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W BA 10 84 _V 1. 0 AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL 2 Gisele Alves Santana São Paulo Platos Soluções Educacionais S.A 2022 AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL 1ª edição 3 2022 Platos Soluções Educacionais S.A Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César CEP: 01418-002— São Paulo — SP Homepage: https://www.platosedu.com.br/ Head de Platos Soluções Educacionais S.A Silvia Rodrigues Cima Bizatto Conselho Acadêmico Alessandra Cristina Fahl Camila Braga de Oliveira Higa Camila Turchetti Bacan Gabiatti Giani Vendramel de Oliveira Gislaine Denisale Ferreira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Mariana Gerardi Mello Revisor Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues Editorial Beatriz Meloni Montefusco Carolina Yaly Márcia Regina Silva Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ Santana, Gisele Alves Automação residencial / Gisele Alves Santana. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2022. 32 p. ISBN 978-65-5356-152-6 1. Automação. 2. Automação residencial. 3. Projetos de automação. I.Título. CDD 629.8 _____________________________________________________________________________ Evelyn Moraes – CRB: 010289/O S232a © 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A. https://www.platosedu.com.br/ 4 SUMÁRIO Apresentação da disciplina __________________________________ 05 Automação Residencial e Internet das Coisas ________________ 06 Sensores, Atuadores e Protocolos da Automação Residencial __ 19 Sistemas Embarcados para Automação Residencial __________ 31 Projetos de Automação Residencial __________________________ 43 AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL 5 Apresentação da disciplina Seja bem-vindo(a) à disciplina de Automação residencial! Imagine que você chegou em casa e quer assistir ao seu filme preferido. Com a utilização da automação residencial, é possível programar o ambiente: ligar o home theater, apagar a luz, fechar as cortinas, ligar o ar-condicionado. A automação residencial abre um horizonte de possibilidades! Nesta disciplina, discutiremos as principais características da automação residencial. Entender os conceitos de Internet das coisas (IoT) e suas principais aplicações. Faz parte da disciplina também conhecer as características principais dos sensores e atuadores utilizados em sistemas de automação residencial, entender o funcionamento deles e os principais protocolos usados para a comunicação em um sistema de automação residencial. Conheceremos as características principais dos Sistemas Embarcados e discutiremos suas aplicações na automação residencial. Você poderá apnder sobre as etapas fundamentais de um projeto de automação residencial, seus componentes essenciais e exemplos de projetos. Esse campo de estudo, super útil, será valioso na construção de sua profissão. Você será guiado pelos principais conceitos para que possa continuar trilhando e criando possibilidades! Ótimos estudos! 6 Automação Residencial e Internet das Coisas Autoria: Gisele Alves Santana Leitura crítica: Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues Objetivos • Conhecer as características principais da Automação Residencial e Domótica. • Entender os conceitos de Internet das Coisas (IOT). • Conhecer as principais aplicações da IOT. 7 Resumo No Brasil, a abertura dos mercados de telecomunicações e informática, por volta dos anos 1990, possibilitou a popularização de várias tecnologias de controle e serviços de automação, que antes eram utilizados exclusivamente em ambientes empresariais e que, depois, passaram a ser projetados e usados nas residências. O avanço tecnológico dos últimos anos e a redução do custo de produção dos equipamentos, proporcionou a automação de várias tarefas em uma residência, proporcionado maior conforto e segurança aos moradores. Imagina você poder controlar tudo na sua casa por meio de um smartphone ou tablet conectado à Internet? Essa é a ideia central da Automação Residencial (AR). O objetivo deste tópico é apresentar os aspectos fundamentais relacionados à Automação Residencial, como seus elementos básicos e, principalmente, o conceito de Domótica e Internet das Coisas. Com a compreensão destes conceitos, é possível entender que a Automação Residencial já está presente em seu dia a dia e que muitas das tecnologias consideradas futurísticas estão acessíveis aos usuários domésticos. 1. Automação Residencial Atualmente, a tecnologia está incorporada no cotidiano das pessoas, seja na realização de tarefas escolares, empresariais ou domésticas, sendo muito difícil encontrar um setor que não utilize recursos tecnológicos para a automatização de serviços. 8 Neste contexto, a Automação Residencial (AR) pode ser definida como o processo que utiliza diferentes soluções e equipamentos tecnológicos para proporcionar ao usuário o máximo de qualidade de vida em sua residência (BÜCKER, 2006). A Automação Residencial consiste em aplicar todas as tecnologias disponíveis em uma residência para facilitar a execução de tarefas que anteriormente dependiam exclusivamente do morador (PRUDENTE, 2017). Segundo Bücker (2006), a Automação Residencial pode ser definida como um conjunto de tecnologias que ajudam na gestão e execução de tarefas domésticas cotidianas. Alguns exemplos de automatização são: sensores de fumaça, fechaduras eletrônicas e temporizadores. Assim, a AR integra todos esses sistemas eletrônicos, fazendo com que os mesmos possam funcionar como um único sistema. A Automação Residencial tem como objetivo principal proporcionar maior nível de conforto, comodidade e segurança, além de garantir o consumo mais racional de energia elétrica em uma residência. Com a utilização da AR, a intervenção humana nas rotinas contemporâneas é reduzida. Como exemplo destas rotinas, tem-se a operação de sistemas de segurança, iluminação, controle térmico, controle de TV, som, vídeo, ar-condicionado, entre outros. Imagine que você chegou à sua casa e quer assistir ao seu filme preferido. Com a utilização da AR, é possível programar o ambiente de acordo com suas preferências e configurar uma função chamada filme, por exemplo. Então, quando você selecionar essa função, o home theater será ligado, a luz será apagada, as cortinas fechadas, e o ambiente será refrigerado ou aquecido conforme a temperatura predefinida. 9 Os sistemas de AR podem ser divididos em três níveis de interação, onde a complexidade está relacionada ao grau de automatização e à intensidade na qual o usuário deve interagir com estes sistemas. Assim, tem-se os seguintes tipos de sistemas de AR (PRUDENTE, 2017): a. Sistemas autônomos: são sistemas independentes, não existindo ligação entre os dispositivos. São projetados apenas para ligar ou desligar um subsistema ou dispositivo, conforme algum ajuste predefinido. Suas características principais são: independência, ausência de interação entre os dispositivos e ações de liga ou desliga dos dispositivos. b. Sistemas integrados: possuem vários subsistemas que são integrados a um único controlador ou central de automação. Entretanto, cada subsistema deve funcionar da maneira estabelecida por seu fabricante. Como características destes sistemas, pode-se citar: vários sistemas integrados a um controlador, dispositivos ou equipamentos com controle remoto e central de automação distribuída. c. Sistemas complexos (casa inteligente): são sistemas que podem ser personalizados de acordo com as necessidadesdo morador da casa. As características principais destes sistemas são: sistema como gerenciador, programação dos ambientes, e integração por meio de softwares. A principal preocupação dos projetistas de sistemas de Automação Residencial é a integração entre estes sistemas (PRUDENTE, 2017). Embora a