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2 Atos Unilaterais Modalidade e Classificação das Obrigações Obrigação de Dar Coisa Certa

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Atos Unilaterais. Modalidade e 
Classificação das Obrigações: Obrigação 
de Dar Coisa Certa. 
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Bacharel em Direito - UNEB
Pós-Graduada em Direito de Família e Sucessões – Faculdade Damásio
Pós-Graduada em Direito Digital – Faculdade Legale
Mestranda em Propriedade Intelectual - UNIVASF
PROFª THAÍS OLIVEIRA BRITO
EMENTA
• Introdução ao direito das obrigações. 
• Distinção entre direitos obrigacionais e reais. 
• Obrigações naturais. 
• Princípios do direito das obrigações. 
• Fontes das obrigações. 
• Atos unilaterais. 
• Classificação das obrigações. 
• Transmissão da obrigação. 
• Cumprimento da obrigação. 
• Adimplemento substancial.
• Modos extraordinários de cumprimento da obrigação. 
• Cumprimento indevido e enriquecimento sem causa. 
• Insolvência do devedor.
• Inadimplemento das obrigações. 
• Perdas e danos. 
• Responsabilidade Civil.
OS ATOS UNILATERAIS COMO 
FONTES DO DIREITO OBRIGACIONAL
Já foi visto que as obrigações podem ter origem nos CONTRATOS, nos ATOS ILÍCITOS, no ABUSO DE DIREITO, nos
ATOS UNILATERAIS DE VONTADE e nos TÍTULOS DE CRÉDITO. Agora vamos aprofundar o significado de atos
unilaterais de vontade dentro do contexto obrigacional.
Quando se trata de contratos, a obrigação nasce a partir do momento em que for verificado o choque ou encontro
de vontades entre as partes negociantes, em regra. Entretanto, nas DECLARAÇÕES UNILATERAIS DE VONTADE, a
obrigação nasce da simples declaração de uma única parte, formando-se no instante em que o agente se
manifesta com a intenção de assumir um dever obrigacional. Uma vez emitida a declaração de vontade, esta se
torna plenamente exigível ao chegar ao conhecimento a quem foi direcionada.
O Código Civil em vigor prevê expressamente os seguintes atos unilaterais como 
fontes obrigacionais: 
• PROMESSA DE RECOMPENSA (arts. 854 a 860 do CC); 
• GESTÃO DE NEGÓCIOS (arts. 861 a 875 do CC); 
• PAGAMENTO INDEVIDO (arts. 876 a 883 do CC); 
• ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA (arts. 884 a 886 do CC)
PROMESSA DE RECOMPENSA
É a manifestação de vontade unilateral feita pelo
PROMITENTE (quem faz a promessa), por AVISO
PÚBLICO, no qual ele se compromete a cumprir uma
obrigação em favor de pessoa INDETERMINADA, que
preenche uma CONDIÇÃO, ou desempenha um SERVIÇO
OU TAREFA estabelecido pelo promitente.
São requisitos para a promessa de
recompensa:
• A capacidade da pessoa que emite a
declaração de vontade;
• A licitude e possibilidade do objeto;
• O ato de publicidade.
PROMESSA DE RECOMPENSA
Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição,
pode o promitente revogar a promessa, contanto que o faça com
a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução da
tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, durante
ele, a oferta.
REVOGAÇÃO DA PROMESSA
A revogação da promessa de recompensa é possível ANTES DE PRESTADO O SERVIÇO ou
preenchida a condição e DESDE QUE SEJA FEITA COM A MESMA PUBLICIDADE DA DECLARAÇÃO.
Se for fixado um prazo para a execução da tarefa haverá, em regra, renúncia ao direito de
revogação na vigência desse prazo.
No caso de revogação da promessa, se algum candidato de boa-fé tiver feito despesas, terá
direito a reembolso quanto a tais valores.
