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5 8 9 Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):589-595, mar- a b r, 2004 A RTIGO A RT I C L E F a t o res de risco para doença diarréica no lactente: um estudo caso-contro l e Risk factors for diarrheal disease in infants: a case-control study 1 De p a rtamento Ma t e r n o In f a n t i l , Ce n t ro de Ci ê n c i a s da Saúde, Un i ve r s i d a d e Fe d e ral de Pe r n a m b u c o, Re c i f e , Bra s i l . 2 De p a rtamento de Nu t r i ç ã o, Ce n t ro de Ciências da Saúde, Un i versidade Fe d e ral de Pe r n a m b u c o, Re c i f e , Bra s i l . C o r re s p o n d ê n c i a Gisélia Al ves Pontes da Si l va De p a rtamento Ma t e r n o In f a n t i l , Ce n t ro de Ci ê n c i a s da Saúde, Un i ve r s i d a d e Fe d e ral de Pe r n a m b u c o. Rua Pro f. Mo rais Rego s/n, Re c i f e , PE 50670-420, Bra s i l . g i s e l i a @ n b. c o m . b r Gisélia Al ves Pontes da Si l va 1 Pe d ro I. C . Li ra 2 Marilia de Ca rvalho Lima 1 A b s t r a c t This study aims to identify risk factors associat- ed with episodes of diarrhea among infants un- der six months from the Southern Zona da Ma- ta region in the State of Pe r n a m b u c o, Bra z i l . This was a case-control study nested in a cohort . A total of 397 infants were studied, with 239 in- fants classified as cases and 158 as contro l s ( 1 . 5 : 1 ) . Odds ratios (OR) and 95% confidence in- tervals were calculated.Logistic regression a n a l y- sis was conducted to identify pre d i c t i ve factors for the outcome, s h owing that lack of piped wa- ter in the house (OR = 3.60; 95% CI 1.49-8.74) and duration of breastfeeding less than six months (OR = 2.06; 95% CI 1.26-3.38) were the significant risk factors associated with occur- rence of diarrh e a , after adjusting for other va r i- a b l e s . Di a r rh e a ; Risk Fa c t o r s ; Ca s e - C o n t rol St u d i e s ; Infant He a l t h I n t ro d u ç ã o A ocorrência do episódio diarréico só pode ser explicada adequadamente baseando-se em um modelo de multicausalidade. A importância de cada fator envolvido va ria de acordo com as c a racterísticas da população estudada. Na base do problema estariam fatores só- cio-econômicos e demográficos, tais como re n- da familiar, nível de escolaridade da mãe e ida- de da criança 1 , 2. A renda teria influência direta nas condi- ções de saúde e sobrevivência infantil, uma vez que dela dependem o acesso à educação, serv i- ço de saúde de qualidade e condições adequa- das de vida e moradia 3 , 4 , 5. V á rios estudos 6 , 7 , 8 citam a import â n c i a das condições ambientais em relação ao ri s c o de adoecer por diarréia. Os achados sugere m que higiene inadequada pode aumentar a ex- posição da criança a múltiplos patógenos en- t é ri c o s. O nível de escolaridade da mãe vem sendo c o n s i d e rado como importante fator que inf l u e n- cia a capacidade de percepção das doenças, bem como de sua gra v i d a d e. O maior nível de e s c o l a ridade ajuda as mães a enfre n t a rem mais e f e t i vamente os problemas associados com a p o b reza, inclusive sua capacidade de identifi- car o risco de doença para sua criança, de com- p reender e reter informações sobre amamen- t a ç ã o, noções de higiene, uso adequado de sais Silva GAP et al.5 9 0 Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):589-595, mar- a b r, 2004 de re h i d ratação oral, entre outras ori e n t a ç õ e s. V á rios estudos têm demonstrado a import â n- cia desse indicador, independentemente de o u- t ras va ri á veis sociais 5 , 9 , 1 0. Em relação