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SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 
 
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SISTEMA OSTEOMUSCULAR 
ARTICULAÇÕES 
ESTRUTURAS 
• Estruturas articulares: 
- Cápsula articular e cartilagem articular 
- Sinóvia e líquido sinovial à substância que 
lubrifica a região 
- Ligamentos intra-articulares 
- Osso justarticular 
• Estruturas extra articulares (também são alvo de 
lesões) 
- Ligamentos periarticulares 
- Tendões 
- Bolsas/bursas 
- Músculos 
- Fáscia 
ANAMNESE 
• Importante saber história médica pregressa, história 
familiar (doenças inflamatórias), uso de medicações 
(estatinas podem gerar danos aos músculos) 
• Sintomas mais comuns 
• Dor articular (artralgia) 
• Sinais inflamatórios da artrite: (calor, rubor, edema) 
• Rigidez pós repouso 
• Crepitação articular 
• Manifestações sistêmicas 
ARTRALGIA 
• Sempre abordar as características semiológicas da 
dor 
• Pode ser aguda (gota, artrite séptica) ou crônica (AR, 
OA) 
- Osteoartrite (OA) = artrose 
- AR = artrite reumatoide 
• Pode ser em peso (OA) ou cruciante (gota, artrite 
séptica) 
• Por vezes acompanhadas de outros sintomas, como 
parestesias decorrentes da compressão nervosa 
DURAÇÃO 
• < 1 mês: febre reumática e osteomielite 
• > 1 mês: AR (artrite reumatoide) e OA (osteoartrite) 
MODO DE INÍCIO: 
• Insidioso: AR 
• Abrupto: gota e osteomielite 
RIGIDEZ PÓS REPOUSO 
• Sintoma que aparece em enfermidades 
inflamatórias, e muitas vezes os pacientes não 
referem 
• Matinal: após dormir à instigar tempo 
• A duração é proporcional a intensidade da dor 
• AR e espondilite anquilosante (EA) > 1 hora 
• OA: mais fugaz 
CREPITAÇÃO ARTICULAR 
• Sinal característico de comprometimento da 
cartilagem anterior 
• Presente nos processos de degeneração (OA) 
MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS 
• Febre, astenia, anorexia e perda de peso 
• Frequentes nas doenças difusas de natureza 
inflamatória: artrite reumatoide, lúpus (LES), 
esclerose sistêmica (ES), dermato / polimiosite 
• Raro em doenças articulares degenerativas 
metabólicas 
- Doenças localizadas nas próprias articulações 
sem comprometer o organismo como um todo 
EXAME FÍSICO 
• Ectoscopia: aparência geral, proporções corporais e 
facilidade de movimento 
• Paciente nas posições de pé, sentado e deitado, com 
boa iluminação, de preferência natural e as áreas a 
serem examinadas descobertas 
EXAME SISTEMÁTICO 
1. Inspeção 
2. Palpação 
3. Amplitude de movimento 
4. Manobras especiais 
• Abordar o paciente da cabeça aos pés 
• IMPORTANTE comparar os lados homólogos 
(primeiro examinar o lado hígido) 
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• O exame físico das articulações é feito por inspeção, 
palpação e movimentação, usadas de maneira 
associada à um método complementando os outros 
• Sinais mais procurados: 
* Dor ou sensibilidade local 
* Calor 
* Rubor 
* Edema 
* Limitação de movimentos 
* Crepitação 
* Deformidade 
DOR: tentar identificar a estrutura anatômica específica 
que está dolorida a palpação e/ou mobilização (ativa X 
passiva) 
CALOR: Com o dorso dos dedos compara-se a 
temperatura da articulação envolvida com a articulação 
contralateral não afetada, e/ou com os tecidos vizinhos 
(articulações são mais frias do que as temperaturas 
vizinhas) 
RUBOR: A vermelhidão da pele sobrejacente é o sinal 
menos comum de inflamação próximo às articulações e, 
habitualmente, ocorre em articulações mais superficiais, 
tais como os dedos das mãos, os dedos dos pés e os 
joelhos 
EDEMA: o edema pode envolver 
- A membrana sinovial, que fica empastada ou 
amolecida 
- Derrame pelo excesso de líquido sinovial no 
espaço articular 
- Estruturas de tecidos mole como bursas, 
tendões e bainhas tendinosas 
LIMITAÇÕES DE MOVIMENTOS: 
• A avaliação dos movimentos torna possível a 
verificação de dor e do grau de impotência funcional 
• É fundamental conhecer os movimentos normais de 
cada articulação para maior facilidade em detectar e 
avaliar a amplitude dos movimentos ou evidenciar 
movimentos anormais 
 
