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Acreditação Hospitalar I
Estudo de 
Caso
Professoras: 
Esp. Jovelina Guimarães Borges Morante
Esp. Adriana Queiroz Palmieri Ferreira
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estudo de 
caso
ESTUDO DE CASO JÚLIA LIMA
Uma série de ações e condutas desencadearam uma situação aflitiva para os pais de Júlia 
Lima, durante seu internamento no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, entre os 
dias 4 e 10 de fevereiro de 2015. Júlia foi diagnosticada com Síndrome de Cockett – compres-
são da veia ilíaca pela artéria – e imediatamente internada, mas veio a receber medicação 
que não foi efetiva, levando-a a necessitar de cirurgia dois dias após a internação e poste-
rior evolução para óbito, no dia 10 de fevereiro de 2015. Os pais, transtornados, em posse do 
prontuário de sua filha, resolvem tomar providências, e com a ajuda da instituição encontra-
ram uma saída para encarar o evento adverso com fim trágico.
Júlia Lima e o diagnóstico de Síndrome de Cockett
Júlia foi descrita pelos pais como uma pessoa intensa, que adorava balé e artes, tinha muita 
preocupação com o meio ambiente e muito responsável. Ela era atriz. Francisco Cruz Lima, 
de 60 anos, era engenheiro e pai de Júlia, e Sandra Giuliani Cruz Lima, de 59 anos, era a mãe. 
Em 4 de fevereiro de 2015, Júlia Lima, atriz, no auge de seus 27 anos, foi diagnosticada com 
Síndrome de Cockett.
A Síndrome de Cockett é uma situação clínica na qual a artéria ilíaca comum direita 
comprime extrinsecamente a veia ilíaca comum esquerda, apresentando como sintoma 
dor e edema (inchaço) no membro inferior esquerdo, ou trombose iliofemoral esquerda 
(CAVALCANTE et al, 2015). Não é uma condição grave, e acomete de 2 a 5% dos pacientes 
portadores de doença venosa dos membros inferiores. Há predominância da síndrome em 
mulheres com média de idade de 34 anos, e os fatores que precipitam o aparecimento são 
gravidez, repouso prolongado e cirurgia. 
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Hospital Israelita Albert Einstein
A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein completou 60 anos de atividades 
hospitalares em 2015. É um hospital com responsabilidade social, que possui uma parce-
ria público-privada que envolve a administração de 22 unidades públicas. Foi fundado em 
1958 e inaugurado em 1971. A partir de então, passou a ser referência em tratamentos com 
tecnologia de ponta e atendimento humanizado, responsabilidade social e atividades de 
ensino e pesquisa. Já foi sete vezes considerado o melhor hospital da América Latina pela 
revista América Economía Intelligence. Os aspectos de avaliação dessa revista são: segurança 
e dignidade do paciente, capital humano, capacidade de atendimento, eficiência, prestígio 
e gestão do conhecimento.
É uma instituição sem fins lucrativos com o objetivo de compromisso com a qualida-
de e a segurança da assistência ao paciente. Não se constitui apenas de um hospital e sim 
de um sistema integrado de saúde, em que não se realiza apenas a assistência, mas toda a 
cadeia de serviços de saúde: promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
Possui um Manual Institucional de Diretrizes de Conduta Ética, que é divulgado para todos 
os colaboradores, no qual se tem a conduta esperada dos líderes e equipes e pauta o rela-
cionamento com os diversos públicos. As não conformidades são reportadas pelo público 
interno no Sistema de Notificação de Eventos Adversos ou por meio do SAC. O público 
externo conta com o SAC que, além de receber e registrar reclamações, elogios e sugestões, 
também acolhe denúncias assegurando a confidencialidade da identidade do denunciante.
Em 2014, decidiu adotar a governança Triple Aim, que trabalha mudanças na aborda-
gem, estruturação e monitoramento dos serviços de saúde, em três dimensões:
1. Experiência do cuidado: foco na qualidade, segurança e eficiência dos serviços, que 
asseguram uma melhor experiência do paciente e a satisfação dele.
2. Redução do custo per capita dos serviços de saúde: foco na melhoria contínua e no 
conhecimento científico para garantir a eficácia da aplicação dos recursos.
