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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS DO SERTÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DA TERRA DO SERTÃO HABILIDADES E ATITUDES EM ZOOTECNIA II PROJETO TÉCNICO SOBRE PRODUÇÃO DE PESCADOS TEMA: TAMBAQUI PESQUE-PAGUE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA /SE NOVEMBRO DE 2023 2 JOSÉ WILLIAM SANTOS GONÇALVES THAÍS FONTES CARVALHO PROJETO TÉCNICO SOBRE PRODUÇÃO DE PESCADOS TEMA: TAMBAQUI PESQUE-PAGUE Finalizado NOSSA SENHORA DA GLÓRIA/SE NOVEMBRO DE 2023 Projeto desenvolvido no módulo de Habilidades e Atitudes em zootecnia II sob orientação dos Professores: Patrícia de Azevedo Castelo Branco do Vale, Thiago Bernardes Fernandes Jorge, Valdir Ribeiro Junior e Cláudio José Parro de Oliveira. 3 SUMÁRIO I.-RESUMO ............................................................................................................................... 4 II-INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 III- LOCAL ONDE SERÁ IMPLEMENTADO O PROJETO ............................................ 5 IV- DETALHAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇÃO ..................................................... 5 V- PROCEDIMENTOS SANITÁRIOS ................................................................................. 6 VI- FERTILIZAÇÃO .............................................................................................................. 6 VII-AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUA .............................. 8 VIII-MANEJO ALIMENTAR .............................................................................................. 11 IX-MANEJO REPRODUTIVO ............................................................................................ 12 X-MANEJO SANITÁRIO ..................................................................................................... 13 XI-LEGISLAÇÃO E CÓDIGO AMBIENTAL ................................................................... 14 XII-PLANOS FUTUROS ...................................................................................................... 15 XIII-ORÇAMENTO .............................................................................................................. 15 XIV-PLANTA BAIXA DO PROJETO ................................................................................ 17 XV-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 18 4 I-RESUMO A pescaria é atividade bastante antiga seja esportiva ou recreativa, devido a poluição a qualidade da água acabou sendo prejudicada tornando-se inviável para a sobrevivência dos peixes,esta situação acabou motivando o surgimento de pesqueiros ( FERNANDES et.,al 2021) dentre esses pesqueiros surgiu o sistema de pesque e pague no qual o cliente paga pela quantidade de peixe que pescou. O projeto tem como objetivo a criação de um sistema de pesque e pague no sítio Silvinho localizado no povoado Escurial no município de Nossa Senhora de Lourdes no estado de Sergipe, o sistema será constituído inicialmente de dois viveiros para a criação de tambaqui tanto na fase juvenil quanto na fase adulta, além disso contará com um estacionamento e uma área de piquenique que contará com churrasqueira caso o cliente queira consumir peixe que pescou no local. Além disso, o cliente poderá comprar as iscas que serão usadas na pesca no próprio estabelecimento, no decorrer do projeto são abordados os cuidados os procedimentos sanitários que devem se realizados nos viveiros, como também, a importância de se fazer o monitoramento da água fazendo a medição da temperatura, pH, transparência, amônia e oxigênio dissolvido. Ademais, o projeto também aborda sobre o manejo alimentar dos peixes nos viveiros de acordo com sua fase e peso e a forma de como o alimento será distribuído e sobre a legislação que deve ser seguida para a utilização da água advinda do Rio São Francisco para o abastecimento dos viveiros. Palavras Chaves : pesca, pesque e pague, tambaqui, peixes e viveiros. II-INTRODUÇÃO A pescaria é uma atividade bastante antiga no mundo, seja ela esportiva ou recreativa, que movimenta cifras astronômicas no mercado. Contudo,devido a poluição a qualidade da água de rios e lagos acabou sendo prejudicada, tendo como consequência uma redução no número de peixes, como também o alto custo de deslocamento e a legislação pesqueira mais rígida acabou motivando o surgimento de pesqueiros. (FERNANDES et.,até 2021). Dentre esses pesqueiros surgiu o pesque- pague no qual o pescador irá pagar pelo que pescou além de poder passar o dia todo podendo pescar, além de ser um lugar agradável que se possa passar com a família proporcionando também um dia de lazer ( FERNANDES et.,al 2021), espécies como a tilápia e o tambaqui podem ser implementadas nesse sistema, sendo o tambaqui a espécie escolhida para a implementação desse sistema no sítio Silvian localizado no município de Nossa Senhora de Lourdes no sertão sergipano. O tambaqui ( Colossoma macropomum) é uma das espécies mais produzidas no Brasil, isso se deve ao fato de ser um 5 peixe rústico e que pode ser criado em sistemas semi-intensivos ( barragens, tanque e viveiros) como também em sistemas intensivos viveiros e tanques que contém aeração mecânica, tanques-rede ( CORRÊA et., al 2018). Ademais, o tambaqui é um peixe de água doce, que pode atingir os 30 kg e pode chegar a 90 cm de comprimento que contém escamas em seu corpo romboidal, suas nadadeira é adiposa e curta com raios na extremidade, seus dentes são molariformes e rastros branquiais longos e numerosos, sua boca é programada pequena porém forte com dentes molariformes, sua coloração é geralmente parda na metade superior e preta na metade inferior do corpo, podendo variar para mais clara ou escura dependendo da cor da água ( SANTOS et., al 2019). Além disso, o tambaqui é um peixe onívoro, que tem uma grande capacidade de digerir tanto proteína animal quanto vegetal ( CASTRO, 2012 apud LIMA et., al 1998). Portanto, com base nas informações acima o projeto tem como objetivo a implementação de um sistema de pesque e pague, situado às margens do Rio São Francisco, no sítio Silvinho localizado no povoado Escurial na cidade de Nossa Senhora de Lourdes-SE. III- LOCAL ONDE SERÁ IMPLEMENTADO O PROJETO Fonte: Google Maps. O local para implantação do projeto, será no sítio Silvinho, localizado no município de Nossa Senhora de Lourdes, Sertão Sergipano. O local possui 24 tarefas no total, sendo 6 tarefas destinadas para a execução do projeto. IV- DETALHAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇÃO O sistema criação contará com 3 tanques que serão escavados sendo um destinados aos peixes adultos que serão pescados o segundo destinados aos alevinos e o terceiro 6 para a quarentena , além disso ao redor dos tanques serão colocadas telas e a construção de uma cerca ao redor dos tanques para evitar a entrada de predadores naturais. Antes de se iniciar a escavação dos tanques é importante que a área seja limpa, pedras, vegetação e formigueiros, dificultam a operação das máquinas e podem causar problemas de infiltração ocasionando problemas na qualidade e no enchimento dos tanques, após a limpeza do local os tanques serão escavados sendo o tanque para a criação de alevinos com 500 m2 de comprimento enquanto para os peixes juvenis e adultos terá 5.000 m2 ( FARIA et., al 2013). Os tanques serão escavados no formatoretangular, com profundidade de 0,90 m na parte mais rasa, e de 1,50 e 2,50 m na parte profundas, ao redor do tanque serão construídas paredes (taludes) com 2,5 m de altura com uma inclinação de 2:1 tendo seu topo com 4,5 m de largura, o tanque também contará com uma borda livre de 30 a 40 cm, além disso o tanque terá um tubo de água( SENAR, 2018). Ademais,, os tanques contaram com filtros para fazer a limpeza e a renovação da água, como também, com aeradores que serão responsáveis pelo fornecimento de oxigênio na água, além de serem