010). Quando falamos de análise de questões críticas, estamos tratando de algo que fornecerá tanto a estrutura necessária para a compreensão da situação atual da organização quanto para a formulação de estratégias eficazes. Certo et al. 12 (2010) comentam que, para realizá-la, é necessário, primeiro, responder a quatro questões básicas: • Quais são os propósitos e objetivos da organização? • Para onde a organização está indo no momento? • Que fatores ambientais críticos a organização enfrenta atualmente? • O que pode ser feito para que os objetivos organizacionais sejam alcançados de forma mais efetiva no futuro? Com base nas respostas a essas questões, a alta gestão terá condições de compreender aonde a organização pretende chegar, se ela está conseguindo atingir as metas, se tem alguma coisa a melhorar e como está posicionada (se em ambiente externo ou interno), ou seja, os administradores terão cada vez mais uma visão estratégica de aonde a empresa quer chegar e como ela está lidando com isso, pois as estratégias eficientes para tal somente serão possíveis quando tiverem a compreensão clara dos objetivos da organização, para onde ela está indo e qual o ambiente em que ela opera. Certo et al. (2010) comentam que a análise dos fatores externos e internos é uma ferramenta muito útil para o entendimento da situação global da organização. Esses fatores envolvem analisarmos as oportunidades, riscos, pontos fortes e pontos fracos. Provavelmente a maioria de vocês conhece essa análise como matriz SWOT, porém esse será alvo de análise própria em temas dessa disciplina mais adiante. O importante no momento é compreender que a matriz é capaz de nos mostrar um panorama do ambiente interno e externo da empresa e uma das ferramentas mais usadas para que se possam extrair dados importantes para o desenvolvimento de um planejamento estratégico. Elaborar e estabelecer estratégias gerais é o primeiro passo no processo de formulação de estratégias organizacionais. O passo seguinte é definir e decidir o papel das diversas linhas de negócios da organização e quais recursos serão alocados para isso. Certo et al. (2010) colocam que uma empresa tem à sua disposição e pode se valer de um leque amplo de estratégias genéricas, dentre as quais podemos destacar: • Estratégia de concentração – usada por empresas que desejam obter vantagens competitivas por meio de conhecimento, empresas que 13 concentram seu negócio em um único segmento, por exemplo, o Burger King concentra seu negócio na indústria de fast food; • Estratégia de estabilidade – adotada por organizações que concentram em sua linha ou linhas de negócio existente e tentam mantê-las sem grandes alterações. Por exemplo, o Mc Donald’s é do segmento fast food sem dúvidas uma das líderes de mercado e mantém essa estabilidade de não variar a linha de atuação; • Estratégia de crescimento – podem ser obtidas por meio de recursos como as integrações verticais e horizontais, diversificação e fusões, além de joint ventures. Para quem não está habituado com alguns termos, uma integração vertical consiste em um crescimento por meio da aquisição de outras organizações ao longo do canal de distribuição. A integração horizontal é o crescimento por meio de aquisição de empresas concorrentes em uma mesma linha de negócios. A diversificação, segundo Certo et al. (2010), envolve o crescimento por meio da aquisição de empresas em outras indústrias ou linhas de negócios. Certo et al. (2010) nos chamam atenção, pois quando a empresa adquirida possui uma linha de negócios muito diferente, a estratégia é chamada de diversificação não relacionada ou conglomerada. Um exemplo claro disso que vemos no mercado são as empresas que compõem o grupo Silvio Santos, pois temos ali várias empresas que vão de comunicação financeira até cosmética. A estratégia de conglomerado, como a do grupo Silvio Santos, é utilizada quando está envolvida no processo pelo menos uma das razões a seguir, levantadas por Certo et al. (2010): • Organizações de crescimento lento podem adquirir outras de crescimento mais rápido para aumentar a taxa de crescimento; • Organizações com excesso de caixa investindo em outra indústria, o que frequentemente é lucrativo; • A diversificação para diluir riscos; • Uma administração talentosa que espera adquirir empresas fracas e torná- las lucrativas; • Fusões e joint ventures. 14 Vale ressaltar que uma fusão ocorre quando uma empresa se une a outra para formar uma nova organização. Na joint venture, uma organização trabalha com outra em um projeto que será administrado somente por uma das empresas. 15 REFERÊNCIAS CERTO, S. C. et al. Administração estratégica – Planejamento e implantação de estratégias. 3. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. NOGUEIRA, C. S. Planejamento estratégico. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 16
Compartilhar