maioria dos produtos modernos ofereçam interfaces amigáveis, o funcionamento de vários equipamentos sem comunicação entre si pode resultar em um grande caos operacional. Atualmente, o esforço para a integração de equipamentos (em nível de hardware) entre diferentes fabricantes é bem pequeno. Entretanto, com a 10 integração via software é possível integrar quase todos os equipamentos ou dispositivos eletrônicos de uma residência (JUNIOR, 2019). A Automação Residencial é um mercado em crescente expansão e estima-se que, nos próximos anos, aproximadamente 40% das residências brasileiras de médio e alto padrão terão algum tipo de sistema de automação implementado (MURATORI; DAL BÓ, 2011). Em relação ao mercado de trabalho nesta área, há o surgimento de um novo profissional, denominado integrador de sistemas de AR. Este profissional, como o próprio nome indica, é responsável pela integração (projeto, instalação e programação) de diferentes tecnologias em uma residência, de maneira a proporcionar que os equipamentos ou dispositivos sejam controlados de maneira fácil e personalizada, de acordo com as preferência dos moradores da casa. Para melhor compreensão da Automação Residencial e suas funcionalidades, a seguir são apresentados os conceitos principais deste tema, incluindo seus elementos básicos e focando no tipo de automação conhecido como Residência Inteligente ou Domótica. 1.1 Domótica Também conhecida como Casa Inteligente, a Domótica pode ser definida como a integração de tecnologias e serviços (JUNIOR, 2019). O principal objetivo da Domótica é a integração e controle dos dispositivos eletrônicos e de informática de uma casa. A origem da palavra Domótica provém de domus (casa) com robótica, o que significa a relação de ações automáticas em uma casa (JUNIOR, 2019). A Domótica está relacionada à implementação de tecnologia em residências, principalmente, por meio de dispositivos eletrônicos e 11 eletroeletrônicos, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida, aumentar a segurança e viabilizar o uso racional dos recursos para seus moradores. O gerenciamento eficiente dos dispositivos ou equipamentos de uma residência deve realizar o processamento de vários dados e a execução de tarefas complexas. Para tal, uma residência inteligente deve possuir um sistema responsável pelo gerenciamento do tráfego das informações, assim como um sistema de controle dos equipamentos (JUNIOR, 2019). A Domótica aplicada em residências proporciona maior comodidade aos moradores com a operação dos recursos de suas casas, por meio de um software. Assim, é possível realizar a automatização de várias tarefas domésticas, sendo alguns exemplos (JUNIOR, 2019): • Automação da iluminação: você pode apagar as luzes de maneira remota (por meio de um smartphone ou tablet) quando não estiver em casa, caso tenha esquecido alguma luz acesa. Se, por exemplo, você for viajar de férias e desejar que sua casa tenha uma aparência de estar habitada, basta programar as luzes para acender em determinados horários do dia. Além disso, é possível gerir os gastos com energia elétrica através de funções que realizam a regulação da intensidade luminosa. Com a utilização de sensores de movimento e luz solar, as luzes de um cômodo que se encontra vazio não permanecem acesas, e as luzes das áreas externas acendem automaticamente quando começa a escurecer. • Automação do sistema de som: você pode controlar o som ambiente dos cômodos de sua casa, sendo possível escolher uma determinada música para o ambiente que se está presente em determinado momento. Além disso, é possível compartilhar a música do seu smartphone para a rede doméstica. 12 • Cinema em casa: por meio de smarphones e tablets, é possível reunir todos os comandos do seu sistema de cinema e criar funções para realizar tarefas simples, como preparar o ambiente para assistir a um filme conforme suas preferências. • Sistema de segurança: a Domótica pode oferecer vários níveis de segurança para a sua casa. Com o auxílio de sensores, é possível detectar fugas de gás, inundações, incêndios em fase inicial e, assim, cortar imediatamente as entradas e inclusive avisar aos bombeiros da situação. Em relação à detecção de intrusos, pode-se saber quem se encontra nas imediações da sua casa e, assim, ter sua moradia permanentemente vigiada. • Controle de acesso: por meio de leitura de padrões biométricos é possível controlar o acesso às entradas da sua casa e personalizar o ambiente conforme o perfil de cada morador da mesma. • Controle de cortinas ou persiana: por meio da utilização de sensores, é possível aproveitar o máximo da luz natural e evitar que as lâmpadas fiquem acesas de maneira desnecessária. • Controle de temperatura: é possível programar horários para ativar ou desativar equipamentos de ventilação, aquecimento ou ar-condicionado, permitindo manter um nível de conforto no ambiente e economizar energia elétrica. • Central de conectividade: utilizando uma única central, é realizado o controle da distribuição dos sinais de Internet (dados), telefone (voz) e TV (imagem). O Sistema Domótico integra todos os dispositivos com a finalidade de automatizar e controlar uma residência, sendo composto por vários elementos, como: atuadores, sensores, controlador, rede de dados e interface do usuário. A seção a seguir explica resumidamente os elementos essenciais para um projeto de automação residencial. https://pt.wikipedia.org/wiki/Controle_de_acesso 13 1.2 Elementos básicos da automação industrial Os principais elementos da automação residencial, de acordo com Machado (2019) são: • Controladores: responsáveis por controlar os dispositivos automatizados, como atuadores e sensores. Os controladores monitoram as informações dos sensores, enviando comandos para que um atuador ative ou desative algum dispositivo ou equipamento. Geralmente, os controladores possuem interfaces independentes ou centrais de automação sofisticadas. • Sensores: responsáveis por detectar estímulos, medir e monitorar grandezas físicas e eventos, como temperatura e umidade, convertendo os mesmos para valores passíveis de manipulação por sistemas computacionais. Os sensores encaminham as informações sobre algum evento aos controladores, para que estes enviem os comandos adequados aos atuadores. • Atuadores: recebem os comandos do sistema de automação e ativam os equipamentos automatizados. Os atuadores são responsáveis pelo acionamento e interligação dos equipamentos à rede elétrica. • Barramentos: são os meios físicos que realizam o transporte das informações. • Interfaces: são os mecanismos ou dispositivos que possibilitam que o usuário visualize as informações e interaja com o Sistema Domótico. Exemplos de interface: smartphones, controles remotos, navegadores de Internet etc. A Figura 1 ilustra um exemplo de comunicação entre os elementos básicos de um sistema de Automação Residencial. Pode-se perceber que os sensores são responsáveis por encaminhar as informações sobre eventos, como: vento, calor ou chuva, para os controladores. Os 14 controladores acionam os ativadores, para que sejam executadas as tarefas pré-programadas para aquele evento. Por sua vez, as interfaces ficam conectadas diretamente aos controladores para permitir que o usuário visualize as informações e tenha interação com o sistema de automação. Além disso, os barramentos realizam comunicação dos elementos básicos (rede elétrica ou telefônica). Figura 1 – Elementos básicos de um sistema de AR Fonte: Muratori; Dal Bó (2011, p. 93). Vale ressaltar que automações mais complexas necessitam de uma central de automaçãopara realizar o controle de todos os sistemas de uma residência. Como você pode perceber, com a Domótica, tem-se o controle e a automatização das funções dos equipamentos elétricos e eletrônicos de maneira integrada a uma central de comando inteligente, que pode ser controlada localmente ou remotamente. 