instaladas redes ante pássaros e a construção de uma cerca para evitar a entrada de predadores. V- PROCEDIMENTOS SANITÁRIOS O processo se baseia na identificação dos possíveis patógenos que ocorrem na espécie cultivada, procurando entender suas consequências e medidas preventivas. A implantação de um plano de biosseguridade é de suma importância, medidas como controle de acesso ao criatório, desinfecção dos equipamentos utilizados e controle de escape dos peixes, são fatores primordiais para uma boa criação. Minimizando custos com possíveis tratamentos ou perdas. Para desinfecção do tanque, é recomendado realizar a drenagem parcial da água contaminada Garantindo que sobre água suficiente para não comprometer o bem-estar dos 7 animais. Após a drenagem, é importante remover restos de ração não consumida, fezes e material orgânico que se encontre em decomposição. A limpeza de tubulações, equipamentos e superfícies do sistema, pode ser feita com o auxílio de utensílios como raspadores e escovas que facilitem o processo. A desinfecção química é apropriada desde que respeitem as características específicas dos peixes, alguns produtos costumam ser a base de iodo, cloro e peróxido de hidrogênio. Procurar sempre seguir a orientação dos fabricantes e especialistas na área. VI- FERTILIZAÇÃO O processo de fertilização da água é uma etapa de fundamental importância, pois irá promover um ecossistema mais nutritivo para os peixes. Devido a um número maior de zooplânctons e fitoplâncton presentes na água promovendo dessa forma uma alimentação de forma natural para os peixes e uma menor demanda de ração, esses microorganismos contribuem de forma positiva com a disponibilidade de oxigênio. A adução será feita em dois momentos, sendo realizada a adubação inicial feita com o tanque seco e a de manutenção será feita durante o período de produção ( LUVISON et.,al 2013). A fertilização da água pode ser feita através da adubação química e orgânica, o adubo químico antes de ser distribuído deve ser dissolvido na água, erros nesse tipo de adubação podem interferir na qualidade da água, já o adubo orgânico pode ser distribuído diretamente sobre todo o viveiro (SANTOS et.,al 2020). A adubação orgânica deve ser feita com bastante cuidado devendo ser considerada a quantidade e a qualidade, pois o processo de composição do adubo pode alterar a quantidade de oxigênio disponível para o peixes e demais organismos dos viveiros podendo até ocasionar a morte ( FARIAS et., al 2013). Os fertilizantes químicos mais utilizados na piscicultura mais comuns costumam conter nitrogênio (N), fósforo (P),na forma de pentóxido de fósforo e potássio (K) na forma de monóxido de potássio, uma forma viável de se obter o nitrogênio é a utilização da ureia, porém deve-se atentar a sua concentração, pois o seu excesso pode levar a um aumento da concentração de amônia no viveiro e consequentemente ocasionar a morte dos peixes ( OSTRENSKY et.,al 1998). 8 Tabela 1- Fertilizantes químicos usados e suas respectivas concentrações de nutrientes. Fertilizante Porcentagem 𝑁 𝑃2𝑂5 𝐾2𝑂 Uréia 45 0 0 Nitrato de cálcio 15 0 0 Nitrato de sódio 16 0 0 Nitrato de amônio 33-35 0 0 Sulfato de amônio 20-21 0 0 Superfosfato 0 18-20 0 Superfosfato triplo 0 44-54 0 Monoamônio de fosfato 11 48 0 Diamônio de fosfato 18 48 0 Metafosfato de cálcio 0 62-64 0 Nitrato de potássio 13 0 44 Sulfato de potássio 0 0 50 Fonte: Walter A. Boeger Para adubação química inicial recomenda-se aplicar em torno de 200 kg de sulfato de amônio /por hectare de área alagada, já para a adubação e manutenção recomenda-se a aplicação de 150 kg de superfosfato triplo sendo aplicados em quatro doses sendo a primeira feita sete dias após a adubação inicial, com 75 kg, enquanto que as outras doses serão feitas em três aplicações de 25 kg, com intervalos de 15 dias entre elas ( TEIXEIRA; 2013). Tabela 2- Principais adubos utilizados e respectivas recomendações para adubação inicial em viveiros escavados 9 Tipos de Adubação Adubo Adubação inicial (kg/ha) Orgânico (escolher um para aplicação Esterco de aves peneirado Esterco suíno curtido Esterco bovino curtido 2.500 4.000 3.000 a 6.000 Químico (aplicá-lo ao mesmo tempo) Superfosfato triplo Cloreto de potássio Ureia 30 15 30 Misto(*) (aplica-lo ao mesmo tempo) Ureia Farelo de Arroz ou trigo(**) 30 a 50 100 (*) A adubação mista é realizada com a aplicação de um adubo orgânico e um químico (**Antes de ser aplicado, o farelo de arroz ou de trigo deve ser umedecido até atingir a consistência de um mingau grosso. Fonte: Lima et al.