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Aula_07_-_Idade_Moderna_III_-_UNESP_2024

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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNESP 
Prof. Marco Túlio 
Aula 07 - Idade Moderna III 
As Revoluções Inglesas do Século XVII. O Antigo regime e o 
Iluminismo. A Revolução Industrial e as origens do Capitalismo 
A independência dos Estados Unidos 
estretegiavestibulares.com.br vestibulares.estrategia.com 
EXTENSIVO 
2024 
Exasi
u 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 2 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO: ANTIGO REGIME E REVOLUÇÕES 4 
2. REVOLUÇÕES INGLESAS 5 
2.1. AS DINASTIAS TUDOR E BOURBON 5 
2.2. AS TRANSFORMAÇÕES NA ECONOMIA 7 
2.3. A REVOLUÇÃO PURITANA (1641-1649) 9 
2.4. A REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688) 10 
3. O ILUMINISMO 14 
3.1. DEFINIÇÃO DO MOVIMENTO 14 
3.2. ALGUNS NOMES DO ILUMINISMO 15 
3.3. DESPOTISMO ESCLARECIDO 16 
4. REVOLUÇÃO AMERICANA (1776) 17 
4.1. TREZE COLÔNIAS: A AMÉRICA INGLESA 18 
4.2. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA 20 
5. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 21 
5.1. FATORES DO PIONEIRISMO INGLÊS 21 
5.2. O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA 22 
5.3. O COTIDIANO DOS TRABALHADORES 22 
6. LISTA DE QUESTÕES 26 
6.1. UNESP 26 
6.2. VESTIBULARES 35 
6.3. INÉDITAS 49 
7. GABARITO 54 
7.1. UNESP 54 
7.2. VESTIBULARES 54 
7.3. INÉDITAS 54 
8. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA 55 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 3 
8.1. UNESP 55 
8.2. VESTIBULARES 72 
8.3. INÉDITAS 95 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 103 
10. REFERÊNCIAS 104 
11. VERSÕES DAS AULAS 104 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 4 
1. INTRODUÇÃO: ANTIGO REGIME E REVOLUÇÕES 
Para muitos historiadores, os séculos XVII e XVIII representaram o processo de decadência do 
mundo do Antigo Regime1, alimentado pelas transformações nos campos cultural e científico e pela 
eclosão de processos revolucionários. As Revoluções Inglesas foram os primeiros sintomas dessas 
mudanças ao reafirmarem o Parlamento e reconhecerem a existência de limites ao poder real, 
acompanhadas de uma guinada na indústria têxtil que ficaria conhecida como Revolução Industrial. Em 
solo norte-americano, a experiência da metrópole e a produção de um movimento cultural chamado 
Iluminismo contribuiriam para que os colonos protagonizassem um movimento de independência, a 
Revolução Americana. 
Deu pra ver que o conceito de revolução é fundamental para nós a partir de agora, não é mesmo? 
Essa palavra surgiu entre cientistas do Renascimento para definir o movimento em que um corpo celeste 
faz em trono de outro, mas a partir do século XVII, ela passou a ter um significado político. Nas Revoluções 
Inglesas que veremos a seguir, revolução significava o retorno à uma ordem política anterior, sentido que 
também encontrado entre os revolucionários norte-americanos de 1776. 
 
 
 
 
Com a Revolução Francesa, assunto que veremos em outra aula, a palavra revolução adquiriu o 
significado político que utilizamos hoje em dia: processos que realizam uma ruptura drástica e violenta, 
ocasionando mudanças estruturais de ordem política, econômica e social. Contudo, o termo revolução 
também pode ser utilizado para sugerir transformações vigorosas nas técnicas ou nos conhecimentos 
humanos, sendo o caso da Revolução Industrial, inaugurada com a expansão do modelo de produção 
industrial, e a Revolução Neolítica, nome dado às transformações decorrentes da invenção da agricultura, 
durante a “Pré-história”. 
 
 
1 Sistema político e social baseado no poder absolutista do Rei e em privilégios garantidos ao Clero e a nobreza. 
Figura 1- Ilustração do livro Sobre as revoluções das esferas celestes, de Nicolau Copérnico, 1543. Tal como na astronomia, o conceito de Revolução 
na política significava um movimento que faria as coisas retornarem para algum ponto. Fonte: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 5 
2. REVOLUÇÕES INGLESAS 
No século XII, ainda na Idade Média, uma revolta de nobres na Inglaterra pressionou o rei João 
Sem Terra a assinar a Magna Carta (1215), documento que fez com que os reis passassem a dividir certas 
atribuições com o Parlamento (assembleia que reunia lideranças da nobreza de todas as províncias). 
O Parlamento era dividido da seguinte forma: 
 
 
OBSERVAÇÃO: Voto censitário é aquele em que o indivíduo precisa comprovar algum nível de 
riqueza para votar e ser votado. 
 
A Carta Magna e a existência do Parlamento impunham certas limitações ao poder real, por isso 
o absolutismo inglês se deu em condições bem distintas daquelas que verificamos na França de Luís XIV. 
A partir daí, o Rei se viu forçado a considerar um conjunto de direitos dos quais a nobreza dispunha, 
especialmente o de ser consultado acerca da política de impostos mantida no país. 
 
2.1. As dinastias Tudor e Bourbon 
Existem duas dinastias (famílias reais) que ocuparam o trono da Inglaterra e que precisamos nos 
atentar, a dinastia Tudor e a dinastia Bourbon. Vejamos algumas informações importantes sobre elas: 
 
Dinastia Tudor 
Trata-se de uma linhagem que se inicia após o término da Guerra das Duas Rosas (1455-1485), 
sendo iniciada pela ascensão de Henrique VII ao trono. O filho dele, Henrique VIII, foi o responsável pela 
Reforma Anglicana, que fez com que o Estado rompesse com o Papa e criasse uma instituição religiosa 
na Inglaterra. A partir daí, a maioria dos soberanos ingleses tornaram-se líderes do anglicanismo. 
Durante o reinado da rainha Elizabeth I, filha de Henrique VIII, houve um fortalecimento do poder 
naval da Inglaterra, o que a possibilitou vencer a Incrível Armada (Marinha) de Felipe II, rei da Espanha, 
na Guerra Anglo-Espanhola (1585-1604). Como a rainha morreu sem deixar herdeiros, o trono inglês 
passou a ser ocupado por membros da família Stuart, que até então reinavam na Escócia. 
 
PARLAMENTO
Câmara dos Lordes 
Nobres e membros do 
clero selecionados 
pelo Rei
Câmara dos Comuns 
Membros da gentry
(baixa nobreza), 
eleitos por voto 
censitário.
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 6 
Era Elizabetana 
O reinado da rainha Elizabeth I foi marcado por grande efervescência cultural na Inglaterra, 
especialmente na literatura, na poesia e no teatro. Para muitos historiadores, trata-se do período 
de auge do renascentismo inglês. 
No chamado Teatro Elisabetano, verificou-se a transferência das peças de teatro para lugares 
fixos, como edifícios públicos, teatros e tabernas. Os atores eram todos do sexo masculino, sendo 
comum a formação de companhias de teatro (grupos teatrais). O teatro mais famoso de Londres foi 
o The Globe, local de apresentação de diversas peças de William Shakespeare. 
 
 
 Figura 2 - A Rainha Elizabeth I. Fonte: Shutterstock. 
 
Dinastia Stuart 
Em 1603, Jaime I da Escócia tornou-se rei da Inglaterra, o que representou 
a união entre os dois reinos. A partir daí, ele defendeu o direito divino dos reis, 
tese até então desconsiderada pelos monarcas anteriores, e impôs tributos e 
empréstimos forçados aos nobres e burgueses do país. Com isso, enfrentou forte 
oposição do Parlamento, o que o fez abdicar do trono em favor de seu filho, 
Carlos I. 
Quando Carlos I assumiu o trono inglês, em 1625, manteve a tese do 
direito divino dos reis e a imposição de tributos e empréstimos forçados aos 
súditos. Assim como o pai, seu reinado buscava retirar as atribuições acumuladas 
pelo Parlamento. 
Diante da pressão da Coroa com taxações cada vez maiores, o Parlamento 
elaborou a chamada Petição de Direitos (1628). De acordo com o documento, 
nenhum tributo poderia ser imposto sem o consentimento do Parlamento, além 
de reivindicar que nenhum homem fosse preso sem motivo. Irritado, o monarca 
dissolveu o Parlamento, governandode maneira absoluta por 11 anos. 
Figura 3 - Carlos I da Inglaterra. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 7 
 
A Conspiração da Pólvora (1605) 
Embora filho da católica Mary Stuart, rainha executada por Elizabeth I, Jaime I manteve uma 
política antipapista após ascender ao trono da Inglaterra, chegando a ordenar a expulsão de todos 
os padres dos domínios ingleses e escoseses. Isso gerou uma grande revolta entre alguns católicos, 
que armaram um atentado terrorista contra o Rei: eles iriam explodir o parlamento britânico no dia 
5 de novembro, data em que o soberano estaria presente para abrir os trabalhos da instituição. 
A Conspiração da Pólvora, nome como ficou conhecida a ação, foi denunciada às autoridades 
antes mesmo de acontecer por grupos que se fizeram passar por apoiadores do movimento. Isso 
levou à prisão do mercenário Guy Fawkes, encontrado com 36 barris de pólvora. 
A figura de Guy Fawkes foi bastante rememorada nos últimos anos, primeiro por ter sido 
resgatada pelos quadrinhos V de Vingança, de Alan Morre, adaptados para o cinema em 2005. Na 
história, o rosto do rebelde foi apropriado como símbolo por um anarquista mascarado de 
codinome “V”, que enfrenta um governo fascista. Alguns anos depois, a máscara utilizada pelo 
personagem passou a ser utilizada pelo grupo hacktivista Anonymous, além de manifestantes de 
diversos protestos em todo o mundo. 
 