15 Além disso, com a utilização da Internet das Coisas, é possível fazer a programação do GPS de seu automóvel ou smartphone para que tarefas domésticas (ligação do ar-condicionado, preparação de seu café ou abertura do portão) sejam executadas assim que você estiver se aproximando de sua residência. 2. Internet das Coisas Antigamente, era muito difícil imaginar que aparelhos domésticos, como geladeira, fogão, cafeteira e ar-condicionado pudessem ser conectados e controlados via Internet. Entretanto, hoje em dia, essas possibilidades são reais e coisas que você menos imaginava podem se conectar à Internet e funcionar de maneira autônoma. A Internet das Coisas é exatamente isso: qualquer tecnologia que possibilita que diferentes objetos se conectem à Internet e interajam por meio desta rede. Com a Internet das Coisas, o que você já vê no seu smartphone, tablet ou computador, são aplicadas em seus eletrodomésticos e até mesmo em seu automóvel. Por exemplo, se, em sua casa, os aparelhos estiverem conectados à Internet, é possível que você acorde com o café da manhã já preparado e que uma assistente virtual informe as principais notícias do dia enquanto você toma seu café. Então, a Internet das coisas (Internet of Things – IoT) pode ser definida como a interconexão digital de objetos cotidianos com a Internet (MAGRANI, 2018). Neste contexto, a IoT é uma rede de objetos físicos (casas, veículos, e outras coisas que possuem tecnologia embarcada, sensores e conexão com a rede) capaz de reunir e transmitir dados (MAGRANI, 2018). https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_computadores https://pt.wikipedia.org/wiki/Digital https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet 16 Um dispositivo ou equipamento com a tecnologia IoT consegue se comunicar com outros sistemas, por meio de uma conexão wireless (sem fio). Assim, este dispositivo tem a capacidade de transmissão de dados para uma solução digital, como já acontece com dispositivos conectados à Internet (MAGRANI, 2018). Como exemplo, imagine uma máquina que esteja instalada em um ambiente de difícil acesso. Neste caso, com a utilização da tecnologia IoT, um sensor de temperatura pode ser acoplado nesta máquina e, por meio da rede sem fio, enviar os dados coletados em tempo real para um software que faz o monitoramento com alta precisão. Um sensor inteligente que utiliza a tecnologia RFID (Identificação por Radio Frequência), por exemplo, também pode ser aplicado em mercadorias estocadas em centros de distribuição (MAGRANI, 2018). Conforme os produtos são movimentados, as etiquetas com os sensores são rastreadas pelo seu sistema. Assim, é possível saber exatamente onde estão seus produtos e, consequentemente, melhorar o controle de estoque. De maneira resumida, os dispositivos de IoT são equipados com sensores que capturam os dados e compartilham os mesmos para que possam ser analisados e, assim, obter informações e automatizar ações ou decisões. Para seu bom funcionamento, um dispositivo IoT possui as seguintes fases: captura de dados, compartilhamento dos dados, processamento do dados e atuação com base nos dados (MAGRANI, 2018). 2.1 Aplicações da IoT As principais aplicações da tecnologia IoT são (MAGRANI, 2018): • Smart Watches: quando conectado ao smartphone via IoT, este relógio pode otimizar as funções do celular e até mesmo monitorar https://www.totvs.com/blog/atacadista-distribuidor/centro-de-distribuicao/ 17 os batimentos cardíacos de um usuário durante as atividades físicas. • Smart Homes nas casas inteligentes, os eletrodomésticos ou eletrônicos podem se comunicar com um smartphone para permitir que o morador gerencie os ambientes de sua residência. • Carros Inteligente: a tecnologia IoT proporciona que seu carro possa se comunicar e trocar dados com seu smartphone. Dessa maneira, você pode ter o trajeto para um determinado local otimizado em tempo real, proporcionado maior economia de combustível e direção mais segura. • Sensores industriais: por meio de sensores conectados às máquinas industriais, os dados coletados podem ser enviados a algum sistema de gestão, para que o desempenho da produção seja otimizado e, consequentemente, reduza custos. • Automação no varejo: é possível identificar os horários de maior fluxo de clientes e levantar quais áreas de uma loja são mais frequentadas. Também pode-se otimizar a gestão de estoque através do monitoramento em tempo real da quantidade de produtos disponíveis nas prateleiras. • Smart Cities: nas cidades inteligentes, a tecnologia IoT é utilizada para melhorar o bem-estar da população. Em algumas cidades do mundo, incluindo no Brasil, existem sensores que garantem o funcionamento de vários serviços, como metrô e ônibus. Além disso, estes sensores armazenam informações de tráfego que são utilizados por alguns aplicativos móveis de GPS, traçando rotas inteligentes, auxiliando o policiamento e rastreando veículos furtados, por exemplo. • Drones: com base em algoritmos, os drones permitem realizar voos de maneira completamente autônoma e podem ser aplicados 18 em diversas tarefas, como: construção civil, segurança, agricultura e tráfego de automóveis. Existem outras aplicações da tecnologia IoT, como a automação de processos industriais, operações cirúrgicas, identificações de padrões de dados em várias área do conhecimento, otimização de processos, entre outras. Como você pode perceber, a Automação Residencial está intrinsicamente relacionada à tecnologia IoT, pois utiliza de recursos da mesma para oferecer comodidade, segurança, praticidade e agilidade em tarefas que antes eram apenas executadas manualmente. Com a utilização desta automação, o usuário pode controlar sua residência de maneira remota, poupando tempo com tarefas repetitivas, economia de energia elétrica e consequentemente redução de custo. Além disso, a AR proporciona maior segurança, pois mesmo distante da residência, o morador tem acesso às imagens em tempo real do que está acontecendo em sua casa. Referências BÜCKER, T. Sistemas de automação residencial. Salão de iniciação Científica. Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2006. JUNIOR, S. L. S.; FARINELLI, F. A. Domótica: automação residencial e casas inteligentes com Arduino e ESP8266. 1. ed. São Paulo: Érica, 2019. MACHADO, R. Projetos elétricos. 1. ed. São Paulo: Érica, 2017. MAGRANI, E. A internet das coisas. São Paulo: FGV, 2018. MURATORI, J. R.; DAL BÓ, P. H. Automação residencial: histórico, definições e conceitos. In: O Setor elétrico, p. 70-77, cap. 1. São Paulo, 2011. PRUDENTE, F. Automação Predial e Residencial: uma Introdução. 1ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. 19 Sensores, Atuadores e Protocolos da Automação Residencial Autoria: Gisele Alves Santana Leitura crítica: Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues Objetivos • Conhecer as características dos principais dos sensores e atuadores utilizados em sistemas de Automação Residencial. • Entender o funcionamento dos sensores e atuadores. • Conhecer os principais protocolos usados para a comunicação em um sistema de Automação Residencial. 