à idade da criança, a incidência da diarréia é usualmente maior durante o pri- m e i ro ano de vida. A idade mais tenra torna a c riança mais vulnerável às condições ambien- tais desfavo r á ve i s, agra vadas pelo desmame p recoce e a desnutrição 2 , 5 , 8 , 1 1. O papel do aleitamento materno tem sido enfatizado em vários estudos. A proteção con- f e rida pelo leite materno pode ser atribuída às suas pro p riedades antiinfecciosas e imunoló- g i c a s, propiciando re c u p e ração mais rápida de infecções entéri c a s. Além do que, a amamenta- ção exc l u s i va diminui a exposição da criança a e n t e ropatógenos encontrados na água e ma- m a d e i ras contaminadas 8 , 1 2 , 1 3. Alguns autores demonstra ram que a doen- ça diarréica é um importante fator para a ins- t a l a ç ã o / a g ra vamento da desnutri ç ã o. O manu- seio inadequado do episódio diarréico na fase aguda é um dos fatores de risco para a persis- tência do quadro e aumento do risco de mort e por diarréia. A suspensão da dieta pode contri- buir diretamente para o agra vamento do esta- do nutricional 1 4 , 1 5 , 1 6 , 1 7 , 1 8. É pri o ri t á ria a identificação dos fatores que c o n t ribuem para a ocorrência da doença diar- réica, para que medidas pre ve n t i vas sejam to- m a d a s. A realização de um estudo do tipo ca- s o - c o n t role é adequado para se avaliar os fato- res de risco em relação a uma determinada do- ença; aninhado a uma coort e, permite minimi- zar os vieses, c o n t ribuindo de maneira efetiva p a ra o conhecimento epidemiológico da doen- ça diarréica em nosso meio. O objetivo deste estudo foi identificar os fa- t o res de risco associados à presença de episó- dios diarréicos em lactentes menores de seis m e s e s, residentes na Zona da Mata do Estado de Pe rn a m b u c o, Bra s i l . Casuística e métodos O estudo foi realizado com base nas inform a- ções obtidas de crianças nascidas a termo e re- c rutadas nas maternidades das cidades de Á g u a Preta, Ca t e n d e, Joaquim Na b u c o, Pa l m a res e Ribeirão (Zona da Mata Me ridional Sul de Pe r- nambuco), no período de janeiro de 1993 a ja- n e i ro de 1994. Fo ram consideras expostas as c rianças nascidas com baixo peso (< 2.500g) e não expostas aquelas com peso entre 3.000- 3.499g, na razão de 1:2, totalizando 397 (135: 262), com o objetivo de acompanhar o perfil do a l e i t a m e n t o, crescimento e morbidade, do nas- cimento até o sexto mês de vida 7. O desenho adotado para o presente estudo foi do tipo caso-contro l e, aninhado em uma c o o rt e, o que minimizou a presença de viés re- c o rd a t ó ri o, tendo ainda a vantagem de não ha- ver perda de inform a ç õ e s. Fo ram considera d o s c asos t od a s as crianças que apre s e n t a ram pelo menos um episódio diarréico nos pri m e i ro s seis meses de vida, e c o nt rol e todas as cri a n ç a s que não apre s e n t a ram episódio diarréico du- rante os seis meses de observa ç ã o. Fo ram analisadas todas as crianças re c ru t a- das para o estudo (397), das quais 239 (60,2%) a p re s e n t a ram pelo menos um episódio diarréi- co e 158 (39,8%) não apre s e n t a ram diarréia du- rante o período de observação (totalizando em média 166 dias). O tamanho da amostra foi es- timado objetivando assegurar a sua re p re s e n- tatividade para o evento em estudo. Esse foi calculado a partir da identificação das fre q ü ê n- cias dos principais fatores de ri s c o, baseado em dados de litera t u ra, associado à presença da doença diarréica (disponibilidade de água, tra- tamento dado aos dejetos, tipo de moradia, es- c o l a