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SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 1 SISTEMA OSTEOMUSCULAR ARTICULAÇÕES ESTRUTURAS • Estruturas articulares: - Cápsula articular e cartilagem articular - Sinóvia e líquido sinovial à substância que lubrifica a região - Ligamentos intra-articulares - Osso justarticular • Estruturas extra articulares (também são alvo de lesões) - Ligamentos periarticulares - Tendões - Bolsas/bursas - Músculos - Fáscia ANAMNESE • Importante saber história médica pregressa, história familiar (doenças inflamatórias), uso de medicações (estatinas podem gerar danos aos músculos) • Sintomas mais comuns • Dor articular (artralgia) • Sinais inflamatórios da artrite: (calor, rubor, edema) • Rigidez pós repouso • Crepitação articular • Manifestações sistêmicas ARTRALGIA • Sempre abordar as características semiológicas da dor • Pode ser aguda (gota, artrite séptica) ou crônica (AR, OA) - Osteoartrite (OA) = artrose - AR = artrite reumatoide • Pode ser em peso (OA) ou cruciante (gota, artrite séptica) • Por vezes acompanhadas de outros sintomas, como parestesias decorrentes da compressão nervosa DURAÇÃO • < 1 mês: febre reumática e osteomielite • > 1 mês: AR (artrite reumatoide) e OA (osteoartrite) MODO DE INÍCIO: • Insidioso: AR • Abrupto: gota e osteomielite RIGIDEZ PÓS REPOUSO • Sintoma que aparece em enfermidades inflamatórias, e muitas vezes os pacientes não referem • Matinal: após dormir à instigar tempo • A duração é proporcional a intensidade da dor • AR e espondilite anquilosante (EA) > 1 hora • OA: mais fugaz CREPITAÇÃO ARTICULAR • Sinal característico de comprometimento da cartilagem anterior • Presente nos processos de degeneração (OA) MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS • Febre, astenia, anorexia e perda de peso • Frequentes nas doenças difusas de natureza inflamatória: artrite reumatoide, lúpus (LES), esclerose sistêmica (ES), dermato / polimiosite • Raro em doenças articulares degenerativas metabólicas - Doenças localizadas nas próprias articulações sem comprometer o organismo como um todo EXAME FÍSICO • Ectoscopia: aparência geral, proporções corporais e facilidade de movimento • Paciente nas posições de pé, sentado e deitado, com boa iluminação, de preferência natural e as áreas a serem examinadas descobertas EXAME SISTEMÁTICO 1. Inspeção 2. Palpação 3. Amplitude de movimento 4. Manobras especiais • Abordar o paciente da cabeça aos pés • IMPORTANTE comparar os lados homólogos (primeiro examinar o lado hígido) SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 2 • O exame físico das articulações é feito por inspeção, palpação e movimentação, usadas de maneira associada à um método complementando os outros • Sinais mais procurados: * Dor ou sensibilidade local * Calor * Rubor * Edema * Limitação de movimentos * Crepitação * Deformidade DOR: tentar identificar a estrutura anatômica específica que está dolorida a palpação e/ou mobilização (ativa X passiva) CALOR: Com o dorso dos dedos compara-se a temperatura da articulação envolvida com a articulação contralateral não afetada, e/ou com os tecidos vizinhos (articulações são mais frias do que as temperaturas vizinhas) RUBOR: A vermelhidão da pele sobrejacente é o sinal menos comum de inflamação próximo às articulações e, habitualmente, ocorre em articulações mais superficiais, tais como os dedos das mãos, os dedos dos pés e os joelhos EDEMA: o edema pode envolver - A membrana sinovial, que fica empastada ou amolecida - Derrame pelo excesso de líquido sinovial no espaço articular - Estruturas de tecidos mole como bursas, tendões e bainhas tendinosas LIMITAÇÕES DE MOVIMENTOS: • A avaliação dos movimentos torna possível a verificação de dor e do grau de impotência funcional • É fundamental conhecer os movimentos normais de cada articulação para maior facilidade em detectar e avaliar a amplitude dos movimentos ou evidenciar movimentos anormais • Movimentação articular deve ser feita com delicadeza • Pesquisar os movimentos ativo e passivo, comparando estruturas homólogas • Atentar às reações do paciente, especialmente a dor à observar fáscies SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 3 CREPITAÇÃO: É uma sensação vibratória produzida pelo atritar de superfícies irregulares, percebida pela palpação e às vezes até mesmo pela audição DEFORMIDADE: Resultante de aumento de volume ósseo, subluxação articular, contraturas e anquilose em posições anômalas • Indica processo patológico de longa duração ou agressivo ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM) • Principais músculos para abrir a boca: pterigoideos externos • Principais músculos para fechar a boca: masseter, temporais e pterigoideos internos (inervação do trigêmeo) INSPECIONAR: • A face, quanto simetria • A ATM à procura de tumefação ou vermelhidão • Como localizar a ATM? - Colocar a ponta dos dedos indicadores imediatamente a frente do trago de cada orelha e pedir ao paciente para abrir a boca - As pontas dos dedos devem deslizar para os espaços articulares, quando a boca do paciente abrir • A amplitude do movimento é uniforme? • Há tumefação e/ou dor a palpação? • Estalido/clique palpado ou escutado? • A assimetria facial é observada nos distúrbios da ATM, uma categoria de dor orofacial que causa dor crônica unilateral com a mastigação, espasmo da mandíbula ou rangido dos dentes, frequentemente em associação ao estresse e acompanhada de cefaleia • Dor durante a mastigação também ocorre na neuralgia do trigêmeo e arterite temporal • Edema, dor a palpação e redução de amplitude de movimento sinalizam inflamação ou artrite da ATM • A luxação da ATM pode ser causada por traumatismo • Crepitação ou estalido palpável ocorre na má oclusão, na lesão de menisco ou no edema sinovial por traumatismo • Na síndrome da ATM, há dor e dor à palpação PUNHO E MÃO SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 4 • Inspecionar a posição dos punhos e das mãos em repouso e em movimento - Defesa à movimentação sugere lesão • Existe alguma deformidade do punho, da mão ou dos ossos dos dedos? • Há edema supra-articular ou sinais de traumatismo? - Edema difuso é comum na artrite ou na infecção - Tumefação localizada sugere cisto sinovial - Laceração, punção, marcas de injeção, queimaduras ou eritema resultam de traumatismo NÓDULOS DE HEBERDEN: interfalangeanas distais (IFD) NÓDULOS DE BOUCHARD: interfalangeanas proximais (IFP) são achados comuns na OA - São consequentes ao crescimento ósseo excessivo LEMBRAR: o B vem primeiro que o H, logo os nódulos de Bouchard são mais proximais • Rizartrose à alterações degenerativas na 1ª carpometacarpal também ocorrem (mais em mulheres) ARTRITE REUMATOIDE resulta em dor espontânea e à palpação e/ou rigidez articular, de forma simétrica e bilateral • IFP, metacarpo falangeanas (MCF) e punho: articulações mais afetadas • Ocorre edema fusiforme na doença aguda • Com a progressão, ocorre subluxação da MCF e desvio ulnar, além de atrofia de interósseos ® Outras deformidades na AR: DEFORMIDADE EM PESCOÇO DE CISNE ocorre uma hiperextensão IFP e flexão fixa IFD DEFORMIDADE EM BOTOEIRA ocorre uma flexão persistente IFP e hiperextensão IFD ARTRITE PSORIÁTICA (APso) pode ocorrer edema de qualquer articulação, incluindo IFD • Outros achados da APso: - Dactilite (dedos em salsicha) - Psoríase cutânea ou ungeal - Alteração da unha psoriásica: pitting, onicólise... SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 5 Dactilite Onicólise Pitting GOTA TOFÁCEA CRÔNICA: Depósitos de cristais