Quando Carlos I tentou impor o anglicanismo entre os calvinistas na Escócia, o território se rebelou 
contra o seu domínio. Isso fez com que o rei convocasse o Parlamento, a fim de demandá-lo a aprovação 
de novos tributos que arrecadariam recursos para o conflito. 
De volta à ativa, o Parlamento demandou do soberano o poder de decisão sobre questões 
tributárias e de revogar ações de Carlos I. Carlos tentou prender cinco parlamentares, levando a Inglaterra 
a uma guerra civil no ano seguinte. Era o início da Revolução Inglesa. 
 
2.2. As transformações na economia 
As Revoluções Inglesas perpassam pelas lutas entre o Parlamento e o poder real, mas não se 
restringem a isso. Naquele período, as terras da Inglaterra foram afetadas pelas chamadas leis de 
cercamento, que trouxeram vários impactos econômicos e sociais. 
Desde o final da Idade Média, as terras agrícolas, que anteriormente incluíam terras comuns de 
cultivo, passaram a ser cercadas pelos nobres proprietários, afirmando a noção de propriedade individual 
da terra. Com isso, muitos camponeses foram expulsos dos locais onde viviam, passando a vagar pelos 
campos ou se estabelecer nos centros urbanos. 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 8 
Com a alta demanda de lã para o abastecimento das manufaturas têxteis, muitos proprietários de 
terras passaram a se dedicar à criação de ovelhas. Com isso, uma nova classe foi se formando no interior 
da aristocracia inglesa, a gentry, mais alinhada aos interesses econômicos da burguesia que dos nobres 
que mantinham relações de exploração dos camponeses similares ao feudalismo (nobreza fundiária). 
A gentry e a burguesia, que ocupavam cadeiras no Parlamento, também se aproximavam em 
relação ao puritanismo, nome dado à doutrina calvinista na Inglaterra. De acordo com ela, os cultos 
deveriam se voltar à reflexão sobre os problemas do mundo, o que fez com que muitos passassem a 
questionar a situação do país. Os puritanos também defendiam que o trabalho duro e disciplinado eram 
elementos que atendiam a Deus e ao bem-estar da comunidade. 
 
 
Figura 4 - Os síndicos da guilda fabricante de tecidos, obra de Rembrandt, 1662. Fonte: Rijsmuseum. 
Vestidos de maneira austera, aos moldes da moda puritana, os personagens do quadro se mostram imersos em seus afazeres diários, 
revelando incômodo ao serem interrompidos pelo artista. 
 
 
Quakers, uma minoria religiosa 
O protestantismo apresentava várias vertentes na Inglaterra na época da Revolução Inglesa. Os 
anglicanos, grupo de apoio do Rei, eram próximos dos católicos. Também existiam os puritanos e 
presbiterianos, que se levantaram contra o poder real. 
Um grupo menos expressivo numericamente era o dos quakers, fundado pelo pregador George 
Fox com o nome de Sociedade dos Amigos, em meados do século XVII. Como acreditavam que Deus 
estava dentro das pessoas, e não nos cultos das igrejas, eles se indispuseram com várias lideranças 
cristãs, sendo duramente reprimidos. A perseguição religiosa fez com que vários deles se 
instalassem na América do Norte, onde constituíram a colônia da Pensilvânia. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 9 
2.3. A Revolução Puritana (1641-1649) 
A guerra civil iniciada durante o governo de Carlos I foi travada por dois grupos. De um lado, os 
nobres fiéis ao Rei, anglicanos e católicos, chamados de realistas ou cavaleiros. Do outro, os “cabeças-
redondas” defensores do Parlamento, grupo que incluía a gentry, burgueses e outros setores. 
 
Formado por pequenos e médios proprietários rurais, O Exército revolucionário era comandado 
por Oliver Cromwell, membro da Câmara dos Comuns. Ele foi o idealizador de um Novo Exército-Modelo, 
no qual a patente não era definida por critérios de nascimento ou por influência religiosa, mas pelo talento 
individual. 
 
Grupos radicais da Revolução 
No interior do Exército-Modelo, alguns grupos de protestantes buscavam transformações mais 
profundas que a mera limitação dos poderes do rei e a afirmação do Parlamento. Isso fez com que fossem 
encarados como radicais por Cromwell, burgueses e membros da gentry. Vejamos os grupos: 
 
GRUPO 
RADICAL 
COMPOSIÇÃO PROPOSTAS FRASE IMPORTANTE 
 
NIVELADORES 
(levellers) 
Pequena 
burguesia 
 Livre comércio 
 Separação entre Igreja e Estado 
 Fim do dízimo 
 Direito de voto para todos os homens 
“O mais pobre da Inglaterra 
tem uma vida para viver, tal 
como maior.” 
 
ESCAVADORES 
(diggers) 
Representantes 
dos camponeses 
 Reforma agrária radical, que 
beneficiasse os camponeses expropriados de 
suas terras pelo cercamento. 
“O homem mais pobre da 
Inglaterra tem tanto direito 
à terra como o mais rico”. 
 
Os grupos revolucionários se mantiveram unidos até 1649, quando venceram a guerra civil e 
condenaram o rei Carlos I à morte por decapitação. A República foi proclamada na Inglaterra, tendo à 
frente o líder puritano Oliver Cromwell. A partir daí, líderes dos niveladores e escavadores foram 
perseguidos e condenados à morte. 
 
CAVALEIROS
Católicos e anglicanos 
partidários do Rei
"CABEÇAS 
REDONDAS"
Puritanos partidários 
do Parlamento
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 10 
Commonwealth (1649-1659) 
O período republicano na Inglaterra ficou conhecido como Commonwealth, 
uma ditadura controlada por Cromwell devido ao apoio que dispunha do Exército 
revolucionário, o que fez com que o Parlamento não tivesse grande influência. 
O governo Cromwell foi marcado por dois pontos importantes: 
 Extinção de privilégios feudais: os cavaleiros tiveram seus armamentos 
confiscados, fortalezas foram destruídas e propriedades do clero vendidas. 
 Atos de Navegação (1651): medida mercantilista que buscava garantir o 
monopólio da Inglaterra nas relações comerciais. A partir daí, mercadorias 
importadas que alcançassem portos na Inglaterra ou em suas colônias só poderiam 
ser transportadas por embarcações inglesas, ou de seu país de origem. 
Após a morte de Cromwell em 1658, o seu filho, Ricardo Cromwell, ascendeu 
ao poder. No entanto, não dispunha do mesmo apelo junto ao Exército, o que o 
deixou vulnerável a um golpe promovido pela gentry, disposta a aceitar um monarca 
que garantisse a continuidade do Parlamento. Em 1660, Carlos II, filho do rei 
decapitado, ascendia ao trono, mas sem as pretensões absolutistas do pai. 
 
2.4. A Revolução Gloriosa (1688) 
Em 1685, após a morte de CarlosII, o trono foi ocupado pelo seu irmão, Jaime II. O monarca se 
mostrou disposto a adotar na Inglaterra um absolutismo aos moldes da experiência francesa, mas 
enfrentou resistências da Igreja Anglicana e do Parlamento. 
 Em 1688, o monarca foi deposto pelas elites inglesas e substituído por seu genro, Guilherme de 
Orange. A mudança foi denominada Revolução Gloriosa, em razão de se tratar de um processo menos 
turbulento que o anterior. 
A partir daí, inaugurou-se uma nova relação entre o poder monárquico e o Parlamento: o rei se 
comprometia a respeitar os direitos da chamada Carta de Direitos (Bill of Rights), que lançava as bases da 
monarquia constitucional e parlamentarista na Inglaterra. 
Também foi aprovado o Ato de Tolerância (Toleration Act, 1689), que concedeu liberdade de culto 
aos não-conformistas, ou seja, aos protestantes dissidentes que até então eram perseguidos no país. 
 