(2015) VII-AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUA A qualidade da água é um fator crucial em uma piscicultura, qualquer alteração pode acabar comprometendo o desenvolvimento dos peixes, por esse motivo deve ser avaliada antes, durante e depois do desenvolvimento da atividade de piscicultura, sendo avaliado os seus principais parâmetros sendo eles: temperatura, pH, transparência e oxigênio dissolvido e amônia ( (FARIA et., al 2013). A temperatura tem um papel fundamental em um sistema aquícola sendo responsável por diversas atividades fisiológicas dos peixes ( respiração, digestão, excreção, alimentação e movimentos) ( ARANA;1997). Temperaturas extremas, podem ocasionar desde a diminuição da taxa de crescimento, como também a diminuição de oxigênio dissolvido na e em muitos casos levar à morte do peixe ( TEIXEIRA 2013). Para medir a temperatura da água deve-se utilizar um termômetro ou aparelho digital, às 6h da manhã e as 17h da manhã, a medição deve 10 ser feita próximo a superfície ( 20 cm de profundidade), após obter a temperatura deve-se consultar se a temperatura que foi obtida é a indicada para a espécie que se foi escolhida ( SENAR 2019). Tabela 3- Temperatura da água e seus impactos em peixes tropicais Temperatura da água e seus impactos em peixes tropicais Temperatura ° C O que acontece ? Acima de 35 Maior incidência de doenças e mortalidade 33 a 35 Redução no consumo de Alimento 25 a 32 Crescimento ótimo para a maioria dos peixes tropicais Abaixo de 18 Os peixes praticamente param de se alimentar Abaixo de 10 Diminuição da imunidade e possibilidade de aparecimento de doenças Fonte: Modificado de Ono, Campus e Kubitza, 2002 O potencial hidrogeniônico é determinado pela concentração de íons H+presentes na água, a quantidade desses íons presentes na água irá determinar se ela estará mais ácida, menos ácida ou alcalina, ou seja se há uma maior quantidade de íons H+ a à estará com o pH ácido, mas se houver uma menor quantidade desses íons o pH estará menos ácido ou alcalino ( SÁ, 2012). A análise do pH deve ser realizada em um dia de sol sendo realizada em todos os viveiros ( 20 cm de profundidade) de preferência às 17h da tarde, no dia seguinte deve-se realizar a medição novamente as 6h da manhã no mesmo local da primeira medição, após a obtenção dos dados verifica-se se estes estão entre 6,5 e 8 (SENAR ,2019). O pH pode ser medido através de dois métodos sendo eles o kit químico onde será adicionado um indicador que irá reagir com a água coletada que mudará de cor que serácomparada com a amostra fornecida pelo fabricante na qual mostrará se o pH se encontra ácido, neutro ou alcalino, já o outro método de medição é feito com o uso do medidor de pH o qual é constituído por uma sonda que será colocada no viveiro para realizar a medição cujo valor aparecerá na tela (SENAR ,2019), em altas concentrações o pH pode causar a mortandade dos peixes , por esse motivo é recomendável que a medição seja feita todos os dias ( FARIA et., al 2019). A transparência é um parâmetro que está relacionada com a capacidade de penetração da luz na água que é afetada pela quantidade de plâncton ou partículas sólidas suspensas na água, ou seja quanto maior for a quantidade de partículas sólidas ou plâncton menor será a 11 transparência, no entanto, quanto menor a transparência maior é a presença do plâncton e partículas sólidas (CARRIÇO et., al 2008). A