de urato, frequentemente com inflamação ao redor, causam deformidades que simulam AR e OA - É em geral menos simétrica que o da AR - Acomete mais homens adultos (questão de prova!!) - As tumefaçõesnodosas ulceram e eliminam uratos esbranquiçados, semelhantes a pó de giz/pasta de dente CISTOS SINOVIAIS: Tumefações císticas, arredondadas, em geral indolores, e localizadas ao longo das bainhas tendinosas ou cápsulas articulares, frequentemente no dorso do punho • Pode ser doloroso, pois comprime outras estruturas • Observar os contornos da palma da mão (eminências tenar e hipotenar) - Na compressão do nervo mediano (STC): atrofia tenar - Na compressão do nervo ulnar: atrofia hipotenar • Nervo mediano: situa-se entre o retináculo dos músculos flexores e a bainha do tendão SINDROME DO TÚNEL DO CARPO: • Diminuição da sensibilidade do território do do nervo mediano é um sinal de síndrome do túnel do carpo (STC) • Principalmente de manhã SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 6 • Testes para STC? Testes para compressão do nervo mediano: 1. Abdução do polegar 2. Teste de Tinel 3. Teste de Phalen ® ABDUÇÃO DO POLEGAR: solicita-se ao paciente que levante o polegar diretamente para cima, enquanto aplica-se resistência para baixo. A fraqueza muscular na abdução do polegar é um teste positivo ® SINAL DE TINEL: percute-se levemente sobre o trajeto do N. mediano no túnel do carpo. Dor vaga e dormência na distribuição do N. mediano constituem um teste positivo ® SINAL DE PHALEN: manter os punhos em flexão durante 60 segundos, ou com os cotovelos totalmente estendidos. Dormência e formigamento na distribuição do nervo mediano em 60 s constituem um teste positivo Abdução Tinel Phalen • Existe espessamento dos tendões flexores ou contraturas em flexão nos dedos das mãos? - Contraturas de dupuytren - Dedos em gatilho CONTRATURA DE DUPUYTREN: • O 1º sinal consiste em uma banda espessada, situada sobre o tendão flexor do 4º quirodáctilo (QD) e, às vezes, do 5º QD, no nível da prega palmar distal • A seguir, a pele desta área fica enrugada e desenvolve-se um cordão fibrótico espessado, entre a palma da mão e o dedo • A extensão do dedo é limitada, mas a flexão geralmente é normal • Pode se desenvolver, gradualmente, contratura em flexão dos dedos DEDO EM GATILHO: • Um nódulo indolor situado em um tendão flexor na região palmar, próximo à cabeça de um osso metacarpal impede o tendão de penetrar com facilidade na bainha tendinosa, quando a pessoa tenta esticar os dedos da mão a partir de uma posição de flexão • Com esforço ou assistência suplementar, o dedo consegue ser estendido e flexionado com um estalido palpável e audível enquanto o nódulo penetra na bainha tendinosa • Dor à palpação na parte distal do rádio após uma queda levanta a suspeita de fratura de Colles (parte distal do rádio) • Irregularidades ósseas também sugerem fratura • Dor à palpação na “tabaqueira” com o punho em desvio ulnar e dor no tubérculo escafoide SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 7 representam suspeitas de fratura escafoide oculta, uma lesão não comum • Hipersensibilidade sobre os tendões dos músculos extensor curto e abdutor longo do polegar no processo estiloide do rádio ocorre na tenossinovite de de Quervain e na tenossinovite gonocócica TENOSSINOVITE DE QUERVAIN: • Para testar a função do polegar, o paciente deve segurar o polegar contra a região palmar e, em seguida, move-se o punho na direção da linha média no desvio ulnar (teste de Finkelstein) COTOVELO • Tumefação sobre o olécrano levanta a suspeita de bursite do olecrano • Inflamação ou líquido sinovial sugere artrite BURSITE DO OLÉCRANO: • Edema e inflamação das bolsas do olécrano (subcutânea e intratendínea) resultam de traumatismo, gota ou AR. O