20 Resumo O sistema de Automação Residencial (AR), ou Rede Domótica, possibilita a comunicação entre diferentes dispositivos existentes em uma residência. Este sistema permite a realização de várias funções, com o objetivo de simplificar a complexidade de instalação. Para realizar a automação de tarefas domésticas, os sistemas de AR necessitam de alguns dispositivos, como atuadores e sensores. Além disso, deve existir uma maneira para que a comunicação entre diferentes dispositivos seja realizada. Assim, a comunicação entre dispositivos é realizada por meio de protocolos.Neste tema, você conhecerá os dispositivos essenciais para o bom funcionamento de um sistema de Automação Residencial, assim como os principais protocolos utilizados para garantir a comunicação entre os equipamentos eletroeletrônicos e eletrodomésticos de uma residência. Quer conhecer sobre os principais elementos da AR e os protocolos que permitem a comunicação entre diferentes dispositivos? Então, vamos lá! 1. Sensores e atuadores Os sistemas de Automação Residencial (AR) são baseados em aplicações e possuem uma rede independente e separada destinada para cada função (BÜCKER, 2006), por exemplo: rede para detecção de incêndios, rede para segurança, rede para controle de acessos etc. O funcionamento básico de um sistema de AR necessita de alguns dispositivos e etapas de funcionamento. Suponha que, em uma residência, esteja sendo implementado o controle de temperatura e conforme o ambiente atinge uma determinada temperatura, por 21 exemplo 30 graus, a função ligar do ar-condicionado é automaticamente acionada. Neste caso, algumas etapas são executadas pelos seguintes dispositivos (PRUDENTE, 2017): • Sensor de temperatura: este sensor faz a coleta periódica dos dados do ambiente (temperatura) e realiza a transmissão destes dados. • Central de controle (controlador): este dispositivo recebe as informações do sensor de temperatura e decide, conforme sua programação, que deve acionar o ar-condicionado. • Atuador: este dispositivo é responsável por acionar o ar- condicionado. • Equipamento de ar-condicionado: este equipamento é ligado automaticamente na temperatura programada, por meio de um comando enviado pela central de controle. A Figura 1 ilustra o fluxograma das etapas necessárias para esse controle de temperatura. Você pode observar que, dependendo da temperatura medida pelo sensor e a interpretação deste valor pelo controlador, é feita a decisão de ligar ou não o ar-condicionado. Figura 1 – Fluxograma de controle de temperatura Fonte: elaborada pela autora. 22 Neste caso, você pode reparar que existem alguns elementos, como: atuadores, sensores e central de controle. Estes elementos podem ser interligados conforme duas arquiteturas: centralizada e descentralizada (MACHADO, 2019). A Figura 2 ilustra o tipo de arquitetura centralizada, na qual todos os dispositivos estão interligados a um controlador ou dispositivo central. Este controlador deve possuir desempenho e inteligência suficiente para o recebimento e tratamento das informações recebidas dos sensores e, então, realizar o envio dos comandos apropriados aos atuadores. Além disso, tem-se as interfaces, responsáveis por proporcionar a visualização das informações e interação do usuário com o sistema de AR. Figura 2 – Tipo de arquitetura centralizada Fonte: elaborada pela autora. Por outro lado, no tipo de arquitetura descentralizada, existem vários controladores que compartilham o controle dos atuadores, sensores e interfaces, conforme ilustrado na Figura 3. Repare que neste tipo de arquitetura existe um elemento chamado barramento, que é meio físico responsável por interligar os controladores. 23 Figura 3 – Tipo de arquitetura descentralizada Fonte: elaborada pela autora. Independentemente do tipo de arquitetura utilizada, estão presentes os sensores e atuadores, que são elementos imprescindíveis em qualquer sistema de Automação Residencial. Os sensores são dispositivos que capturam mudanças de grandezas físicas em um ambiente, como temperatura e movimento, e transformam as mesmas em sinais elétricos (MACHADO, 2019). Além disso, os sensores são responsáveis por transmitir ou compartilhar estas informações. Nesse sentido, os sensores geram uma resposta específica, dependendo do tipo de sensor utilizado. Os tipos de sensores mais utilizados na Automação Residencial são (PRUDENTE, 2017): • Sensor de temperatura: fornece a medida instantânea da temperatura de um ambiente. • Sensor de movimento: detecta a presença de corpos ou objetos em ambientes iluminados ou com ausência de luz. 24 • Sensor de detecção de fumaça: identifica o acúmulo anormal de fumaça em um ambiente. • Sensor de gás: identifica e alerta possíveis vazamentos de gás causados pelos equipamentos eletroeletrônicos. • Sensor de iluminação: regula a intensidade luminosa de um ambiente, proporcionando economia de energia. Já os atuadores são responsáveis por realizar determinadas funções conforme os comandos recebidos pela central de controle (MACHADO, 2019). Os atuadores são responsáveis pela conversão da energia elétrica em movimento mecânico. Com o atuador elétrico, é possível abrir e fechar portões ou persianas, ligar e desligar equipamentos de ventilação, desligar válvulas de gás inflamável, acionar irrigadores de jardim etc. Como exemplo, considere um interruptor de luz ou um controle remoto, responsáveis por ligar ou desligar uma lâmpada e ligar ou desligar uma televisão, respectivamente. A seguir, são apresentados alguns tipos de atuadores utilizados em um sistema de AR (PRUDENTE, 2017): • Minibomba de circulação: realiza o escoamento de líquidos. • Folha aquecedora: proporciona o aquecimento de superfícies. • Atuador de comutação: comuta entre alguns estados, por exemplo: ligado ou desligado. Os barramentos são os meios físicos responsáveis pelo transporte das informações (MACHADO, 2019). Já as interfaces são os dispositivos ou mecanismos (navegadores de Internet, smartphones, interruptores, controles remotos etc.), que 25 possibilitam que o usuário visualize as informações e interaja com o sistema de automação (MACHADO, 2019). Por sua vez, os controladores ou central de controle são responsáveis por controlar os dispositivos automatizados, como atuadores e sensores (MACHADO, 2019). Os controladores monitoram as informações dos sensores, enviando comandos para que um atuador ative ou desative algum dispositivo ou equipamento. Geralmente, os controladores possuem interfaces independentes ou centrais de automação sofisticadas. A Central de Controle ou Controlador é o dispositivo que permite conectar os elementos básicos de um sistema de Automação Residencial. Por meio da programação desta central, os dispositivos ou equipamentos são capazes de executar tarefas de maneira inteligente. Para maior comodidade e praticidade, você pode acessar a central por meio de um smartphone conectado à Internet ou Wi-Fi, já que este dispositivo permite acesso às redes externas, permitindo que você tenha controle remoto de tarefas de sua residência. Em um sistema de AR, um conceito muito importante está relacionado às Redes em Malha, ou também conhecido como mesh, que praticamente é um padrão adotado na área de Automação Residencial. A Figura 4 ilustra a topologia da rede mesh, na qual cada dispositivo da rede Domótica se conecta ao controlador e aos outros dispositivos. Com isso, dispositivos mais distantes do controlador podem usar outros dispositivos como ponte para se comunicar com este controlador. Esta característica possibilita que várias rotas diferentes sejam criadas, proporcionado mais de uma rota para o envio ou recebimento de informações do controlador. 26 Figura 4 – Topologia da rede Mesh Fonte: Mikko Lemola/ iStock.com. Como estes elementos básicos do sistema de Automação Residencial se comunicam? A maneira de comunicação entre os elementos básicos de um sistema de AR é realizada por meio de protocolos, sendo os principais tipos apresentados na próxima seção. 2. Protocolos Um sistema de AR é constituído por um ou vários padrões de comunicação, conforme as funções realizadas pelo mesmo (JUNIOR; FARINELLI, 2019). Segundo Tanenbaum (2003), um protocolo é um acordo entre as partes que se comunicam, estabelecendo como se dará esta comunicação. Então, o protocolo pode ser entendido como um conjunto de padrões de comunicação, ou seja, as regras e convenções estabelecidas para que dispositivos diferentes possam se comunicar. 