O legado das Revoluções Inglesas do Século XVI – RESUMO: 
→ Destruição de resquícios feudais na Inglaterra; 
→ Consolidação de uma monarquia parlamentar, com divisão de competências desfrutadas pela 
Coroa e pelo Parlamento; 
→ Tolerância religiosa; 
→ Liberdade de expressão política e filosófica; 
 
Figura 5 - Estátua de Oliver 
Cromwell. Fonte: 
Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 11 
 
(UFRGS/2015) Durante o século XVII, a Inglaterra experimentou um período de profundas e 
violentas transformações políticas, desde a eclosão da Guerra Civil Inglesa (1642-1651) até a 
Revolução Gloriosa (1688). Entre as principais consequências desse processo, podem ser 
enumeradas 
a) a transição do absolutismo para uma monarquia constitucional, e a limitação dos poderes 
políticos do monarca. 
b) a abolição da propriedade privada e a adoção de um sistema de terras comunais em todo o país. 
c) a independência das treze colônias inglesas da América do Norte e a abertura dos portos ingleses 
aos navios estrangeiros. 
d) a derrota militar das forças reformistas e a consolidação do absolutismo monárquico nas mãos 
de Oliver Cromwell. 
e) a abolição do anglicanismo e a afirmação do calvinismo como religião oficial da Inglaterra. 
Comentários 
- A alternativa A é a resposta. As Revoluções Inglesas culminaram no fortalecimento do Parlamento, 
o que representou o fim do poder absoluto do Rei e a implantação de uma monarquia parlamentar 
e constitucional no país. 
- A alternativa B está incorreta. As terras comunais existentes desde a Idade Média foram 
progressivamente incorporadas pelos membros da gentry, processo que ficou conhecido como 
cercamento. 
- A alternativa C está incorreta. Embora tenha se utilizado do repertório político do processo 
revolucionário inglês, a Independência dos Estados Unidos não foi uma consequência dele. Cabe 
destacar que enquanto a Inglaterra enfrentava convulsões internas, a América Inglesa não foi alvo 
de grande fiscalização de sua metrópole. 
- A alternativa D está incorreta, afinal Oliver Cromwell implantou uma ditadura republicana 
enquanto esteve no poder. 
- A alternativa E está incorreta. O anglicanismo foi mantido como religião oficial da Inglaterra, mas 
foi assegurada liberdade de culto aos protestantes dissidentes pelo Ato de Tolerância (1688). 
Gabarito: A. 
 
(UFU/2012) Entre os eventos que merecem destaque na consolidação do absolutismo inglês estão 
o embate entre os York e os Lancaster, na Guerra das Duas Rosas, o controle dos nobres por 
Henrique VII e, finalmente, as ações de Henrique VIII, que rompeu com o papa e fundou a Igreja 
Anglicana, mantida sob sua tutela. Com a morte de Henrique VIII e a ascensão de Elizabeth I, o 
absolutismo inglês conheceu seu período de maturidade. As ações de Elizabeth I e de seus 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 12 
sucessores, adotando medidas mercantilistas, criando companhias de comércio, dissolvendo o 
Parlamento, exigindo pensão vitalícia e criando taxas, marcaram acontecimentos que culminaram, 
décadas mais tarde, numa página da história da sociedade inglesa conhecida como Revolução 
Gloriosa. Neste cenário, 
a) a economia inglesa, diante da instabilidade política, teve um desenvolvimento irregular no século 
XIX, atrasando sua industrialização frente a outros países. 
b) a monarquia absolutista inglesa, reconhecendo suas limitações, tomou a iniciativa na criação do 
BiII of Rights, evitando novas guerras civis no país. 
c) as medidas absolutistas insuflaram questionamentos na sociedade inglesa, favorecendo 
mudanças e rupturas na estrutura política do país. 
d) as características absolutistas da monarquia inglesa a afastavam do modelo constitucional que, 
desde o final da Idade Média, predominava na Europa. 
Comentários 
- A alternativa A está incorreta. A despeito da instabilidade política, a economia inglesa foi 
beneficiada pelos Atos de Navegação do período de Cromwell. Na passagem do século XVII para o 
XVIII, a Inglaterra abandonou o modelo econômico mercantilista, adotando o capitalismo industrial 
enquanto vivenciava um processo de transformação das técnicas produtivas. Isso possibilitou o país 
se tornar a maior potência econômica do século XIX. 
- A alternativa B está incorreta. O Bill of Rights (Carta dos Direitos) foi elaborado pelo Parlamento e 
imposto aos soberanos Guilherme de Orange e Maria II, com o intuito de que a instituição tivesse 
suas prerrogativas respeitadas pelo poder monárquico. 
- A alternativa C é a resposta. Com as tentativas dos soberanos da Casa de Stuart de minar as 
prerrogativas do Parlamento e reforçar o poder absoluto da Coroa, uma guerra civil se iniciou entre 
os partidários do Rei, chamados de cavaleiros ou realistas, e os revolucionários, grupo composto 
por membros da gentry, burgueses e populares. O embate entre as forças do Antigo Regime e os 
defensores de reformas profundas levou o país a vivenciar duas Revoluções ao longo do século XVII. 
- A alternativa D está incorreta. Embora desde 1215 vigorasse na Inglaterra a Magna Carta, 
documento que forçava o poder real a consultar um conselho de nobres sobre alteração de leis e 
criação de impostos, outros países da Europa contavam com soberanos cujo poder não sofria 
restrições. 
 
John Locke e a emergência do liberalismo 
 Sabemos que a Revolução Inglesa foi fundamental para destruir o absolutismo no país. Essa 
transformação, contudo, não deve ser dissociada das particularidades dessa forma de poder na Inglaterra, 
que tinha como um de seus principais teóricos o filósofo Thomas Hobbes. 
Conforme vimos em nossa aula, o autor dizia que a criação do Estado era artificial, pois o Homem 
já existia antes dele, em um estado de natureza. E mesmo que sua teoria buscasse reforçar o poder 
absolutista na Inglaterra, tal concepção contribuía para que se formasse na consciência política dos 
ingleses a ideia de que o indivíduo precede a criação do Estado, por isso ele seria o início de tudo. Isso 
faz com que o absolutismo no país seja bastante diferente da experiência francesa, na qual o monarca é 
legitimado por Deus, não por um contrato social. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 13 
 Assim como Hobbes, o filósofo John Locke (1632-1704) era um contratualista, ou seja, partia da 
ideia de que o Estado também era formado a partir de um pacto feito entre os homens para viver em 
sociedade. Contudo, o teórico acreditava que o contrato também deveria garantir alguns direitos para os 
indivíduos, com o intuito de protegê-los dos excessos que o Estado poderia ter. Dessa maneira, a 
instituição também deveria reconhecer os direitos que os homens já dispunham no Estado de natureza, 
com o direito à vida, à liberdade e à propriedade. 
Ao conceber a existência de direitos naturais do indivíduo, que antecediam à existência do Estado 
e por isso eram invioláveis, Locke lançava as bases para a ideia de direitos humanos. Testemunha do 
processorevolucionário inglês, o autor concebia o poder político como algo a ser enquadrado pelo 
contrato social, restringindo suas prerrogativas à proteção da propriedade privada. 
Para concluir, podemos dizer que o contexto político e filosófico inglês no século XVII foi 
fundamental para a formulação do liberalismo, ideologia que parte da ideia de que cada indivíduo possui 
direitos naturais e que não podem ser afrontados pelo Estado. Ela também serviria de inspiração para 
filósofos do Iluminismo, além de ser o combustível para as revoluções francesa e americana. 
 
 
 
 
CONTRATUALISMO DE HOBBES CONTRATUALISMO DE LOCKE 
Considera o Estado e a sociedade frutos de um pacto social 
feito entre os indivíduos. 
Considera o Estado e a sociedade frutos de um pacto social 
feito entre os indivíduos. 
Defensor do absolutismo, escreve sua teoria no contexto 
das guerras religiosas na Inglaterra. 
Crítico do absolutismo, escreve sua teoria no contexto das 
revoluções inglesas. 
Estado de natureza (anterior à vida em sociedade) visto 
como um estado de guerra, insegurança e violência. 
No estado de natureza (anterior à vida em sociedade), o 
homem dispõe de direitos naturais (vida, liberdade e 
propriedade). 
Para viver em sociedade e com segurança, o indivíduo deve 
abrir mão de sua liberdade natural e em favor do Estado. 
Para viver em sociedade, o Estado deve resguardar os 
direitos naturais dos indivíduos. 
Figura 6 - John Locke, considerado "pai do liberalismo". Fonte: Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 14 
3. O ILUMINISMO 
O século XVII foi um momento de grandes transformações no pensamento. Vejamos: 
 A publicação de O Discurso sobre o Método (1637), de René Descartes, e Os princípios matemáticos da 
filosofia natural (1687), de Isaac Newton, que creditaram ao pensamento racional a possibilidade de 
alcançar leis universais e cálculos matemáticos capazes de explicar o funcionamento da realidade. 
 o surgimento da Escola Fisiocrata, primeira corrente de economistas franceses a criticar o 
mercantilismo. Os fisiocratas acreditavam que as atividades econômicas naturais como a agricultura a 
mineração e o extrativismo eram mais importantes para a prosperidade nacional do que o comércio. Para 
eles, o comércio era essencialmente estéril, pois se limitava a transferir de uma pessoa para outra 
mercadorias já existentes. Além disso, os fisiocratas sustentavam que as restrições impostas pelo Estado 
constituíam um obstáculo à expansão da economia. 
 A querela dos Antigos e Modernos, nome dado ao debate entre autores acerca da importância dos 
clássicos greco-romanos. Para os chamados Antigos, era preciso respeitar as normas das produções da 
Antiguidade, consideradas perfeitas; para os Modernos, a produção literária envolvia a inovação. 
 Contudo, a inovação no pensamento mais importante foi o Iluminismo, que abordaremos a seguir. 
 