medição da transparência é feita através da utilização do disco de Secchi, uma ferramenta de baixo custo que consiste em um disco pintado com as cores preto e branco com o diâmetro de 20 a 30 cm, sendo suspenso por um cordão de 10 em 10 cm contendo um peso no qual ajuda o disco a afundar com facilidade na água, a análise será realizada em um dia ensolarado entre as 12 e 14 horas o ideal para a criação de peixe é que o disco seja visto entre 30 e 60 cm de profundidade (FARIA et., al 2013). O oxigênio na água é o parâmetro mais importante para a aquicultura tanta a sua falta como o seu excesso pode prejudicar o desempenho dos peixes, além disso está correlacionado com o aumento da temperatura, pois quanto maior a temperatura menor será a concentração do oxigênio dissolvido na água, para saber o quanto de oxigênio está dissolvido utiliza-se o aparelho chamado oxímetro que é constituído por uma sonda que será colocada em contato com a água que quando estabilizar mostrará o valor, em seguida deverá analisar se a quantidade de oxigênio dissolvido na água está de acordo com a exigência da espécie escolhida ( SENAR, 2019). A concentração de amônia é um dos maiores problemas na criação de peixes em tanques e viveiros, pois sua elevada concentração pode ocasionar dificuldades respiratórias, como também, a redução na alimentação e mortalidade dos peixes ( CARRIÇO et., al 2008). A sua potencialidade de toxicidade ocorre devido a elevação da temperatura e do pH da água, sendo recomendado renovar parte da água do viveiro para retirar o excesso de amônia ( FARIA et., al 2013). Dentre as principais fontes que levam a elevação da amônia está o acúmulo de rações no fundo dos viveiros, que acontece devido ser fornecido uma quantidade maior de ração para os peixes do que a quantidade recomendada o que ocasiona a sobra dessa ração que ao passar do tempo afunda e se precipita no fundo. Para medir a concentração de amônia é utilizado um kit químico de análise da água, onde será inicialmente medida a temperatura da água, em seguida será medido o pH e por último será calculada a concentração de amônia em relação a temperatura e o pH da água sendo utilizada a seguinte fórmula : Amônia Tóxica= amônia total x valor da tabela/100 onde será encontrada a concentração de amônia tóxica em mg/l ( SENAR, 2019). 12 Tabela 4 - Características físicas e químicas da água desejáveis para a criação de tambaqui. Oxigênio dissolvido (mg/L) Temperatura (ºC) pH Amônia tóxica (mg/L) M áx Mín Máx Mín Máx Mín < 0,46 mg/l não compromete o crescimento 8 4 30 28 7 5 Temperatura <18ºC Causam mortalidade Fonte: Melo et.,al(2001).Araújo-Lima e Goulding (2005).Aride et., al (2007) VIII-MANEJO ALIMENTAR A alimentação será feita através do uso da ração comercial associada a alimentação natural da espécie na natureza. Na natureza o tambaqui se alimenta de frutos e semente no período de cheia dos rios, já na época de vazante e seca se alimenta principalmente de zooplâncton. Os alevinos serão alimentados 2 vezes ao dia, pois esta fase inicial exige altas taxas de alimentação sendo necessária uma ração com um alto teor de proteína bruta (PB) entre 42 e 36%, já na fase adulta o peixe será alimentado somente uma vez ao dia com a ração somente para manter o seu peso, podendo ser utilizada uma ração contendo menor teor de proteína bruta, com 28%. 13 Tabela 5- Teor de proteína bruta recomendada de acordo com o peso médio dos peixes Fonte:ANDRADE et., al 2017 A ração que será utilizada será a ração extrusada para os alevinos será uma ração a técnica de arraçoamento que será utilizada inicialmente na criação será o método tradicional de distribuição manual, com o passar do tempo fará o uso de comedouros automáticos, em relação a quantidade de ração será administrada de acordo com o peso que o peixe se encontra, já a granulometria da ração também será de acordo com a fase que o peixe se encontra. Tabela 6- Quantidade de ração sugerida para a criação de cem tambaquis de acordo com