GESTÃO DE NEGÓCIOS
Entende-se por gestão de negócios a atuação de um indivíduo, SEM
AUTORIZAÇÃO DO INTERESSADO, na administração de negócio alheio, segundo
o interesse e a vontade PRESUMÍVEL de seu dono, ASSUMINDO A
RESPONSABILIDADE CIVIL perante este e as pessoas com que tratar.
Observa-se na gestão uma atuação sem poderes, uma hipótese em que a parte atua sem ter
recebido expressamente a incumbência.
O gestor, que age sem mandato fica diretamente responsável perante o dono do negócio e terceiros com quem
contratou. A gestão, pela ausência de orientação dada pelo dono, NÃO TEM NATUREZA CONTRATUAL, pois está
ausente o prévio acordo de vontades. Desse modo, poderá a gestão ser provada de qualquer modo, eis que se
trata de negócio jurídico informal.
Art. 107. A validade da declaração de
vontade não dependerá de forma especial,
senão quando a lei expressamente a exigir.
GESTÃO DE NEGÓCIOS
São requisitos que configuram a gestão de
negócios:
• Desconhecimento da gestão pelo dono do
negócio;
• Espontaneidade da intervenção;
• Negócio alheio;
• Atuação do interesse do dono;
• Utilidade da gestão;
• Propósito de obrigar o dono do negócio.
GESTÃO DE NEGÓCIOS
SE O PROPRIETÁRIO
ACEITA A
INTERFERÊNCIA:
• NÃO configura ato unilateral de
vontade.
• Ajuste de vontades;
• Segue as regras do mandato.
SE O PROPRIETÁRIO NÃO
ACEITA A
INTERFERÊNCIA:
• A não concordância precisa ser
fundamentada;
• Os atos praticados passam a ser
ilícitos;
PAGAMENTO INDEVIDO
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era
devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a
condição.
O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA É GÊNERO, DO QUAL O PAGAMENTO INDEVIDO É
ESPÉCIE. Havendo pagamento indevido agirá a pessoa com intuito de enriquecimento
sem causa.
Desse modo, quem paga indevidamente pode pedir restituição àquele que recebeu,
desde que prove que pagou por erro.
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido 
incumbe a prova de tê-lo feito por erro.
O ônus da prova é exclusivo do PAGADOR, não daquele que recebeu o pagamento..
PAGAMENTO INDEVIDO
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho apresentam
duas modalidades de pagamento indevido:
• Pagamento OBJETIVAMENTE indevido: feito quando nada é
devido, havendo erro quanto à existência ou extensão da
obrigação. São exemplos os casos envolvendo débito
inexistente ou débito inferior ao valor pago.
• Pagamento SUBJETIVAMENTE indevido: feito à pessoa
errada, a alguém que não é credor. Em casos tais, a máxima
quem paga mal paga duas vezes não impede a propositura
de ação de repetição de indébito, diante da vedação do
enriquecimento sem causa.
ENRIQUECIMENTO SEM 
CAUSA
O Código Civil em vigor VEDA EXPRESSAMENTE o enriquecimento sem causa nos seus arts. 884 a 886. Essa inovação
importante, e que não constava do Código Civil de 1916, está baseada no princípio da eticidade, visando o equilíbrio
patrimonial e a pacificação social.
Art. 884. Aquele que, SEM JUSTA CAUSA, se enriquecer à custa de
outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa
determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não
mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em
que foi exigido.
Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido
causa que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de
existir.
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei
conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido.
ENRIQUECIMENTO SEM 
CAUSA
São pressupostos da ação que visa afastar o enriquecimento sem causa: (IN REM
VERSO)
• o enriquecimento do accipiens (de quem recebe);
• o empobrecimento do solvens (de quem paga);
• a RELAÇÃO DE CAUSALIDADE entre o enriquecimento e o empobrecimento;
• a inexistência de causa jurídica prevista por convenção das partes ou pela lei;
#SELIGA!