3.1. Definição do movimento 
Também chamado de Esclarecimento ou Ilustração, o Iluminismo foi um movimento cultural que 
surgiu na Europa entre os séculos XVII e XVIII, congregando diversos pensadores dispostos à construção 
de uma nova humanidade. E mesmo não sendo um movimento coeso, a maioria dos intelectuais 
ilustrados enfatizou a capacidade do Homem de conhecer e intervir na realidade por meio da Razão. 
A valorização do pensamento racional era apontada como o caminho para que a humanidade 
superasse medos, superstições e sua própria ignorância, a fim de alcançar a liberdade e o progresso. 
Partindo desse pressuposto, os iluministas foram fortes críticos das bases do Antigo Regime, nome dado 
às estruturas políticas, econômicas, sociais e culturais que verificamos abaixo: 
 
 
 
A
N
TI
G
O
 R
EG
IM
E
ABSOLUTISMO
MERCANTILISMO
SOCIEDADE 
ESTAMENTAL
DOGMATISMO 
RELIGIOSO
A forma de governo passou a ser encarada como uma 
tirania que afronta a liberdade dos indivíduos. 
Alguns iluministas consideraram a intervenção do Estado 
na economia como um limitador da liberdade. 
A autoridade exercida pela religião sobre o Estado e as 
esferas cultural e científica foram fortemente criticadas. 
A manutenção de privilégios pelo clero e a nobreza foi 
alvo de alguns pensadores do Iluminismo. 
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Figura 7 - O jantar dos filósofos, Jean Huber, 1772. Na imagem são representados Condorcet, La Harpe, Voltaire (braço levantado) e 
Diderot. Fonte: Instituto de Arte de Chicago. 
 
 Apesar da censura exercida por autoridades religiosas e políticas, as ideias iluministas circularam 
em panfletos e pasquins lidos em salões de leitura, sociedades secretas e cafés. E embora a maioria da 
população fosse analfabeta, os indivíduos se informavam pelas leituras públicas de textos. 
As ideias iluministas se espalharam rapidamente pelo mundo ao longo do século XVIII, o que fez 
com que muitos historiadores o considerassem como o Século das Luzes. Movimentos como a 
Independência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Francesa (1789), a Inconfidência Mineira (1789) e 
a Conjuração Baiana (1798) foram fortemente influenciadas por obras ilustradas. 
Porém, mesmo difundido para diversas partes do continente europeu, os principais nomes do 
Iluminismo eram franceses. Inspirado pela efervescência cultural de sua capital, o dramaturgo Pierre 
Marivaux afirmou: Paris é o mundo; o resto da Terra é o seu subúrbio. 
 
3.2. Alguns nomes do iluminismo 
 Montesquieu (1689-1755) → Charles Louis de Secondant, o barão de Montesquieu, foi autor da 
obra O Espírito das Leis, na qual se opõe ao absolutismo ao propor a teoria dos separação dos 
poderes do Estado em Executivo, Legislativo e Judiciário. Mesmo sendo um defensor das 
limitações ao poder real, simpatizava-se com a monarquia constitucional. 
 Voltaire (1694-1778) → Autor de obras como Cândido e Cartas Filosóficas, foi um crítico ácido do 
poder da Igreja e do absolutismo. O filósofo defendia as ideias de tolerância religiosa e da 
liberdade de expressão. 
 Diderot (1713-1784) e D’Alembert (1717-1783) → Foram os idealizadores da Enciclopédia, que 
reuniu milhares de verbetes sobre as diversas áreas do conhecimento. A obra se alinhava ao 
projeto educacional do Iluminismo de emancipação da humanidade pelo saber e crítica. 
 Rousseau (1712-1778) → Em O Contrato Social, sua obra mais conhecida, defendeu que a ideia de 
soberania se encontrava no povo, não no governante. Diante disso, o Estado deveria atender à 
vontade geral do corpo de cidadãos, tendo em vista o bem comum. 
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CONTRATUALISMO DE HOBBES CONTRATUALISMO DE LOCKE CONTRATUALISMO DE ROUSSEAU 
Considera o Estado e a sociedade frutos 
de um pacto social feito entre os 
indivíduos. 
Considera o Estado e a sociedade frutos 
de um pacto social feito entre os 
indivíduos. 
Considera o Estado e a sociedade frutos 
de um pacto social feito entre os 
indivíduos. 
Defensor do absolutismo, escreve sua 
teoria no contexto das guerras religiosas 
na Inglaterra. 
Crítico do absolutismo, escreve sua teoria 
no contexto das revoluções inglesas. 
Crítico do absolutismo, escreve sua teoria 
no século XVIII. 
Estado de natureza (anterior à vida em 
sociedade) visto como um estado de 
guerra, insegurança e violência. 
No estado de natureza (anterior à vida em 
sociedade), o homem dispõe de direitos 
naturais (vida, liberdade e propriedade). 
No estado de natureza (anterior à vida em 
sociedade), o homem é puro e livre. A 
propriedade dá início à desigualdade. 
Para viver em sociedade e com segurança, 
o indivíduo deve abrir mão de sua 
liberdade natural e em favor do Estado. 
Para viver em sociedade, o Estado deve 
resguardar os direitos naturais dos 
indivíduos. 
Para viver em sociedade, o Estado deve 
garantir a igualdade jurídica e a 
participação política a todos os cidadãos. 
 
3.3.Despotismo esclarecido 
Para muitas mentes da Ilustração, monarcas dispostos a endossar suas concepções e implementar 
mudanças era algo extremamente desejado. Ao longo do século XVIII, alguns soberanos europeus fizeram 
acenos às ideias ilustradas, dando origem à expressão despotismo esclarecido. Com isso, garantiam a 
realização de certas reformas no aparato estatal, mas sem alterar a estrutura de poder e privilégios 
existente na sociedade do Antigo Regime. 
 
Marquês de Pombal 
Vários monarcas e governantes europeus são considerados déspotas esclarecidos, tais como 
Frederico II, da Prússia, e Cataria II, da Rússia. Porém, o mais importante entre eles, ao menos para os 
nossos estudos, foi Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal. Ele era ministro das finanças do 
rei D. José I de Portugal, sendo responsável por diversas mudanças no Império luso. 
 Vejamos suas principais iniciativas: 
 Expulsão dos jesuítas de todo o Império Português (1759), que por acumularem grande fortuna 
e poder na metrópole e no Brasil, foram considerados uma ameaça ao poderio da Coroa; 
 Criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755) e a Companhia Geral 
do Comércio de Pernambuco e Paraíba (1759), que garantiam aos comerciantes portugueses que 
as integravam o monopólio das atividades comerciais onde atuavam. 
 Estímulo à diversificação da produção agrícola, com o intuito de evitar a dependência da atividade 
mineradora. 
 Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), com o intuito de reforçar o 
controle sobre a circulação do ouro. 
 Criação do Diretório dos Índios, com o intuito de gerir as aldeias indígenas e assimilá-los à 
sociedade pelo trabalho agrícola remunerado, e a extinção da escravidão legal indígena. 
ATENÇÃO: As medidas pombalinas buscaram racionalizar a administração do Império, ou seja, 
torná-la mais eficiente aos interesses da Coroa. Isso significou o reforço do “exclusivo 
metropolitano” no Brasil, o que trouxe insatisfações. 
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4. REVOLUÇÃO AMERICANA (1776) 
O processo de colonização da América pelos ingleses está diretamente relacionado ao desenrolar 
das Revoluções do século XVII. Vimos que as leis de cercamento contribuíram para que a nobreza fundiária 
expulsasse muitos camponeses das terras que habitavam, contribuindo para o aumento do número de 
miseráveis nas estradas do interior e nos centros urbanos. 
 Durante o reinado de Carlos II as perseguições religiosas se intensificaram, o que levou grupos 
protestantes, como os quakers, a migrarem para a América. As agitações sociais decorrentes das 
Revoluções e as duras condições de vida fizeram com que outros grupos sociais ingleses se 
estabelecessem no Novo Mundo, bem como holandeses, irlandeses, escoceses e alemães. 
 
O mito dos “pais peregrinos” (Pilgrim Fathers) 
 Você provavelmente já se deparou com alguma produção norte-americana que faz referência aos 
peregrinos, ingleses que usam roupas e chapéus escuros e foram os fundadores do território que 
daria origem aos Estados Unidos. Sua memória costuma ser evocada no Dia de Ação de Graças 
(Thanksgiving Day), celebração anual de agradecimento à Deus pelas bençãos concebidas. 
Na verdade, o grupo pode ser considerado fundador de parte dos “WASP”, sigla que abrevia a 
expressão branco, anglo-saxão e protestante (white, anglo-saxon protestant). Os peregrinos eram 
puritanos que se consideravam predestinados à colonização da América, e tal como os hebreus em 
Canaã, eram o povo escolhido para a constituição de uma comunidade cristã e moralista. 
Contudo, tal construção pode ser considerada como um mito, afinal a população que 
desembarcou nas Américas foi muito mais diversa. Aventureiros, órfãos, mulheres sem posses, 
negros, degregados, comerciantes, nobres e membros de seitas religiosas foram alguns 
contingentes que muitas vezes são colocados em segundo plano. 
 