edema é superficial ao olécrano e pode ter até 6 cm de diâmetro ARTRITE DO COTOVELO: • É mais facilmente percebida nos sulcos entre o olécrano e os epicôndilos de cada lado • As causas incluem AR, gota e pseudogota, osteoartrite (raro) e traumatismo • Os pacientes se queixam de dor, rigidez e restrição do movimento. • Na artrite, não há extensão completa do antebraço!!! • Hipersensibilidade distal ao epicôndilo é comum na epicondilite lateral (cotovelo de tenista) e menos comum na epicondilite medial (cotovelo do jogador de golfe): SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 8 • Epicondilite lateral: dor no local de inserção dos extensores comuns no epicôndilo lateral ou próximo a ele, podendo irradiar-se para o antebraço e punho TESTE DE COZEN: cotovelo fletido a 90º, antebraço pronado, + se dor no epicondilo lateral ao extender o punho contra resistência • Epicondilite medial: lesão na origem do pronador redondo e dos flexores do antebraço • Cotovelo fletido, antebraço supinado, punho estendido, + se dor em epicondilo medial quando o examinador oferece resistência contra tentativa deflexão do punho • Existe deslocamento do olécrano? Luxação posterior Fratura supracondiliana do cotovelo do cotovelo • A extensão completa tem sensibilidade de 84-98% e especificidade de 48-97% para ausência de fratura - A dor à palpação na cabeça radial, olécrano ou epicôndilo medial e hematomas, além de ausência de extensão do cotovelo podem melhorar as características desse teste • A extensão total do cotovelo também torna improvável derrame intra-articular ou hemartrose NÓDULOS REUMATOIDES: • Nódulos subcutâneos que podem surgir nos pontos de compressão ao longo da superfície extensora da ulna em pacientes com AR ou febre reumática aguda • Têm consistência firme e são indolores. Não estão fixados à pele sobrejacente, mas estão inseridos no periósteo OMBRO • Estrutura complexa: - 3 grandes ossos - 3 articulações - 3 principais grupos musculares • A cápsula articular e as bursas também são muito importantes SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 9 CINTURA ESCAPULAR: • Estabilizadores dinâmicos: músculos do manguito rotador (Supraespinal, Infraespinal, Redondo menor e Subescapular) • Estabilizadores estáticos: estruturas ósseas da cintura escapular, o lábio glenoidal, a cápsula articular e os ligamentos glenoumerais 1. Identifique o manúbrio, a articulação esternoclavicular e a clavícula 2. Identifique também a extremidade do acrômio, o tubérculo maior do úmero e o processo coracoide • A principal bursa do ombro é a bursa subacromial. Quando inflamada (bursite subacromial), pode surgir dor à palpação imediatamente logo abaixo da extremidade do acrômio, dor a abdução e rotação, e perda do movimento uniforme Estenda o úmero posteriormente e palpe a bolsa subacromial TENDINITE DO MANGUITO ROTADOR: síndrome de impacto • Causa mais comum de dor no ombro • O que ocorre? - Impacto do tendão do manguito rotador no espaço subacromial - Tendão encontra-se sob o arco coracoacromial, acrômio e cápsula articular acromioclavicular • Fatores etiológicos: ocupacionais, trauma, e forma do acrômio MANGUITO ROTADOR: * Supraespinhoso: abdução do braço * Infraespinhoso: rotação externa * Redondo menor: rotação interna * Subescapular: rotação interna TESTE DE ARCO DOLOROSO: - Efetue a adução completa do braço de 0° a 180° - Avalia bursa subacromial e manguito rotador* SINAL DE COMPRESSÃO DE NEER: • Faça compressão com uma das mãos sobre a escápula para impedir seu movimento e erga o braço do paciente com a outra mão. Isso comprime a tuberosidade maior do úmero contra o acrômio • Testa tendão supra-espinhoso ou bicipital SINAL DE COMPRESSÃO DE HAWKINS: • Flexione o ombro e o cotovelo do paciente a 90°, com a palma