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Profª Fernanda Morais História Página 1 de 4 Lista extra de História Geral – Crise do Sistema Colonial 1.(Fuvest 2018) Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América: A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el- rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América. Nesse excerto, o autor referia-se a) aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil. b) às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal. c) à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata. d) às implicações que os movimentos de independência na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil. e) ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente. 2.(Fgv 2018) Encontro, teoricamente inexplicável, de dois fenômenos que deveriam em princípio repelir-se um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali estavam eles juntos, articulados, durante todo o período pombalino. FALCON, F. J. C., A época pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483. Entre as medidas implementadas durante o período em que o Marquês de Pombal foi o principal ministro do rei português D. José I, é correto apontar: a) A anistia aos mineradores da colônia que possuíam débitos tributários com a metrópole portuguesa. b) A implementação de medidas liberalizantes e a extinção das companhias de comércio monopolistas. c) O estabelecimento do Diretório dos Índios, que significou uma tentativa de enfraquecer o poder dos jesuítas. d) A intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-novos bem como o fortalecimento do Tribunal do Santo Ofício. e) O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento dos setores financeiros e mercantis da sociedade portuguesa. 3.(Unioeste 2018) Leia atentamente o que diz a fonte histórica abaixo: Neste ano de 2017, o Estado de Pernambuco comemora os 200 anos da chamada “Revolução Pernambucana”, um forte movimento de insurreição ocorrido no final do período colonial, que culminou com a tomada do poder e a criação de um governo provisório que tentou arduamente manter-se de pé (como vemos acima). Evocando ainda os ecos da Revolução Francesa e inscrita num contexto histórico de processos de independência pela América Espanhola, a “Revolução Pernambucana” de 1817, apesar de derrotada (durou pouco mais de 70 dias), pode ser considerada um dos mais relevantes movimentos de luta pela emancipação política na história do Brasil. A respeito da Revolução Pernambucana e sua atualidade histórica, é CORRETO afirmar. a) Possuía um forte sentimento de defesa da Metrópole portuguesa, pois os insurretos reivindicavam o aumento dos impostos e grandes privilégios aos comerciantes portugueses. b) O movimento teve a participação apenas de padres e bispos, não contando com o apoio de outros segmentos da sociedade pernambucana, pois seus líderes (como Frei Caneca) defendiam ardorosamente a criação de uma Monarquia de Direito Divino. c) Vista aos olhos do século XXI, a Revolução Pernambucana de 1817, na história do País, nada significou, pois se tratou de um movimento liderado por nações estrangeiras como a França e a Inglaterra. d) Os acontecimentos históricos que geraram o movimento insurrecional não teriam sido possíveis sem a aliança necessária com as forças internas, representadas pelas tropas militares de D. Pedro I, que, cinco anos depois, proclamaria a independência. e) Uma das marcas indeléveis e atuais deste movimento na história política do Brasil foi a luta pela implantação de um governo republicano, marcado pela igualdade de direitos e a tolerância religiosa, muito embora tenha deixado intocado o tema da escravidão. Profª Fernanda Morais História Página 2 de 4 4.(Uece 2018) Leia atentamente o seguinte excerto: “O papel de herói da Inconfidência Mineira cabe ainda a Tiradentes porque ele foi o inconfidente que recebeu a pena maior: a morte na forca, uma vez que o próprio réu, durante a devassa, assumiu para si toda a culpa. Sabe-se, no entanto, que sua morte se deve também em grande parte à acusação dos demais inconfidentes, bem como a sua condição social: pertencente à camada média da sociedade mineira, sem importantes ligações de família, sem ilustração nem boas maneiras”. Cândida Vilares Gancho & Vera Vilhena de Toledo. Inconfidência Mineira. São Paulo, Editora Ática, Série Princípios,1991. p.45. Sobre a Inconfidência Mineira, ocorrida em Vila Rica no período da mineração aurífera, é correto afirmar que a) representou o exemplo de revolta popular contra a dominação colonial portuguesa no Brasil, uma vez que, oriunda das camadas mais humildes de Minas Gerais, inclusive escravos, chegou a contagiar indivíduos pertencentes às mais altas posições sociais. b) foi uma representação dos interesses de grupos da elite local, intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, em livrarem-se do controle e dos impostos cobrados pela coroa portuguesa na região, mas não havia consenso em relação à libertação dos escravos. c) marcou o início do processo de independência do Brasil, baseado na luta armada do povo contra as forças leais a Portugal, e em defesa dos ideais liberais e republicanos, como o fim da escravidão, direito ao voto universal masculino e governo presidencialista. d) apesar de bem sucedida, com a proclamação da independência de Minas Gerais, teve pouco impacto na história do Brasil, uma vez que seus objetivos extremamente populares não foram bem aceitos pelas elites econômicas de outras regiões da colônia. 5.