 
 
 
 
 
• Movimentação articular deve ser feita com 
delicadeza 
• Pesquisar os movimentos ativo e passivo, 
comparando estruturas homólogas 
• Atentar às reações do paciente, especialmente a dor 
à observar fáscies 
 
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CREPITAÇÃO: É uma sensação vibratória produzida pelo 
atritar de superfícies irregulares, percebida pela 
palpação e às vezes até mesmo pela audição 
DEFORMIDADE: Resultante de aumento de volume 
ósseo, subluxação articular, contraturas e anquilose em 
posições anômalas 
• Indica processo patológico de longa duração ou 
agressivo 
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM) 
• Principais músculos para abrir a boca: pterigoideos 
externos 
• Principais músculos para fechar a boca: masseter, 
temporais e pterigoideos internos (inervação do 
trigêmeo) 
 
 
INSPECIONAR: 
• A face, quanto simetria 
• A ATM à procura de tumefação ou vermelhidão 
• Como localizar a ATM? 
- Colocar a ponta dos dedos indicadores 
imediatamente a frente do trago de cada orelha 
e pedir ao paciente para abrir a boca 
- As pontas dos dedos devem deslizar para os 
espaços articulares, quando a boca do paciente 
abrir 
 
• A amplitude do movimento é uniforme? 
• Há tumefação e/ou dor a palpação? 
• Estalido/clique palpado ou escutado? 
• A assimetria facial é observada nos distúrbios da 
ATM, uma categoria de dor orofacial que causa dor 
crônica unilateral com a mastigação, espasmo da 
mandíbula ou rangido dos dentes, frequentemente 
em associação ao estresse e acompanhada de 
cefaleia 
• Dor durante a mastigação também ocorre 
na neuralgia do trigêmeo e arterite temporal 
• Edema, dor a palpação e redução de amplitude de 
movimento sinalizam inflamação ou artrite da ATM 
• A luxação da ATM pode ser causada por traumatismo 
• Crepitação ou estalido palpável ocorre na má 
oclusão, na lesão de menisco ou no edema sinovial 
por traumatismo 
• Na síndrome da ATM, há dor e dor à palpação 
PUNHO E MÃO 
 
 
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• Inspecionar a posição dos punhos e das mãos em 
repouso e em movimento 
- Defesa à movimentação sugere lesão 
• Existe alguma deformidade do punho, da mão ou dos 
ossos dos dedos? 
• Há edema supra-articular ou sinais de traumatismo? 
- Edema difuso é comum na artrite ou na infecção 
- Tumefação localizada sugere cisto sinovial 
- Laceração, punção, marcas de injeção, 
queimaduras ou eritema resultam de 
traumatismo 
 
NÓDULOS DE HEBERDEN: interfalangeanas distais 
(IFD) 
NÓDULOS DE BOUCHARD: interfalangeanas 
proximais (IFP) são achados comuns na OA 
- São consequentes ao crescimento ósseo excessivo 
LEMBRAR: o B vem primeiro que o H, logo os nódulos 
de Bouchard são mais proximais 
 
• Rizartrose à alterações degenerativas na 1ª 
carpometacarpal também ocorrem (mais em 
mulheres) 
 
ARTRITE REUMATOIDE resulta em dor espontânea e 
à palpação e/ou rigidez articular, de forma simétrica e 
bilateral 
• IFP, metacarpo falangeanas (MCF) e punho: 
articulações mais afetadas 
• Ocorre edema fusiforme na doença aguda 
• Com a progressão, ocorre subluxação da MCF e 
desvio ulnar, além de atrofia de interósseos 
 
 
® Outras deformidades na AR: 
DEFORMIDADE EM PESCOÇO DE CISNE ocorre uma 
hiperextensão IFP e flexão fixa IFD 
DEFORMIDADE EM BOTOEIRA ocorre uma flexão 
persistente IFP e hiperextensão IFD 
 
 
 
ARTRITE PSORIÁTICA (APso) pode ocorrer edema de 
qualquer articulação, incluindo IFD 
• Outros achados da APso: 
- Dactilite (dedos em salsicha) 
- Psoríase cutânea ou ungeal 
- Alteração da unha psoriásica: pitting, onicólise... 
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 Dactilite Onicólise Pitting 
GOTA TOFÁCEA CRÔNICA: Depósitos de cristais de 
urato, frequentemente com inflamação ao redor, 
causam deformidades que simulam AR e OA 
- É em geral menos simétrica que o da AR 
- Acomete mais homens adultos (questão de 
prova!!) 
- As tumefaçõesnodosas ulceram e eliminam 
uratos esbranquiçados, semelhantes a pó de 
giz/pasta de dente 
 