o peso médio. Peso médio dos peixes Quantidade de ração por dia para 100 tambaquis 5 g 50 g 20 g 160 g 50 g 300 g 100 g 600 g 200 g 1,2 Kg 300 g 1,2 kg 400 g 1,6 kg 500 g 2 kg 600 g 1,8 kg 700 g 2,1 kg 800 g 1,6 kg 900 g 1,8 kg Peso médio dos peixes Teor de Proteína Bruta recomendada na ração 1 a 5g 55 a 45% PB 5 a 20 g 45 a 40% PB 20 a 200 g 40 a 32% PB 200 a 500 g 32 a 28 % PB 500 g a 1 kg 28 % PB 14 1kg 1kg Fonte: ANDRADE et., al 2017 IX-MANEJO REPRODUTIVO O processo de reprodução não será implantado inicialmente, visando a diminuição com os custos de manutenção. Portanto, os tanques serão abastecidos por peixes comprados em pisciculturas. A compra dos peixes será realizada na piscicultura Águas Claras, localizada no povoado salvador, município de Itaporanga d’Ajuda que fica próximo à grande Aracaju. Será destinado um tanque separado na estrutura do pesque-pague para a criação dos alevinos de tambaqui com acesso restrito, somente para os funcionários e tratadores, evitando possíveis contaminações que possam comprometer a saúde dos animais. Após a captura dos alevinos, o transporte deve ser realizado nos períodos mais frescos, ou seja, durante a noite ou madrugada, é importante assegurar que os animais estejam de jejum, por pelo menos, dois dias. Esse processo garante que os animais não morram durante o transporte, reforçando que a temperatura dos tanques de transporte do veículo, deve estar entre 19° e 22°C, sendo necessário misturar sal grosso na água que os alevinos estão sendo transportados, na proporção de 6 kg para cada 1.000 litros. X-MANEJO SANITÁRIO Para realizar o povoamento dos tanques, inicialmente deve ocorrer o preparo dos tanques, para evitar problemas patológicos com a nova população de peixes. Portanto, o tanque deve ser completamente esvaziado e seco ao sol. O processo de secagem, permite que o solo racha, aumentando a quantidade de ar que penetra até camadas mais profundas. Isso é de extrema importância para oxidar e mineralizar o excesso de matéria orgânica que sempre fica no fundo dos tanques. A exposição ao sol também permite a oxigenação do próprio solo, diminuindo àquelas áreas mais escuras e com forte cheiro de enxofre, caracterizando as zonas onde predominam processos anaeróbios (OSTRENSKY et., al 1998). A secagem dos tanques ao sol é um processo primordial que deve durar em média sete dias, evitando que ovos de peixes e de outros predadores estejam alojados no solo úmido e sobrevivam. Saber se o solo do seu tanque é sulfuroso, ou seja, apresenta uma grande concentração de enxofre maiores que 0,75% e quando expostos ao sol, acabam formando manchas avermelhadas no fundo, que são resultantes daformação de hidróxido de ferro. Isso pode acarretar no pH baixo, podendo chegar até três. Nesse caso, após esvaziar o tanque, deve 15 não permitir que o solo fique exposto ao ar por muito tempo. O recomendado é colocar uma pequena quantidade de água, o suficiente para cobrir o fundo (OSTRENSKY et al., 1998). O processo de desinfecção dos tanques, é recomendado no período de dois ciclos de produção, evitando resíduos tóxicos ou microrganismos indesejáveis que venham a prejudicar o andamento do cultivo. São utilizados dois tipos de desinfecção química com o uso de cal virgem ou cal hidratada. A principal função do cal assim que entra em contato com a água é, elevar a temperatura da água, além de aumentar seu pH e do solo, matando todos os microrganismos aquáticos presentes no ambiente. Já a cal hidratada realiza a mesma função, entretanto, sem elevar a temperatura da água (OSTRENSKY et al., 1998). Para realizar a aplicação dos produtos, será necessário colocar a solução concentrada de cloro (0,1 g de cloro por litro de água) em um aplicador manual de herbicidas; O próximo passo é fazer a aplicação de um litro/m² nas áreas afetadas, é importante revirar o solo utilizando enxada ou enxadão; Outra aplicação com cloro pode ser duas ou até três vezes; Por fim, deixar o fundo do tanque exposto ao