(Udesc 2018) Leia atentamente o texto a seguir: “Ó vós Homens cidadãos, ó vós Povos curvados, e abandonados pelo Rei, pelos seus despotismos, pelos seus ministros [...] A França está cada vez mais exaltada, a Alemanha já lhe dobrou o joelho, Castela só aspira sua aliança, Roma já vive anexa, O Pontífice está abandonado, e desterrado; o rei da Prússia está preso pelo seu próprio povo, as nações do mundo têm seus olhos fixos na França, a liberdade é agradável para todos; é tempo povo, povo o tempo é chegado para vós defendereis a vossa liberdade; o dia da nossa revolução; da nossa liberdade e de nossa felicidade está para chegar, animai-vos que sereis felizes.” Trechos de um manifesto afixado na cidade de Salvador em 1798. A partir da leitura dos trechos do manifesto, é possível afirmar que os autores do manifesto: a) eram monarquistas e defendiam uma aliança com o reino de Castela. b) tinham conhecimento do movimento revolucionário que ocorrera na França e dos ideais de liberdade que o fundamentavam. c) refutavam qualquer possibilidade de organização política. d) não tinham acesso aos eventos políticos que ocorriam fora de Salvador. e) atuaram no processo de proclamação da república no Brasil. 6.(Upf 2018) O episódio da transferência da Corte para o Brasil, em 1808, alterou profundamente o cotidiano da sociedade do Rio de Janeiro. A adaptação de hábitos e a conversão do aparelhamento urbano aos padrões da realeza europeia, o advento da imprensa, a formação de espaços de sociabilidades, as missões artísticas e culturais,entre outros, contribuíram para uma nova feição dos domínios portugueses na América. Do ponto de vista econômico, a grande transformação trazida com a permanência da Corte no Brasil foi um fenômeno histórico conhecido por a) fim do exclusivo comercial metropolitano. b) ampliação do comércio com a França. c) início da industrialização. d) crise da escravidão. e) incremento do imperialismo. Gabarito: 1.D 2.C 3.E 4.B 5.A Profª Fernanda Morais História Página 3 de 4 Dissertativas 1.(Uel 2017) Leia o texto e analise a imagem a seguir. Vou falar hoje, neste bicentenário, da conjuração mineira, menos sobre as consequências desta prisão do que sobre as causas da chamada Inconfidência Mineira, designação de que francamente não gosto, e que não uso; a palavra inconfidência vem dos donos do poder e não da oposição. Vem da contrarrevolução e não da revolução; e, enfim, o objeto das nossas comemorações é uma revolução frustrada, não uma repressão bem-sucedida. É bom que estejamos bem claros sobre isto. MAXWELL, K. Conjuração mineira: novos aspectos. Estudos Avançados. v. 3. n. 6. mai/ago, 1989, p. 4. Com base no texto, na imagem e nos conhecimentos a respeito da Inconfidência ou Conjuração Mineira, responda aos itens a seguir. a) Discorra sobre esse movimento denominado de Inconfidência ou Conjuração Mineira, ocorrido em Minas Gerais, em 1789. b) Analise a representação de Tiradentes na pintura elaborada por Pedro Américo, após a proclamação da República no Brasil. 2.(Fgv 2017) Ao final do século XVIII, ocorreram duas grandes revoltas na América portuguesa: a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798). A respeito dessas duas revoltas, explique: a) a composição social dos seus dirigentes; b) as influências político-culturais de cada uma delas; c) os objetivos político-sociais de cada uma delas. 3.(Uerj 2015) No Brasil, em finais do século XVIII, o descontentamento com o poder metropolitano deu origem a rebeliões que questionavam o domínio político português. Dentre essas rebeliões, destacam-se a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798). Aviso ao Povo Bahiense Ó vós, Povo, que nascestes para ser livres e para gozar dos bons efeitos da Liberdade, ó vós, Povos, que viveis flagelados com o pleno poder do indigno coroado, esse mesmo rei que vós criastes; esse mesmo rei tirano é quem se firma no trono para vos vexar, para vos roubar e para vos maltratar. Homens, o tempo é chegado para a vossa ressurreição, sim, para vós ressuscitardes do abismo da escravidão, para levantardes a sagrada Bandeira da Liberdade. As nações do mundo todas têm seus olhos fixos na França, a liberdade é agradável para todos. O dia da nossa revolução, da nossa Liberdade e da nossa felicidade está para chegar. Animai-vos que sereis felizes. Trecho do panfleto revolucionário afixado nas ruas de Salvador na manhã de 12 de agosto de 1798. Adaptado de PRIORE, M. del e outros. Documentos de história do Brasil: de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997. Aponte duas diferenças entre a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Cite, também, dois movimentos políticos ou filosóficos que influenciaram essas insurreições. Profª Fernanda Morais História Página 4 de 4 4.(Unesp 2014) A transformação do Rio de Janeiro em corte real começou apenas dois meses antes da chegada do príncipe regente, quando notícias do exílio real – tão “agradáveis” quanto “chocantes”, cheias de “sustos e alegrias” – foram recebidas. Entretanto, como descobriram os residentes da cidade, os preparativos iniciais para acomodar Dom João e os exilados marcaram apenas o começo da transformação do Rio de Janeiro em corte real, pois o projeto de construir uma “nova cidade” e capital imperial perdurou por todo o reinado brasileiro do príncipe regente. Construir uma corte real significava construir uma cidade ideal; uma cidade na qual tanto a arquitetura mundana como a monumental, juntamente com as práticas sociais e culturais dos seus residentes, projetassem uma imagem inequivocamente poderosa e virtuosa da autoridade e do governo reais. (Kirsten Schultz. Versalhes tropical, 2008. Adaptado.) Explique o principal motivo da transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, e indique duas mudanças importantes por que o Rio de Janeiro passou para receber e abrigar a família real. 5.(Uerj 2013) Na história brasileira, a representação de Tiradentes, um dos protagonistas da Inconfidência Mineira (1788-1789), exemplifica um processo de transformação de alguns de seus personagens em heróis nacionais. Apresente duas propostas políticas da Inconfidência Mineira e justifique a transformação de Tiradentes em herói nacional, com a implantação da República no Brasil.