 
CISTOS SINOVIAIS: Tumefações císticas, 
arredondadas, em geral indolores, e localizadas ao longo 
das bainhas tendinosas ou cápsulas articulares, 
frequentemente no dorso do punho 
• Pode ser doloroso, pois comprime outras estruturas 
 
• Observar os contornos da palma da mão (eminências 
tenar e hipotenar) 
- Na compressão do nervo mediano (STC): atrofia 
tenar 
- Na compressão do nervo ulnar: atrofia hipotenar 
 
• Nervo mediano: situa-se entre o retináculo dos 
músculos flexores e a bainha do tendão 
 
 
SINDROME DO TÚNEL DO CARPO: 
• Diminuição da sensibilidade do território do do nervo 
mediano é um sinal de síndrome do túnel do carpo 
(STC) 
• Principalmente de manhã 
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• Testes para STC? Testes para compressão do nervo 
mediano: 
1. Abdução do polegar 
2. Teste de Tinel 
3. Teste de Phalen 
® ABDUÇÃO DO POLEGAR: solicita-se ao paciente 
que levante o polegar diretamente para cima, 
enquanto aplica-se resistência para baixo. A fraqueza 
muscular na abdução do polegar é um teste positivo 
® SINAL DE TINEL: percute-se levemente sobre o 
trajeto do N. mediano no túnel do carpo. Dor vaga e 
dormência na distribuição do N. mediano constituem 
um teste positivo 
® SINAL DE PHALEN: manter os punhos em flexão 
durante 60 segundos, ou com os cotovelos 
totalmente estendidos. Dormência e formigamento 
na distribuição do nervo mediano em 60 s 
constituem um teste positivo 
 
 Abdução Tinel Phalen 
• Existe espessamento dos tendões flexores ou 
contraturas em flexão nos dedos das mãos? 
- Contraturas de dupuytren 
- Dedos em gatilho 
CONTRATURA DE DUPUYTREN: 
• O 1º sinal consiste em uma banda espessada, situada 
sobre o tendão flexor do 4º quirodáctilo (QD) e, às 
vezes, do 5º QD, no nível da prega palmar distal 
• A seguir, a pele desta área fica enrugada e 
desenvolve-se um cordão fibrótico espessado, entre 
a palma da mão e o dedo 
• A extensão do dedo é limitada, mas a flexão 
geralmente é normal 
• Pode se desenvolver, gradualmente, contratura em 
flexão dos dedos 
 
 
DEDO EM GATILHO: 
• Um nódulo indolor situado em um tendão flexor na 
região palmar, próximo à cabeça de um osso 
metacarpal impede o tendão de penetrar com 
facilidade na bainha tendinosa, quando a pessoa 
tenta esticar os dedos da mão a partir de uma 
posição de flexão 
• Com esforço ou assistência suplementar, o dedo 
consegue ser estendido e flexionado com um 
estalido palpável e audível enquanto o nódulo 
penetra na bainha tendinosa 
 
• Dor à palpação na parte distal do rádio após uma 
queda levanta a suspeita de fratura de Colles (parte 
distal do rádio) 
• Irregularidades ósseas também sugerem fratura 
• Dor à palpação na “tabaqueira” com o punho em 
desvio ulnar e dor no tubérculo escafoide 
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representam suspeitas de fratura escafoide oculta, 
uma lesão não comum 
• Hipersensibilidade sobre os tendões dos músculos 
extensor curto e abdutor longo do polegar no 
processo estiloide do rádio ocorre na tenossinovite 
de de Quervain e na tenossinovite gonocócica 
TENOSSINOVITE DE QUERVAIN: 
• Para testar a função do polegar, o paciente deve 
segurar o polegar contra a região palmar e, em 
seguida, move-se o punho na direção da linha média 
no desvio ulnar (teste de Finkelstein) 
 
COTOVELO 
 
• Tumefação sobre o olécrano levanta a suspeita 
de bursite do olecrano 
• Inflamação ou líquido sinovial sugere artrite 
BURSITE DO OLÉCRANO: 
• Edema e inflamação das bolsas do olécrano 
(subcutânea e intratendínea) resultam de 
traumatismo, gota ou AR. O edema é superficial ao 
olécrano e pode ter até 6 cm de diâmetro 
 
 
ARTRITE DO COTOVELO: 
• É mais facilmente percebida nos sulcos entre o 
olécrano e os epicôndilos de cada lado 
• As causas incluem AR, gota e pseudogota, 
osteoartrite (raro) e traumatismo 
• Os pacientes se queixam de dor, rigidez e restrição 
do movimento. 
• Na artrite, não há extensão completa do 
antebraço!!! 
 