 
Figura 8 - Representação do primeiro Dia de Ação de Graças entre peregrinos e nativos norte-americanos. Óleo sobre tela de Jean Louis 
Gerome Ferris, 1932. Fonte: Shutterstock. 
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4.1. Treze Colônias: a América Inglesa 
Os colonos se estabeleceram na costa leste da América do Norte, formando treze colônias que 
podemos dividir em três regiões devido às suas particularidades econômicas e sociais: 
 Nas colônias do norte, denominadas Nova Inglaterra, a atividade econômica era diversificada e 
voltada principalmente para o mercado interno. Os colonos dedicavam-se à pesca, a produção de 
peles, atividades manufatureiras e comeciais, prevalecendo a pequena propriedade. A região 
também se especializou na produção de navios, muitos deles utilizados no comércio triangular, 
que explicaremos adiante. 
 Ao sul, a paisagem das colônias eram mais rural e menos povoada, prevalecendo a ocupação do 
tipo plantation (monocultura, latifúndio e escravidão). As extensas propriedades eram dedicadas 
ao cultivo de tabaco, algodão e linho que abasteciam o mercado externo. 
 
 
 
 
O comércio triangular 
Um dos produtos em que a Nova Inglaterra se especializou foi a produção de rum, bebida 
extremamente apreciada no interior da colônia e em territórios da África. Para sua produção, navios 
partiam para as Antilhas para adquirir cana e melado, enquanto a bebida era levada para o outro 
lado do Atlântico, onde era trocada por escravizados. Essas mercadorias humanas, por sua vez, eram 
enviadas rumo à América para serem compradas pelos aristocratas sulistas. 
O comércio triangular nada mais era do que a quebra do exclusivo metropolitano, mas as 
convulsões internas na Inglaterra contribuíram para que o país encontrasse dificuldades para erguer 
um aparato de controle e administração de seus domínios na América do Norte. Contudo, findadas 
as Revoluções Inglesas e os conflitos externos, a Inglaterra buscou intensificar sua presença na 
colônia a partir do século XVIII. 
 
Figura 9 - ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2008. 
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Guerra dos Sete Anos 
Enquanto a Inglaterra mantinha suas colônias na costa, os territórios da América Francesa se 
expandiam no interior do continente, saindo do Canadá e alcançando o Golfo do México por meio do Rio 
Mississipi. A disputa pela região fez com que Inglaterra e França entrassem em conflito, a Guerra dos Sete 
Anos (1756-1763). Os britânicos enviados para a América e colonos conseguiram derrotar seus 
adversários, e a metrópole resolveu manter as forças militares em solo colonial, gerando altos impostos 
para os súditos norte-americanos. 
 
Leis de taxação 
Vejamos alguns dos novos tributos implantados pela metrópole após o término da guerra: 
 Lei do Açúcar (1764) → O melaço vindo das Antilhas que era utilizado para a fabricação do rum 
passava a ser taxado pela metrópole, além de produtos como o vinho, a seda, o café, entre outros. 
James Otis, colono que produz uma obra para criticar a decisão, se apropria da ideia da Revolução 
Inglesa para afirmar a seguinte frase: taxação sem representação é ilegal. 
 Lei do Selo (1765) → Documentos oficiais e jornais circulantes nas Treze Colônias deveriam 
receber um selo da metrópole. A medida gerou ações violentas dos colonos contra agentes da 
metrópole, que se vê obrigada a revogar a lei. 
Em 1773, o chá, produto largamente consumido na América Inglesa, se torna monopólio da 
Companhia Inglesa das Índias. Para lidar com o aumento do preço decorrente da decisão, os colonos 
adotaram medidas inusitadas: muitos substituíram a bebida pelo café e o chocolate, enquanto outros 
resolveram se disfarçar de índios e atacar 3 navios em Boston, descarregando centenas de caixas de chá 
no mar. O episódio ficou conhecido como Boston Tea Party (Festa do Chá em Boston). 
Comoreação ao protesto dos colonos, os ingleses decretaram o fechamento do porto de Boston 
até que o valor do carregamento destruído fosse ressarcido, ao passo que funcionários das Treze Colônias 
também foram substituídos por homens escolhidos pela metrópole. Essa medidas, denominadas pelos 
colonos de Leis Intoleráveis, contribuiu para o acirramento das tensões. 
 
 
Figura 10 - Representação do Boston Tea Party. Fonte: Shutterstock. 
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4.2. Declaração de Independência 
Em 1774, um grupo de colonos se reuniu em um Congresso Continental, na cidade da Filadélfia, 
para discutir o fim das medidas que restringiam as relações econômicas na América. A resposta violenta 
da Inglaterra, combatida pelos colonos com a formação de milícias, levou representantes das Treze 
Colônias se reunirem em um Segundo Congresso Continental (1776), que deu origem à uma Declaração 
de Independência. Se antes os colonos buscavam o retorno ao que entendiam como a ordem natural das 
coisas, agora buscavam o rompimento com a metrópole. 
Vejamos alguns elementos da Declaração de Independência: 
 A vida e a liberdade e propriedade são vistos como direitos naturais e inalieváveis, 
evidenciando a influência das ideias de John Locke entre os revolucionários. 
 A busca da felicidade também é um direito assegurado pelo documento. Mas atenção: não se 
considera que o Estado deve prover a felicidade dos cidadãos, mas garantir os meios para que 
ele possa buscá-la, por meio de seu próprio esforço. 
 Influenciados por Montesquieu, defenderam a noção de separação dos poderes, com o intuito 
de evitar uma nova forma de opressão entre os norte-americanos. Além disso, considerou-se o 
direito do cidadão comum de portar armas,a proibição de penas cruéis e o direito à rebelião 
contra governos tirânicos. 
Liderados por George Washington, os revolucionários lutaram contra um Exército maior e com 
melhor preparo, o que os levou a diversas derrotas até 1777. No ano seguinte, o revanchismo levou os 
franceses a se envolverem no conflito, auxiliando os norte-americanos com armamentos e soldados. Em 
1783, os ingleses reconheceram a independência dos Estados Unidos por meio do Tratado de Versalhes. 
 
A participação das mulheres na América do Norte 
No século XVIII, as mulheres da América inglesa não haviam participado muito da vida pública. 
Nas lutas contra os desmandos da metrópole e na Guerra de Independência, colaboraram 
mantendo sozinhas seus familiares e propriedades e empenhando-se em atos cívicos. Nesse 
processo, muitas acreditaram estar trabalhando para o bem comum e a favor da liberdade. Em 
consequência dessa experiência, que evidencia a capacidade e a importância da atuação feminina, 
algumas passaram a defender o acesso a uma educação que aprimorasse o potencial intelectual das 
mulheres. Entretanto, o modelo republicano de mulher que emerge junto com a nova nação (que 
exclui índios, mantém a escravidão e nega a igualdade civil e os direitos políticos às mulheres) é o 
da “mãe” que, embora não se imiscua nos assuntos públicos (em 1808, por exemplo, o direito ao 
voto é reservado ao sexo masculino) e dedique-se de corpo e alma à família, é chamada a formar os 
novos cidadãos americanos que “prezam a liberdade”. Suas atividades domésticas adquirem um 
caráter cívico e seu papel social uma nova dimensão: a de “velar pela construção do país em termos 
de virtude e de moral”. 
Depois da Independência, surgem as associações de mulheres organizadas, muitas vezes ligadas 
a igrejas, com o objetivo de auxiliar desamparados. A prática de tais grupos fornecerá subsídios para 
a participação das norte-americanas nos movimentos abolicionistas e feministas do século XIX. E a 
brecha aberta pela nova responsabilidade para com a nação dita do povo libre servirá de justificativa 
para que procurem interferir mais na vida pública e lutem pela emancipação feminina. 
PEDRO, J.M. Igualdade e especificidade. In: PINSKY; PINSKY (orgs). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003. p. 
268. 
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5. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Além das irrupções políticas, a virada do século XVII para o XVIII foi marcada pelo advento do modo 
de produção industrial na Europa, tendo como centro difusor a Inglaterra. Este processo ficou conhecido 
como Revolução Industrial, e foi o responsável pela consolidação do capitalismo industrial. 
Antes de continuarmos, é preciso deixar bem claro que diferente das revoluções políticas que 
vimos até aqui, a Revolução Industrial não possui marcos inicial e final bem definidos, afinal diversas 
tecnologias ao longo do tempo contribuíram para que o sistema de produção fosse transformado. 
 
5.1. Fatores do pioneirismo inglês 
Muitos fatores são importantes para compreendermos o pioneirismo da Inglaterra na Revolução 
Industrial. Vejamos: 
 Os Atos de Navegação e os tratados comerciais permitiram que a Inglaterra despontasse no 
comércio marítimo, consolidando um amplo mercado consumidor. Um deles foi o Tratado de 
Methuen (1703), em que Portugal se comprometeu a comprar tecidos ingleses, enquanto a 
Inglaterra dava preferência ao vinho dos lusos em suas importações. 
 As leis de cercamento (enclosures), que levaram ao deslocamento de multidões de camponeses 
para as cidades, onde formaram uma camada social que vendia sua força de trabalho em troca de 
salários – o proletariado. 
 As Revoluções Inglesas, que consolidaram as ideias liberais e possibilitaram a afirmação da 
burguesia no país. 
 