de sua mão voltada para baixo. Em seguida, com uma das mãos no antebraço e a outra no braço, efetue a rotação interna do braço. Isso comprime a tuberosidade maior do úmero contra o tendão do músculo supraespinal e o ligamento coracoacromial • Testa tendão supra-espinhoso LACERAÇÃO DO MANGUITOROTADOR: • Pacientes queixam-se de dor crônica no ombro, dor noturna ou dificuldade para elevar o braço acima do nível da cabeça • Na laceração completa há comprometimento significativo da abdução ativa e da flexão para diante na articulação do ombro, provocando um SEMIOLOGIA – aula 6 Luísa Lavall Dill – ATM 23 10 característico encolher de ombro e um teste positivo para “queda do braço” TENDINITE BICIPTAL: • Provoca dor na face anterior do ombro. A dor à palpação é máxima no sulco bicipital • Efetue a rotação externa e a abdução do braço para separar essa área de dor à palpação subacromial da tendinite supraespinal. • Com o braço do paciente na lateral do corpo, cotovelo fletido em 90°, peça ao paciente para supinar o antebraço contra a resistência imposta pelo examinador. • O aumento da dor no sulco bicipital confirma essa condição ARTRITE ACROMIOCLAVICULAR: • Geralmente decorrente de lesão direta prévia da cintura escapular com alterações degenerativas resultantes • A dor à palpação é localizada na articulação e os pacientes relatam dor aos movimentos da escápula e abdução do braço. SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 1 SISTEMA OSTEOMUSCULAR: AULA 2 JOELHO • Os meniscos e dois importantes pares de ligamentos, os colaterais e os cruzados, são importantes para a estabilidade do joelho - Os meniscos medial e lateral amortecem a ação do fêmur sobre a tíbia. - O LCM e o LCL proporcionam estabilidade medial e lateral à articulação do joelho - LCA e LCP são cruciais para a estabilidade anteroposterior do joelho • O joelho varo e valgo são comuns • O edema da patela ocorre na bursite pré-patelar. Tumefação sobre o tubérculo tibial sugere bursite infrapatelar ou, se for mais medial, bursite anserina • Dilatação óssea nas margens da articulação, joelho varo e rigidez durando ≤ 30 minutos e crepitação são achados típicos na osteoartrite (OA) • Crepitação com flexão e extensão sinaliza OA • Hipersensibilidade sobre o tendão ou incapacidade de estender a perna sugerem uma ruptura parcial ou completa do tendão patelar. • Edema ao redor da patela indica espessamento sinovial ou derrame da articulação do joelho • Cisto poplíteo ou “de Baker” por distensão da bolsa do músculo gastrocnêmico é consequente a artrite ou traumatismo à Cisto sinovial (artrite/trauma) SINAL DO ABAULAMENTO (para derrames menores) • Uma onda líquida no lado medial, entre a patela e o fêmur, é considerado como um teste para derrame TESTE DO RECHAÇO DA PATELA (para grandes derrames): • Comprimir a bolsa suprapatelar e “rechaçar” ou empurrar a patela firmemente contra o fêmur SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 2 • Uma laceração do menisco medial com dor à palpação no ponto da linha articular é comum após traumatismo • Dor à palpação do LCM após lesão levanta a hipótese de ruptura do LCM • Sempre testar a estabilidade e a integridade ligamentar dos meniscos medial e lateral, o LCM e o LCL, o tendão patelar e o LCA e o LCP, principalmente quando houver uma história de traumatismo ou dor • Menisco medial e lateral - teste de McMurray 1. Com o paciente em decubito dorsal, o examinador segura o pé com uma mão e palpa a linha articular com a outra. 2. O joelho é fletido completamente e a tíbia mantida alternadamente em rotação interna e externa enquanto o joelho é estendido. 