• Hipersensibilidade distal ao epicôndilo é comum 
na epicondilite lateral (cotovelo de tenista) e menos 
comum na epicondilite medial (cotovelo do jogador 
de golfe): 
 
 
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• Epicondilite lateral: dor no local de inserção dos 
extensores comuns no epicôndilo lateral ou próximo 
a ele, podendo irradiar-se para o antebraço e punho 
 
TESTE DE COZEN: cotovelo fletido a 90º, antebraço 
pronado, + se dor no epicondilo lateral ao extender o 
punho contra resistência 
 
• Epicondilite medial: lesão na origem do pronador 
redondo e dos flexores do antebraço 
 
• Cotovelo fletido, antebraço supinado, punho 
estendido, + se dor em epicondilo medial quando o 
examinador oferece resistência contra tentativa 
deflexão do punho 
 
• Existe deslocamento do olécrano? 
 
Luxação posterior Fratura supracondiliana 
 do cotovelo do cotovelo 
 
• A extensão completa tem sensibilidade de 84-98% e 
especificidade de 48-97% para ausência de fratura 
- A dor à palpação na cabeça radial, olécrano ou 
epicôndilo medial e hematomas, além de 
ausência de extensão do cotovelo podem 
melhorar as características desse teste 
• A extensão total do cotovelo também torna 
improvável derrame intra-articular ou hemartrose 
NÓDULOS REUMATOIDES: 
• Nódulos subcutâneos que podem surgir nos pontos 
de compressão ao longo da superfície extensora da 
ulna em pacientes com AR ou febre reumática aguda 
• Têm consistência firme e são indolores. Não estão 
fixados à pele sobrejacente, mas estão inseridos no 
periósteo 
 
OMBRO 
 
 
• Estrutura complexa: 
- 3 grandes ossos 
- 3 articulações 
- 3 principais grupos musculares 
• A cápsula articular e as bursas também são muito 
importantes 
 
 
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CINTURA ESCAPULAR: 
• Estabilizadores dinâmicos: músculos do manguito 
rotador (Supraespinal, Infraespinal, Redondo menor 
e Subescapular) 
• Estabilizadores estáticos: estruturas ósseas da 
cintura escapular, o lábio glenoidal, a cápsula 
articular e os ligamentos glenoumerais 
1. Identifique o manúbrio, a articulação 
esternoclavicular e a clavícula 
2. Identifique também a extremidade do acrômio, 
o tubérculo maior do úmero e o processo 
coracoide 
• A principal bursa do ombro é a bursa subacromial. 
Quando inflamada (bursite subacromial), pode surgir 
dor à palpação imediatamente logo abaixo da 
extremidade do acrômio, dor a abdução e rotação, e 
perda do movimento uniforme 
 
Estenda o úmero posteriormente e palpe a bolsa 
subacromial 
TENDINITE DO MANGUITO ROTADOR: síndrome de 
impacto 
• Causa mais comum de dor no ombro 
• O que ocorre? 
- Impacto do tendão do manguito rotador no 
espaço subacromial 
- Tendão encontra-se sob o arco coracoacromial, 
acrômio e cápsula articular acromioclavicular 
• Fatores etiológicos: ocupacionais, trauma, e forma 
do acrômio 
MANGUITO ROTADOR: 
* Supraespinhoso: abdução do braço 
* Infraespinhoso: rotação externa 
* Redondo menor: rotação interna 
* Subescapular: rotação interna 
 TESTE DE ARCO DOLOROSO: 
- Efetue a adução completa do braço de 0° a 180° 
- Avalia bursa subacromial e manguito rotador* 
 