27Além disso, também é definido o tipo de dado e como o mesmo será enviado para os dispositivos. Nos sistemas de AR, vários protocolos são utilizados e a seguir são apresentados os principais tipos (PRUDENTE, 2017): • X-10 • Protocolo mais antigo e popular de AR. • Protocolo de comunicação de mão única, ou seja, apenas envia informações. • Usa a rede elétrica tradicional como meio de comunicação. • Os dispositivos X-10 são limitados, pois a taxa máxima de transmissão de dados é de 60bps. • Não é indicado para sistema de AR que exigem alto nível de segurança devido ao comportamento não linear da rede elétrica, ou seja, fatores como descargas eletromagnéticas, ruídos ou falta de energia podem comprometer o bom funcionamento deste protocolo. • HomePNA • Padrão para transmissão de dados a curtas distâncias que utilizando a rede telefônica. • Principais versões: 2.0 com taxa de transmissão de 10 Mbps; 3.0 com taxa de transmissão de 128 Mbps e, 3.1 com taxa de 320 Mbps. • As versões 3.0 e 3.1 possuem compartilhamento de acesso à Internet, suporte à qualidade de serviço, e estão preparadas 28 para atender demandas de novos serviços de imagem e voz (IPTV e VoIP) via cabo coaxial ou de telefone. • Utiliza a arquitetura distribuída de rede, não necessitando da utilização de repetidores ou hubs. • IEEE 802.11 (Wi-Fi) • Protocolo comumente conhecido como rede Wi-Fi. • Utiliza o CSMA/CA (Carrier sense multiple access with collision avoidance) como meio de acesso. • Pode funcionar ad hoc, pois não utiliza pontos de acesso. • Bluetooth Mesh • Utiliza rádio frequência em 2.4GHz para comunicação. • Recomendado para pequenos projetos. • A maioria das tecnologias deste protocolo usam um smartphone ou tablet que serve como central de controle do sistema de AR. • Z-Wave • Uma das tendências da Automação Residencial. • Protocolo de comunicação de mão dupla (envia e recebe informações). • Comunicação sem fio. • Opera na frequência de 908 Mhz. 29 • Oferece economia de energia elétrica, fácil instalação e suporte de 232 dispositivos. • Controle descentralizado, sendo que cada dispositivo Z-Wave possui um chip com processador e memória programável. • Zigbee • Padrão de redes sem fio de pequeno alcance. • Proporciona controle descentralizado e baixo consumo de energia. • Possibilidade de escolha automática do canal mais disponível em determinado momento, pois a rede tem a habilidade de mudar de canal de maneira automática. • MQTT • Amplamente utilizado nas aplicações de Internet das coisas (IoT). • Leve e robusto. • Solução atual mais popular nas aplicações de conectividade de equipamentos e sensores de IoT. • Consiste em clientes se comunicando com um servidor chamado broker, sendo que cada cliente pode se conectar com o broker. Como você pode perceber, os tipos de protocolos possuem vantagens e desvantagens, então cada projeto de sistema de AR deve considerar a demanda de dispositivos ou equipamentos a serem controlados, além da disposição física dos mesmos nos ambientes da residência. Dessa maneira, a escolha do tipo de protocolo deve atender às necessidades e particularidades de cada projeto. 30 Referências BÜCKER, T. Sistemas de automação residencial. Salão de iniciação Científica. Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2006. MACHADO, R. Projetos elétricos. 1. ed. São Paulo: Érica, 2017. PRUDENTE, F. Automação Predial e Residencial: uma Introdução. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017 TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. Pearson, 2003. 31 Sistemas Embarcados para Automação Residencial Autoria: Gisele Alves Santana Leitura crítica: Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues Objetivos • Conhecer as características principais dos Sistemas Embarcados. • Entender o funcionamento dos Sistemas Embarcados. • Conhecer algumas aplicações dos Sistemas Embarcados na automação residencial. 32 Resumo Atualmente, vários equipamentos que estão presentes no seu cotidiano possuem alta capacidade computacional, por exemplo, eletrodomésticos que têm sistemas eficazes para proporcionar maior conforto e praticidade na execução de suas tarefas. Um famoso exemplo é o forno micro-ondas, que possibilita a realização de várias funções predefinidas pelo usuário, como estourar pipoca ou descongelar alimentos. A execução automática de tarefas desses equipamentos é possível, pois possuem um sistema embutido, chamado de Sistema Embarcado. Atualmente, os Sistemas Embarcados estão presentes na maioria das indústrias e residências, tendo impulsionado o desenvolvimento tecnológico em quase todas as áreas do conhecimento. O que é um sistema embarcado? Como funciona e quais são suas características? Neste tema, você poderá aprender tudo isso e muito mais! Então, vamos lá! 1. Conceitos Básicos de Sistemas Embarcados A taxa de crescimento da indústria eletrônica nos últimos anos é impressionante e um dos principais motivos é a incorporação de sistemas eletrônicos em vários tipos de equipamentos (CUNHA, 2007), como eletrodomésticos, automóveis, dispositivos de comunicação pessoal etc. Atualmente, os sistemas de computação estão presentes em todas as áreas e anualmente são produzidos milhões de sistemas destinados à computadores pessoais (desktop), estações de trabalho, servidores e computadores de grande porte. 33 Entre estes sistemas, existem aqueles que são construídos para propósitos específicos e embutidos ou embarcados em equipamentos eletrônicos (HEATH, 2002), que executam repetidamente uma função específica de forma transparente para o usuário. Como resultado, tem- se produtos mais eficientes, com maior qualidade e mais baratos. Em geral, a maioria das funções dos sistemas eletrônicos possui algum tipo de computação e controle, que são realizadas por componentes digitais (CUNHA, 2007). Existem três classes básicas de sistemas digitais: emulação e sistemas de prototipação, sistemas de computação de propósito geral e sistemas embarcados (embedded systems) (BÜCKER, 2006). O Sistema Embarcado (SE) pode ser definido como um sistema computacional especializado que é embutido em um equipamento ou em um sistema de maior porte (CHASE, 2006). O SE é um sistema microprocessado, no qual o computador é completamente encapsulado ou dedicado ao equipamento ou sistema que controla. É um sistema independente e completo, que realiza determinadas tarefas. Como esse sistema é embarcado, o usuário final não tem acesso ao programa (firmware) que foi embutido no dispositivo, mas pode interagir com o mesmo por meio de interfaces, como teclados ou displays (PRUDENTE, 2017). Diferentemente de computadores de propósito geral, como o Computador Pessoal (PC), um Sistema Embarcado realiza um conjunto de tarefas predefinidas. Então, um sistema é considerado embarcado se for dedicado a uma única tarefa e interagir de forma contínua com o ambiente através de sensores e atuadores. Além disso, os SEs não dependem de uma fonte de energia fixa, como um gerador ou uma tomada. 34 Como exemplo, considere o forno micro-ondas. Se você apertar a tecla carnes, o sistema interno ou embarcado neste equipamento é capaz de: • Ajustar a potência correta. • Selecionar e medir o tempo que o forno deve ficar ligado. • Emitir um sinal quando a tarefa for concluída. Para realizar esta operação, o cérebro do forno recebe sinais dos sensores (por exemplo, sensor da porta), faz o acionamento do equipamento de potência, calcula o tempo da operação, aciona o motor que faz a rotação do prato, permite que o usuário interrompa a operação a qualquer momento, atualiza o display e mede quanto tempo se passou desde o início da operação. Como você pode perceber, os SEs possuem a necessidade de um cérebro para gerenciar seu funcionamento. Como opções de ideias, tem- se os microprocessadores ou microcontroladores, pois têm capacidade de leitura de sinais externos, execução de programas com as tarefas a serem realizadas, processamento dos sinais e envio dos resultadosesperados para os atuadores. 