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12 Esporte
Ensino Médio
12 Introdução
Ensino Médio
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Esporte
Artista: Luiz Ventura
Título painel: Crianças do Brasil – O Futebol
Técnica: pintura com tinta acrílica sobre lona preparada, montada em 
chassis
Dimensões:1.20x2.40m
Falar sobre o esporte, enquanto manifestação da Cultura Corporal, sig-
nifica discutir o que este Conteúdo Estruturante foi, desde sua origem 
histórica até a atualidade. Esta abordagem permitirá reflexões sobre as 
possibilidades de recriar o conceito de esporte, por meio de uma in-
tervenção consciente.
No início do século XIX, o desenvolvimento da sociedade capitalista 
tornava cada vez mais profunda a divisão do trabalho – funções bra-
çais, ligadas ao esforço físico e atividades intelectuais, ligadas ao inte-
lecto. Essa divisão separava as pessoas em classes sociais, ou seja, clas-
se dirigente/elite e trabalhadores. 
Configurou-se um quadro em que a separação entre elite (econômica, 
política e intelectual) e trabalhadores se refletia nos costumes e formas 
de viver de ambas as classes. As classes sociais realizavam atividades 
que as distinguiam entre si, e uma dessas atividades era o esporte. 
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13O futebol para além das quatro linhas
Educação Física
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Os objetivos e significados da prática esportiva eram diferentes para 
cada classe social. Para a elite, o esporte distraía seus filhos, que ocu-
pavam o tempo somente com o estudo. Para a classe trabalhadora, os 
chamados jogos populares estavam ligados às suas raízes culturais. A 
elite considerava vulgar o esporte realizado pelos trabalhadores, por 
essa razão, impôs outra forma de prática esportiva mais adequada aos 
costumes criados e valorizados pela elite. 
Você pode se imaginar vivendo naquela época? Tudo ainda era novo, 
as grandes indústrias estavam crescendo virtuosamente, e com tal cres-
cimento havia também uma maior evidência das desigualdades que se 
instauravam. Essas desigualdades se evidenciavam e eram, potencial-
mente, fontes de revoltas, resistências e manifestações político-econô-
micas, ou seja, fontes de desestabilização da ordem vigente. 
A padronização das práticas esportivas e o estabelecimento de suas re-
gras de maneira rígida, sem possibilidades de qualquer contestação e/
ou reflexão, contribuíam para a desmobilização de resistências, para o 
desenvolvimento da idéia de que questionar e quebrar regras são ati-
tudes que impedem a organização e estabilidade social. Utilizou-se o 
esporte como estratégia educativa para o ocultamento e/ou mascara-
mento das lutas sociais. 
A difusão mundial da prática desportiva, porém, não foi imediata. A di-
mensão social alcançada pelo esporte, atualmente, contou com impor-
tantes fatores, tais como: o surgimento de novas escolas para a classe 
média e redução da jornada de trabalho; formação de clubes esporti-
vos; esporte como fator de contenção da classe trabalhadora; os jogos 
olímpicos como expressão máxima do fenômeno esportivo (ASSIS, 2001). 
Diante desta breve abordagem histórica, pode-se questionar: será que 
o esporte atual ainda está vinculado aos interesses da classe que o 
constituiu? Como identificar os vínculos políticos e sociais da prática 
esportiva na sua escola ou na sua comunidade? Essas perguntas não 
possuem respostas imediatas e serão debatidas ao longo deste livro. 
Certamente você já deve ter assistido, na televisão, a uma partida de 
qualquer modalidade esportiva. O que está contido nessa forma de la-
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zer, além da sua diversão? Se analisarmos o contexto social em que vi-
vemos e seus meios de comunicação, não será difícil observarmos que 
o esporte se transformou em mercadoria, sendo divulgado por meio da 
espetacularização. Mas, que objetivo tem a espetacularização esporti-
va? Sobre essa questão, veja o Folhas: “A relação entre a televisão e o 
voleibol no estabelecimento de suas regras.” Outra questão importan-
te: o esporte foi utilizado de forma ideológica no Brasil? Sobre a possí-
vel utilização do esporte como instrumento ideológico, veja o Folhas: 
“O futebol para além das quatro linhas”.
A inserção da prática esportiva nas escolas e a sua legitimação, en-
quanto manifestação cultural e educacional, estão ligadas ao desenvol-
vimento político e econômico da sociedade. No entanto, a abordagem 
pedagógica do esporte não reelaborou os preceitos e objetivos que de-
ram origem ao fenômeno esportivo, o que trouxe sérias implicações 
para o contexto escolar. 
Quantos jogadores de alto rendimento existem no nosso país? Essa per-
gunta pode levar você a outro questionamento relacionado ao acesso 
à prática desportiva na sua escola. Será que os alunos que não domi-
nam perfeitamente a técnica para praticarem uma modalidade espor-
tiva têm a oportunidade de participar ativamente das aulas de Educa-
ção Física? Não seria a prática esportiva escolar, tal qual se apresenta 
atualmente, uma forma de exclusão, igual a que se vincula ao espor-
te de alto rendimento?
A partir destas questões, você deve se perguntar sobre possibilidades 
de modificar as formas de atuação e vinculação do esporte no interior 
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da escola. Seria possível pensar formas de recriar determinadas mo-
dalidades, sob aspectos ligados à competição, cooperação, prazer em 
jogar, sem considerar a técnica como fator decisivo? Algumas das res-
postas para essa última questão você poderá encontrar no Folhas inti-
tulado “Eu faço uso do esporte, ou sou usado pelo esporte?”.
Você já pensou como seria jogar com todos os colegas, sem excluir 
aqueles que não tiveram a mesma oportunidade de praticar uma mo-
dalidade? É realmente necessário jogar contra o seu colega? Não seria 
interessante que você jogasse com ele, respeitando as limitações e pos-
sibilidades de cada um? 
Todas essas alternativas compõem uma nova forma de pensar o espor-
te, que não descarta a idéia de competição, mas tem como fundamento 
o prazer, sem vinculação à lógica do individualismo egoísta e exacer-
bado, sem que você seja usado pelo esporte como forma de adequa-
ção às normas e regras sociais estabelecidas.
É com esse objetivo que o convidamos a mergulhar no mundo espor-
tivo, jogando, tanto na teoria como na prática, o esporte da escola, 
aquele realizado para você, para suas necessidades, para que você se 
divirta juntamente com sua turma, recriando outras formas de praticar 
e discutir o esporte, sem a estereotipação de movimentos, tampouco 
ideologias tidas como verdadeiras.

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