3. Um clique ou crepitação pode ser sentido na linha articular = teste positivo 4. Rotação externa à menisco medial 5. Rotação interna à menisco lateral LCM - TESTE DE TENSÃO EM VALGO (abdução) forçada LCL - TESTE DE TENSÃO EM VARO (adução) forçada LCA - SINAL DA GAVETA ANTERIOR: subluxação da tíbia anteriormente com o joelho em 90º de flexão. LCA – TESTE DE LACHMAN: aplicar uma força anterior na tíbia enquanto estabiliza o fêmur com o joelho em 30º de flexão. SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 3 LCP - SINAL DA GAVETA POSTERIOR: subluxação da tíbia posteriormente com o joelho em 90º de flexão TORNOZELO E PÉ • Deformidades, nódulos, edema, cornos cutâneos ou calosidades? • A dor durante os movimentos do tornozelo e do pé ajuda a localizar uma possível artrite - A movimentação da articulação artrítica provoca, com frequência, dor seja qual for o sentido, enquanto a entorse ligamentar provoca dor com a extensão do ligamento. Por exemplo, com frequência, a inversão de entorse do tornozelo com flexão plantar do pé causa dor, enquanto a eversão com flexão plantar pode ser realizada relativamente sem dor • A dor focal no calcanhar no local de fixação da fáscia plantar é típica de fascite plantar • A dor à palpação ao longo dos maléolos mediais posteriores é observada na tendinite tibial posterior • Como testar a integridade do tendão de Aquiles? THOMPSON TEST - Paciente em decúbito ventral, com o joelho e o tornozelo flexionados a 90. Aperta-se a panturrilha e pesquisa-se a flexão plantar no tornozelo. Flexão plantar ausente é um teste + para ruptura do tendão de Aquiles - Dor intensa e súbita, associada a equimose da panturrilha até o calcanhar e marcha com retificação do arco plantar e ausência do “apoio nos dedos dos pés” também podem ocorrer ARTRITE GOTOSA AGUDA • 1ª MTF local inicial de acometimento em 50% dos episódios de gota. à podagra • O tornozelo, as articulações tarsais e os joelhos também são acometidos PÉS PLANOS • O arco longitudinal retifica-se, de modo que a planta do pé aproxima-se ou toca o solo - Podem ser evidenciados apenas quando o paciente está de pé, ou podem ser permanentes • Pode ser uma variante normal ou ser consequente a disfunção do tendão do músculo tibial posterior, observada em obesos, diabéticos e pessoas que já sofreram agravo anterior no pé SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 4 HÁLUX VALGO “JOANETE” • Ocorre desvio lateral do hálux e aumento volumétrico da cabeça do primeiro metatarsal na sua face medial, formando uma bolsa • É 10x + comum em mulheres NEUROMA DE MORTON • Resulta de fibrose perineural do nervo digital comum devido à irritação repetitiva do nervo • Sintomas: hiperestesia, dormência, dor vaga e sensação de queimação desde as cabeças dos metatarsais até o 3º e 4º PDs • Há dor que se irradia para os dedos do pé quando o interespaço plantar é comprimido e os MTs são apertados com a outra mão? Estalo/estalido ao apertar os MTs juntos? Estalo de Moulder DEDO EM MARTELO: • Costuma comprometer + comumente o 2º PD • Caracteriza-se por hiperextensão da MTF, com flexão da IFP - Um corno cutâneo forma-se, com frequência, no ponto de compressão sobre a articulação IFP QUADRIL • Marcha? - Uma base ampla sugere doença cerebelar ou problemas no pé - Luxação do quadril, artrite, comprimentos desiguais de MMII ou fraqueza dos abdutores podem ocasionar a queda da pelve para o lado oposto, provocando marcha anserina. SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 5 - A falta de flexão do joelho, que torna o membro inferior funcionalmente mais comprido, interrompe o padrão uniforme da marcha, causando circundação (rotação do membro inferior para o lado) • O desaparecimento da lordose ocorre com espasmo da musculatura paravertebral • Lordose excessiva sugere deformidade por flexão do quadril • Discrepâncias no comprimento dos MMII ocorrem nas deformidades em abdução ou adução, e também na escoliose. O encurtamento e a rotação externa do membro inferior são comuns na fratura do quadril • Dor à compressão da articulação sacroilíaca sugere sacroiliite.