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Direito a profissionalização e a proteção no trabalho

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Direito a profissionalização e a proteção no trabalho 
 
A profissionalização integra o processo de formação do adolescente e, por isso, lhe 
é assegurada. Contudo, sua peculiar condição de pessoa em desenvolvimento 
exige um regime especial de trabalho, com direitos e restrições. A Constituição 
Federal de 1988, mantendo a tradição brasileira e a tendência mundial, fixava a 
idade mínima de trabalho para o adolescente em 14 anos, ressalvada a condição 
de aprendiz a partir dos 12 anos de idade. Com a Emenda Constitucional n. 20, de 
15 de dezembro de 1998, que alterou o inciso XXXIII do art. 7º, foi proibido o trabalho 
noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores 
de 16, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos 174 . Em linha de princípio, 
a vedação ao trabalho infantil tem a finalidade de evitar desgastes indesejados e 
prejudiciais à formação e à necessidade de escolarização do menor, guardando 
harmonia com a doutrina da proteção integral. Segundo Antônio Gomes de 
Vasconcelos, “constitui capítulo especial na política de proteção à criança e ao 
adolescente aquele referente à sua inserção no mercado de trabalho, na qual se 
procura conjugar a educação e o trabalho, sendo este último, nesta hipótese, 
apenas instrumento da primeira, de maneira a prevalecer o aspecto educativo 
sobre o processo laborativo” 175 . O trabalho noturno (entre 22 e 5 horas) 176 , 
perigoso, insalubre ou penoso 177 , realizado em locais prejudiciais à sua formação 
e desenvolvimento físico, psíquico, moral e social, são proibidos. Perigoso é o 
trabalho que expõe o trabalhador a contato com explosivo, eletricidade, 
substâncias radioativas, material inflamável, ionizante, em condições de 
acentuado risco. Insalubre é a atividade que expõe a pessoa a agentes nocivos à 
saúde, acima dos limites permitidos e está assim classificada na relação oficial 
elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O Brasil é signatário da 
Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da 
proibição das piores formas de trabalho infantil, aprovada pelo Decreto Legislativo 
n. 178, de 14 de dezembro de 1999, e promulgada pelo Decreto n. 3.597, de 12 de 
setembro de 2000. A lista das piores formas de trabalho infantil (Lista TIP), que 
inclui a relação de atividades insalubres e perigosas para menores, está no anexo I 
do Decreto n. 6.481, de 12 de junho de 2008.

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