SINAL DE COMPRESSÃO DE NEER: 
• Faça compressão com uma das mãos sobre a 
escápula para impedir seu movimento e erga o braço 
do paciente com a outra mão. Isso comprime a 
tuberosidade maior do úmero contra o acrômio 
• Testa tendão supra-espinhoso ou bicipital 
SINAL DE COMPRESSÃO DE HAWKINS: 
• Flexione o ombro e o cotovelo do paciente a 90°, 
com a palma de sua mão voltada para baixo. Em 
seguida, com uma das mãos no antebraço e a outra 
no braço, efetue a rotação interna do braço. Isso 
comprime a tuberosidade maior do úmero contra o 
tendão do músculo supraespinal e o ligamento 
coracoacromial 
• Testa tendão supra-espinhoso 
LACERAÇÃO DO MANGUITOROTADOR: 
• Pacientes queixam-se de dor crônica no ombro, dor 
noturna ou dificuldade para elevar o braço acima do 
nível da cabeça 
• Na laceração completa há comprometimento 
significativo da abdução ativa e da flexão para diante 
na articulação do ombro, provocando um 
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característico encolher de ombro e um teste positivo 
para “queda do braço” 
 
TENDINITE BICIPTAL: 
• Provoca dor na face anterior do ombro. A dor à 
palpação é máxima no sulco bicipital 
• Efetue a rotação externa e a abdução do braço para 
separar essa área de dor à palpação subacromial da 
tendinite supraespinal. 
• Com o braço do paciente na lateral do corpo, 
cotovelo fletido em 90°, peça ao paciente para 
supinar o antebraço contra a resistência imposta 
pelo examinador. 
• O aumento da dor no sulco bicipital confirma essa 
condição 
 
 
 
 
 
ARTRITE ACROMIOCLAVICULAR: 
• Geralmente decorrente de lesão direta prévia da 
cintura escapular com alterações degenerativas 
resultantes 
• A dor à palpação é localizada na articulação e os 
pacientes relatam dor aos movimentos da escápula 
e abdução do braço. 
 
 
 
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SISTEMA OSTEOMUSCULAR: AULA 2 
JOELHO 
• Os meniscos e dois importantes pares de ligamentos, 
os colaterais e os cruzados, são importantes para a 
estabilidade do joelho 
- Os meniscos medial e lateral amortecem a ação 
do fêmur sobre a tíbia. 
- O LCM e o LCL proporcionam estabilidade medial 
e lateral à articulação do joelho 
- LCA e LCP são cruciais para a estabilidade 
anteroposterior do joelho 
 
 
• O joelho varo e valgo são comuns 
 
• O edema da patela ocorre na bursite pré-patelar. 
Tumefação sobre o tubérculo tibial sugere bursite 
infrapatelar ou, se for mais medial, bursite anserina 
 
 
• Dilatação óssea nas margens da articulação, joelho 
varo e rigidez durando ≤ 30 minutos e crepitação são 
achados típicos na osteoartrite (OA) 
• Crepitação com flexão e extensão sinaliza OA 
• Hipersensibilidade sobre o tendão ou incapacidade 
de estender a perna sugerem uma ruptura parcial ou 
completa do tendão patelar. 
• Edema ao redor da patela indica espessamento 
sinovial ou derrame da articulação do joelho 
• Cisto poplíteo ou “de Baker” por distensão da bolsa 
do músculo gastrocnêmico é consequente a artrite 
ou traumatismo à Cisto sinovial (artrite/trauma) 
 
SINAL DO ABAULAMENTO (para derrames menores) 
• Uma onda líquida no lado medial, entre a patela e o 
fêmur, é considerado como um teste para derrame 
 
TESTE DO RECHAÇO DA PATELA (para grandes 
derrames): 
• Comprimir a bolsa suprapatelar e “rechaçar” ou 
empurrar a patela firmemente contra o fêmur 
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• Uma laceração do menisco medial com dor à 
palpação no ponto da linha articular é comum após 
traumatismo 
• Dor à palpação do LCM após lesão levanta a hipótese 
de ruptura do LCM 
• Sempre testar a estabilidade e a integridade 
ligamentar dos meniscos medial e lateral, o LCM e o 
LCL, o tendão patelar e o LCA e o LCP, principalmente 
quando houver uma história de traumatismo ou dor 
 
• Menisco medial e lateral - teste de McMurray 
 
 
1. Com o paciente em decubito dorsal, o examinador 
segura o pé com uma mão e palpa a linha articular 
com a outra. 
2. O joelho é fletido completamente e a tíbia mantida 
alternadamente em rotação interna e externa 
enquanto o joelho é estendido. 
3. Um clique ou crepitação pode ser sentido na linha 
articular = teste positivo 
4. Rotação externa à menisco medial 
5. Rotação interna à menisco lateral 
 
 
 
 
 
LCM - TESTE DE TENSÃO EM VALGO (abdução) 
forçada 
 
 
LCL - TESTE DE TENSÃO EM VARO (adução) forçada 
 
 
LCA - SINAL DA GAVETA ANTERIOR: subluxação da 
tíbia anteriormente com o joelho em 90º de flexão. 
 