2. Componentes e funcionamento dos Sistemas Embarcados Basicamente, os Sistemas Embarcados são compostos por uma Unidade de Processamento, que é um circuito integrado e fixado em uma placa de circuito impresso (CUNHA, 2007). Os SEs são capazes de processar informações provenientes de um software (firmware), que é processado internamente na unidade de processamento. Dessa maneira, diz-se que o software está embarcado 35 nesta unidade, conforme esquema ilustrado na Figura 1. Nesta Figura, o firmware é inserido na unidade de processamento que está embutida em um smartphone. Figura 1 – Esquema de funcionamento de um SE Fonte: elaborada pela autora (2022). A Figura 2 ilustra os principais componentes de um Sistema Embarcado. Em geral, tem-se a unidade de processamento, a memória e os periféricos (ilustrados em verde). Figura 2 – Componentes de um SE Fonte: elaborada pela autora (2022). 36 A seguir, são resumidas as principais funções de cada componente de um Sistema Embarcado (CUNHA, 2007): • Unidade de processamento: • Executa as instruções do software ou firmware, sendo responsáveis por realizar cálculos, tomar decisões e tratar eventos. • Normalmente, possui a arquitetura clássica de um processador de computador: unidade lógica aritmética, unidade de controle, registradores etc. • Utilização de microcontroladores que possuem vários periféricos integrados em um mesmo chip. • Alguns tipos de arquiteturas de microcontroladores são: ARM, MIPS e PowerPC. • Memória: • Armazena dados e instruções relacionadas às operações da unidade de processamento. • As instruções e dados podem dividir a mesma memória. • Periféricos: • Meio de comunicação dos SEs com o meio externo. • São as interfaces da unidade de processamento com o mundo externo, trazendo ou enviando informações para o mesmo. • Um exemplo clássico de periférico é o conversor analógico/ digital (AD) acoplado a um sensor térmico, que converte a temperatura de um ambiente em números binários para que 37 a unidade de processamento consiga interpretar e processar a informação. • Alguns exemplos de periféricos são: Universal Serial Bus (USB), LEDs, interface serial etc. • Interfaces: • As interfaces de SEs simples possuem botões, LEDs ou telas de LCD que mostram somente números ou poucos caracteres aos usuários. • Sistemas mais complexos usam telas gráficas completas, que possuem tecnologias como ecrã táctil. • Atualmente, são utilizadas interfaces Web por meio de uma conexão por rede, que reduz o custo de uma tela sofisticada. O objetivo de um sistema embarcado é controlar processos, ou seja, atuar sobre um problema. Um processo simples pode ser ligar/ apagar uma lâmpada ou gerenciar uma aeronave de maneira autônoma (piloto automático), por exemplo. Independente da complexidade do processo, é feito por intermédio dos periféricos, que são escalados e dimensionados com base no problema. Os tipos de periféricos mais utilizados em um SE são os sensores e os atuadores (KAUR, 2010). Os sensores são responsáveis por adquirir informações (grandezas físicas) do processo a ser controlado (MACHADO, 2017), como: temperatura, movimento, vazão etc. Com base nessas informações, a Unidade de Processamento toma decisões. Logo, os sensores são os periféricos que enviam informações do processo para o Sistema Embarcado. 38 Os atuadores proporcionam ao SE a habilidade de intervir no meio no qual atuam (MACHADO, 2017). São dispositivos que realizam ações que interferem no processo de controle, como: motores, ventiladores, luzes, aquecedores etc. Então, os atuadores são os periféricos que enviam informação do Sistema Embarcado para o processo. A Figura 3 ilustra o funcionamento desses periféricos. Figura 3 – Atuadores e Sensores de um SE Fonte: elaborada pela autora (2022). De maneira resumida, pode-se entender que a unidade de processamento toma a decisão de acionar os atuadores com base nas informações recebidas dos sensores. Como visto, a Unidade de Processamento é basicamente composta por um único chip, chamado de microcontrolador. Você pode estar se perguntando: qual é a diferença entre um microprocessador e um microcontrolador? Os microprocessadores são componentes que realizam o processamento de informações, possuindo capacidade de realizar cálculos matemáticos e endereçamento de memória externa (PEREIRA, 2007). Estes dispositivos utilizam barramentos de dados, controle e endereços para fazer acesso aos periféricos de entrada e saída. Os 39 microcontroladores dependem de circuitos integrados externos, como a memória (armazenamento de dados e execução do programa), o conversor A/D (aquisição de dados analógicos) e sensores (HEATH, 2002). Os microprocessadores possuem maior velocidade de processamento e são usados em soluções mais complexas. Já os microcontroladores são pequenos sistemas computacionais muito poderosos que, em um único chip, possuem: interfaces de entrada/ saída digitais e analógicas, conversores AD/ DA, memória RAM, memória FLASH e temporizadores. A grande vantagem é que os microcontroladores possuem os periféricos integrados a um único chip, e são responsáveis por executar e armazenar os programas escritos para os mesmos (firmware). Existem vários tipos de plataformas e placas para o estudo ou prototipagem de SEs, como: Arduino, Intel Galileo, Raspberry Pi, Beaglebone Black, entre outros. Na maioria destas placas ou plataformas são utilizadas as linguagens de programação C, Assembly, Java ou C ++. O Arduino, por exemplo, é uma plataforma eletrônica de prototipagem muito versátil e amplamente utilizada em Sistemas Embarcados para automação residencial (PEREIRA, 2007). O Arduino pode ser considerado uma plataforma de computação física embarcada, ou seja, um minicomputador dedicado e independente, que, geralmente, é programado para realizar determinada função. Com o Arduino é possível criar projetos eletrônicos de vários tipos, inclusive aplicações como Internet das Coisas (IoT) e Sistemas de Automação Residencial. Pode-se dizer que o Arduino é uma plataforma de desenvolvimento de projetos eletrônicos, sendo constituído por elementos de hardware e software. 40 Em relação aos componentes de hardware, o principal é o microcontrolador, que é um pequeno processador inserido em uma placa com vários outros componentes que manipulam os eventos de entrada e saída. Os comandos, recebidos pelos programas inseridos nesta plataforma, são executados por este microcontrolador, que é o cérebro da placa e o responsável pelo recebimento e processamento dos dados de sensores e botões. Para facilitar a programação no Arduino, é disponibilizada uma IDE, que é um Ambiente de Desenvolvimento Integrado. Essa IDE é o espaço onde a programação da placa é realizada e é bem fácil de ser utilizada. A programação é feita com a já conhecida linguagem C ou C++. Para a programação, você só precisa conectar o Arduino a um notebook ou computador pessoal, por meio um cabo USB e utilizar uma IDE. Quando seu programa estiver pronto, basta transferi-lo para o Arduino e começará a funcionar. 3. Características e aplicações dos Sistemas Embarcados Os sistemas embarcados são baseados principalmente em microcontroladores. Como características dos microcontroladores para SEs, pode-se citar (CHASE, 2007): • Desenvolvidos para uma tarefa específica. • O software dos SEs é chamado firmware e armazenado em uma memória ROM ou memória flash. • Possuem recursos computacionais limitados, com ausência de teclado e pouca memória. 