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Sociologia

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Tema 01: A transição do Feudalismo para o Capitalismo
Através de um processo que teria durado de três a cinco séculos — do século XIII/VXI ao VXII —, a sociedade feudal perdeu gradualmente suas bases e deu lugar à nova sociedade urbana e industrial. Neste processo, deixa de existir um sistema econômico, social e político, em que predominava o mundo rural baseado na propriedade da terra, agricultura de subsistência, sociedade dividida em estamentos e economia amonetária para dar lugar a um sistema econômico, político e social majoritariamente urbano, baseado na propriedade privada e na produção industrial, visando o lucro, e divisão social a partir de classes. Neste processo, do qual fizeram parte profundas transformações sociais, políticas, econômicas e culturais, podemos localizar o surgimento de uma nova sociedade que já apresentava seus conflitos, sendo estes as questões clássicas da Sociologia e da Sociologia Urbana.
Tema 02: A nova sociedade: moderna, urbana e industrial
Com a transição do feudalismo para o capitalismo, dois processos merecem destaque: o surgimento da Modernidade e a formação dos grandes centros urbanos. Entendemos a Modernidade como uma época, surgida a partir do século XVIII, na qual há predomínio da razão e profundas alterações sociais, políticas e econômicas. Como vimos anteriormente, o processo de formação das cidades faz parte da consolidação do capitalismo. A transição do meio rural para o urbano se deu através de um processo gradual e complicado, uma vez que as cidades que já existiam, mas não tinham grande importância, não tinham estrutura para receber todos os indivíduos que foram expulsos do campo e chegavam em busca de emprego.
Tema 03: Surgimento da Sociologia e Sociologia Urbana
A Sociologia nasceu com a finalidade de compreender um novo contexto que surgia: a sociedade moderna, capitalista, urbana e industrial. Como precursor da Sociologia, temos Augusto Comte que, através do positivismo, lança as bases para que se possa constituir uma ciência da sociedade. Émile Durkheim, a partir do positivismo, funda a Sociologia e baseia sua teoria em uma crise moral da sociedade e na necessidade de garantir a coesão social como garantia de seu bom funcionamento. Max Weber, outro autor tido como clássico, toma como objeto a emergência e consolidação do capitalismo, tendo como método a análise do sentido das ações coletivas e individuais. Karl Marx, a partir da necessidade da desnaturalização do sistema e de sua superação, desvenda o funcionamento da economia capitalista, apontando outros sistemas mais justos e menos desiguais.
Tema 04: A Escola de Chicago
A partir dos problemas que surgiram no meio-oeste americano, ligados à rápida expansão das cidades relacionadas aos lucros do setor petrolífero, a Universidade de Chicago desenvolve uma série de estudos em diversas áreas. A Escola de Chicago, como ficou conhecida, desenvolveu estudos relacionados à Psicologia, à Psicologia Social, à Criminologia, às Ciências da Comunicação e à Sociologia. Ganhando visibilidade nos anos 1920 e 1930, a Sociologia desenvolvida pela Escola de Chicago representou uma grande inovação ao tomar como objeto os grandes centros urbanos, através de um método inovador que combina conceitos teóricos, típicos da Sociologia, com pesquisas de campo de caráter etnográfico, típicas da Antropologia.
Tema 05: A Escola Francesa
A França sempre se configurou como um espaço referencial para as reflexões filosóficas e sociológicas. Com a questão urbana não seria diferente. Veremos, neste tópico, que as primeiras referências para as reformas urbanas vêm da França: Barão de Haussmann e Le Corbusier. Esses pensadores serviriam de base para diversas reformas urbanas ao redor do mundo, em meados do século XIX. A Escola Francesa também é a escola de pensamento que criticaria o pensamento da Escola de Chicago nos anos 1960. Desta escola, veremos os autores Henri Lefebvre, Manuel Castells e Alain Touraine.
Tema 01: Espaço e território - conceito e histórico
A partir das definições de espaço e território, é possível compreender as transformações do homem na natureza e o surgimento de elementos materiais e imateriais. Iremos abordar também como a cultura urbana é fruto das relações estabelecidas entre os homens, bem como entre este e o ambiente. A partir da diferenciação entre espaço e território, veremos que o homem tem papel central na produção dos espaços e na produção de significações para a sua vida e para a coletividade da qual faz parte. Retomando a questão das cidades, veremos como o surgimento das indústrias desencadeia um processo de desenvolvimento das cidades e influencia na formação de uma configuração específica. Veremos também os fenômenos da metropolização, favelização e gentrificação.
