CONTESTACAO TRABALHISTA-2 (1)

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UNIVERSIDADE CEUMA – UNICEUMA 
 
AO JUÍZO DA 15ª VARA DO TRABALHO DE RECIFE – PE 
 
Processo n°: 1234 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCIEDADE EMPRESARIAL CONTABILIDADE JUREMA’S LTDA, 
pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob CNPJ sob o n° XXXXX, com endereço na rua..., 
n°....., Bairro ...., Cidade...., Estado ...., CEP ...., neste ato representado por seu advogado, 
devidamente habilitado com escritório profissional na Rua....., n°....., Bairro...., Cidade....., 
CEP....., vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 847 da 
Consolidação das Leis Trabalhistas, OFERECER 
 
CONTESTAÇÃO 
 
nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por RICARDO, já qualificado 
nos autos da presente ação, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 
 
I-SÍNTESE DA EXORDIAL 
 
“O Reclamante alega que trabalhou para a Sociedade Empresarial Contabilidade 
Jurema’s LTDA de 13/01/2010 a 23/11/2021, exercendo a função de gerente de setor de 
auditoria contábil, comandando um grupo de 32 (trinta e dois) contadores, fiscalizando e 
designando as atividades de cada um. Percebia um salário mensal de R$ 7.500,00 (sete mil e 
 
 
 
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quinhentos reais), acrescido de gratificação de função de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), 
trabalhando de 2ª a 6ª feira, das 7:00 às 19:00 horas, com intervalo de uma hora para refeição. 
Ademais, o Reclamante pediu demissão em 23/11/2021, ajuizando Reclamatória 
Trabalhista em 17/02/2023, no qual postulou pagamento de horas extras, requereu o pagamento 
da indenização de 40% sobre o FGTS, alegando que não foi depositado na sua conta vinculada, 
tendo extrato analítico do FGTS, que juntou com a inicial, postulando ainda expedição das guias 
de seguro desemprego, pois esta desempregado. Além desse fator, o Reclamante, afirmou ainda 
que a empresa Reclamada não efetuou o recolhimento do INSS nos anos 2018 à 2020, alegou 
também que passou a receber prêmios em pecúnia com valores variados a partir de 2018. 
Além disso, o reclamante busca a equiparação salarial sob a alegação de que 
trabalha nas mesmas funções que Silvana Teles, outra gerente do setor de auditoria, admitida 
em 15/01/2013, já admitida na função de gerente, com salário superior no porcentual de 10% 
sobre o salário do Reclamante, requerendo também a condenação de 20% em honorários 
advocatícios. 
Ao final, requer a condenação da Reclamada às seguintes verbas: 
 
a) Horas extras; multa de 40% do FGTS; expedição das guias de seguro 
desemprego; condenação da Reclamada para regularização de recolhimento 
do INSS dos anos 2018 a 2020; integração do valor dos prêmios em pecúnia 
à sua remuneração, com reflexos nas demais verbas salariais e rescisórias, 
inclusive FGTS, e o pagamento das diferenças decorrentes; equiparação 
salarial. 
b) Pagamento de honorários advocatícios de 20% sobre o valor da condenação, 
na forma do artigo 85, §2° do CPC. 
 
Entretanto, razão não lhe assiste devendo ser julgados IMPROCEDENTES 
todos os pedidos, senão vejamos a seguir.” 
 
II- PRELIMINARMENTE 
 
A) DA FALTA DE COMPETÊNCIA MATERIAL 
 
 
 
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Conforme se verifica no caso em tela, o Reclamante pleiteia a condenação da 
empresa Reclamada no recolhimento previdenciário dos anos de 2018 à 2020, requerendo a 
condenação da empresa para regularizar a situação. 
No entanto, é de competência da Justiça do Trabalho a determinação do 
recolhimento das contribuições previdenciárias, assim pontua o artigo 114, VIII da Constituição 
Federal: 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, 
I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
 
O Tribunal Superior do Trabalho também se posicionou acerca do tema com a 
edição da súmula 368, I: 
 
SÚMULA N° 368 - DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO 
DE RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO 
RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR. 
 
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento 
das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto 
à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo 
homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da 
SBDI-1 - inserida em 27.11.1998). 
 
Além disso, temos a súmula vinculante n° 53 do Supremo Tribunal Federal: 
 
SÚMULA VINCULANTE N° 53 DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL 
 
 
 
 
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Enunciado 
A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, 
da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições 
previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das 
sentenças que proferir e acordos por ela homologados. 
 
Destaca ainda o artigo 876, parágrafo único da Consolidação das Leis do 
Trabalho: 
 
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido 
recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os 
termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do 
Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de 
Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste 
Capítulo. 
Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as 
contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II 
do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, 
relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e 
dos acordos que homologar. 
 
Pelo exposto, resta configurado a incompetência material feita pelo Reclamante, 
na busca pela condenação do Reclamado, ficando demonstrado que é competência da Justiça 
do Trabalho o recolhimento de INSS, requerendo assim, o deferimento conforme a norma. 
 
B) DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
 
O Reclamante argumentou na exordial que a Sra. Silvana Teles, percebe um 
salário superior de 10% ao seu, realizando a mesma função na mesma empresa. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1029685/artigo-114-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10681693/inciso-viii-do-artigo-114-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/128510890/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art195i
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art195i
 
 
 
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No entanto, não apresentou provas que corroborem o pleito, apenas argumentou 
com a finalidade de buscar o direito a equiparação ficando carente de conexão com os fatos 
alegados, como estabelece o artigo 330, §1°, I do Código de Processo Civil: 
 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
 
Nesse sentido, resta claro que o pedido por equiparação salarial é descabido no 
caso em tela, devendo ser declarado inepto, e o pedido ser indeferido. 
 