Liberalismo econômico 
O peso do Estado nas relações econômicas torna-se um entrave para 
os burgueses, o que levou o filósofo Adam Smith (1723-1790) a criticar a 
continuidade das práticas mercantilistas e a defender a não-intervenção 
estatal nas trocas comerciais, ideia que ficou consagrada pela expressão 
laissez-faire. 
Em A Riqueza das Nações, obra publicada em 1776, o iluminista 
considera que a origem da riqueza residia no trabalho, sendo o seu valor 
concebido pelo mercado, a oferta e a procura. Com isso, não era preciso a 
interferência do Estado para disciplinar a economia, afinal essa era regida 
pela livre-iniciativa dos indivíduos. 
 
MERCANTILISMO ESCOLA FISIOCRATA LIBERALISMO 
Estado como condutor da economia Crítica do intervencionismo estatal Crítico do intervencionismo estatal 
A origem da riqueza é o comércio A origem da riqueza é a terra A origem da riqueza é o trabalho 
Figura 11 - Adam Smith, considerado 
pai do liberalismo econômico. Fonte: 
Shutterstock. 
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5.2. O desenvolvimento da indústria 
Em 1769, o engenheiro James Watt patenteou a máquina a vapor, que em pouco tempo 
transformaria o mundo. Recebendo apoio do Parlamento inglês, as indústrias têxteis incorporaram o 
invento em seu processo de produção, também favorecido pela invenção dos teares mecânico e 
hidráulico. 
Conforme a produção crescia, o rápido escoamento de produtos e matérias-primas também se 
tornou necessário. A partir do século XIX, barcos a vapor passaram a se deslocar na Europa e América do 
Norte, enquanto os continentes foram cortados pelas ferrovias. 
Além da indústria têxtil, neste período também se desenvolveu a siderurgia, indústria voltada para 
a fabricação de ferro e aço. Com isso, a produção de carvão vegetal também sobe significativamente: de 
16 milhões de toneladas, em 1814, para 65 milhões de toneladas, em 1856. 
 
 
Figura 12 - Indústria têxtil em Lancashire, Inglaterra, 1835. Fonte: Shutterstock. 
 
O desenvolvimento do modelo industrial e o aprimoramento dos meios de transporte 
contribuíram para a dinamização das relações de produção, iniciando uma nova fase da economia 
mundial, o capitalismo industrial. 
 
5.3. O cotidiano dos trabalhadores 
Apesar do surto industrial verificado na Europa, a maior parte da populaçãodo continente 
continuou a ser de camponeses até a primeira metade do século XIX. Em 1830, somente duas capitais 
eram densamente povoadas: Londres, com mais de um milhão de habitantes, e Paris, com mais de meio 
milhão. 
Nas cidades, a maioria da população vivia em condições degradantes. As famílias de operários 
habitavam cubículos sujos nos arredores das indústrias, onde chegavam a cumprir jornadas de trabalho 
de até 15 horas diárias. Eram empregados homens, mulheres e crianças a partir dos 5 anos de idade. Os 
salários pagos às trabalhadoras costumavam ser a metade daquele pago aos homens, e o das crianças, 
apenas um quarto. 
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Diferentemente da atividade agrícola ou do fabrico de manufaturas nas corporações de ofício, a 
produção industrial era baseada na ideia de divisão do trabalho. Dessa maneira, os operários não 
dominavam todo o processo de fabricação, pois eram empregados em apenas uma etapa. 
Vejamos algumas diferenças entre o modo de produção artesanal, predominante até a 
Revolução Industrial, e o modo de produção industrial: 
 
MODELO ARTESANAL DE PRODUÇÃO MODELO INDUSTRIAL DE PRODUÇÃO 
Artesão é dono da matéria-prima e da produção Trabalhador vende sua mão de obra em troca de 
um salário e não é dono dos instrumentos de 
trabalho ou do produto. 
Local de trabalho: 
pequena oficina ou a própria casa 
Local de trabalho: Indústria 
Artesão controla todas as etapas da produção Divisão do trabalho (Especialização) 
Produção mais lenta Produção mais rápida 
 
A dinâmica do trabalho era controlada por um capataz, o que fazia com que os operários tivessem 
pouco contato com o seu patrão. Sem desfrutar de quaisquer direitos ou garantias, os trabalhadores eram 
constantemente expostos a situações de alta periculosidade. Esmagamentos de membros, amputações e 
graves queimaduras eram cotidianas, assim como os castigos físicos. 
 
Ludismo e Cartismo 
As duras condições impostas aos trabalhadores não foram desacompanhadas de movimentos de 
contestação. No início do século XIX, operários ingleses sabotaram o maquinário de indústrias de fiação 
e tecelagem, chegando a tomar a manufatura de William Cartwright em 1811. 
Corria a história de que um operário chamado Ned Ludd havia quebrado o tear de seu patrão, ato 
que levou muitos outros operários a seguirem o exemplo. Com isso, os sabotadores ficaram conhecidos 
como luditas, sendo suas ações respondias pelo Estado inglês com prisões e execuções. 
Historiadores e sociólogos encontraram duas formas de interpretação do ludismo: 
 Em uma interpretação menos recorrente atualmente, produzida principalmente por marxistas 
clássicos, o ludismo teria sido um movimento ingênuo, tendo em vista que os operários se 
voltaram contra as máquinas, e não contra as relações de exploração; 
 Outra interpretação, produzida por historiadores mais recentemente, considera que o movimento 
teria sido uma reação às perturbações do cotidiano dos trabalhadores diante da Revolução 
Industrial. Assim sendo, a máquina teria sido um símbolo de várias transformações que eram 
sentidas pelos operários. Cabe destacar que o ludismo trouxe resultados breves, mas imediatos: 
diante do receio de perder mais maquinários, muitos empresários adiaram a generalização da 
mecanização, além de conceder breves concessões salariais aos operários. 
 
ATENÇÃO: Embora seja provável a cobrança da interpretação mais recente sobre o ludismo, a 
interpretação marxista clássica também pode aparecer em alguns vestibulares. 
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Figura 13 - Representação de luditas sabotando o maquinário de uma fábrica. 
 
Alguns anos depois, alguns trabalhadores apostaram em uma forma distinta de protesto. 
Organizados nas trade unions, nome dado aos primeiros sindicatos ingleses, um grupo de trabalhadores 
elaborou a Carta do Povo (1838), documento que reivindicava direitos políticos aos operários. 
Os cartistas compreendiam que a classe que controlava os meios de produção e explorava sua 
força de trabalho se fazia representar no Parlamento, por isso buscavam adquirir o mesmo para 
conquistarem direitos sociais. Embora não tenham sido exitosos em sua estratégia, sua ação inspirou 
outras manifestações trabalhistas em momentos posteriores. 
 
 
(2019/Mackenzie) A Revolução Industrial, que ocorreu no final do século XVIII, e início do século 
XIX, enquanto processo global às sociedades ocidentais, pode ser caracterizada como sendo 
a) os aperfeiçoamentos da máquina a vapor, aplicados sobretudo na produção têxtil e metalúrgica, 
que eram superior à força da água, do vento, do animal e do homem. A grande mudança é que as 
ferramentas não somente auxiliam o trabalho humano mas também o substituem. 
b) o conjunto de descobertas e a evolução tecnológica em que as ferramentas, que desde a Pré-
História são fundamentais para o trabalho humano, são aperfeiçoadas graças ao uso da força 
hidráulica e a eólica, nunca antes utilizadas na produção de bens materiais. 
c) a utilização e dinamização de outros setores da economia, como o têxtil e o metalúrgico, graças 
à utilização de novas fontes de energia, como os derivados do petróleo (diesel e gasolina) e da 
energia hidráulica. 
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d) a reunião de todas as invenções, que desde a Renascença com a divisão do trabalho nas 
corporações de ofício e a utilização de ferramentas na produção de liga de metal, possibilitaram o 
surgimento das fábricas. 
e) o conjunto de medidas, que possibilitaram que o trabalho humano fosse totalmente substituído 
em todas as fases do processo produtivo pela força mecânica, graças ao forte intervencionismo e 
ao apoio estatal da Inglaterra. 
Comentários 
- A alternativa A é a resposta. A invenção da máquina a vapor por James Watt substituiu a mão de 
obra humana em diversas atividades de produção e transporte, algo inclusive sentido pelos ludistas 
no início do século XIX. 
- A alternativa B está incorreta. As forças hidráulica e eólica são utilizadas pelo Homem desde a 
Antiguidade, sendo um exemplo disso os moinhos e embarcações desenvolvidos em Roma e no 
Oriente. 
- A alternativa C está incorreta, afinal a energia hidráulica já era utilizada pelo Homem na 
Antiguidade. Vale destacar que a utilização do petróleo se iniciou em meados do século XIX, em um 
momento denominado por alguns historiadores de Segunda Revolução Industrial. 
- A alternativa D está incorreta, pois as corporações de ofício não dividiam o processo produtivo. 
Todos os membros dessas organizações dominavam as etapas de fabricação das manufaturas, o que 
não ocorre no modo de produção industrial. 
- A alternativa E está incorreta. A Revolução Industrial floresceu juntamente com a doutrina liberal, 
defensora da livre-iniciativa e do livre-comércio. 
Gabarito: A 
 