• Hipersensibilidade focal sobre o trocanter confirma o diagnóstico de bursite trocanteriana • Abaulamentos ao longo do ligamento inguinal sugerem a existência de hérnia inguinal ou, ocasionalmente, aneurisma. • Linfonodos aumentados indicam infecção na pelve ou no membro inferior. • Causas de dor à palpação da região inguinal são sinovite da articulação do quadril, artrite; bursite; ou possível abscesso do músculo psoas. DOR NA REGIÃO INGUINAL OU ANTERIOR, em geral profundamente na articulação do quadril, irradiando-se para o joelho, indica patologia intra-articular - OA, ON da cabeça femoral, lacerações labrais do acetábulo e fratura por estresse do colo femoral • Dor que se irradia para as nádegas ou região trocanteriana posterior indica causas extra- articulares - Bursite trocantérica, estiramento muscular, distúrbios sacroilíacos e radiculopatia lombar TESTE DE PATRICK (FABERE) ® Flexão ® ABdução ® Rotação Externa • Em decúbito dorsal, calcanhar do MI sobre o joelho oposto, aplica-se força sobre o joelho fletido e sobre a espinha iliaca antero-superior oposta • Dor na região inguinal ipsilateral a perna fletida: teste + • Dor posterior, na articulação sacro-ilíaca do lado contralateral a perna fletida: teste + TESTE DE ELY: teste da contratura do músculo reto femoral • Com o paciente deitado em decúbito ventral, flexiona-se passivamente o joelho do membro a ser examinado • Elevação da pelve, na tentativa de reduzir a tração sobre tal músculo: teste positivo TESTE DE THOMAS: teste da contratura em flexão do quadril • Flexão contralateral do quadril testado para corrigir qualquer lordose lombar compensatória - Ângulo entre a mesa e a coxa = grau de contratura em flexão SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 6 TESTE DE TRENDELENBURG: prova!! • Avalia a estabilidade e funcionalidade do glúteo médio (abdutor do quadril) • O quadril testado é o que está mantendo o peso corporal. Observa-se queda da crista ilíaca se houver incompetência do glúteo médio • O QUADRIL TESTADO É O QUE MANTEM O PESO DO CORPO!!! COLUNA VERTEBRAL ANAMNESE • Alguns dados da identificação podem orientar no diagnóstico, destacando-se a idade, o sexo e a profissão • Tempo de evolução da doença: - Osteoporose e OA: curso evolutivo uniforme, a sintomatologia inicial persiste por toda a sua evolução - Hérnia discal: sintomas em surtos • Antecedentes patológicos pessoais auxilia no diagnóstico das doenças infecciosas (como a tuberculose) • Deve-se pesquisar sempre a possibilidade de traumatismo antes do início do quadro clínico. • Os principais sintomas são a dor e a rigidez, além de manifestações sistêmicas. DOR • Cervical? Dorsal? Lombossacral? • Em toda extensão? • Analisar intensidade, duração, localização, irradiação, fatores agravantes, precipitantes ou atenuantes e dor referida • Quando se irradia para MMSS ou MMII, sugere a possibilidade de comprometimento radicular • Dor que melhora com os movimentos e piora à noite sugere afecções inflamatórias. • Dor contínua mesmo em repouso e com grande piora aos movimentos ocorre na hérnia discal, enquanto na OA a dor melhora com o repouso, piora no início dos movimentos, mas melhora com o decorrer deles • Dor referida pode ser percebida na coluna vertebral, sem ser originada nela • Exemplo - Pancreatite aguda: na coluna toracolombar - Ulcera duodenal: na coluna torácica - ITU/litíase renal: na coluna lombar - Afecções ginecológicas: na coluna lombossacral RIGIDEZ PÓS-REPOUSO • Costuma ocorrer tanto em doenças inflamatórias quanto degenerativas - A de origem inflamatória é + persistente - Nos processos