3. Abordagem populacional: a partir de experiências bem-sucedidas, escalonar os 
resultados para parcelas maiores da população por meio de estratégias de atendimento 
ajustadas às especificidades dos diversos grupos.
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O modelo Triple Aim reforça o compromisso da instituição em diversas frentes já articula-
das como:
• Foco em qualidade e segurança.
• Uso do conceito de experiência do paciente.
• Replicação de parceria com o Sistema Único de Saúde.
• Geração e difusão de conhecimento.
• Construção de modelos de atendimento específicos para determinados grupos 
populacionais como: coluna e parto adequado, gestão financeira responsável e 
racionalização no uso de recursos.
Possui diversas certificações e acreditações:
AABB – American Association of Blood Banks (Departamento de Hemoterapia).
ACR – American College of Radiology (Departamento de Imagem).
CAP – College of American Pathologists. Laboratório e Hemoterapia. Melhores práticas no 
processo de Transplante de Medula Óssea.
FACT – Foundation for the Accreditation of Cellular Therapy.
ISO 14001 – Certificação Ambiental Institucional – Unidade Morumbi e Externas – Padrões 
de qualidade em questões ambientais e de sustentabilidade. 
Joint Commission International – Hospitalar – Unidade Morumbi e Externas.
Joint Commission International – Programa de Cuidados Clínicos – AVC – Unidade Morumbi 
e Externas (que possuem UPA).
Joint Commission International – Programa de Diabetes – Unidade Morumbi.
Joint Commission International – Programa de Atenção Primária – Programa Einstein na 
Comunidade Paraisópolis.
Planetree – Unidade Morumbi.
AAALAC – Association for Assessment and Accreditation of Laboratory Animal Care International 
– Cetec (Francisco Morato). 
ASHI - The American Society for Histocompatibility and Immunogenetics – Laboratório.
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Em implantação:
Magnet Recognition Program – Unidade Morumbi e Externas.
AAHRPP – Association for the Accreditation of Human Research Protection Programs – 
(Departamento de Pesquisa Clínica).
SSH – Society for Simulation in Healthcare Accreditation – Centro de Simulação Realística 
Unidades Morumbi e Ipiranga.
Possui Sistema de Gestão da Qualidade fundamentado na missão, visão e valores da Sociedade, 
em preceitos judaicos e nos princípios publicados pelo Instituto de Medicina dos Estados 
Unidos da América do Norte:
• Assistência focada no paciente – providenciar assistência que respeite as preferências, 
necessidades e valores dos pacientes.
• Prover assistência no tempo adequado – reduzir esperas e atrasos àqueles que recebem 
e prestam os cuidados.
• Eficiência – evitar desperdícios e mau uso de suprimentos, equipamentos.
• Equidade – respeito à igualdade de direito de cada um. Promover assistência com 
qualidade a todas as pessoas.
• Efetividade – fornecer serviços adequados; uso responsável dos recursos – evitar uso 
excessivo ou insuficiente.
• Segurança do Paciente – evitar que a assistência prestada resulte em dano ao paciente.
A partir de 2007, a Segurança do Paciente passou a ser um compromisso de toda a liderança 
na eliminação ou mitigação de riscos na assistência ao paciente, na prática dos profissionais 
e no ambiente hospitalar. 
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Evento Adverso
Em 4 de fevereiro, Júlia Lima foi admitida no Hospital Israelita Albert Einstein e diagnostica-
da com a Síndrome de Cockett pelo médico de confiança de sua família. Em outra situação, 
ele tratou de seu avô com sucesso. Ela apresentava um quadro de trombose. O médico pres-
creveu o medicamento heparina e a Júlia ficou em observação. O quadro permaneceu sem 
evolução positiva, a medicação não surtiu o efeito esperado. O médico então conversa com 
os pais de Júlia e explica que será necessária uma intervenção de colocação de cateter para 
administrar um medicamentofibrinolítico, utilizado em cirurgias cardíacas para reverter o 
quadro da Júlia. 
- Médico responsável: Após o procedimento vou encaminhá-la à UTI que é uma unidade 
com assistência diferenciada e dedicada, lá ela estará melhor assistida. A única preocupa-
ção será o nível de fibrinogênio na corrente sanguínea que precisará ser monitorado e não 
deve ser inferior ao valor de 100.
- Francisco Lima: Qual o nível de risco?