(2018/Famerp) No livro Investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações, publicado 
em 1776, Adam Smith argumentou que um agente econômico, procurando o lucro, movido pelo 
seu próprio interesse, acaba favorecendo a sociedade como um todo. Esse ponto de vista é um dos 
fundamentos 
a) do liberalismo, que dispensou a regulamentação da economia pelo Estado. 
b) do utilitarismo, que defendeu a produção especializada de objetos de consumo. 
c) do corporativismo, que propôs a organização da sociedade em grupos econômicos. 
d) do socialismo, que expôs a contradição entre produção e apropriação de riqueza. 
e) do mercantilismo, que elaborou princípios de protecionismo econômico. 
Comentários 
- A alternativa A é a correta. Para Adam Smith, o maior obstáculo para uma Nação alcançar o 
progresso econômico era o intervencionismo estatal, inibindo a busca pela realização de interesses 
e necessidades dos indivíduos. Dessa maneira, o autor defendia a vocação autorreguladora do 
Mercado, sendo consideradoo pai do liberalismo econômico. 
- A alternativa B está incorreta. O utilitarismo é uma corrente filosófica que buscou delimitar os 
fundamentos da ética, tendo como principais representantes os filósofos Jeremy Bentham e John 
Stuart Mill. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 26 
- A alternativa C está incorreta. O corporativismo, doutrina que divide a sociedade em associações 
de classe para a representação de direitos econômicos, foi desenvolvida durante o século XX, em 
especial na Itália de Mussolini. 
- A alternativa D está incorreta. Os primeiros teóricos do socialismo, posteriormente chamados de 
“utópicos”, desenvolveram suas ideias ao longo do século XIX, após a publicação de A Riqueza das 
Nações. Smith, por sua vez, acreditava na capacidade “mão invisível do mercado” para o alcance do 
progresso e bem-estar geral, independente da apropriação de riqueza por algumas camadas sociais. 
- A alternativa E está incorreta. Ao defender a livre-iniciativa, o filósofo Adam Smith se colocava 
contra o protecionismo econômico e outras práticas e concepções do modelo mercantilista 
europeu. 
Gabarito: A. 
 
 
6. LISTA DE QUESTÕES 
6.1. Unesp 
1. (Unesp/2022 – 2º Dia) 
Entrar numa fábrica pela primeira vez podia ser uma experiência aterrorizante: o ruído e o movimento do 
maquinário; o ar sufocante, cheio de pó de algodão, muitas vezes, mantido opressivamente quente para 
reduzir a quebra; o fedor penetrante de óleo de baleia e de gordura animal usados para lubrificar as 
máquinas (antes da disponibilidade de produtos petrolíferos) e do suor de centenas de trabalhadores; os 
semblantes pálidos e os corpos doentios dos operários; o comportamento feroz dos supervisores, alguns 
dos quais carregavam cintos ou chicotes para impor disciplina. Nas salas de tecelagem, o barulho 
ensurdecedor de dezenas de teares, cada um com uma lançadeira recebendo pancadas de martelo umas 
sessenta vezes por minuto, impossibilitava que os trabalhadores se ouvissem. 
(Joshua B. Freeman. Mastodontes: a história da fábrica e a construção do mundo moderno, 2019.) 
O trabalho nas primeiras fábricas inglesas é caracterizado no excerto 
a) pela insalubridade e opressão no ambiente de trabalho. 
b) pela apropriação do tempo e do excedente do trabalho pelo capitalista. 
c) pelo aumento da produtividade e da otimização do ritmo de trabalho. 
d) pelo desenvolvimento da tecnologia e da divisão de tarefas. 
e) pelo aproveitamento de energia de origem mineral. 
 
2. (Unesp/2022 – 2º Dia) 
As revoluções inglesas do século XVII são consideradas, por alguns historiadores, as primeiras revoluções 
burguesas, pois 
a) suprimiram a interferência política da nobreza e separaram Estado e Igreja. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 27 
b) ampliaram o espaço de atuação política e comercial dos comerciantes britânicos. 
c) eliminaram o sistema monárquico e implantaram uma estrutura republicana. 
d) proporcionaram o surgimento de legislação trabalhista para a cidade e o campo. 
e) impediram a expansão do Estado democrático e da participação política direta. 
 
3. (2020/Unesp) 
Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século 
XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças 
ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma 
configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma autoridade divina. 
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”. In: 
Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.) 
O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs 
(A) a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário. 
(B) a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes. 
(C) a justificativa do despotismo em nome da paz social. 
(D) a obediência às leis costumeiras de origem feudal. 
(E) a retirada do poder político do povo. 
 
4. (2017/Unesp) 
Nem todos os homens se renderam diante das forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a experiência 
do movimento dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca capacidade dos trabalhadores 
para desencadear uma luta aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movimento de resistência 
visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do processo 
de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão 
contra a nova direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras atividades de destruição 
carregaram implicitamente uma profunda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco 
organizador da produção que essa tecnologia impunha. 
(Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.) 
De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século 
XVIII e início do XIX: 
De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século 
XVIII e início do XIX, 
a) expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes de coordenar ações destrutivas em fábricas 
de diversas partes do país. 
b) representavam uma reação diante da ordem e da disciplinarização do trabalho, facilitadas pelo 
emprego de máquinas na produção fabril. 
c) indicavam o aprimoramento das condições de trabalho nas fábricas, que contavam com aparato de 
segurança interna contra atos de vandalismo. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 28 
d) revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que não percebiam que as máquinas auxiliavam e 
facilitavam seu trabalho. 
e) simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores, envolvidos com partidos e agrupamentos 
políticos de inspiração marxista. 
 
5. (2016/Unesp) 
Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais 
figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre os homens se 
instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos governados. Sempre que 
uma forma de governo se dispõe a destruir essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-
la, e instituir um novo governo, assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus 
poderes de tal forma que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade. 
(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.). Documentos históricos dos Estados Unidos, 
1988.) 
O documento expõe o vínculo da luta pela independência das treze colônias com os princípios 
a) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal. 
b) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo. 
c) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania e de rebelião contra governos tirânicos. 
d) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a lutar pela própria salvação. 
e) católicos, que justificam a ação humana apenas em função da vontade e do direito divinos. 
 
6. (2016/Unesp) 
A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de alfinetes, 
analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas porque garantia ao 
empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador que, combinando os esforços 
separados dos seus operários, obtém um produto mercante. 
(Stephen Marglin. In: André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980.) 
Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca 
a) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.b) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores. 
c) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade produtiva. 
d) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na 
organização do trabalho. 
e) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo 
produtivo. 
 
7. (2015/Unesp) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 29 
O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do homem, ao 
criticar todos os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as suas contradições e as 
tornava transparentes aos olhos de um número cada vez maior de pessoas. 
(Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.) 
Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto, podemos citar a rejeição iluminista do 
a) princípio da igualdade jurídica. 
b) livre comércio. 
c) liberalismo econômico. 
d) republicanismo. 
e) absolutismo monárquico. 
 
8. (2013/Unesp) 
No final do século XVIII, a Inglaterra mantinha relações comerciais regulares com várias regiões do 
continente africano. O interesse de ingleses nesse comércio derivava, entre outras coisas, da necessidade 
de 
a) mercado consumidor para os tecidos, produzidos em escala industrial nas fábricas inglesas e francesas. 
b) especiarias e sal, utilizados na conservação de alimentos consumidos nas grandes cidades europeias. 
c) petróleo, utilizado como fonte principal de energia nas fábricas instaladas em torno das grandes cidades 
inglesas. 
d) matérias-primas, como o algodão e os óleos vegetais, que eram utilizadas pelas fábricas inglesas. 
e) mão de obra a ser empregada nas manufaturas e fábricas que proliferavam na Inglaterra e na França. 
 
9. (2013/Unesp) 
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de 
vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi 
acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum. Sua única ideologia foi 
a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com 
uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa 
época em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não 
tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a 
doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas 
sim o próprio trabalho. 
(Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. 2, 1987. Adaptado.) 
O texto afirma que a Revolução Industrial 
a) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar mecanismos de 
defesa e proteção dos trabalhadores. 
b) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e apoio plenos 
de todos os segmentos da população. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 30 
c) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveu-os num duro 
processo de produção. 
d) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de consolidar a ideia 
de que o trabalho enobrece o homem. 
e) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e facilitou o 
alastramento de epidemias. 
 
10. (2012/Unesp) 
Leia as assertivas sobre a independência das 13 colônias inglesas na América do Norte. 
I. Foi um movimento que manteve as bases da estrutura da sociedade colonial, preservando a escravidão. 
II. A resistência interna das colônias foi fortalecida com o apoio externo dos países ibéricos. 
III. Sofreu influência das ideias iluministas francesas, baseadas nos princípios da liberdade, propriedade 
e igualdade civil. 
IV. A união das 13 colônias inglesas contra a Inglaterra objetivou a ruptura do pacto colonial. 
Estão corretas as afirmativas 
a) I e IV, apenas. 
b) II e III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I, III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
 
11. (2012/Unesp) 
Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda 
a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo 
assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece. [...] 
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, 
e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. 
 (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.) 
O texto apresenta características 
a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma 
sociedade. 
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais. 
c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os membros de 
uma sociedade. 
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores. 
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do Estado. 
 