degenerativos é fugaz, passageira e logo desaparece MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS • Indagar sobre a presença de febre, astenia, anorexia e perda de peso • A presença desses sintomas é comum na tuberculose, na espondilite anquilosante (EA) e nas neoplasias, enquanto na OA e na osteoporose geralmente estão ausentes SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 7 EXAME FÍSICO • Primeiro elemento a ser investigado: atitude e posição do paciente - Hérnia discal: posição antálgica (tentativa de alívio da dor) - EA no estágio avançado: posição de esquiador • Na inspeção frontal, seja anterior ou posterior, deve- se observar, principalmente - Alinhamento dos MMII - Angulo toracolombar - Alinhamento dos MMII • Desnivelamento das escápulas sugere desvios de lateralidade (escoliose) • Desnivelamento da cintura pélvica sugere uma discrepância no comprimento dos MMII • No plano sagital ou de perfil, deve-se observar o grau das lordoses lombar e cervical, assim como a cifose torácica • A INSPEÇÃO deve procurar a presença de curvaturas anormais (cifose, escoliose ou sua combinação, ou seja, cifoescoliose), de acentuação da lordose • A PALPAÇÃO deve ser realizada com delicadeza, podendo despertar dor intensa, como nos casos de hérnia discal • Devem ser palpadas as massas musculares, principalmente as da goteira vertebral, procurando hipertrofias e retificação da coluna • A palpação das apófises espinhosas e dos espaços intervertebrais é também fundamental nas afecções inflamatórias e compressivas, pois acarreta dor • O EXAME NEUROLÓGICO é indispensável nos pacientes com dor irradiada para os membros • Nos casos de compressão radicular (hérnias discais), podem estar diminuídos ou abolidos: * REFLEXO BICIPITAL: integridade de C5 * REFLEXO BRAQUIRRADIAL: integridade de C6 * REFLEXO TRICIPITAL: integridade de C7 * REFLEXO PATELAR: integridade de L4 * REFLEXOS PATELAR E AQUILEU: integridade de L5 e S1 • A dor agravar-se por 3 mecanismos: - Estreitamento do forame de conjugação - Alteração sensório-motora - Pressão sobre as superfícies articulares ESTREITAMENTO DO FORAME DE CONJUGAÇÃO: • Teste de Valsalva (prender a respiração e fazer força como se quisesse evacuar): acarreta aumento da pressão intratecal - Se houver afecção expansiva ou compressiva (neoplasias, hérnia discal), o paciente relata dor SEMIOLOGIA – aula 7 Luísa Lavall Dill – ATM 23 8 SINAL DE LASÈGUE (elevar o MI estendido sobre a bacia): acarreta estiramento do nervo ciático à positivo para dor a menos que 30-45 graus (depende da literatura), no trajeto do nervo ciático (posterior do MMII) - Se houver compressão, ocorre dor no trajeto do referido nervo. SINAL DE BRAGARD (dorsiflexão do pé quando o MI estiver elevado no teste de Lasegue): acarreta estiramento do nervo ciático - Ocorre exacerbação da dor ALTERAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA • As afecções da coluna podem levar a alterações da sensibilidade, da força muscular e dos reflexos. A pesquisa de alterações pode indicar a localização da compressão PRESSÃO SOBRE AS SUPERFÍCIES ARTICULARES • Para sua avaliação, deve-se pressionar para baixo a cabeça do paciente, que deve, de preferência, permanecer sentado • A movimentação da coluna vertebral possibilita verificar suas limitações funcionais e, para isso, é necessário conhecer os movimentos de cada segmento • O exame da coluna deve ser complementado pelo exame da bacia (articulações sacroilíacas e coxofemorais), porque os sintomas das doenças dessas articulações são muito semelhantes aos das enfermidades da coluna vertebral OBSERVAÇÃO IMPORTANTE ® Artrite = processo inflamatório ® Osteoartrite = doença crônica (termo artrose caiu em desuso)
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