41 • Têm tamanho reduzido. • Operam em tempo real. Quase tudo que é programável possui um Sistema Embarcado. De acordo com sua aplicação, os SEs são classificados em quatro tipos (HEATH, 2002): • Propósito geral: • São as aplicações mais parecidas com os desktops. • Existe grande interação entre os usuários e o sistema, por meio de monitores ou terminais de vídeo. • Exemplos: videogames,caixas automáticos de bancos, conversores de TV etc. • Sistemas de controle: • São aplicações mais robustas, com placas dedicadas e múltiplos sensores de entrada e saída. • Fornecem pouca interação ao usuário, se limitando a exibir sinalizações por meio de LEDs. • Exemplos: motores de carros, processos químicos, controle de voo, usinas nucleares etc. • Processamento de sinais: • Envolve um grande volume de informações a serem processadas em pouco espaço de tempo. • Os sinais a serem tratados são digitalizados, por meio de conversores ADs, e, depois, convertidos em sinais analógicos por conversores DAs. 42 • Exemplos: modens, filtros, tratamento de áudio, radares etc. • Comunicações e redes: • Realiza o chaveamento e a distribuição de informações. • Exemplos: Internet e sistemas de telecomunicações. Como você pode notar, os Sistemas embarcados estão cada vez mais baratos e acessíveis, demandam menor consumo de energia, são mais compactos e possuem grande poder de processamento. Os marcapassos, por exemplo, possuem um sistema embarcado que pode salvar vidas. Além disso, os sistemas embarcados podem garantir a segurança dos transportes em computadores aviônicos e freios ABS, e aproximar as pessoas por meio de satélites e equipamentos de telecomunicações, estando presente em quase todos os equipamentos eletrônicos. Referências BÜCKER, T. Sistemas de automação residencial. Salão de iniciação Científica. Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2006. CHASE, O.; ALMEIDA, F. J. Sistemas embarcados. Mídia Eletrônica. v. 10, n. 11, p. 13, 2007. Disponível em: www. sbajovem. org/chase. Acesso em: 19 maio 2022. CUNHA, A. F. O que são sistemas embarcados. Saber Eletrônica, v. 43, n. 414, p. 1-6, 2007. HEATH, S. Embedded systems design. Elsevier, 2002. KAUR, I. Microcontroller based home automation system with security. International journal of advanced computer science and applications, v. 1, n. 6, p. 60-65, 2010. MACHADO, R. Projetos elétricos. 1. ed. São Paulo: Érica, 2017. PEREIRA, F. Microcontroladores PIC: programação em C. Saraiva Educação S.A., 2007. PRUDENTE, F. Automação Predial e Residencial: uma Introdução. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. http://www. sbajovem. org/chase 43 Projetos de Automação Residencial Autoria: Gisele Alves Santana Leitura crítica: Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues Objetivos • Conhecer as etapas fundamentais de um projeto de automação residencial. • Conhecer os componentes essenciais de um projeto de automação residencial. • Apresentar estudos de casos que aplicam o desenvolvimento de projetos de automação residencial. 44 Resumo A Automação Residencial (AR) oferece conforto, economia de energia elétrica e segurança em uma residência. Entretanto, para que a AR proporcione essas vantagens, é necessário a elaboração de um projeto que atenda às necessidades do morador da casa e também às recomendações de alguns setores, como o elétrico e de telecomunicações. Além disso, um bom projeto de AR deve seguir algumas etapas e orientações, como o desenvolvimento de diagramas elétricos e conceituais. Neste tema, são apresentadas as etapas fundamentais de um projeto de AR, assim como alguns exemplos e estudos de casos de projetos bem- sucedidos e utilizados na maioria das residências inteligentes. Vamos lá! 1. Projetos de Automação Residencial A automação é essencial para o desenvolvimento das sociedades atuais. A Automação Residencial (AR), também conhecida como Domótica, se refere à utilização de processos automatizados em casas, escritórios ou apartamentos (BÜCKER, 2006). A AR é baseada na integração entre dispositivos eletrônicos relacionados à comunicação, transmissão de dados, climatização, iluminação, segurança, áudio e vídeo, interligados entre si através de uma rede de comunicação (PRUDENTE, 2017). Atualmente, a maioria dos dispositivos presentes nas residências possuem microcontroladores. Esses dispositivos realizam tarefas predefinidas e possibilitam a interação entre usuários e tais equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos ou eletroeletrônicos (HEATH, 2002). 45 Como os usuários interagem continuamente com o sistema de automação, um dos maiores desafios da AR é o atendimento personalizado deles. Além disso, ainda não existe padronização e especificações normativas que permitam a adaptação do processo de Domótica. Um ambiente inteligente é aquele que otimiza certas funções referentes à operação e administração de uma residência (PRUDENTE, 2017). O uso de tecnologias permite tornar o cotidiano das residências funcional e prático, sendo fundamental um bom projeto da infraestrutura necessária para interligar os sistemas e equipamentos de uma casa inteligente. Existem inúmeras possibilidades de automação que podem ser implementadas em uma casa inteligente, como controle de iluminação e climatização. Em um projeto de AR, deve-se definir as tecnologias que serão utilizadas, a maneira de integração dessas tecnologias e a forma de interconexão entre os dispositivos (cabos USB ou Bluetooth, por exemplo). Além disso, conforme ilustrado na Figura 1, deve-se escolher o protocolo de comunicação entre os dispositivos, por exemplo, o ZigBee. Um projeto de AR também deve especificar como será a rede de dados (wi-fi ou Ethernet, por exemplo). Figura 1 – Componentes de um projeto de AR. Fonte: elaborada pela autora (2022). Então, quais são as etapas de um projeto de AR? 46 A seguir, são apresentadas as principais etapas que devem ser realizadas em u bom projeto de Automação Residencial. 1.1 Etapas de um Projeto de Automação Residencial De maneira resumida, um bom projeto de AR deve seguir as seguintes etapas: • Estudar a viabilidade técnica do projeto e identificar as necessidades e objetivos do morador da casa. • Elaborar uma proposta, que deve incluir um conjunto de requisitos e critérios baseados em especificações técnicas. • Definir as técnicas, tecnologias e componentes que serão empregados na automação. • Realizar um estudo da viabilidade econômica. • Elaborar um projeto preliminar, definindo a concepção global do projeto. • Realizar um projeto executivo, detalhando todos os componentes e subsistemas que serão implementados e utilizados. • Definir a infraestrutura necessária. • Desenvolver o projeto lógico e físico da rede. • Documentar o projeto final contendo todos os itens anteriores. Para o planejamento do cabeamento de um sistema de AR, é aconselhado que se determine quais equipamentos serão instalados em curto ou longo prazo. Além disso, deve-se observar os padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No projeto, deve-se definir o tipo de arquitetura que será utilizado no sistema de Automação Residencial. Basicamente, são utilizados dois 47 tipos de instalações em sistemas de AR: centralizado e descentralizado. No sistema centralizado, como o próprio nome indica, tem-se apenas uma central de processamento, responsável pelo controle de todos os equipamentos de uma residência. Por outro lado, no sistema descentralizado, existem várias centrais de processamento, sendo que cada uma pode ser responsável pelo controle de equipamentos de um determinado cômodo ou andar da residência. De maneira resumida, a Figura 2 apresenta os pontos mais importantes a serem definidos em um projeto de AR, que são: • Definição do tipo de arquitetura (centralizada ou descentralizada). • Escolha dos equipamentos ou locais da casa a serem automatizados (sistema de iluminação ou climatização, por exemplo). • Escolha dos microcontroladores que farão parte da central de processamento (Arduino, por exemplo). • Definição do modo de comunicação (Bluetooth, por exemplo). • Definição do protocolo de comunicação entre os dispositivos. Figura 2 – Pontos importantes em um projeto de AR. Fonte: elaborada pela autora. 