O enriquecimento sem causa também é chamado na doutrina de LOCUPLETAMENTO
ILÍCITO
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
Tradicionalmente, desde o direito romano, as obrigações são distinguidas, basicamente, quanto ao OBJETO, em
obrigações de dar, fazer e não fazer. É, portanto, uma classificação objetiva, porque considera a qualidade da
prestação. Esta, como já foi dito, é o OBJETO IMEDIATO DA OBRIGAÇÃO.
As obrigações de DAR E DE FAZER são obrigações POSITIVAS. A de NÃO FAZER é obrigação NEGATIVA, e é
contraída voluntariamente pelo próprio devedor, diminuindo sua liberdade e atividade.
OBRIGAÇÃO DE DAR
As obrigações positivas de dar,chamadas pelos romanos de obligationes dandi, assumem as
formas de ENTREGA OU RESTITUIÇÃO de determinada coisa pelo devedor ao credor.
Os atos de entregar ou restituir podem ser resumidos numa única palavra: 
TRADIÇÃO.
“Obrigação de dar é aquela em virtude da qual O DEVEDOR fica jungido (obrigado)
a promover, em benefício do credor, a TRADIÇÃO DA COISA (móvel ou imóvel), já
com o fim de outorgar um novo direito, ou de o de restituir a mesma ao seu dono”.
Rubens Limongi França
A obrigação de dar é obrigação de prestação de coisa, que pode ser DETERMINADA ou INDETERMINADA. O
Código Civil a disciplina sob os títulos de “obrigações de dar coisa certa” (arts. 233 a 242) e “obrigações de dar
coisa incerta” (arts. 243 a 246).
OBRIGAÇÃO DE DAR
A palavra “DAR”, no direito obrigacional, tem um sentido
geral, exprimindo a obrigação de transferir, não somente a
propriedade, como também a posse.
A obrigação de dar consiste, assim, quer em TRANSMITIR A
PROPRIEDADE ou outro direito real, quer na SIMPLES
ENTREGA de uma coisa em posse, em uso ou à guarda.
Implica ela a obrigação de conservar a coisa até a entrega e
a responsabilidade do devedor por qualquer risco ou
perigo desde que esteja EM MORA quanto à entrega ou,
mesmo antes dela, se a coisa estava em risco.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
Coisa certa é coisa INDIVIDUALIZADA, que se distingue das demais por
características próprias, móvel ou imóvel.
EXEMPLO:
Se determinada pessoa vai até uma
concessionária e compra um carro HB20 na cor
preta, tal contrato gerou uma obrigação de dar
coisa certa, pois o automóvel escolhido se
difere dos outros da loja.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA
Nessa modalidade de obrigação, o devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor um OBJETO
PERFEITAMENTE DETERMINADO, que se considera em sua individualidade.
A obrigação de dar coisa certa confere ao credor SIMPLES DIREITO
PESSOAL (jus ad rem) e não real (jus in re). O contrato de compra e
venda, por exemplo, tem natureza obrigacional. O vendedor apenas se
obriga a transferir o domínio da coisa certa ao adquirente; e este, a pagar
o preço. A TRANSFERÊNCIA DO DOMÍNIO depende de outro ato: a
TRADIÇÃO, para os móveis (CC, arts. 1.226 e 1.267); e o REGISTRO, que é
uma tradição solene, para os imóveis (arts. 1.227 e 1.245).
GRAVEM BEM ESSE NOME!!
Tradição é toda transferência de
domínio. Quando há transferência
de domínio, há transferência de
“dono” da coisa.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA
IMPOSSIBILIDADE DE ENTREGA DE COISA DIVERSA, 
AINDA QUE MAIS VALIOSA
Na obrigação de dar coisa certa o devedor é obrigado a entregar ou restituir uma
coisa inconfundível com outra.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber
prestação diversa da que lhe é devida, ainda
que mais valiosa.
A recíproca, atente-se, também é verdadeira: o credor também não pode exigir coisa 
diferente, ainda que menos valiosa.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA
TRADIÇÃO COMO TRANSFERÊNCIA DOMINIAL 
O DOMÍNIO só se adquire pela TRADIÇÃO, se for coisa móvel, e pelo REGISTRO DO TÍTULO (tradição solene), se
for imóvel.