III- DA PREJUDICIAL DE MÉRITO 
 
A) DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL 
 
A Reclamada requer a incidência da prescrição parcial, conforme dispõe os 
artigos 11 da Consolidação das Leis Trabalhistas e artigo 7°, XXIX da Constituição Federal: 
 
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de 
trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, 
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social: 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, 
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e 
rurais, até o limitede dois anos após a extinção do contrato de trabalho; 
 
 
 
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Logo, busca-se que toda e qualquer pretensão fique limitada aos últimos 5 
(cinco) anos, a contar da data da propositura da Reclamação, ou seja, na forma da lei, estarem 
prescritos os direitos trabalhistas anteriores a data de 17/02/2019, seguindo a prescrição 
quinquenal. 
 
IV- DO MÉRITO 
 
A) DAS HORAS EXTRAS 
No que tange as horas extras, pleiteadas pelo Reclamante, não são devidas, visto 
que ocupava o cargo de gerente no setor de auditoria contábil, e segundo o artigo 62, II da 
Consolidação das Leis do Trabalho não é obrigatório realizar o pagamento das horas extras se 
o trabalhador desempenha funções sem controle de jornada como no caso de gerente, assim 
prescreve a CLT: 
 
 Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos 
quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e 
chefes de departamento ou filial. 
 
Assim, fica demonstrado na forma da lei, que o Reclamante não faz jus a tal 
pedido, já que não atende ao estabelecido pela CLT. 
 
B) DA MULTA DO FGTS 
 
O FGTS é um direito no qual tem o objetivo de proteger os trabalhadores 
demitidos, sendo este um depósito mensal de 8% (oito por cento) do salário do empregado, 
que o empregador fica obrigado a depositar na conta do empregado. 
 
 
 
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Conforme o artigo 18 da Lei n° 8.036/90, o empregador só será obrigado a 
pagar a multa dos 40% do FGTS, ocorrendo a rescisão por parte do empregado: 
 
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do 
empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do 
trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês 
da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido 
recolhido, sem prejuízo das cominações legais. 
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, 
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, 
importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos 
realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, 
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 
 
Diante do caso em apreço, o Reclamante busca a indenização dos 40% do saldo 
do FGTS, no entanto, não merece prosperar, pois o Reclamante pediu demissão em 23/11/2021, 
impedindo que tenha respaldo na lei a garantir a pretensão. Assim, requer a improcedência de 
tal pleito. 
 
C) DO SEGURO DESEMPREGO 
 
O seguro-desemprego é reservado ao trabalhador, contratado com carteira 
assinada, que tiver o seu contrato de trabalho rescindido sem justa causa, visando trazer um 
amparo ao trabalhador que foi surpreendido pelo término do vínculo empregatício 
O Reclamante pediu demissão em 23/11/2021, razão pela qual não faz jus ao 
pedido de seguro-desemprego, ou seja, o seguro-desemprego só será devido ao trabalhador nas 
situações de despedida sem justa causa, o que não se aplica nesse caso. 
 
D) DA INTEGRAÇÃO DE PRÊMIO AO SALÁRIO 
 
 
 
 
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Em relação à inclusão de valores concedidos como prêmio ao salário, tal pedido 
é inadequado e afronta a legislação vigente, nos termos do artigo 457, §2° 
 
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos 
os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo 
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 
 
§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de 
custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias 
para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do 
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem 
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. 
 
De modo que, a juntada de contra cheque a partir de 2018, indicando o 
recebimento do prêmio em pecúnia, em valores diversos, deve ser considerada improcedente, 
assim como o reflexo nas demais verbas salariais. 
 
E) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
O Reclamante busca a condenação da Reclamada em honorários advocatícios no 
porcentual de 20% sobre o valor da condenação, com base no artigo 85,§2° do Código de 
Processo Civil. 
No entanto, tal pleito não merece ser apreciado pois, vai em contrario com a 
Consolidação das Leis do Trabalho que dispõe: 
 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão 
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco 
por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que 
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não 
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
 
 
 
 
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Por tais razões, na forma do que dispõe o artigo acima, requer a condenação do 
Reclamante em honorários advocatícios sucumbenciais no porcentual de 15% (quinze 
porcento) e em caso de condenação da reclamada, pede-se que seja aplicado o mínimo legal. 
 
V- DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
 
a) Diante de todo o exposto, é a presente para requerer que sejam acolhidas as preliminares 
arguidas, a fim de julgar extintos os pedidos sem resolução do mérito; 
b) No mérito, requer que seja acolhida a prejudicial de mérito de prescrição quinquenal e 
julgados IMPROCEDENTES todos os pedidos constantes do mérito da presente 
reclamação, conforme motivos acima mencionados; 
c) Que o Reclamante seja condenado ao pagamento das custas processuais assim como ao 
pagamento dos honorários sucumbenciais, na forma do artigo 791-A da CLT. 
d) Requer o direito de produzir as provas em direito admissíveis, sem exceção, 
especialmente pelo depoimento pessoal do reclamante, sob pena de confissão, oitiva de 
testemunhas, juntadas de documentos, perícia e todas as demais que se fizer necessário. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
RECIFE – PE, XX DE ABRIL DE 2023 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
	Enunciado