LCA – TESTE DE LACHMAN: aplicar uma força anterior 
na tíbia enquanto estabiliza o fêmur com o joelho em 30º 
de flexão. 
 
 
 
 
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LCP - SINAL DA GAVETA POSTERIOR: subluxação da 
tíbia posteriormente com o joelho em 90º de flexão 
 
TORNOZELO E PÉ 
 
 
• Deformidades, nódulos, edema, cornos cutâneos ou 
calosidades? 
• A dor durante os movimentos do tornozelo e do pé 
ajuda a localizar uma possível artrite 
- A movimentação da articulação artrítica 
provoca, com frequência, dor seja qual for o 
sentido, enquanto a entorse ligamentar provoca 
dor com a extensão do ligamento. Por exemplo, 
com frequência, a inversão de entorse do 
tornozelo com flexão plantar do pé causa dor, 
enquanto a eversão com flexão plantar pode ser 
realizada relativamente sem dor 
• A dor focal no calcanhar no local de fixação da fáscia 
plantar é típica de fascite plantar 
• A dor à palpação ao longo dos maléolos mediais 
posteriores é observada na tendinite tibial posterior 
 
• Como testar a integridade do tendão de Aquiles? 
THOMPSON TEST 
- Paciente em decúbito ventral, com o joelho e o 
tornozelo flexionados a 90. Aperta-se a 
panturrilha e pesquisa-se a flexão plantar no 
tornozelo. Flexão plantar ausente é um teste 
+ para ruptura do tendão de Aquiles 
- Dor intensa e súbita, associada a equimose da 
panturrilha até o calcanhar e marcha com 
retificação do arco plantar e ausência do “apoio 
nos dedos dos pés” também podem ocorrer 
 
ARTRITE GOTOSA AGUDA 
• 1ª MTF local inicial de acometimento em 50% dos 
episódios de gota. à podagra 
• O tornozelo, as articulações tarsais e os joelhos 
também são acometidos 
 
PÉS PLANOS 
• O arco longitudinal retifica-se, de modo que a planta 
do pé aproxima-se ou toca o solo 
- Podem ser evidenciados apenas quando o 
paciente está de pé, ou podem ser permanentes 
• Pode ser uma variante normal ou ser consequente a 
disfunção do tendão do músculo tibial posterior, 
observada em obesos, diabéticos e pessoas que já 
sofreram agravo anterior no pé 
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HÁLUX VALGO “JOANETE” 
• Ocorre desvio lateral do hálux e aumento 
volumétrico da cabeça do primeiro metatarsal na sua 
face medial, formando uma bolsa 
• É 10x + comum em mulheres 
 
NEUROMA DE MORTON 
• Resulta de fibrose perineural do nervo digital comum 
devido à irritação repetitiva do nervo 
• Sintomas: hiperestesia, dormência, dor vaga e 
sensação de queimação desde as cabeças dos 
metatarsais até o 3º e 4º PDs 
• Há dor que se irradia para os dedos do pé quando o 
interespaço plantar é comprimido e os MTs são 
apertados com a outra mão? Estalo/estalido ao 
apertar os MTs juntos? Estalo de Moulder 
 
DEDO EM MARTELO: 
• Costuma comprometer + comumente o 2º PD 
• Caracteriza-se por hiperextensão da MTF, com flexão 
da IFP 
- Um corno cutâneo forma-se, com frequência, no 
ponto de compressão sobre a articulação IFP 
 
QUADRIL 
 
 
 