Tema 02: A produção do espaço
A partir do entendimento da relação entre o sistema econômico-social (feudalismo ou capitalismo), discutiremos como cada sistema está intimamente relacionado com a produção do espaço e as diferenças das produções espaciais no capitalismo, através das desigualdades entre as nações. Por fim, utilizaremos a teoria de Milton Santos como explicação possível para o funcionamento da urbanização nos países subdesenvolvidos.
Tema 03: O surgimento das indústrias e desenvolvimento da cidade
A origem das cidades remete à Antiguidade, quando o homem domina a agricultura, domestica os animais e deixa a vida nômade para residir perto dos rios, processo que ficou conhecido como revolução neolítica. Na Idade Média, as cidades eram pequenas e tinham pouca infraestrutura. Com o Renascimento, que marca a passagem da Idade Média para a Moderna, veríamos a expansão das cidades, renascimento comercial, surgimento dos burgos e Revolução Industrial, que alteraria a ordem social, econômica e cultural da cidade. Com o século XX, as cidades aumentam e nascem as primeiras metrópoles, acompanhadas pela consolidação do modo de vida urbano. No século XXI, veremos a alteração das cidades mundiais, que agora estão interligadas através da globalização.
Tema 04: O fenômeno de metropolização e favelização
A partir do aumento das cidades, há o surgimento das grandes metrópoles mundiais. A origem dos questionamentos sobre as consequências da concentração urbana que geraram inúmeros problemas sociais está na Inglaterra, por volta de 1816. Veremos também que a lógica da circulação do capital é dos elementos essenciais para compreender a origem das desigualdades urbanas. Passando ao contexto brasileiro, veremos que a origem do processo de favelização se dará no século XIX, quando, a partir das moradias coletivas, chamadas de cortiços, e do "enfrentamento" desse problema, através de um processo de higienização social e embelezamento dos centros da cidade, surgiram as primeiras favelas. Esses locais, carregados de características negativas no imaginário social, passam a ser um local de moradia das classes menos favorecidas e com menos acesso a direitos sociais e econômicos.
ema 05: O processo de gentrificação
Importante conceito para entender a contemporaneidade, a gentrificação é um processo que foi observado pela primeira vez em Londres, por Ruth Glass, e se espalhou pelo mundo. Através do enobrecimento de áreas, geralmente centrais, das cidades, a gentrificação é um processo que, por trás do aspecto positivo da revitalização de regiões antes degradadas, provoca a expulsão dos habitantes de baixa renda. Assim, mostra-se como mais um dos processos que promovem a exclusão social. Veremos que duas tradições de pesquisas se firmaram nos estudos sobre a gentrificação e a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro como um exemplo desse fenômeno no Brasil.
ema 01: Industrialização e Urbanização
Embora a urbanização brasileira tenha se iniciado em meados de 1880, esse processo se intensifica a partir da década de 1940, com a industrialização. Baseada em baixos salários, a industrialização brasileira permitiu que o país se modernizasse, enfrentando o desafio de inserir um país agrário-exportador na economia mundial. Veremos que os principaisatores desse processo foram Getúlio Vargas, com sua lógica nacionalista, e Juscelino Kubitschek, que abandona o nacional-desenvolvimentismo em favor da internacionalização da economia.
Tema 02: A questão habitacional brasileira
A questão habitacional brasileira, que se inicia com a demanda por moradias dos escravos libertos e dos imigrantes recém-chegados ao país, tem seu início e trajetória marcados pela pouca atenção estatal ao assunto. A formação dos cortiços cariocas, passando pelos processos de higienização dos centros das cidades, promovidos pelas elites aliadas ao poder público, gerou os espaços de segregação chamados de favelas. Veremos que as diversas iniciativas de acesso à habitação, de 1930 até a atualidade, não enfrentaram de forma estrutural o problema habitacional brasileiro, principalmente do acesso à moradia por parte da população de baixa renda. Uma das características dessas políticas habitacionais é a transferência da função de construção de moradias pelo setor público aos setores privados.