ridade da mãe). Tomando-se um erro alfa de 5%, um poder do estudo de 80% e um o d d s ratio (OR) 2,20 para uma pre valência da expo- sição entre os controles va riando de 14-80% e uma proporção de 1,5 casos para 1,0 contro l e, calculou-se o tamanho amostral para cada u m a das va ri á veis re l e va n t e s, resultando em um mí- nimo de 380 crianças (sendo 228 casos e 152 c o n t ro l e s ) . As exposições (va ri á veis independentes) analisadas foram: renda familiar, alfabetização, escolaridade e idade materna, número de c ri a n- ças com menos de cinco anos no domicílio, p re- sença de geladeira na residência, condições de m o radia (tipo de sanitári o, abastecimento de água, piso e teto), peso ao nascer, sexo, dura- ção do aleitamento materno e estado nutri c i o- nal. O desfecho analisado (va ri á vel dependen- te) foi a presença ou a ausência de doença diar- réica. O estado nutricional foiavaliado segundo os índices peso/idade, compri m e n t o / i d a d e, utilizando-se como padrão de referência o Na- t i onal Center for Health St a t i s t i c s, sendo anali- sado segundo o escore z. Como renda familiar foi considerado o somatório dos re n d i m e n t o s de todos os membros da família no mês que antecedeu a entrevista. A escolaridade mater- na foi avaliada segundo a última série cursada. O aleitamento materno foi considerado quan- do a criança recebeu leite materno dire t a m e n- te do seio ou extra í d o, independentemente de estar recebendo qualquer alimento ou líquido, Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):589-595, mar- a b r, 2004 incluindo leite não humano. Diarréia foi defin i- da como três ou mais evacuações amolecidas num período de 24 horas ou uma eva c u a ç ã o com a presença de sangue. Pa ra as crianças em aleitamento materno exc l u s i vo, a definição foi baseada no que a mãe considera va ser diarréia. O episódio diarréico foi definido como tendo iniciado nas pri m e i ras 24 horas em que se en- c o n t rou a definição de diarréia e terminado no último dia de diarréia. Os episódios diarréicos f o ram separados pelo mínimo de dois dias em que não se encontrou a definição de diarréia. O peso ao nascer foi avaliado dentro das p ri m e i ras 24 horas de vida e a idade gestacio- nal utilizando-se o método de Ca p u r ro 1 9 p o r uma pediatra. Constitui-se cri t é rio de exc l u s ã o a gemelari d a d e, evidência de infecções congê- n i t a s, anomalias cromossômicas e outras mal- f o rm a ç õ e s. Um form u l á rio contemplando as va ri á ve i s sócio-econômicas e demográficas foi aplicado à mãe na matern i d a d e. As visitas domiciliare s f i c a ram a cargo de 13 visitadoras que aplica- vam aos pais ou re s p o n s á ve i s, durante as duas visitas semanais, um form u l á rio onde anota- vam informações re f e rentes à morbidade por doença diarréica e o tipo de alimentação que cada criança estava re c e b e n d o. As medidas antro p o m é t ri c a s, segundo a p a- dronização preconizada pela Organização Mu n- dial da Saúde (OMS) 2 0, foram tomadas ao final do pri m e i ro, segundo, quarto e sexto meses de vida. Com base nos form u l á rios preenchidos no estudo original foi construído um banco de dados utilizando-se o pro g rama DBase III, s e n- do feita dupla entrada e correção de inconsis- t ê n c i a s. As análises estatísticas foram re a l i z a- das com os pro g ramas Epi Info 6.04 e SPSS ve r- são 8.0. Pa ra análise de associação entre as va ri á- veis foi utilizado o OR, intervalo de confiança (IC95%) e o teste do qui-quadrado de Pe a r s o n com correção de Ya t e s, quando