A tradição pode ser:
1. REAL: quando envolve a entrega efetiva e material da coisa.
2. SIMBÓLICA: quando representada por ato que traduz a alienação, como a
entrega das chaves do veículo vendido.
3. FICTA: no caso do constituto possessório (cláusula constituti). Ocorre, por
exemplo, quando o vendedor, transferindo a outrem o domínio da coisa,
conserva-a todavia em seu poder, mas agora na qualidade de locatário.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA
DIREITO AOS MELHORAMENTOS E ACRESCIDOS
Como no direito brasileiro o contrato, por si só, não transfere o domínio, mas apenas gera a obrigação de
entregar a coisa alienada, enquanto não ocorrer a tradição, na obrigação de entregar, a coisa continuará
pertencendo ao devedor.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a
coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos,
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o
credor não anuir, poderá o devedor resolver a
obrigação.
Assim, por exemplo, se o objeto da obrigação for um animal, e este der
cria, o devedor não poderá ser constrangido a entregá-la. Pelo acréscimo,
tem o direito de exigir aumento do preço, se o animal não foi adquirido
juntamente com a futura cria.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA
DIREITO AOS MELHORAMENTOS E ACRESCIDOS
MELHORAMENTO é tudo quanto opera mudança para melhor, em valor, em utilidade, em comodidade, na condição
e no estado físico da coisa. ACRESCIDO é tudo que se ajunta, que se acrescenta à coisa, aumentando-a.
Estando o devedor de BOA-FÉ, tem direito à INDENIZAÇÃO DOS MELHORAMENTOS OU AUMENTOS NECESSÁRIOS E
ÚTEIS; quanto aos voluptuários, se não for pago do respectivo valor, pode levantá-los, quando o puder sem
detrimento da coisa e se o credor não preferir ficar com eles, indenizando o seu valor. O objetivo é evitar o
locupletamento sem causa do proprietário pelos melhoramentos então realizados.
Se necessário, poderá o devedor exercer o DIREITO DE RETENÇÃO DA COISA pelo valor dos melhoramentos e
aumentos necessários e úteis, como meio coercitivo de pagamento.
Se o devedor estava de MÁ-FÉ, ser-lhe-ão ressarcidos SOMENTE OS MELHORAMENTOS NECESSÁRIOS, não lhe
assistindo o direito de retenção pela importância destes, nem o de levantar os voluptuários, porque agiu com a
consciência de que praticava um ato ilícito.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA
ABRANGÊNCIA DOS ACESSÓRIOS
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela
embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das
circunstâncias do caso.
É uma decorrência do princípio geral de direito, universalmente aplicado, 
segundo o qual o ACESSÓRIO SEGUE O DESTINO DO PRINCIPAL
BEM PRINCIPAL X BEM ACESSÓRIO
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
• O bem principal é o que existe de forma independente.
Ex: carro
• O bem acessório é o que vive em função do principal.
Ex: rodas do carro
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA
ABRANGÊNCIA DOS ACESSÓRIOS
O princípio de que “o acessório segue o principal” aplica-se somente ÀS PARTES INTEGRANTES (FRUTOS,
PRODUTOS E BENFEITORIAS), mas NÃO ÀS PERTENÇAS, que não constituem partes integrantes e se
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro bem.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem
principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário
resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso.
OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR
Cumpre-se a obrigação de DAR COISA CERTA mediante entrega (como na compra e venda) ou restituição (como
no comodato, p. Ex.) da coisa. Às vezes, no entanto, a obrigação de dar não é cumprida porque, antes da
entrega ou da restituição, a coisa PERECEU OU SE DETERIOROU, com culpa ou sem culpa do devedor.
PERECIMENTO DETERIORAÇÃO
Perda total ou 
inutilização total 
da coisa.
Destruição parcial e, 
consequentemente, inutilização 
parcial.