 
• Marcha? 
- Uma base ampla sugere doença cerebelar ou 
problemas no pé 
- Luxação do quadril, artrite, comprimentos 
desiguais de MMII ou fraqueza dos abdutores 
podem ocasionar a queda da pelve para o lado 
oposto, provocando marcha anserina. 
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- A falta de flexão do joelho, que torna o membro 
inferior funcionalmente mais comprido, 
interrompe o padrão uniforme da marcha, 
causando circundação (rotação do membro 
inferior para o lado) 
• O desaparecimento da lordose ocorre com espasmo 
da musculatura paravertebral 
• Lordose excessiva sugere deformidade por flexão do 
quadril 
• Discrepâncias no comprimento dos MMII ocorrem 
nas deformidades em abdução ou adução, e também 
na escoliose. O encurtamento e a rotação externa do 
membro inferior são comuns na fratura do quadril 
• Dor à compressão da articulação sacroilíaca 
sugere sacroiliite.• Hipersensibilidade focal sobre o trocanter confirma 
o diagnóstico de bursite trocanteriana 
• Abaulamentos ao longo do ligamento inguinal 
sugerem a existência de hérnia inguinal ou, 
ocasionalmente, aneurisma. 
• Linfonodos aumentados indicam infecção na pelve 
ou no membro inferior. 
• Causas de dor à palpação da região inguinal 
são sinovite da articulação do 
quadril, artrite; bursite; ou possível abscesso do 
músculo psoas. 
DOR NA REGIÃO INGUINAL OU ANTERIOR, em geral 
profundamente na articulação do quadril, irradiando-se 
para o joelho, indica patologia intra-articular 
- OA, ON da cabeça femoral, lacerações labrais do 
acetábulo e fratura por estresse do colo femoral 
• Dor que se irradia para as nádegas ou região 
trocanteriana posterior indica causas extra-
articulares 
- Bursite trocantérica, estiramento muscular, 
distúrbios sacroilíacos e radiculopatia lombar 
 
 
TESTE DE PATRICK (FABERE) 
® Flexão 
® ABdução 
® Rotação Externa 
 
 
• Em decúbito dorsal, calcanhar do MI sobre o joelho 
oposto, aplica-se força sobre o joelho fletido e sobre 
a espinha iliaca antero-superior oposta 
• Dor na região inguinal ipsilateral a perna fletida: 
teste + 
• Dor posterior, na articulação sacro-ilíaca do lado 
contralateral a perna fletida: teste + 
TESTE DE ELY: teste da contratura do músculo reto 
femoral 
• Com o paciente deitado em decúbito ventral, 
flexiona-se passivamente o joelho do membro a ser 
examinado 
• Elevação da pelve, na tentativa de reduzir a tração 
sobre tal músculo: teste positivo 
 
TESTE DE THOMAS: teste da contratura em flexão do 
quadril 
• Flexão contralateral do quadril testado para corrigir 
qualquer lordose lombar compensatória 
- Ângulo entre a mesa e a coxa = grau de 
contratura em flexão 
 
SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 
 
6 
TESTE DE TRENDELENBURG: prova!! 
• Avalia a estabilidade e funcionalidade do glúteo 
médio (abdutor do quadril) 
• O quadril testado é o que está mantendo o peso 
corporal. Observa-se queda da crista ilíaca se houver 
incompetência do glúteo médio 
• O QUADRIL TESTADO É O QUE MANTEM O PESO DO 
CORPO!!! 
 
COLUNA VERTEBRAL 
 
ANAMNESE 
• Alguns dados da identificação podem orientar no 
diagnóstico, destacando-se a idade, o sexo e a 
profissão 
• Tempo de evolução da doença: 
- Osteoporose e OA: curso evolutivo uniforme, a 
sintomatologia inicial persiste por toda a sua 
evolução 
- Hérnia discal: sintomas em surtos 
• Antecedentes patológicos pessoais auxilia no 
diagnóstico das doenças infecciosas (como a 
tuberculose) 
• Deve-se pesquisar sempre a possibilidade de 
traumatismo antes do início do quadro clínico. 
• Os principais sintomas são a dor e a rigidez, além de 
manifestações sistêmicas. 
 
 
DOR 
• Cervical? Dorsal? Lombossacral? 
• Em toda extensão? 
• Analisar intensidade, duração, localização, 
irradiação, fatores agravantes, precipitantes ou 
atenuantes e dor referida 
• Quando se irradia para MMSS ou MMII, sugere a 
possibilidade de comprometimento radicular 
• Dor que melhora com os movimentos e piora à noite 
sugere afecções inflamatórias. 
• Dor contínua mesmo em repouso e com grande 
piora aos movimentos ocorre na hérnia discal, 
enquanto na OA a dor melhora com o repouso, piora 
no início dos movimentos, mas melhora com o 
decorrer deles 
• Dor referida pode ser percebida na coluna vertebral, 
sem ser originada nela 
• Exemplo 
- Pancreatite aguda: na coluna toracolombar 
- Ulcera duodenal: na coluna torácica 
- ITU/litíase renal: na coluna lombar 
- Afecções ginecológicas: na coluna lombossacral 
RIGIDEZ PÓS-REPOUSO 
• Costuma ocorrer tanto em doenças inflamatórias 
quanto degenerativas 
- A de origem inflamatória é + persistente 
- Nos processos degenerativos é fugaz, passageira 
e logo desaparece 
MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS 
• Indagar sobre a presença de febre, astenia, anorexia 
e perda de peso 
• A presença desses sintomas é comum na 
tuberculose, na espondilite anquilosante (EA) e nas 
neoplasias, enquanto na OA e na osteoporose 
geralmente estão ausentes 
SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 
 