indicado. Na a valiação da associação entre o estado nutri- cional e a ocorrência de diarréia utilizou-se a Análise de Va riância (ANOVA). O nível de con- fiança estatística considerado para a aceitação da hipótese de associação foi de 95%. Re a l i zou-se análise multiva riada do tipo re- g ressão logística entre as va ri á veis estudadas, a fim de ve rificar os fatores pre d i t i vos da diar- réia. A abordagem analítica utilizada foi o mo- delo hierárq u i c o, que consiste na entrada das va ri á veis explanatórias no modelo numa or- dem previamente especificada pelo pesquisa- d o r, baseada em um modelo conceitual de re- lação lógica ou teórica entre as va ri á ve i s. De FATORES DE RISCO PARA DOENÇA DIARRÉICA 5 9 1 a c o rdo com esta abordagem, introduziu-se ini- cialmente os fatores de risco distais, depois os i n t e rm e d i á rios e, por último, os prox i m a i s. As va ri á veis selecionadas para serem incluídas nos modelos foram aquelas que nas análises b i va riadas tive ram valor de P < 0,200, exc e t o e s c o l a ridade materna por ser uma va ri á vel que t radicionalmente apresenta associação com a diarréia. Os índices peso/idade e compri m e n- to/idade não foram incluídos na análise multi- va riada por uma possível causalidade re ve r s a com o evento em estudo. Nesta pesquisa foram adotados três mode- los: o modelo um incluiu as va ri á veis sócio-e c o- nômicas/demográficas (escolaridade matern a , posse de geladeira e número de crianças < cin- co anos no domicílio), posicionadas num níve l h i e r á rquico distal. No segundo foram intro d u- zidas as va ri á veis ambientais (tipos de piso, te- t o, abastecimento de água e sanitário) que fo- ram ajustadas pelas va ri á veis incluídas no mo- delo um. O último incluiu as va ri á veis re l a c i o- nadas à criança (peso ao nascer e duração do aleitamento materno), ajustadas pelas va ri á- veis dos modelos um e dois. O projeto original foi aprovado pelo Co m i t ê de Ética em Pesquisa do Ce n t ro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco. R e s u l t a d o s A Tabela 1 apresenta a distribuição das cri a n- ças com e sem diarréia segundo os fatores de risco estudados e seus correspondentes OR b ru- tos e IC (95%). As va ri á veis independentes que a p re s e n t a ram associação estatisticamente sig- nificante com a diarréia nas análises biva ri a- das foram as condições ambientais re p re s e n t a- das pelo tipo de teto da residência e abasteci- mento de água, e entre as relacionadas à cri a n- ça apenas a duração do aleitamento matern o. O risco de ocorrência de diarréia foi de aprox i- madamente 1,5 para as crianças que re s i d i a m em domicílios sem geladeira e com sanitári o sem descarga, no entanto, o nível de significân- cia foi limítrofe (P = 0,080 e P = 0,070, re s p e c t i- vamente). A Tabela 2 re f e re-se à distribuição de fre- qüência das crianças segundo idade em meses e o estado nutricional, avaliada pelos índices peso/idade e altura / i d a d e, e ocorrência de d i a r- réia. Os casos apre s e n t a ram pior desempenho em relação aos controles para aos índices afe- ridos em todas as idades, no entanto, foi obser- vada uma diferença estatisticamente signifi- cante apenas para o índice compri m e n t o / i d a- de aos seis meses (ANOVA, P = 0,001). Silva GAP et al.5 9 2 Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):589-595, mar- a b r, 2004 A Tabela 3 apresenta os resultados dos OR ajustados entre os indicadores estudados e o desfecho nos três modelos analisados. As va ri á- veis que mantive ram significância estatística