- Médico responsável: É próximo de zero. Precisamos passar essa fase. Após 24h de infusão 
do medicamento, ele será suspenso e então vamos colocar um stent na veia.
A partir daí, Júlia teve o cateter instalado com a perfusão da medicação, sendo encami-
nhada para UTI. No Albert Einstein, devido ao seu programa de humanização, os familiares 
podem acompanhar o paciente na UTI e por isso os pais estiveram com o ela todo o tempo 
entre o pós-procedimento e óbito. O pai relatou que durante as 13 horas de internamen-
to na UTI foram realizados 5 exames para o fibrinogênio sérico (corrente sanguínea), todos 
com resultado abaixo de 50. Os batimentos cardíacos chegavam a 135 bpm. Os pais aflitos 
questionavam os médicos assistentes da UTI, que respondiam que estava tudo normal. A 
Júlia reclamou insistentemente durante essas 13 horas de fechamento na região da traqueia 
com muito desconforto, mas os médicos diziam que podia ser sintoma do entubamento e 
que tudo estava normal. Júlia relatava pelo celular que estava no limite, os pais aflitos cha-
mavam os médicos assistentes que insistiam na normalidade, e assim foi até o óbito de Júlia.
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O pais, transtornados, captam o prontuário com a ajuda da instituição, e segue em busca 
de tomar providências. Durante seus momentos de desespero e angústia repensa a questão 
e recebendo o total apoio do Albert Einstein resolveu fazer algo a respeito. Criou em con-
junto com a instituição um Conselho de Pacientes com a participação de amigos, médicos, 
empresários e diretores do hospital. Nos diversos depoimentos de Francisco Lima ele reforça 
que a transparência do Hospital Albert Einstein o fez repensar e tomar atitudes. O objetivo 
do Conselho é evitar que outras pessoas passem pelo que a família passou, tanto os pais 
como a Júlia, por meio de mudanças na conduta médica e implantação de protocolo de se-
gurança para mitigar esse tipo de evento adverso.
O Conselho conseguiu criar um protocolo para prevenção desse evento que salvou 20 
pacientes de ter o mesmo desfecho de Júlia durante 1 ano. A instituição criou uma escul-
tura da Júlia em escala 1:1 para fixar na frente do hospital e também o Programa Júlia Lima 
de Segurança.
O próximo passo do Conselho é criar um documentário para divulgar a importância do 
protocolo de segurança do paciente para salvar vidas.
- Francisco Lima: Em cima disso, eu criei alguns objetivos, que o médico seja mais humilde, 
que ele ouça uma segunda opinião, que ouça os familiares ou paciente, que se torne mais 
acessível.
A sequência de agravos ocorridos com a Júlia Lima e sua família em fevereiro de 2015 de-
sencadeou uma resposta nobre por parte dos familiares, resgatando a concepção de que 
os pacientes devem se envolver com o cuidado e inspirar outros ao mesmo, como também 
projetou a atuação de excelência do Hospital Albert Einstein em manejar o conceito de dis-
closure por meio de conduta transparente e humanizada.
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REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, L. P.; SOUZA, J. E. S.; PEREIRA, R. M.; BERNARDES, M. V.; AMANAJÁS, A. M. S.; 
PARISATI, M. H.; ROCHA, R. D.; ARAÚJO, A. O. Síndrome de compressão da veia ilíaca: revisão 
de literatura. Jornal Vascular Brasileiro, v. 14, n. 1, p. 78-83, jan. 2015.
FELIX, P. Após morte de jovem, hospital cria ação contra erro médico. Estadão. Disponível 
em: <http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,apos-morte--hospital-cria-acao-contra-er-
ro-medico,1775670>. Acesso em: 27 set. 18.
ALBERT EINSTEIN. Diferenciais. [2018]. Disponível em: <https://www.einstein.br/sobre-eins-
tein/diferenciais>. Acesso em: 27 set. 2018.
IBSP. Caso Júlia Lima: criação de protocolo a partir de evento adverso salva 20 vidas em um 
ano. 2017. Disponível em: <https://www.segurancadopaciente.com.br/central_conteudo/ca-
so-julia-lima-criacao-de-protocolo-partir-de-evento-adverso-salva-20-vidas-em-um-ano/>. 
Acesso em: 27 set. 2018.