Tema 03: Planejamento urbano no Brasil
A partir de referências estrangeiras, o planejamento urbano no Brasil foi inicialmente pensado como meio para embelezar a cidade. Assim, de acordo com Pablo Vilaça (1999), a primeira fase de planejamento no Brasil (1975-1930) foi marcada pela recusa ao passado colonial, planos de embelezamento e melhoramentos urbanos e os ideais de higienismo e modernidade. A segunda fase (1930-1992) tem como característica a busca por uma cidade eficiente, marcada pelos planos diretores, pela busca de integração e, posteriormente, pela municipalização da gestão das cidades. A terceira fase (1992-2001) foi marcada pela tentativa de tornar práticas as diretrizes inseridas pela Constituição de 1988 e tem seu fim marcado pela promulgação do Estatuto das Cidades.
Tema 04: Industrialização, urbanização e desigualdade
O desenvolvimento das cidades está intimamente ligado ao desenvolvimento do capitalismo, como já vimos em aulas anteriores. Desde o início deste processo, a cidade foi ocupada de maneira desigual, sendo que a cada classe social corresponderia um lugar na cidade. No Brasil, este processo não se deu de forma diferente. Desde a urbanização brasileira, os padrões espaciais de desigualdade social já estiveram presentes. A partir dos anos 1980, com um novo padrão de urbanização e as chamadas décadas perdidas, veremos que há um aumento das favelas e da violência urbana.
Tema 05: Cidade de Muros, de Teresa Caldeira
Neste tópico abordaremos um dos principais estudos sobre cidadania e segregação realizados por Teresa Pires do Rio Caldeira. Partindo de depoimentos de moradores da cidade de São Paulo sobre direitos, instituições e criminalidade, colhidos entre 1989 e 1991, a autora busca compreender os temas da democracia, violência e direitos no ambiente urbano.
Tema 01: O que é violência?
Compreendendo a violência como um ato marginal que impede ou dificulta a interação social, somos levados a refletir sobre o papel da racionalidade como guia das ações humanas. Por mais que a História humana seja a marcha para a razão, é inegável que esta não é a única possibilidade de ação. Além disso, somos obrigados a admitir que estamos expostos a um contexto que nem sempre favorece o exercício da racionalidade e o uso do bom senso. Também devemos considerar predisposições individuais para a violência. Assim, embora saibamos que a violência não é um ideal de ação, é uma realidade. A partir disso, buscaremos defini-la e abordar uma classificação das violências propostas pelo sociólogo Luis Antonio de Souza.
Tema 02: Violência como categoria sociológica e Direitos Humanos
A Sociologia da Violência tem como tarefa compreender, através das representações da violência, o que está em seu substrato, ou seja, quais são as condições estruturais ou configurações de relações que a geram. O Estado é uma chave para compreender a violência, uma vez que, quando passamos da vida individual para a coletiva, ao Estado compete o monopólio da força física. Diversos autores trataram deste tema. Neste tópico, trataremos da filósofa Hannah Arendt e do sociólogo Michel Foucault. Como veremos, Arendt afirma ser a violência o oposto do Estado, e Foucault afirma que todas as relações sociais são relações de poder. Por fim, trataremos dos Direitos Humanos como possível saída para a violência e que o acesso a esses direitos não são efetivados em sua totalidade em alguns lugares do mundo.
Tema 03: Violência - Maquiavel e Contratualistas
Mesmo antes da consolidação das formas democráticas de governo, os teóricos da Ciência Política já trataram da relação entre Estado e violência. Trataremos de alguns destes teóricos neste tópico, iniciando por Nicolau Maquiavel que, com sua obra O Príncipe, trata do bom funcionamento da monarquia e da boa governança. Thomas Hobbes, que trata do estado de natureza e da violência como uma característica associado a ele, aborda o contrato social como o fim da violência. Jean-Jacques Rousseau defende que o homem é bom por natureza, tendo essa natureza corrompida pelo processo civilizador. Em todos esses teóricos, temos a violência como algo indesejado, que deve ser utilizado em casos bastante específicos.