após serem ajustadas na análise de re g re s s ã o logística foram tipo de abastecimento de água p a ra as crianças que habitavam re s i d ê n c i a s sem canalização interna, com OR = 3,60 (IC 95% 1,49-8,74) e aleitamento materno por menos de seis meses, com OR = 2,06 (IC de 95% 1,26-3,38). D i s c u s s ã o A diarréia é uma doença de ocorrência unive r- sal e atinge pessoas de todas as classes sociais. En t re t a n t o, sendo uma doença infecciosa de t ransmissão fecal-oral, seja mediante contato d i reto ou veiculada por água e alimentos con- t a m i n a d o s, pre valece nas crianças que vive m nos locais onde as condições sanitárias são d e s- f a vo r á veis 3 , 8 , 1 8. As estimativas da situação de p o b reza da população infantil da Região No r- deste revelam-se bastante graves e vêm se a c e n- tuando ao longo dos anos, compara t i va m e n t e a outras regiões 2 1. Isso contribui para que um n ú m e ro elevado de crianças apresente quadro s diarréicos infecciosos, sendo um desafio à im- plementação de medidas que venham a re d u- zir esse pro b l e m a . Na nossa amostra, houve uma maior ocor- rência de doença diarréica entre as cri a n ç a s que viviam em domicílios de construção pre- c á ria em relação ao piso e ao teto, que não ti- nham canalização para a água, não possuíam s a n i t á rios com descarga e nem geladeira, em- b o ra algumas dessas associações não se mos- t ra ram estatisticamente significantes. A ausência de água encanada foi a va ri á ve l que mostrou a mais forte associação com a p re- sença de diarréia, sendo considerado o fator de risco mais import a n t e. A força da associação se m a n t e ve mesmo após o ajustamento do OR, d e n t ro do modelo de re g ressão logística. A disponibilidade de águaencanada, mais que a sua qualidade, apresenta intrínseca re l a- ção com o controle da doença diarréica, re d u- zindo não só os índices de diarréia mais gra ve, como as suas taxas de incidência. No Brasil, l a c- tentes com acesso à água encanada apre s e n t a- ram taxas de mortalidade por diarréia 80% mais baixas que aqueles sem essa disponibili- dade 6. A sua presença, prova ve l m e n t e, torn o u p o s s í vel a adequada higiene pessoal, domésti- ca e dos alimentos, sem o que não se pode int e r- romper o ciclo de transmissão orofecal dos pa- tógenos envolvidos na gênese da doença diar- réica infecciosa 1 2 , 2 2 , 2 3. Tabela 1 Distribuição de crianças com e sem diarréia segundo fatores de risco. Zona da Mata Meridional de Pernambuco, Brasil. Va r i á v e i s D i a r r é i a O R IC 95% Valor de P Sim Não ( 2 3 9 ) ( 1 5 8 ) Renda familiar (SM)* ≤ 1 1 4 4 9 3 1 , 1 4 0 , 6 2 - 2 , 0 9 0 , 9 2 0 1 , 1 - 2 6 5 4 3 1 , 1 1 0 , 5 7 - 2 , 1 7 > 2 3 0 2 2 1 , 0 0 Alfabetização matern a N ã o 6 6 4 0 1 , 1 3 0 , 7 2 - 1 , 7 8 0 , 7 0 0 S i m 1 7 3 1 1 8 1 , 0 0 Escolaridade materna (anos) 0 - 4 1 2 6 8 1 1 , 3 7 0 , 7 7 - 2 , 4 2 0 , 4 6 0 5 - 8 8 0 4 8 1 , 4 6 0 , 7 9 - 2 , 7 1 ≥ 9 3 3 2 9 1 , 0 0 Idade materna (anos) 1 3 - 1 9 8 4 5 7 0 , 9 5 0 , 6 1 - 1 , 4 6 0 , 9 6 0 ≥ 30 2 6 1 8 0 , 9 3 0 , 4 8 - 1 , 8 0 2 0 - 2 9 1 2 9 8 3 1 , 0 0 Crianças < 5 anos > 2 4 6 2 1 1 , 5 5 0 , 8 9 - 2 , 7 2 0 , 1 6 0 ≤ 2 1 9 3 1 3 7 1 , 0 0 G e l a d e i r a N ã o 1 5 4 8 7 1 , 4 8 0 , 9 8 - 2 , 2 3 0 , 0 8 0 S i m 8 5 7 1 1 , 0 0 P i s o B a r ro / o u t ro s 4 6 2 3 1 , 6 3 0 , 9 4 - 2 , 8 1 0 , 1 0 0 C i m e n t o 1 6 1 1 0 2 2 , 0 6 1 , 0 2 - 4 , 1 4 C e r â m i c a 3 2 3 3 1 , 0 0 Te t o A m i a n t o / o u t ro s 2 9 1 2 2 , 8 8 1 , 1 8 - 6 , 9 9 0 , 0 5 0 Te l h a 1 8 9 1 2 1 1 , 8 6 0 , 9 9 - 3 , 4 7 Laje concre t o 2 1 2 5 1 , 0 0 Abastecimento de água Sem canalização 3 7 8 3 , 6 1 1 , 6 2 - 8 , 0 2 0 , 0 0 6 Canalização extern a 3 8 2 2 1 , 3 5 0 , 7 6 - 2 , 3 9 0 , 0 0 1 * * Canalização intern a 1 6 4 1 2 8 1 , 0 0 S a n i t á r i o Sem descarg a 1 2 8 6 9 1 , 4 9 0 , 9 9 - 2 , 2 3 0 , 0 7 0 Com descarg a 1 1 1 8 9 1 , 0 0 Peso ao nascer (g) < 2.500 8 8 4 7 1 , 3 8 0 , 8 9 - 2 , 1 2 0 , 1 8 0 3 . 