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Simulado Abordagens e Urgências em Saúde mental

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Alguns estudiosos apontam que a ferramenta do Acompanhamento Terapêutico (AT) é uma modalidade de grande valia quando se trata de saúde mental dos indivíduos, pois entende-se que esse dispositivo trabalha com uma estratégia considerada clínica e política, auxiliando na ratificação do processo de desinstitucionalização no nosso país, utilizando os preceitos universais do nosso Sistema Único de Saúde (SUS).
Disserte sobre o trabalho do acompanhante terapêutico (AT) e suas atribuições dentro do campo da saúde.
O papel e o desempenho do Acompanhante Terapêutico na saúde é diversificado e abrangente. A execução do seu trabalho, estando junto e guiando o paciente de maneira itinerante e também intercedendo no ambiente, proporcionando os reforçadores indispensáveis para a possível aquisição de novas habilidades. 
No decorrer das intervenções, observamos algumas áreas possíveis de se transitar. A psicanálise, o direcionamento do tratamento junto com uma equipe. E a circulação pela cidade e diferentes ambientes para auxiliar na reinserção social. Também diversificar a equipe, incluindo profissionais na área da educação física, arte ou música. A intenção é entender e expandir possibilidades de qualidade de vida em seus contextos cotidianos. 
Essa construção do cuidado teve um longo caminho, com a criação do SUS em 88 somado à reforma sanitária. Esse longo caminho, contou com a participação popular, profissionais e sociedade, empenhados em transformar um modelo de saúde mental, que era bem excludente. Ao mesmo tempo, descentralizando toda uma gestão, que estava concentrada e não integrada. Essa descentralização possibilitou aos profissionais e aos Acompanhantes Terapêuticos, mais autonomia para juntos definir e pensar que tipo de atenção o paciente deve ter. Desta forma, se quebra toda uma lógica manicomial e se inclui o dispositivo do Acompanhante Terapêutico. Tudo acontecendo dentro da integralidade, atendendo o indivíduo como um todo. A unidade atender o paciente em todas as suas demandas. No caso do AT, estamos exemplificando toda uma equipe; psicólogos, psiquiatras, neurologistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas. Não vamos esquecer que é importante que as instituições e os profissionais do SUS, junto com os ATs, entendam que cada paciente tem a sua necessidade e que a promoção de igualdade de oportunidades garante a inclusão. O papel do AT neste sentido é ajudar o indivíduo para enfrentar obstáculos com menos impacto emocional possível. Tudo que foi mencionado, sem o princípio da universalidade, não haveria plenitude. Dentro dessa universalidade está o atendimento psicoterapêutico, garantindo o acesso ao cuidado da saúde mental a disposição de todos. Uma assistência integral com o entendimento de cada caso em sua complexidade e de forma humanizada com o trabalho realizado pelos ATs. 
 
Com o questionamento das práticas asilares e das vertentes radicais de tratamento psiquiátrico realizado pelos profissionais da área da saúde que se revestiam com o saber/poder médico sobre a loucura, a Reforma Psiquiátrica trouxe uma nova concepção sobre a expressão humana da doença mental e a necessidade de se produzir terapêuticas alinhadas às práticas, com vistas à saúde e à vida dos sujeitos atendidos.
Explique como a Psicologia, enquanto ciência e profissão, contribuiu para esse “novo entendimento” da doença mental e participou da promoção da saúde e do cuidado em liberdade das pessoas que sofrem com transtornos mentais.
A Psicologia tem contribuído de diferentes formas e em diferentes frentes de trabalho para a promoção de práticas e de saberes em saúde mental. Ela propõe-se estar alinhada aos princípios de uma política de saúde, que contempla: igualdade de acesso, atendimento das demandas da população e defesa dos direitos fundamentais e inalienáveis dos cidadãos.
Descreva como deve ser a atuação do psicólogo para a melhor efetivação desses serviços.
A Psicologia possibilitou muitas melhorias no cuidado, principalmente à aquela parcela da população com transtornos mentais. Seja através de novas tecnologias com a colocação de dispositivos variados de acordo com cada caso. Ou o envolvimento do paciente no tratamento com uma equipe compreendendo e agindo. Além disso no que diz respeito ao processo de internação, que somente ocorra quando não há meios para atender o paciente. Caso ocorra, que este receba apoio em sua integralidade, sendo assistido por vários especialistas; Psiquiatras, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais, Acompanhantes Terapêuticos. Tudo pensado para que a internação seja por pouco tempo. E dependendo de cada caso, garantindo que os parâmetros ou critérios para tal decisão sejam bem fundamentadas. Estes feitos só foram possíveis com a Reforma Psiquiátrica Brasileira. O papel do Psicologo foi ressignificado com estratégias individuais para cada caso, criando o vínculo de família, paciente, profissionais e a comunidade. Desta forma, fragmentando o modelo hospitalocêntrico onde somente o médico podia tomar todas as decisões. O trabalho do Psicologo hoje se fundamenta no atendimento humanizado com a Reforma Psiquiátrica e luta antimanicomial. Onde tem se alcançado um trabalho pleno com pacientes em sofrimento psíquico, tendo em mente o respeito a sua individualidade e autonomia. 
Quando se fala de atendimento dentro da saúde pública e privada, a interprofissionalidade vem sendo o centro dos estudos e pesquisas, pois o olhar integralizado é responsável por atender de maneira mais eficaz e eficiente às demandas de saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Por se tratar de uma abordagem recentemente postulada e que depende de variadas profissões, há ainda algumas dificuldades em sua culminância.
Explique o papel e a importância da interprofissionalidade dentro do âmbito da saúde mental no SUS.
O campo da saúde mental, em si mesmo, abrange o trabalho de profissionais das mais diversas áreas ao passo que somente uma profissão não dá conta das demandas implicadas. Ademais, o processo de construção compartilhada com a proposta da intervenção terapêutica, feito por equipes das mais inúmeras áreas e especializações, faz constante menção ou citação à interprofissionalidade. Permitindo assim o cruzamento de dados através de uma metodologia fundamentada e do conhecimento dos especialistas envolvidos para a execução do trabalho e desta maneira estar capacitados para atuar numa saúde complexa com demandas variadas. 
As Unidades Básicas de Saúde possui através da interprofissionalidade, a aptidão para que o atendimento seja enriquecido e que esse avanço se expanda para os CAPs, aperfeiçoando o ofício de apoio e cuidado ao paciente. Levando em consideração, a elaboração do trabalho em equipe, proporcionando uma atenção direcionada e ao mesmo abrangendo diversas áreas. Nesse contexto, a interprofissionalidade viabiliza um maior cuidado através do empenho de uma intervenção humanizada. E ao mesmo tempo com a oportunidade de se especializar e se aprofundar na área da segurança e atenção ao paciente e alcançar habilidades colaborativas num ambiente coletivo.

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