sol, para garantir que o cloro evapore e não coloque em risco a saúde dos peixes. É importante o uso de EPI ao aplicar o produto, pois ambos os produtos são cáusticos, podendo causar queimaduras (OSTRENSKY et al., 1998). O controle da matéria orgânica que se encontra no fundo do tanque é um ponto que merece atenção no durante o preparo dos viveiros, é comum o acúmulo de rações e adubos orgânicos. Caso não haja controle, a matéria orgânica provocará uma diminuição das concentrações de oxigênio dissolvido, além de levar a produção de gases e substâncias tóxicas, que podem prejudicar a criação. Para correção, é recomendado a aplicação de fertilizantes nitrogenados, que devem ser misturados com calcário e aplicados, esse processo tem como base fortalecer as bactérias para realizar a decomposição da matéria orgânica com mais eficiência. A necessidade de aplicação conjunta de nitrogênio e calcário se deve ao fato das bactérias preferirem um pH próximo ao neutro (7,0).. XI-LEGISLAÇÃO E CÓDIGO AMBIENTAL O licenciamento ambiental, se baseia em licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetivos ou que sejam capazes de causar degradação ambiental. Portanto, a licença ambiental pode ser definida com base no art. 43 da Lei n° 10.432/06 define Licença Ambiental, que ressalta o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente avalia e estabelece as condições que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, seja ela pessoa física ou jurídica. Ou seja, é um documento emitido pelos órgãos ambientais, com prazo de validade definido, que autoriza o empreendedor a exercer a 16 atividade e pode ser cassado caso as condições, restrições e medidas de controle estabelecidas não sejam cumpridas. O uso das águas do Rio São Francisco será utilizado para a renovação da água nos tanques, portanto, de acordo com o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), estabelecido pela Lei n° 9.433/97 que recebe o nome de lei das águas. O (PNRH) estabelece instrumentos para a gestão dos recursos hídricos de domínio federal, por exemplo: (rios que possam por mais de um estado ou fazem fronteiras) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Seu objetivo, seria voltado para estabelecer um pacto nacional com a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta de água, em qualidade e quantidade, gerenciando as demandas e considerando a água um elemento estruturante para a implementação das políticas setoriais O próximo passo será obter a outorga d’água que se caracteriza por ser um instrumento de concessão dado pelo Poder Público a pessoas físicas ou jurídicas que podem fazer o uso da água. Além disso, a outorga é essencial para a legalidade quando se refere à implantação, ampliação de empreendimento que demandem o uso da água superficial ou subterrânea. A definição do tipo de domínio da outorga de recursos hídricos, é outro fator primordial, pois, para realizar a renovação de água dos tanques, a captação de água será feita no Rio São Francisco, o mesmo faz divisa com o estado de Alagoas. Portanto, deve-se obter a outorga de domínio federal, pois, são de domínio da união as águas dos rios e lagos que banham mais de um estado, com limite interestadual ou entre o território brasileiro e um país vizinho. Para solicitar a outorga no âmbito Federal, deve ser solicitada a Agência Nacional das Águas (ANA). O solicitante deverá cadastrar seu empreendimento no site do CNARH, realizar o preenchimento das declarações de uso e levá-la à Superintendência de Regulação - SRE. Em seguida, o envio da solicitação poderá ser feito pelos Correios ou na sede da ANA no setor de Protocolo Geral. As informações subsequentes serão enviadas para o e-mail do solicitante ou poderão ser acessadas pelo site da agência. As classificações de outorgas, se dividem em duas, sendo elas: a prévia e a de direito. Conforme a situação de cada empreendimento que necessite de licenciamento ambiental e empreendimento que ainda não possua licença ambiental deverá ser requerida primeiro a outorga prévia e depois a de direito. Outorga prévia: tem a finalidade de declarar se há água disponível no local requerido. Sua permissão não confere direito ao uso de recursos hídricos, mas reserva a vazão passível de outorga. Após a obtenção da outorga prévia, deverá ser solicitada a outorga de direito. 