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FR EN TE 2 AULA 22 Romantismo: o romance malandro de Manuel Antônio de Almeida e a comédia de costumes de Martins Pena 47 Exercícios de sala 1 Leia o fragmento a seguir. XXV – Conclusão feliz A comadre passou com a viúva e sua tia quase todo o tempo do nojo, e acompanhou-as à missa do sétimo dia. O Leonardo compareceu também nessa ocasião, e levou a família à casa depois de acabado o sacrifício. Aquele aperto de mão que no dia do enterro de seu marido Luisinha dera ao Leonardo não caíra no chão a D. Maria, assim como também lhe não escaparam muitos outros fatos consecutivos a esse. O caso é que não lhe parecia extravagante certa ideia que lhe andava na mente. Muitas vezes, ao cair de ave-maria, quando a boa da velha se sentava a rezar na sua banquinha em um canto da sala, entre um padre nosso e uma ave-maria do seu bendito rosário, vinha-lhe à ideia casar de novo a fresca viuvinha, que corria o risco de ficar de um momento para outro desamparada num mundo em que maridos, como José Manuel, não são difíceis de aparecer, especialmente a uma viuvinha apatacada. Ao mesmo tempo que lhe vinha esta ideia lembrava- -se do Leonardo, que amara a sua sobrinha no tempo da criançada, e que era, apesar de extravagante, um bom moço, não de todo desarranjado, graças à benevolência do padrinho barbeiro. Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um sargento de milícias, v. 2. Assinale a alternativa correta. a A “ideia extravagante” a que se refere o fragmento é casar Luisinha com um homem de posses, bem mais velho do que ela, preferencialmente Leonar- do Pataca. b “A boa velha” a que se refere o texto é a comadre que gostaria de ver casado com a sobrinha de dona Maria seu afilhado, o Leonardo Pataca, meirinho e pai de Leonardinho. c “A boa velha” a que se refere o texto é dona Maria, tia de Luisinha, que a queria casada com um homem sério, e Leonardo, após a morte de José Manuel, não parecia ser uma boa escolha para a jovem viúva. d A “ideia extravagante” a que se refere o fragmento é casar Luisinha com Leonardo, agora soldado das milícias, o que o narrador enfatiza posteriormente no texto ser “coisa de meter medo”. e A “ideia extravagante” da tia de Luisinha era casá- -la com o compadre, o barbeiro, já que ele tinha uma pequena fortuna, embora advinda de compor- tamento escuso (o que, no romance, aparece sob o título “O arranjei-me do compadre”). 2 UPE 2017 Texto 1 Amor Amemos! Quero de amor Viver no teu coração! Sofrer e amar essa dor Que desmaia de paixão! Na tu’alma, em teus encantos E na tua palidez E nos teus ardentes prantos Suspirar de languidez! Quero em teus lábios beber Os teus amores do céu, Quero em teu seio morrer No enlevo do seio teu! Quero viver d’esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir! Vem, anjo, minha donzela, Minh’alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! E entre os suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor! (Álvares de Azevedo) Texto 2 Era no tempo do rei. Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, cha- mava-se nesse tempo — O canto dos meirinhos —; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meiri- nhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembar- gadores. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e todos esses trejeitos judiciais que se chamava o processo. Daí sua influência moral. (Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida) MED_2021_L2_POR_F2_LA.INDD / 21-12-2020 (10:44) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL Língua Portuguesa AULA 22 Romantismo: o romance malandro de Manuel Antônio de Almeida e a comédia de costumes de Martins Pena48 Sobre os textos 1 e 2, analise as proposições a seguir e assinale com V as Verdadeiras e com F as Falsas. J O Texto 1 tematiza o amor como sentimento da ação interior do sujeito, deixando transparecer seu estado afetivo; revela a intimidade de um amor ir- resoluto e ambivalente. J O poeta Álvares de Azevedo transita entre um amor humano e um amor divino, numa tentativa de equacionar seus desejos pela mulher amada e pela imagem de mulher divinizada. J A obra Memórias de um Sargento de Milícias ca- racteriza-se como uma novela, ao apresentar uma sequência de células dramáticas, ou episódios se- melhantes a capítulos, posicionados numa ordem linear temporal. J O Texto 2, fragmento de Memórias de um Sargento de Milícias, caracteriza-se como um romance, e é baseado nos valores sociais, contemporâneos ao autor da obra. A sequência Correta, de cima para baixo, é: a F-V-V-F b V-V-V-F C V-F-V-V d V-V-F-V e V-V-F-F Língua Portuguesa • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 6 I. Leia as páginas 157 e 158. II. Faça os exercícios de 6 a 8 da seção “Revisando”. III. Faça o exercício proposto 40. IV. Faça os exercícios complementares 31 e 32. Guia de estudos 3 UCS 2014 Sobre o Romantismo brasileiro, é correto afirmar que a o principal poeta foi Gonçalves de Magalhães, que inaugurou a Escola Romântica no Brasil, a partir da publicação de A confederação dos tamoios. b a dramaturgia romântica brasileira teve pelo menos um grande nome: Martins Pena, que se especiali- zou em comédias e escreveu O noviço. C a prosa de José de Alencar pode ser classificada em urbana, rural, histórica, regionalista, naturalista e indianista. d os romances indianistas de José de Alencar são re- presentativos da cultura brasileira, uma vez que os casais protagonistas são sempre constituídos por uma mulher branca e um homem indígena, como Ceci e Peri. e o escritor Castro Alves é chamado de “poeta dos escravos”, porque os poemas de Espumas Flu tuantes, quando publicados em livro, tornaram-se imediatamente um libelo em defesa do fim do trá- fico negreiro. MED_2021_L2_POR_F2_LA.INDD / 15-12-2020 (19:25) / EXT.DIAGRAMACAO.03 / PROVA FINAL MED_2021_L2_POR_F2_LA.INDD / 15-12-2020 (19:25) / EXT.DIAGRAMACAO.03 / PROVA FINAL