0 0 0 - 3 . 4 9 9 1 5 1 1 1 1 1 , 0 0 S e x o M a s c u l i n o 1 0 1 6 1 1 , 1 6 0 , 7 7 - 1 , 7 5 0 , 5 4 0 F e m i n i n o 1 3 8 9 7 1 , 0 0 Aleitamento materno ( m e s e s ) < 6 1 9 3 1 0 9 1 , 8 9 1 , 1 8 - 3 , 0 1 0 , 0 1 0 ≥ 6 4 6 4 9 1 , 0 0 OR: Odds Ratio b r u t o . (IC 95%): Intervalo de confiança de 95%. * 1 Salário Mínimo (SM) = US 70. ** Teste para tendência linear. FATORES DE RISCO PARA DOENÇA DIARRÉICA 5 9 3 Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):589-595, mar- a b r, 2004 Avaliação realizada no Sul do Brasil sobre fatores de risco para a doença diarréica, da m e s- ma forma que em nosso estudo, não ve ri f i c o u associação entre essa enfermidade e a ausên- cia de sanitário 6. Todavia, Esrey et al. 2 2 d e i x a- ram claro a importância da disponibilidade de s a n i t á rio adequado, aliado à água, na re d u ç ã o da morbimortalidade por diarréia. Su g e ri ra m , ainda, que esse impacto poderia ser potencia- lizado por pro g ramas de educação em higiene pessoal, alimentar e doméstica. Vi c t o ra et al. 6 p o n d e ra ram que, sendo ess a s va ri á veis de ordem sócio-econômica, é possí- vel que as crianças sem água encanada e sem saneamento básico em suas residências fos- sem também aquelas pertencentes a famílias sem o conhecimento necessário sobre as cau- sas e a pre venção da doença diarréica, o que j u s t i f i c a ria a maior ocorrência da doença. A presença de geladeira no domicílio pode ser visto como um indicador do nível sócio-e c o- n ô m i c o, seu papel na conservação dos alimen- tos é indiscutível e, port a n t o, a ausência de as- sociação com a ocorrência de diarréia demons- t rada neste estudo, deve ser analisada com c a u- tela, não podendo ser definitivamente afastada. Essas condições ambientais insalubres pos- s i velmente determ i n a ram maior contamina- ção intra d o m i c i l i a r, com o aumento do risco de t ransmissão de micro o rganismos entero p a t o- g ê n i c o s. Sabe-se que as condições ambientais de- sempenham papel importante na determ i n a- ção das condições de vida, principalmente pe- la proteção à saúde, que resulta dos serviços de esgotamento sanitári o, aporte adequado de água e coleta de lixo 2 4. Apesar da grande ex- pansão dos serviços de saneamento ocorri d a no país como um todo, durante a última déca- da, esses benefícios não foram homogêneos, persistindo grandes desníveis não só entre re- g i õ e s, como entre os grupos sociais 2 1 , 2 5. Apesar dos nossos resultados não terem de- m o n s t rado relação entre a escolaridade mater- na e a ocorrência da doença diarréica, essa va- ri á vel não pode deixar de ser considerada. Ao g rau de escolaridade pode ser atribuído o co- nhecimento para conduzir adequadamente à doença diarréica. Existem estudos que dem o n s- t ra ram que quando a escolaridade é menor, maior é o risco de adoecimento entre as cri a n- ças 9 , 1 1, reforçando a existência de associação e n t re a escolaridade materna e a sobre v i v ê n c i a i n f a n t i l . A renda familiar não mostrou associação com a ocorrência da doença diarréica. Ta l vez isso reflita o fato de termos estudado um extra- to homogêneo da população, pois