Tema 04: A violência nos clássicos da Sociologia - Marx e Engels
Karl Marx e Friedrich Engels tinham como objetivos descrever o funcionamento do capitalismo e apontar alternativas para a superação desse sistema econômico. Baseado em duas classes sociais — burguesia e proletariado —, o sistema capitalista tem a desigualdade como origem e condição de sustentação. A partir da exploração da força de trabalho e da apropriação do excedente econômico, o capitalismo se mantém. A acumulação primitiva do capital até a reprodução deste, a desigualdade e a exploração são condições sem as quais o capital não teria condições de ser produzido e circulado, alimentando o sistema econômico. Desta maneira, sendo a violência e a desigualdade condições necessárias ao capitalismo, veremos que esses autores apontam a superação deste sistema como única maneira de promover um mundo mais igual e menos violento.
Tema 05: A violência nos clássicos da Sociologia - Durkheim e Weber
Considerado fundador da Sociologia, Émile Durkheim considera a consciência coletiva um conceito central para o funcionamento da sociedade. Assim, através da prevalência da sociedade em detrimento do indivíduo, temos os fatos sociais que, basicamente através da educação, moldam os indivíduos para a vida em comum. Na teoria de Durkheim, temos a violência como fato indesejado, que deveria ser suprimido do indivíduo através da educação, que deve incutir no indivíduo padrões de comportamento associados à moralidade, ao bom comportamento e ao foco no coletivo. Max Weber, com sua teoria voltada à compreensão do funcionamento da sociedade capitalista, compreende a racionalidade como um conceito central para compreender o surgimento e consolidação do capitalismo. Trataremos do Estado como agente que detém o monopólio da força, como defendido por Weber.
Tema 01: Processo de redemocratização do Brasil e segurança pública
O fim da ditadura militar no Brasil representou o fim de um período de violência estatal extrema no Brasil. Assim, a esperança em um país democrático com acesso a direitos garantidos estava no front dos cidadãos brasileiros. Contudo, veremos que as transições democráticas na América Latina geraram democracias frágeis, que têm ainda muitos desafios pela frente. As políticas de segurança pública formuladas após a redemocratização apresentam características repressivas, atacando apenas uma parte do problema. Desta maneira, vemos hoje crises do sistema penitenciário em diversos estados, resultado de décadas de uma política que, no lugar de atacar as desigualdades sociais e garantir o acesso a direitos humanos básicos como forma de diminuir a violência, manteve-se focada em reprimir os crimes atribuídos às classes baixas e marginalizadas brasileiras.
Tema 02: Violência policial e segurança pública
Após a redemocratização do país, veremosque as políticas de violência do Estado não sofreram as mudanças desejadas. A polícia, entendida como o sujeito prático da política de segurança pública, tem como finalidade o controle social. No Brasil, essa polícia também acumula, ilegalmente, a tarefa de punir. Veremos que, além de fruto de uma política de segurança pública equivocada, a polícia brasileira tem um histórico de abuso de poder, uso excessivo da força e consequente mortalidade acima da média. Para o sociólogo Luís Antonio de Souza, a polícia brasileira é uma instituição falida que precisa de reformas profundas, bem como as políticas de segurança pública, como veremos neste tópico.
Tema 03: Violência no Brasil e segurança pública
A violência no Brasil foi entendida a partir de diversas abordagens, porém é sempre entendida como resposta estatal às desordens sociais. Neste sentido, podemos compreendê-la como um choque entre expectativas sociais e as reais condições do indivíduo de fazer frente a essas expectativas. Um estado que não garante as condições mínimas de vida, associadas à degradação do espaço público e consequente aumento da insegurança e do medo e uma política de segurança que vê a punição como solução, acaba produtor de violências sociais dirigidas às camadas desfavorecidas economicamente. Através de outra atuação do estado, que pense a segurança pública de outra maneira e forneça outra formação aos policiais, buscando a cooperação com diversos poderes, incluindo a sociedade civil, poderíamos avançar na diminuição das violências, caminhando para uma democracia mais plena e igual.
Tema 04: Sociologia da Violência no Brasil
Neste tópico, veremos a história da Sociologia da Violência no Brasil e alguns dos principais autores que fazem parte dessa trajetória. Alba Zaluar, antropóloga brasileira, foi umas das primeiras cientistas sociais a trabalhar com os estudos sobre a violência no Brasil. Através de pesquisas realizadas, em sua maioria a partir de fenômenos cariocas, a autora apresenta vasta contribuição ao tema, além de coordenar o Núcleo de Pesquisas das Violências, sediado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Sérgio Adorno, sociólogo e cientista político vinculado à Universidade de São Paulo, onde coordena o Núcleo de Estudos da Violência, é outro autor de relevantes contribuições aos estudos da violência. Por fim, veremos Luís Eduardo Soares, antropólogo, cientista político e escritor, que se destaca, além de sua produção sobre o tema da segurança pública, por sua atuação política, pela participação em governos brasileiros.