48 Como você pode observar, é essencial a correta escolha do tipo dearquitetura e o microcontrolador, assim como os equipamentos que serão automatizados em um projeto de Automação Residencial. 2. Exemplos de Projetos de Automação Residencial Para ilustrar, na prática, os pontos mais importantes de um projeto de AR, nas seções seguintes são apresentados dois estudos de caso simples: o primeiro, que realiza a automação de lâmpadas, usando o Arduino; e o segundo, que faz a automação de vários ambientes de uma casa, utilizando o Android e o Arduino. 2.1 Estudo de Caso 1 - Iluminação automatizada com Arduino Este estudo de caso apresenta um exemplo simples de projeto de AR, que utiliza a plataforma Arduino e um módulo Bluetooth. Este projeto de automação permite controlar a iluminação por meio de um smartphone ou tablet. O diagrama completo do circuito de automação é ilustrado na Figura 3. Repare que o módulo Bluetooth é conectado ao Arduino, que, por sua vez, é interligado a um relé e, este, às lâmpadas. Figura 3 – Diagrama do circuito de automação Fonte: https://capsistema.com.br/index.php/2020/02/24/automacao-residencial-usando-o- arduino-uno-e-o-modulo-bluetooth/. Acesso em: 20 maio 2022. https://capsistema.com.br/index.php/2020/02/24/automacao-residencial-usando-o-arduino-uno-e-o-modulo https://capsistema.com.br/index.php/2020/02/24/automacao-residencial-usando-o-arduino-uno-e-o-modulo 49 Como você pode perceber, os componentes básicos para este projeto de AR são: • Arduino. • Módulo Bluetooth. • Módulo de relé. • Lâmpada. • Fios ou condutores. A plataforma de prototipagem Arduino é baseada em hardware e software, flexíveis e fáceis de usar. Geralmente, o Arduino é utilizado para a criação de objetos ou ambientes interativos. O Arduino, ilustrado na Figura 4, é composto por um microcontrolador (contém o código a ser executado), portas de entrada e saída digitais, portas para comunicação serial, portas de entrada analógicas e de saída PWM (Pulse-Width Modulation), que possibilita controlar o nível médio de tensão da saída, intensidade de iluminação etc. Nas portas de entrada e saída, é possível conectar sensores, botões, LEDs ou qualquer tipo de dispositivo elétrico. Figura 4 – Plataforma Arduino Fonte: Rozdemir01/ iStock.com. 50 O módulo Bluetooth, usado neste projeto, é o HC-05, ilustrado na Figura 5, que possui interfaces de comunicação do tipo SPP e UAR, que possibilitam a comunicação via Bluetooth com. outros dispositivos, por exemplo: tablets, smartphones ou notebooks. Figura 5 – Módulo Bluetooth HC-05 Fonte: https://www.arduinoecia.com.br/diferenca-modulos-bluetooth-hc-05-hc-06/. Acesso em: 20 maio 2022. Outro dispositivo, usado no projeto, é o relé, que permite que você ligue ou desligue um circuito usando tensão superior à suportada pelo Arduino. A Figura 6 ilustra um exemplo de relé. Figura 6 – Módulo relé Arduino Fonte: https://www.arduinoecia.com.br/ligando-uma-lampada-com-modulo-rele-arduino/. Acesso em: 20 maio 2022. Para que o sistema execute suas funcionalidades, deve ser inserido um código no microcontrolador, sendo que o Arduino fornece uma interface para a programação em linguagem C. Aliado ao módulo bluetooth, as instruções inseridas no microcontrolador permitem que o morador da casa possa controlar este pequeno sistema de iluminação de maneira remota, através de um tablet ou smartphone. https://www.arduinoecia.com.br/diferenca-modulos-bluetooth-hc-05-hc-06/ https://www.arduinoecia.com.br/ligando-uma-lampada-com-modulo-rele-arduino/ 51 2.2 Estudo de Caso 2 – Automação com Android e Arduino Neste projeto, é realizada a automação residencial utilizando um smartphone Android. A arquitetura é projetada de forma centralizada, ou seja, um servidor central gerenciando toda a rede e capaz de se comunicar com as interfaces de controle e com os dispositivos controladores. O projeto possui três partes: Cliente Android, Servidor de Automação e Controladores. O Cliente atua como interface de controle no sistema e se comunica pela rede. Por sua vez, o servidor se comunica pela rede local de Internet ou por XBee, que é um módulo de comunicação por rádio frequência. A principal função do Servidor é a transferência das mensagens entre estas duas redes, sendo que deve ficar continuamente conectado na rede IP e fazer a verificação de pedidos e atualização do status dos dispositivos. A Figura 7 ilustra os principais componentes deste sistema de AR. Figura 7 – Componentes do sistema de automação Fonte: https://wiki.sj.ifsc.edu.br/index.php/Prepara%C3%A7%C3%A3o_para_o_Projeto. Acesso em: 20 maio 2022. O Cliente Android atua como interface Homem-Máquina e se comunica com o Servidor, utilizando a tecnologia sem fio. O Cliente possui interfaces com botões que permitem se conectar ao Servidor, escolher um ambiente da casa onde se localiza o equipamento a ser controlado, https://wiki.sj.ifsc.edu.br/index.php/Prepara%C3%A7%C3%A3o_para_o_Projeto 52 escolher o equipamento desejado e enviar comandos para a execução de tarefas ou leitura do status desses equipamentos e sensores. O Servidor gerencia a rede fazendo a conexão entre o Cliente e os Controladores de eletroeletrônicos, recebendo e encaminhando as mensagens nas redes. Neste projeto, é utilizada a plataforma Arduino como Servidor. Para a comunicação entre o Servidor e os Controladores, são usados módulos de rádio comunicação XBee, que operam usando o protocolo ZigBee. Por sua vez, os Controladores têm a função de executar os comandos enviados pelo Cliente, como: acender lâmpadas, fechar persianas, ligar aparelhos de ar-condicionado, ligar ou desligar motores, regular o volume de som, abrir ou fechar portões etc. Então, os Controladores recebem as mensagens pela rede sem fio e executam os comandos determinados pelo morador da casa, acionando os equipamentos. A Figura 8 mostra os componentes deste sistema, onde se percebe as ligações entre eles, os ambientes e os equipamentos controláveis pelos controladores. Figura 8 – Diagrama do sistema de AR Fonte: https://wiki.sj.ifsc.edu.br/index.php/Prepara%C3%A7%C3%A3o_para_o_Projeto. Acesso em: 20 maio 2022. https://wiki.sj.ifsc.edu.br/index.php/Prepara%C3%A7%C3%A3o_para_o_Projeto 53 Como você pode notar, nos dois estudos de caso apresentados, transformar uma casa comum em um ambiente automatizado significa obter maior conforto e segurança. Para isso, é necessário um projeto que descreva as tecnologias que serão empregadas, os aparelhos ou equipamentos que serão automatizados e a forma de comunicação e integração entre os mesmos para que a automação proporcione todas as suas vantagens ao morador de uma casa. Referências BÜCKER, T. Sistemas de automação residencial. Salão de iniciação Científica. Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2006. HEATH, S. Embedded systems design. Elsevier, 2002. PRUDENTE, F. Automação Predial e Residencial: uma Introdução. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. 54 Sumário Apresentação da disciplina Automação Residencial e Internet das Coisas Objetivos Resumo 1. Automação Residencial 2. Internet das Coisas Referências Sensores, Atuadores e Protocolos da Automação Residencial Objetivos Resumo 1. Sensores e atuadores 2. Protocolos Referências Sistemas Embarcados para Automação Residencial Objetivos Resumo 1. Conceitos Básicos de Sistemas Embarcados 2. Componentes e funcionamento dos Sistemas Embarcados 3. Características e aplicações dos Sistemas Embarcados Referências Projetos de Automação Residencial Objetivos Resumo 1. Projetos de Automação Residencial 2. Exemplos de Projetos de Automação Residencial Referências