a Zona da Mata Me ridional de Pe rnambuco é considera- da uma das regiões mais pobres do estado. O n í vel de renda familiar tem sido utilizado co- mo indicador de bem-estar social, pois além de p e rmitir o acesso aos bens de consumo, pro- p o rciona fatores que medem a qualidade de vi- da, como moradia, saneamento e educação 1 , 3. Ao uso do leite materno se atribui um im- pacto significativo na redução dos porc e n t u a i s de morbidade e da mortalidade por diarréia 1 3 , 2 6 , 2 7. Essa relação pode ser explicada pelas p ro p riedades antimicrobianas e imunológicas, i n e rentes à sua composição. De ve ser conside- rada também a sua capacidade de garantir o adequado estado nutricional do lactente, as- sim como a isenção de contaminação que o seu uso exc l u s i vo ofere c e. Na amostra estudada observou-se que o tempo de aleitamento materno exc l u s i vo mos- t rou-se aquém das metas recomendadas pela OMS e Fundo das Nações Unidas para a In f â n- cia 7, que preconizam o uso do leite matern o nos seis pri m e i ros meses de vida 2 1. A suspen- são do aleitamento materno antes do sexto mês de vida foi mais freqüente no grupo de ca- s o s, o que certamente contribuiu para a maior ocorrência de episódios diarréicos nas cri a n- ç a s. Os lactentes residentes em regiões pobre s têm um maior risco de contrair infecção intes- tinal quando é iniciado o desmame. Isso é ex- plicado pela introdução de água e alimentos c o n t a m i n a d o s, manipulados em condições in- Tabela 2 Índices Peso/Idade e Altura/Idade (escore z) das crianças com e sem diarréia. Zona da Mata Meridional de Pernambuco, Brasil. Índices (meses) D i a r r é i a S i m N ã o N E s c o re z D P N E s c o re z D P P e s o / I d a d e Ao nascer 2 3 9 - 0 , 7 8 1 , 0 8 1 5 8 - 0 , 6 6 1 , 0 4 1 * 2 3 7 - 0 , 4 6 1 , 0 5 1 5 0 - 0 , 3 3 0 , 9 3 2 * 2 3 3 - 0 , 1 6 1 , 0 8 1 4 4 0 , 0 4 0 , 9 2 4 2 2 3 - 0 , 1 4 1 , 2 6 1 3 3 0 , 0 1 1 , 0 7 6 2 1 7 - 0 , 4 4 1 , 3 6 1 3 1 - 0 , 2 4 1 , 2 1 C o m p r i m e n t o / I d a d e Ao nascer 2 3 9 - 0 , 9 5 0 , 9 3 1 5 8 - 0 , 8 5 0 , 9 5 1 * 2 3 7 - 0 , 8 4 1 , 0 3 1 5 0 - 0 , 6 9 0 , 9 1 2 * 2 3 3 - 0 , 7 6 1 , 0 1 1 4 4 - 0 , 5 9 0 , 8 8 4 2 2 3 - 0 , 6 8 1 , 3 4 1 3 3 - 0 , 4 5 0 , 9 1 6 * * 2 1 7 - 0 , 9 1 1 , 1 5 1 3 1 - 0 , 6 0 1 , 0 0 Níveis de significância: * P < 0,100; ** P = 0,001. Silva GAP et al.5 9 4 Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):589-595, mar- a b r, 2004 s a t i s f a t ó rias de higiene. Por outro lado, a ima- t u ridade imunológica do trato gastri n t e s t i n a l c o n t ribui para a instalação do quadrodiarréico e também para que eles cursem com uma m a i o r g ravidade 2 8. Os resultados mostram que as crianças que a p re s e n t a ram episódios diarréicos estavam em canais inferi o res de crescimento pôndero - e s- t a t u ral ao final do acompanhamento, em re l a- ção àquelas que não apresentaram doença d i a r- réica no período de observa ç ã o. A evolução do peso e comprimento de todas as cri a n ç a s, po- rém, sugerem que não houve desvios nutri c i o- nais import a n t e s. É prov á vel que as condições sócio-econô- micas insatisfatórias e o desmame precoce ex- pliquem as condições nutricionais das cri a n- ças estudadas. No presente estudo foi observa- do que condições ambientais desfavo r á ve i s, desmame precoce e déficit nutricional estive- ram associados à ocorrência de episódios de d i a r r é i a . Podemos concluir que a qualidade/quanti- dade da oferta de água no domicílio desempe- nha um papel fundamental na redução da o c o r- rência dos episódios diarréicos, prova