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Universidade Nove de Julho Maria Lívia Introdução: • Descritos pela 1ª vez em 1507 por Antônio Benivenius; Epidemiologia: • 750.000 casos/ano EUA - 9% das mulheres e 6% homens têm cálculos biliares; • Brasil - 9% na população geral; • Idade - platô após 50-60 anos; • Sexo F (3:1). 73% entre 25-34 anos; • IMC alto; • 50-80% são assintomáticos ao diagnóstico. Fisiologia: • Multifatorial - fatores genéticos e ambientais; • Desequilíbrio entre os 3 principais componentes da bile; Colesterol; Ácidos biliares; Fosfolipídeos. • Anormalidade Proptas: Maior síntese de colesterol; Hipersecreção de colesterol dentro da bile; Menor síntese e concetração de ácido biliar; Hipomotilidade da vesícula - NPT, jejum prolongado, DM, gravidez, lesão medular, vagotonia, cirrose; Tempo trânsito intestinal retardado; Hemólise/hiperesplenismo. • Diminuição da secreção de ácidos biliares e fosfolipídeos; • Hipersecreção de costeiros dentro da bile. Compição d Cálcul: • Mistura de colesterol, sais de cálcio de bilirrubinato ou palmitato, proteínas e mucina; 75% - pedras de colesterol (amarelos): 5% - pedras de pigmento castanho (inflamação); 20% - pedras de pigmento preto. • Cálcul de Colterol - 75%; Predisposição genética e/ou ambiental; Composição mista com cristais de colesterol, proteínas, fosfolipídeos e pequenas quantidade de palmitato de cálcio e sais de bilirrubinato. • Cálcul Pigmentar - constituídos principalmente por sais de cálcio e bilirrubina, tendo menos de 25% de colesterol em sua composição.; São subdivididos em duas categorias: Castanhos - colédoco, ex. estenoses, doença de Caroli / infecção bacteriana; Pretos - pp bilirrubinato de cálcio (na vesícula, ex. hemólise, cirrose). Fator de Risco: • 4Fs - female (mulher), fat (obesa), forty (acima dos 40 anos) e fertillity (multiparidade); • Sexo (3:1): maior incidência em mulheres (estrogênio, progesterona); • Idade - pico aos 50 anos; Mulheres entre 20-55 anos - 5-20%; Acima de 50 anos - 25-30%. • Dieta, fatores ambientais, obesidade; Litíase biliar Litiase Biliar Universidade Nove de Julho Maria Lívia • História familiar - 4,5 x se parente 1º grau (30%); Mutações no transportador hepático de colesterol ABCG8 conferem a maior parte do risco genético de desenvolver cálculos biliares. • Etnia - caucasianos, hispânicos, chilenos, índios americanos; • Drogas - ceftriaxona, octreotide, diuréticos, tiazídicos, fibratos, reposição hormonal, ACO; • Atividade física reduzida; • Rápida perda de peso, dieta com baixa caloria, cirurgia bariátrica; • Ease da vícula - pós vagotomia, NPT, DM, lesão da medula espinhal, gravidez, jejum prolongado; Cálculos de Pigmento - OH, VHC, NASH e “cirrose”, anemia hemolítica / hemólise, ressecção ileal, doença de Chron (< absorção de sais biliares), infecções biliares. Apresentação clínica: Exam de Imagem: • Padrão Ouro - USG; Muito sensível para cálculos > 1,,5-2mm; Sensibilidade 84% e especificidade 99%; Pouco sensível para cálculos no colédoco - 50%; Deve ser feito em jejum de pelo menos 8 hrs - vesícula fica distendida (cálculo melhor visualizado); Imagem ecogênica com sombra acústica, móvel ao decúbito (diferencial para pólipos). Terminologia:: • Coleciolitíase - "colecistolitíase" ou colelitíase refere-se à presença de pedras na vesícula biliar; A presença de pedras na vesícula não é considerada uma doença, a menos que cause sintomas. • Dnça do cálculo biliar - refere-se a cálculos biliares que causam sintomas ou “Colecistopatia”; • Dnça não complicada do cálculo biliar - refere-se à cólica biliar na ausência de complicações relacionadas ao cálculo biliar;. • Dnça Complicadaa do Cálculo Biliar: Colecistite Aguda - inflamação da vesícula biliar Coledocolitíase - o termo refere-se a presença de cálculos na via biliar principal (hepato-colédoco) Colangite - o termo refere-se à infecção da via biliar principal tríade de Charcot ou Pêntade de Reynolds; Outras - pancreatite biliar, íleo biliar e síndrome de Mirizzi. Colelitíase: • Aintomátic - 70 a 80% dos casos; • Em assintomáticos operar em casos de alto risco de câncer na vesícula - cisto de colédoco, doença de Caroli, anomalias do ducto pancreático, pólipos da vesícula (≥ 10mm), vesícula em porcelana, cálculos ≥ 3cm; • Síntomatic - 20% em 10 a 15 anos; • Cólica Biliar - dor visceral autolimitada; Obstrução transitória do ducto cístico por cálculo; Contração da vesícula na tentativa de expulsar o cálculo; Dor epigástrica ou QSD - pode irradiar para dorso ou ombro D (n.frênico); Início súbito - intensidade crescente em 15 min → platô; Geralmente contínua (não em cólica), forte intensidade Autolimitada, com duração <4-6h (geralmente ~ 1 hora); Clássico - pós-prandial (gordurosa) (nem sempre!); Sintomas associados - náuseas e vômitos; Recorrência 70% em 2 anos - indicação de cirurgia; Universidade Nove de Julho Maria Lívia Exame físico - normal ou dor à palpação. • Tratamento - nas crises dar analgésico; Definitivo - cirurgia eletiva. Colecistite Aguda: Quadro Clínico Comum: • Inflamação da vesícula por não expulsar o cálculo; Dor no QSD, febre, leucocitose associada à inflamação da vesícula biliar; • Exame Físico - sinal de Murphy positivo; Interrupção brusca da inspiração à palpação sob o rebordo costal, no ponto a borda lateral do músculo reto abdominal na interseção com o gradil costal. • Diagnóico - USG: Parede vesícula biliar espessada - >4-5mm; Edema - sinal da dupla parede / acúmulo de líquido ao redor da vesícula biliar; Murphy no USG; Aumento da vesícula biliar - eixo longo ≥8 cm, eixo curto ≥4 cm; Gravidade - critéri de Tokyo: • Grau I (leve) - paciente sem comorbidades, sem disfunção orgânica, com leves alterações inflamatórias na vesícula biliar, baixo risco cirúrgico; • Grau II (moderada) - presença de leucocitose > 18.000 céls./ mm3, massa palpável QSD, queixa e duração > 72 horas, inflamação local marcante (gangrena, abscesso, enfisema); • Grau III (grave) - presença de disfunção orgânica: renal, neurológica, respiratória, hepática e hematológica. Pode não ser levado para cirurgia. Outras Formas de Aprentação: • Perfuração e abscesso hepático (6%) - 7% em casos com DM; • Perfuração e coleção bloqueada - 3%; • Coleciite Enfisemata (<1%) - tokyo III (grave); Organismos formadores de gás - Clostridium welchii (maioria), E. coli (15%), Staphylo, Streptoco, Pseudomonas, Klebsiela; Homens 50-70 anos de idade; 30-50% diabéticos. • Síndrome de Mirizzi - rara (0,1-0,7%); Principal sintoma - icterícia obstrutiva; Cálculo no cístico que comprime a via biliar principal • Íl Biliar - fístula + obstrução; Mais comum em idosos; Fístula faz com que o cálculo caia na via intestinal; Tríade de Rigler - cálculo radiopaco (grande), pneumobilia e distenção de alças intestinais; Abdome agudo obstrutivo; Tratamento - hidratação, laparotomia exploratória com remoção do cálculo, colecistectomia eletiva. • Síndrome de Bouveret - fístula + obstrução pilórica; Abdome agudo obstrutivo alto. Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Vícula em Porcelana - calcificação intramural da parede da vesícula; Associada com colecistolitíase em mais de 95% dos casos Manifestação incomum de colecistite crônica;. Assintomática, mais frequente em mulheres 5:1; Idade - 40 a 70 anos; Elevado risco de câncer - 12,5 a 60%; Diagnóstico - Rx,US,CT, histologia; Tratamento - cirúrgico. Tratamento: • Internação hospitalar; • Hidratação venosa com analgesia; • Dieta zero - jejum; • Antibiótico parenteral - cobrir gram - e anaeróbico; • Colecistectomia. • Momento da Coleciectomia - laparoscópica precoce realizada dentro de 7 dias do início dos sintomas;Menos infecção da ferida - risco relativo 0,65, IC de 95% 0,47-0,91; Permanência hospitalar mais curta; Menos dias de trabalho perdidos; Tempo operatório mais longo; Não aumentou a taxa de mortalidade, lesão do ducto biliar, vazamento de bile, conversão para cirurgia aberta ou complicações gerais. Coledocolitíase: Claificação: • Coledocolitíase Primária - que se forma na via biliar principal, fora da vesícula biliar; Cálculos pigmentados castanhos; Estase / inflamação. • Coledocolitíase Secundária - passagem de um cálculo formado na vesícula biliar através do ducto cístico; Cerca de 5-15% dos portadores de colelitíase. Complicaçõ: • Colangite bacteriana aguda (ascendente); • Abcesso hepático piogênico; • Pancreatite aguda biliar; • Cirrose biliar secundária; • Assintomática - elevação das enzimas de colestase. Colangite: • Fisiopatologia - obstrução biliar -> estase biliar -> aumento da pressão intrabiliar -> colonização de bactérias -> refluxo colangiovenoso (circulação sistêmica) -> diminui células de Kupffer e IgA -> bacteremia e sepse; • Tríade de Charcot - icterícia + dor abdominal + febre com calafrios; Evolui para Pêntade de Reynolds - confusão mental + choque séptico com hipotensão arterial. • Tratamento - antibióticos + drenagem da via biliar (CPRE); Segunda de colecistectomia. Diagnóico: • USG - exame de triagem inicial; Baixa sensibilidade (30%) para cálculos no colédoco distal; Dilatação colédoco (> 6mm) - 75%. • TC abdome com contrae - método razoável e alternativo para diagnóstico de colecolitíase (mais acessível); • CRMN - limitações: Cálculos < 6mm; Barro biliar. Pacient Grav - colecistostomia (drenagem) + antibióticos. Universidade Nove de Julho Maria Lívia • EUS (USG endcópico) - associado a CRMN sensibilidade / especificidade > 90%; Geralmente solicita-se CRMN primeiro; Pouco acessivel • CPRE - mais invasivo, de preferência após confirmação diagnóstica com exames menos invasivos, já com proposta terapêutica; Prioritária quando probabilidade terapêutica é elevada. - Coledocolitíase já visualizada pelo USG, suspeita de colangite aguda (drenagem), dilatação colédoco + aumento BT; Exame de escolha na colangite grave - confirma o diagnóstico e permite efetuar a terapêutica imediata (drenagem biliar). Tratamento: • Coleciectomia vesícula biliar na mesma internação com ERVB - deve ser realizada na mesma hospitalização; Sintomas Pós-Coleciectomia: • 5-40% das colecistectomias; • Sintomas Abdominais - flatulência, dispepsia, aumento do volume abdominal; • Diaeia - até 20% das colecistectomia; Início - logo após a cirurgia até anos; Modificação do ciclo entero hepático dos sais biliares - maior concentração de sais biliares no intestino → ↓absorção líquido e eletrólitos; Tratamento - Colestiramina, Loperamida. • Mais raramente dor abdominal intensa, icterícia, vômitos; Causas - coledocolitíase, remanescente do ducto cístico, disfunção do esfíncter de Oddi, lesão iatrogênica. Pancreatite biliar: Fisiopatologia: • Passagem do cálculo pela ampola de Vater; Refluxo de enzimas pancreáticas - árvore biliar; Incubação de bile e enzimas pancreáticas = mistura tóxica ao pâncreas; Bile no pâncreas - lesão vascular, estase e espasmo (início pancreatite); Obstrução do canal comum. Quadro Clínico: • Dor em faixa no andar superior, irradiação para dorso; • Forte intensidade, contínua; • Piora com alimentação; • Alivia com inclinação do tronco para frente; • Pição Antálgica - genupeitoral ou cócoras em decúbito lateral; • Associada à febre, náuseas e vômitos. Diagnóico: • Exige 2 de 3 critérios: Dor abdominal severa; Amilase / lipase 3x o valor normal; TC com achados característicos. Claificação de Atlanta: • Prognóico - Balthazar-Ranson; 0-2 pontos - pancreatite leve (mortalidade 3%); 3-6 pontos - pancreatite moderada (mortalidade 6%); 7-10 pontos - pancreatite severa (mortalidade 17%).