7 
EXAME FÍSICO 
• Primeiro elemento a ser investigado: atitude e 
posição do paciente 
- Hérnia discal: posição antálgica (tentativa de 
alívio da dor) 
- EA no estágio avançado: posição de esquiador 
 
• Na inspeção frontal, seja anterior ou posterior, deve-
se observar, principalmente 
- Alinhamento dos MMII 
- Angulo toracolombar 
- Alinhamento dos MMII 
• Desnivelamento das escápulas sugere desvios de 
lateralidade (escoliose) 
• Desnivelamento da cintura pélvica sugere uma 
discrepância no comprimento dos MMII 
• No plano sagital ou de perfil, deve-se observar o grau 
das lordoses lombar e cervical, assim como a cifose 
torácica 
• A INSPEÇÃO deve procurar a presença de 
curvaturas anormais (cifose, escoliose ou sua 
combinação, ou seja, cifoescoliose), de acentuação 
da lordose 
• A PALPAÇÃO deve ser realizada com delicadeza, 
podendo despertar dor intensa, como nos casos de 
hérnia discal 
• Devem ser palpadas as massas musculares, 
principalmente as da goteira vertebral, procurando 
hipertrofias e retificação da coluna 
• A palpação das apófises espinhosas e dos espaços 
intervertebrais é também fundamental nas afecções 
inflamatórias e compressivas, pois acarreta dor 
• O EXAME NEUROLÓGICO é indispensável 
nos pacientes com dor irradiada para os membros 
 
 
 
 
• Nos casos de compressão radicular (hérnias discais), 
podem estar diminuídos ou abolidos: 
* REFLEXO BICIPITAL: integridade de C5 
* REFLEXO BRAQUIRRADIAL: integridade de C6 
* REFLEXO TRICIPITAL: integridade de C7 
* REFLEXO PATELAR: integridade de L4 
* REFLEXOS PATELAR E AQUILEU: integridade 
de L5 e S1 
 
 
 
• A dor agravar-se por 3 mecanismos: 
- Estreitamento do forame de conjugação 
- Alteração sensório-motora 
- Pressão sobre as superfícies articulares 
ESTREITAMENTO DO FORAME DE CONJUGAÇÃO: 
• Teste de Valsalva (prender a respiração e fazer força 
como se quisesse evacuar): acarreta aumento da 
pressão intratecal 
- Se houver afecção expansiva ou compressiva 
(neoplasias, hérnia discal), o paciente relata dor 
SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 
 
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SINAL DE LASÈGUE (elevar o MI estendido sobre a 
bacia): acarreta estiramento do nervo ciático à 
positivo para dor a menos que 30-45 graus (depende 
da literatura), no trajeto do nervo ciático (posterior 
do MMII) 
- Se houver compressão, ocorre dor no trajeto do 
referido nervo. 
SINAL DE BRAGARD (dorsiflexão do pé quando o 
MI estiver elevado no teste de Lasegue): acarreta 
estiramento do nervo ciático 
- Ocorre exacerbação da dor 
 
ALTERAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA 
• As afecções da coluna podem levar a alterações da 
sensibilidade, da força muscular e dos reflexos. A 
pesquisa de alterações pode indicar a localização da 
compressão 
PRESSÃO SOBRE AS SUPERFÍCIES ARTICULARES 
• Para sua avaliação, deve-se pressionar para baixo a 
cabeça do paciente, que deve, de preferência, 
permanecer sentado 
 
• A movimentação da coluna vertebral possibilita 
verificar suas limitações funcionais e, para isso, é 
necessário conhecer os movimentos de cada 
segmento 
 
 
• O exame da coluna deve ser complementado pelo 
exame da bacia (articulações sacroilíacas e 
coxofemorais), porque os sintomas das doenças 
dessas articulações são muito semelhantes aos das 
enfermidades da coluna vertebral 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE 
® Artrite = processo inflamatório 
® Osteoartrite = doença crônica (termo artrose caiu 
em desuso)

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