17 Outorga de direito: concede o direito de uso da água por período determinado passível de renovação. Conforme dispõe o artigo 28 do Decreto nº 47.705/2019, o processo de renovação da outorga deve ser formalizado até o último dia de vigência da outorga concedida anteriormente. O pedido de renovação deve ser encaminhado pelo Sistema Eletrônico de Informações, junto às seguintes documentações: ART de profissional legalmente habilitado, expedida pelo conselho profissional competente; Comprovante de pagamento das taxas: Taxa referente à modalidade de uso a ser renovada; Taxa referente à emissão do Formulário de Orientação Básica Integrado, prevista no item 7.2.1, do Anexo II, da Lei Estadual nº 22.796/2017; Comprovante de cumprimento das condicionantes referentes à outorga, anteriormente concedida, quando houver; Formulário de caracterização do empreendimento; Requerimento padrão; Teste de bombeamento, com validade de um ano. XII-PLANOS FUTUROS Construção da fazenda de energia solar; Começar a fazer a reprodução de alevinos de tambaquis; Construção de mais 3 viveiros; Construção de chalés XIII-ORÇAMENTO Tabela 7- Orçamento do Projeto Item de despesas Quanti dade Unidade Valor Unitário ( R$) Valor Total ( R$) Energia ___ kw/h 22.000 22.000 Água —-- m³ 43,51 10.000 Arrendamento do terreno 1 —-- 2.105,00 182.487,89 Estrutura do pesque pague 1 —-- 160.000,000 160.00,00 http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=49498 18 Compra dos alevinos 30 unidade 380,00 11.400,00 Contratação da escavadeira para escavação dos tanques 1 dias 425,00 1.275,00 Operador 1 horas 25,00 600,00 Telas 5 metros 27,90 139,5 Construção das churrasqueiras 10 —- 251,91 2.519,10 Mão de obra para construção dos tanques 21 diária 90,00 1.890,00 Funcionários 7 diária 300,00 2.100,00 Mudas de Árvore 10 —- 7,00 70,00 Ração para alevinos 30 Kg 180,00 5.400,00 Ração para peixes adultos 30 Kg 165,00 4.950,00 Kit de análise da água 3 —- 48,60 146,00 Veterinário 2 —- 4.005,99 8.011,89 Manutenção dos viveiros 3 —- 1.127,33 1.127,33Filtros 3 —- 282,90 848,7 Aeradores 3 —- 3.500,00 10.500,00 Fertilizantes químicos 10 —- 171,00 1.710,00 Estacionamento 1 —- 25,00 9,125,00 Construção do restaurante 1 —- 97,576,25 97.576,25 19 Total 533.876,66 Entradas no sistema Aluguel das mesas de piquenique 15 —- 30,00 10,950 Aluguel das mesas convencionais 20 —- 20,00 7.300,00 Valor dos peixes pescados —- kg 19,90 7.263,5 Venda de iscas ___ ___ 30,00 4.321,6 Total —- —- —- 29.835,1 XIV-PLANTA BAIXA DO PROJETO Figura 1-Planta baixa visão 2d. Fonte: autor, 2023. Figura 2-Planta baixa visão 3d. 20 Fonte: autor. 21 XV-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COLEÇÃO SENAR: Piscicultura: Construção de viveiros escavados. [S. l.: s. n.], 2018. COLEÇÃO SENAR: Piscicultura: Manejo da produção de peixes em viveiros. [S. l.: s. n.], 2017. MANUAL de Boas Práticas na criação de Peixes em cultivo. [S. l.: s. n.], 2022. DA SILVA CASTRO, PHILIP DALBERT. MANEJO ALIMENTAR DE TAMBAQUI (COLOSSOMA MACROPOMUM) UTILIZANDO MODELO MATEMÁTICO DE CRESCIMENTO. 2013. Relatório Final (Pós -Graduação) - UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, [S. l.], 2013 CARRIÇO , José Milton Moreira; NAKANISH, Luís Inácio Toshio; CHAMMAS , Marcelo Acácio. Manual do Piscicultor: Produção de Tambaqui em Viveiros escavados. [S. l.: s. n.], 2008. A TEMPERATURA da água é importante para o crescimento dos peixes?. [S. l.], 2013. Disponível em: https://www.cpt.com.br/cursos-criacaodepeixes/artigos/a-temperatura-da- agua-e-importante-para-o-crescimento-dos-peixes. Acesso em: 10 jan. 2023. 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