Tema 05: Segurança pública e nova criminalidade
Veremos, a partir do estudo Democratização inacabada: fracasso da segurança pública, de autoria de Alba Zaluar e publicado em 2007 pela Revista Brasileira de Ciências Sociais, um olhar da autora sobre o processo de redemocratização e as novas formas de criminalidade que resultaram de processos de gestão de políticas públicas de segurança. A autora aponta que houve o surgimento de uma indústria do crime, associada ao tráfico internacional de drogas, o que inseriu o país em uma rede transnacional de crime organizado. Unindo este contexto à corrupção institucional, à ineficácia das políticas públicas e à discriminação no sistema de Justiça, resultou um aumento da violência. Desta maneira, a autora narra o nascimento de um novo padrão de criminalidade, que está vigente até os dias de hoje no país.
Tema 01: Direitos humanos e desenvolvimento humano
Passados 68 anos da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, vemos que muitos avanços foram conquistados, mas ainda há muito a alcançar. A Organização das Nações Unidas (ONU), embora não tenha poder de determinar atitudes de Estados, tem muita influência e, através do Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos, tem monitorado violências e violações em âmbito internacional. Outro importante sujeito na reivindicação por direitos humanos é a sociedade civil que, através do acesso à informação, tem a possibilidade de interferir junto a instituições e ao Estado com a finalidade de construir democracias mais justas com universalização de acesso a direitos humanos.
Tema 02: Violência doméstica e familiar
A violência doméstica, bastante comum no Brasil, pode ser dividida em quatro formas: física, psicológica, negligência e sexual. Dentre os casos de violência familiar, veremos que as mais comuns são a violência contra crianças, mulheres e idosos. Este fato revela que é necessário pensar o ambiente familiar a partir de relações históricas que colocam em desigualdade os integrantes da família. Esse padrão, em que o homem é tido como membro superior aos outros e a quem é atribuído o comando da família, é visto de maneira mais forte em países de tradição patriarcal como o Brasil. Veremos, através de pesquisa do DataSenado, de 2015, qual é a dimensão da violência doméstica no Brasil.
Tema 03: Violência contra a mulher
A violência contra a mulher é o tipo de violência mais comum e o menos reconhecido. Veremos que o lugar destinado à mulher é construído historicamente e que este lugar começou a ser questionado a partir dos anos 1960 com a Revolução Sexual e o consequente aparecimento dos primeiros movimentos feministas.
A história do movimento feminista tem diversas fases e olhares, porém sempre esteve vinculado à luta por uma sociedade na qual não haja hierarquia relacionada ao gênero. Em relação ao Brasil, veremos o surgimento e consolidação da Lei Maria da Penha e os números acerca dos homicídios de mulheres.
Tema 04: Violência na Escola
Para pensar a violência na escola, é necessário primeiramente compreender que a escola é uma das inúmeras instituições que fazem parte do Estado. Sendo assim, a ela compete um papel dentro da sociedade. Analisando o histórico das linhas de ensino e das finalidades do ensino escolar, percebemos que a escola não é mais uma garantia de acesso ao mercado de trabalho e que ela perdeu muitas de suas relações com a vida prática dos alunos. Neste sentido, há diversos fatores e elementos a considerar quando pensamos em violência escolar: a crise da escola e da autoridade docente e as mudanças no mundo moderno, que alteraram a identidade dos jovens.
Tema 05: Juventude, Violência e Vulnerabilidade na América Latina
Por meio de uma pesquisa realizada por Miriam Abramovay, Mary Castro, Leonardo Pinheiro, Fabiano Lima e Cláudia Martinelli, vamos analisar a situação da juventude latino-americana no que tange à vulnerabilidade social e violência. Trabalhando relações como juventude/ pobreza, juventude/ educação, juventude/ trabalho, juventude/ lazer e juventude/ vulnerabilidade social, os autores traçam o perfil da violência contra os jovens e entre jovens na América Latina: ela deriva de múltiplas causas, está bastante associada ao estereótipo da masculinidade e atinge, prioritariamente, homens jovens, solteiros, de classe baixa e que estão fora do sistema escolar.

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