“RES PERIT DOMINO”
(a coisa perece para o dono)
OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR
PERECIMENTO SEM CULPA E COM CULPA DO DEVEDOR 
Prescreve o art. 234, primeira parte, do Código Civil
que, se “a coisa se perder, sem culpa do devedor,
antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva,
fica resolvida a obrigação para ambas as partes”
O devedor, obrigado a entregar coisa certa, deve conservá-la com todo zelo e diligência. Se, no entanto,
apesar de sua diligência, ela se perde, sem culpa sua (destruída por um raio, por exemplo) antes da tradição,
ou pendente a condição suspensiva, a solução da lei é esta: RESOLVE-SE, isto é, extingue-se a obrigação
para ambas as partes, que voltam à primitiva situação (statu quo ante). Se o vendedor já recebeu o preço da
coisa, deve devolvê-lo ao adquirente, em virtude da resolução do contrato, sofrendo, por conseguinte, o
prejuízo decorrente do perecimento. Não está obrigado, porém, a pagar perdas e danos.
OBRIGAÇÃODE ENTREGAR
PERECIMENTO SEM CULPA E COM CULPA DO DEVEDOR 
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da
coisa correm por conta do vendedor, e os do preço
por conta do comprador.
Havendo perecimento da coisa COM CULPA DO DEVEDOR, outra é a solução. A culpa acarreta a responsabilidade
pelo pagamento de perdas e danos. Neste caso, tem o credor direito a receber o seu equivalente em dinheiro,
mais as perdas e danos comprovadas.
Dispõe, com efeito, o art. 234, segunda
parte, do Código Civil: “se a perda resultar
de culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente e mais perdas e danos”.
DETERIORAÇÃO SEM CULPA E COM CULPA DO DEVEDOR
OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR
NÃO HAVENDO CULPA, poderá o credor optar por RESOLVER A OBRIGAÇÃO, por não lhe interessar receber o bem
danificado, voltando as partes, neste caso, ao estado anterior; ou ACEITÁ-LO NO ESTADO EM QUE SE ACHA, COM
ABATIMENTO DO PREÇO, proporcional à perda.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor
culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar
a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
HAVENDO CULPA pela deterioração, as alternativas deixadas ao credor são as mesmas da situação aplicada à falta
de culpa (resolver a obrigação, exigindo o equivalente em dinheiro, ou aceitar a coisa, com abatimento), mas com
direito, EM QUALQUER CASO, À INDENIZAÇÃO DAS PERDAS E DANOS COMPROVADOS.
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Obrigações . Vol.1. São
Paulo: Saraiva, 2023
TARTUCE, Flávio. Direito Civil - Vol. 2 – Direito das Obrigações e
Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2023.
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso De Direito Civil: Obrigações. 21° Ed. Vol.
2. São Paulo: Saraiva, 2023.
	Assunto inicial
	Slide 1: Atos Unilaterais. Modalidade e Classificação das Obrigações: Obrigação de Dar Coisa Certa. 
	Slide 2: EMENTA
	Slide 3: OS ATOS UNILATERAIS COMO FONTES DO DIREITO OBRIGACIONAL
	Slide 4: PROMESSA DE RECOMPENSA
	Slide 5: PROMESSA DE RECOMPENSA
	Slide 6: GESTÃO DE NEGÓCIOS
	Slide 7: GESTÃO DE NEGÓCIOS
	Slide 8: GESTÃO DE NEGÓCIOS
	Slide 9
	Slide 10
	Slide 11
	Slide 12
	Slide 13: MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
	Slide 14: OBRIGAÇÃO DE DAR
	Slide 15: OBRIGAÇÃO DE DAR
	Slide 16: OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
	Slide 17: OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
	Slide 18: OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
	Slide 19
	Slide 20
	Slide 21
	Slide 22
	Slide 23
	Slide 24
	Slide 25
	Slide 26
	Slide 27
	Slide 28: REFERÊNCIAS:

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