12. (2012/Unesp) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 31 
A Revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688) transformaram a Inglaterra do século XVII. 
Sobre o conjunto de suas realizações, pode-se dizer que 
a) determinaram o declínio da hegemonia inglesa no comércio marítimo, pois os conflitos internos 
provocaram forte redução da produção e exportação de manufaturados. 
b) resultaram na vitória política dos projetos populares e radicais dos cavadores e dos niveladores, que 
defendiam o fim da monarquia e dos privilégios dos nobres. 
c) envolveram conflitos religiosos que, juntamente com as disputas políticas e sociais, desembocaram na 
retomada do poder pelos católicos e em perseguições contra protestantes. 
d) geraram um Estado monárquico em que o poder real devia se submeter aos limites estabelecidos pela 
legislação e respeitar as decisões tomadas pelo Parlamento. 
e) precederam as revoluções sociais que, nos dois séculos seguintes, abalaram França, Portugal e as 
colônias na América, provocando a ascensão política do proletariado industrial. 
 
13. (2010/Unesp) 
Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas 
é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento da destreza de 
cada trabalhador; segundo, à economia de tempo, que antes era perdido ao passar de uma operação para 
outra; terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o trabalho e reduzem o 
tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos. 
(Adam Smith. Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776), in Adam Smith/Ricardo. Os 
pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.) 
O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três características da organização do trabalho no 
contexto da Revolução Industrial: 
a) a introdução de máquinas, a valorização do artesanato e o aparecimento da figura do patrão. 
b) o aumento do mercado consumidor, a liberdade no emprego do tempo e a diminuição na exigência de 
mão de obra. 
c) a escassez de mão de obra qualificada, o esforço de importação e a disciplinarização do trabalhador. 
d) o controle rigoroso de qualidade, a introdução do relógio de ponto e a melhoria do sistema de 
distribuição de mercadorias. 
e) a especialização do trabalhador, o parcelamento de tarefas e a maquinização da produção. 
 
14. (2008/Unesp) 
A revolução inglesa de 1640 (...) destruiu o antigoaparelho de Estado, impondo limites ao poder real, 
submetendo-o ao poder do Parlamento (...). Eliminou a autonomia financeira do poder real, confiscando-
lhe as propriedades e transformando o próprio conceito de propriedade individual e absoluta (...) O poder 
mudou de mãos... agora passava aos domínios da pequena nobreza rural, a gentry, identificada com a 
burguesia mercantil. 
(José Jobson de Andrade Arruda, A revolução inglesa.) 
 Segundo o texto, a revolução inglesa 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 32 
a) reforçou o antigo aparelho de Estado e manteve intacta a propriedade real identificada com os 
privilégios da nobreza. 
b) submeteu o rei ao poder do parlamento, composto pela gentry e pela burguesia, cujos interesses 
privilegiavam a propriedade real. 
c) destruiu o antigo aparelho de Estado e transferiu a propriedade real para as mãos do Parlamento, isto 
é, para a alta aristocracia. 
d) limitou o poder do Parlamento, que agora passa a ser exercido também pelo rei, cujo interesse maior 
é privilegiar a gentry e a burguesia. 
e) transformou a propriedade real em propriedade privada e legitimou o poder do Parlamento, 
representante da gentry e da burguesia. 
 
15. (2006/Unesp) 
Leia os dois textos seguintes. "No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido pela 
referência mutável ao tempo natural, do levantar ao pôr-do-sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de 
uma economia ainda dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem 
inquietações de produtividade". 
(Jacques Le Goff. "O tempo de trabalho na crise do século XIV".) 
 "Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o que queriam. 
Normalmente os relógios das fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em lugar de 
serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados para o engano e a opressão". 
(Anônimo. "Capítulos na vida de um menino operário de Dundee", 1887.) 
Entre as razões para as diferentes organizações do tempo do trabalho, pode-se citar: 
a) a predominância no campo de uma relação próxima entre empregadores e assalariados, uma vez que 
as atividades agrárias eram regidas pelos ritmos da natureza. 
b) o impacto do aparecimento dos relógios mecânicos, que permitiram racionalizar o dia de trabalho, que 
passa a ser calculado em horas no campo e na cidade. 
c) as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, que originou uma nova disciplina e 
percepção do tempo, regida pela lógica da produtividade. 
d) o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros obtidos a partir da exploração do 
trabalhador, e os industriais, que aumentavam as jornadas. 
e) a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos camponeses sobre as terras, e a burguesia, que 
defendia o êxodo rural e a industrialização. 
 
16. (2005/Unesp) 
Gerald Winstanley, líder dos escavadores da Revolução Puritana na Inglaterra (1640-1660), definiu a sua 
época como aquela em que "o velho mundo está rodopiando como pergaminho no fogo". Embora os 
escavadores tenham sido vencidos, a Revolução Inglesa do século XVII trouxe mudanças significativas, 
dentre as quais destacam-se a 
a) instituição do sufrágio universal e a ampliação dos direitos das Assembleias populares. 
b) separação entre Estado e religião e a anexação das propriedades da Igreja Anglicana. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 33 
c) liberação das colônias da Inglaterra e a proibição da exploração da mão de obra escrava. 
d) abolição dos domínios feudais e a afirmação da soberania do Parlamento. 
e) ampliação das relações internacionais e a concessão de liberdade à Irlanda. 
 
17. (2003/Unesp) 
 ... o período entre 1640 e 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a introdução de uma nova 
estrutura política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se livremente. 
HILL, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. Lisboa, Presença, 1981. 
O autor do texto está se referindo: 
a) à força da marinha inglesa, maior potência naval da Época Moderna. 
b) ao controle pela coroa inglesa de extensão de áreas coloniais. 
c) ao fim da monarquia absolutista, com a crescente supremacia política do parlamento. 
d) ao desenvolvimento da indústria têxtil, especialmente dos produtos de lã. 
e) às disputas entre burguesia comercial e agrária, que caracterizavam o período. 
 
18. (2003/Unesp) 
Dentre as condições determinantes da Revolução Industrial na Inglaterra, podem ser citadas: 
a) a conquista de mercados internos futuros, a acumulação de capitais, a existência de mercados 
fornecedores de bens semiduráveis e a transformação da estrutura agrária. 
b) a conquista de mercados coloniais consumidores, a poupança forçada dos trabalhadores urbanos, a 
existência de mercados fornecedores de matérias-primas e a transformação da estrutura do setor 
terciário. 
c) a conquista de mercados semi-internos, a acumulação de capitais, a existência de mercados 
fornecedores de manufaturados e a transformação da estrutura agrária. 
d) a conquista de mercados coloniais consumidores, a poupança induzida dos trabalhadores rurais, a 
existência de mercados fornecedores de matérias-primas e a transformação da estrutura de serviços. 
e) a conquista de mercados coloniais consumidores, a acumulação de capitais, a existência de mercados 
fornecedores de matérias-primas e a transformação da estrutura agrária. 
 
19. (2002/Unesp) 
Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações (1776), referindo-se à produção e à aquisição de riquezas, 
observou: "Não é com o ouro ou a prata, mas com o trabalho que toda a riqueza do mundo foi provida na 
origem, e seu valor, para aqueles que a possuem e desejam trocá-la por novos produtos, é precisamente 
igual à quantidade de trabalho que permite alguém adquirir ou dominar." Os pontos de vista de Adam 
Smith opõem-se às concepções 
a) mercantilistas, que foram aplicadas pelos diversos estados absolutistas europeus. 
b) monetaristas, que acompanharam historicamente as economias globalizadas. 
c) socialistas, que criticaram a submissão dos trabalhadores aos donos do capital. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE MODERNA III 
 
 
AULA 07 – IDADE MODERNA III 34 
d) industrialistas, que consideraram as máquinas o fator de criação de riquezas. 
e) liberais, que minimizaram a importância da mão-de-obra na produção de bens. 
 
20. (2000/Unesp) 
"Não queremos destruir a vossa fortuna, mas se não arranjardes maneira de nos dardes trabalho, não 
poderemos deixar de atentar contra vós e contra as máquinas. (...) Se ao fim de 8 dias não retirardes as 
lãs das máquinas para dar trabalho às 500 pessoas que vos batem à porta e para as quais nem sequer vos 
dignais olhar, não vos espanteis se virdes um levantamento cair sobre vós e sobre as máquinas, de tal 
modo sofremos, pobres operários, por nós e pelos nossos filhos." 
(Anúncio anônimo afixado nas ruas de Clermont, França, em 1818) 
O tipo de manifestação descrita está relacionado 
a) ao movimento anarquista. 
b) à constituição dos partidos comunistas. 
c) às origens dos partidos liberais. 
d) à organização dos partidos socialistas. 
e) ao movimento ludista. 
 
21. (1999/Unesp) 
A Declaração de Direitos (Bill of Rights) da Inglaterra de 1689, a Declaração de Independência dos Estados 
Unidos da América de 1776 e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 da França são 
documentos que expressam um processo revolucionário abrangente que pode ser caracterizado como 
a) declínio da aristocracia feudal, fim do poder monárquico e redemocratização dos Estados. 
b) ascensão política da burguesia, queda do poder absolutista e fortalecimento do liberalismo. 
c) igualdade de direitos para todos, fim das monarquias e difusão das ideias iluministas. 
d) fim dos privilégios da nobreza, organização de repúblicas e difusão do positivismo. 
e) ampliação dos

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