ve l m e n t e por contribuir para melhor higiene pessoal, ali- mentar e doméstica. A manutenção do aleita- mento materno pelo período de seis meses em c rianças expostas a uma condição ambiental d e s f a vo r á vel protege contra a infecção do tra t o g a s t ri n t e s t i n a l . Tabela 3 R e g ressão logística hierarquizada de fatores de risco para diarréia. Zona da Mata Meridional de Pernambuco, Brasil. Va r i á v e i s O R IC 95% P Escolaridade materna (anos) 0 , 6 6 0 0 - 4 1 , 0 4 ( 0 , 5 5 - 1 , 9 7 ) 5 - 8 1 , 2 6 ( 0 , 6 7 - 2 , 3 9 ) ≥ 9 1 , 0 0 * Crianças < 5 anos 0 , 1 6 0 > 2 1 , 5 0 ( 0 , 8 5 - 2 , 6 5 ) ≤ 2 1 , 0 0 * G e l a d e i r a N ã o 1 , 4 5 ( 0 , 9 2 - 2 , 2 9 ) 0 , 1 1 0 S i m 1 , 0 0 * P i s o 0 , 7 6 0 B a r ro / o u t ro s 1 , 0 8 ( 0 , 4 4 - 2 , 6 5 ) C i m e n t o 1 , 2 5 ( 0 , 6 3 - 2 , 4 6 ) C e r â m i c a 1 , 0 0 * * Te t o 0 , 3 0 0 A m i a n t o / o u t ro s 2 , 1 2 ( 0 , 7 8 - 5 , 7 4 ) Te l h a 1 , 2 7 ( 0 , 5 9 - 2 , 7 2 ) Laje de concre t o 1 , 0 0 * * Abastecimento de água 0 , 0 2 0 Sem canalização 3 , 6 0 ( 1 , 4 9 - 8 , 7 4 ) Canalização extern a 1 , 2 4 ( 0 , 6 7 - 2 , 3 1 ) Canalização intern a 1 , 0 0 * * S a n i t á r i o 0 , 7 6 0 Sem descarg a 1 , 0 8 ( 0 , 6 4 - 1 , 8 1 ) Com descarg a 1 , 0 0 * * Peso ao Nascer (g) 0 , 6 4 0 < 2.500 1 , 1 2 ( 0 , 7 0 - 1 , 7 7 ) 3 . 0 0 0 - 3 . 4 9 9 1 , 0 0 * * * Aleitamento Materno (meses) 0 , 0 0 4 < 6 2 , 0 6 ( 1 , 2 6 - 3 , 3 8 ) ≥ 6 1 , 0 0 * * * OR: Odds Ratio a j u s t a d o . IC 95%: Intervalo de confiança de 95%. * Modelo 1: Escolaridade materna, crianças menores de cinco anos e posse de geladeira. ** Modelo 2: Modelo 1, piso, teto, abastecimento de água e sanitário. *** Modelo 3: Modelo 2, peso ao nascer e aleitamento matern o . R e s u m o O objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco associados à presença de episódios diarréicos em lac- tentes menores de seis meses, residentes na Zona da Mata Meridional do Estado de Pe r n a m b u c o, Bra s i l . O desenho do estudo foi do tipo caso-contro l e ,a n i n h a d o numa coort e . Foi estudado um total de 397 crianças, sendo 239 casos e 158 controles (1,5:1). Foi calculado o odds ra t i o ( O R ) ,i n t e rvalo de confiança (IC) de 95%, e realizada análise de re g ressão logística para identificar f a t o res pre d i t o res da va r i á vel a ser ex p l i c a d a . Na análi- se multiva r i a d a , a ausência de água canalizada (OR = 3 , 6 0 ; IC95% 1,49-8,74) e aleitamento materno por me- nos de 6 meses (OR = 2,06; IC95% 1,26-3,38) foram os f a t o res significantemente associados com a ocorrência de diarréia, após o ajuste pelas demais va r i á ve i s . Di a r r é i a ; Fa t o res de Risco; Estudo de Caso e Contro l e s ; Saúde do La c t e n t e C o l a b o r a d o re s G. A. P. Si l va participou da revisão da litera t u ra e aná- lise dos re s u l t a d o s. M. C. Lima contribuiu na análise estatística. P. I. C. Lira colaborou na montagem do banco de dados e análise estatística. Todos os autore s c o n t ri b u í ram na elaboração do projeto de pesquisa e na supervisão do trabalho de campo, na discussão dos resultados e na redação do art i g o. FATORES DE RISCO PARA DOENÇA DIARRÉICA 5 9 5 Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):589-595, mar- a b r, 2004 R e f e r ê n c i a s 1 . Gracey M. Di a r rhoea disease in perspective. 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Recebido em 17/Se t / 2 0 0 2 Versão final re a p resentada em 03/Se t / 2 0 0 3 Ap rovado em 23/Ou t / 2 0 0 3
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