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INFECÇÕES CONGÊNITAS

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Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
1. Entender a fisiopatologia e manifestações clínicas das infecções congênitas 
(Toxoplasmose, Citomegalovírus, Rúbeola, Herpes simples e Sífilis) e suas complicações; 
O acrônimo T.O.R.C.H foi criado com o intuito de unir as infecções congênitas que possuem quadro 
clínico similar. São elas: 
 Toxoplasmose: causada pelo protozoário Toxoplasma gondii; 
 Rubéola: causada pelo Vírus da Rubéola, pertencente à família Togaviridae; 
 Citomegalovírus: de agente etiológico Citomegalovírus; 
 Herpes simples: de agente etiológico Vírus da Herpes Simples, o qual faz parte da família 
Herpesviridae; 
 Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum 
 
TOXOPLASMOSE 
As infecções perinatais afetam 0,5 a 2,5% de todos os nascimentos e constituem um grande problema de 
saúde pública pela elevada morbimortalidade. Infecções neste período não são de fácil diagnóstico, uma vez que 
mesmo na gestante cursam oligossintomáticas, passando despercebidas; no recém-nascido (RN) a grande maioria 
é assintomática, com surgimento tardio de manifestações clinicas ou até mesmo de suas sequelas. 
O Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório encontrado nas fezes de gatos e outros 
felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais por possuir um ciclo de vida completo com dois 
hospedeiros, os felídeos, como hospedeiros definitivos, e o homem, mamíferos e aves, como hospedeiros 
intermediários. 
Incidência 1:3000 
Transmissão 
É causada pela ingestão de oocistos em água ou alimentos contaminados, bem como por contato direto 
com as fezes do felino. Além disso, pode haver transmissão vertical, isto é, quando a mulher adquire a infecção 
durante a gestação e, mais comumente na fase aguda, por via transplacentária, passa ao feto. De maneira menos 
frequente, caso a gestante já tenha tido toxoplasmose, pode ocorrer reativação da doença no organismo materno 
imunossuprimido e, consequentemente, também resultar na transmissão vertical. 
↓ IG ↓ chance de o feto adquirir ↑ gravidade 1° trimestre: 17% 
↑ IG ↑ chance de o feto adquirir ↓ gravidade 2° trimestre: 25% 
 3° trimestre: 65% 
Patógeno 
Essa patologia possui três estágios evolutivos, os quais são denominados: 
Taquizoíto (forma infectante que possui alta taxa de multiplicação, relacionando-se com a fase aguda da 
doença 
Bradizoíto (possui o cisto tecidual como característica importante e apresenta baixa taxa de multiplicação, 
fator que se relaciona com a fase latente da doença) 
Esporozoíto (estando intimamente ligado com sua eliminação através das fezes dos felinos, as quais são 
infectantes). 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
Fisiopatologia – ciclo 
O ser humano pode adquirir a toxoplasmose através de três formas infectantes: bradizoitos (cistos), 
oocistos e taquizoitos. 
 Tudo começa quando um gato come um rato, esse rato já estava contaminado ele tem a forma de cistos 
– bradizoitos, está na carne do rato; 
 O gato vai comer a carne crua do rato que está contaminada, dentro do gato vai acontecer um processo 
sexuado; 
 No intestino do gato esses cistos vão se transformar em merosoitos, que vai produzir gametas femininos 
e masculinos, após ocorro fecundação o resultado dessa fecundação produz os oocistos; 
 Esses oocistos vão para o meio ambiente por meio das fezes e pode contaminar água, alimentos... 
 No ambiente esses oocistos vão sofrer outros processos até cerca de 15 dias que é chamado de 
esporulação; 
 Então se o ser humano ter contato com as fezes do gato após expelir, ele não adquire toxoplasmose, tem 
que ficar no ambiente para sofrer esporulação; 
 Quando o ser humano se contamina, pode ocorrer uma fase assexuada; 
 Dentro do ser humano esses oocistos sofrem processos até se tornarem taquizoítos; 
 Esses taquizoitos vão se multiplicar em quase todas as células do corpo com exceção de hemácias; 
 Pode atingir o olho, podendo levar a cegueira. Pode ser transmitido através do leite materno e pela 
placenta; 
 Esses taquizoitos começam se disseminar pelo corpo – em fase aguda; 
 Se o paciente continuar vivo ele vai futuramente se tornar cisto e se aderir ao musculo da pessoa – fase 
crônica. 
Carne de porco ou carneiro na forma de cisto 
Leite e sangue – traquízoíto 
 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
Manifestações 
Clínica 
 
 Neurológica Generalizada 
Pode ter: 
 Ascite 
 Calcificações intracranianas 
 Coriorretinite 
 Hidrocefalia 
 Hepatoesplenomegalia 
 Citopenia 
 Linfadenopatias (linfonodos palpáveis) 
 Icterícia 
 Pneumonite 
 Miocardite 
 
Se eu tiver 4 manifestações: 
 
TÉTRADE DE SABIN 
 
 
 
Calcificações intracranianas Coriorretinite Hidrocefalia/Microcefalia Retardo mental 
 
CORIORRETINITE: 
No fundo de olho desse paciente o que eu vou ver é essa alteração: 
 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
 
Diagnóstico 
É baseado na presença de anticorpos IgG e IgM: 
- IgG e IgM negativos: gestante está suscetível à infecção 
- IgG + E IgM - : gestante está imune 
- IgG + e IGM +: Confirma que houve contato com o toxoplasma Gondii. Porém, é necessário saber se esse 
contato foi há mais de 16 semanas ou menos. Para isso solicita-se o Teste de avidez: 
 Valores altos (Superior a 60%) = Infecção crônica 
 Valores baixos (Inferior a 30%) = Infecção aguda 
 
Risco para o feto 
Quanto menor for a idade gestacional, ou seja, quanto mais prévio for esse contato, a chance de o feto 
adquirir a doença será menor. 
1° trimestre: 17% 
2° trimestre: 25% 
3° trimestre: 65% 
Entretanto, caso isso ocorra, o risco para o feto será maior, uma vez que a gravidade do quadro se relaciona 
inversamente com a idade gestacional. Sendo assim, quanto maior a idade gestacional, apesar de maior chance 
de o feto adquirir a doença, menor será o seu risco, uma vez que, nesse caso, a gravidade do quadro será menor. 
↓ IG ↓ chance de o feto adquirir ↑ gravidade 
↑ IG ↑ chance de o feto adquirir ↓ gravidade 
 
Recomendações as gestantes 
 Sempre seguir a recomendação do Ministério da Saúde de realizar sorologia para Toxoplasmose na 
primeira consulta do pré-natal; 
 Evitar contato com gatos (hospedeiros definitivos da Toxoplasmose); 
 Não comer alimentos crus ou mal passados /mal cozidos; 
 Usar luvas para manusear alimentos e carnes cruas; 
 Lavar bem as frutas, legumes e verduras; 
 Beber água filtrada. 
 
 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
RUBÉOLA 
Também pertencente ao grupo de infecções presentes no acrônimo T.O.R.C.H, a Rubéola é causada pelo 
Vírus de RNA da Rubéola, da família Togividae e gênero rubivírus. Em geral acomete pré-escolares e escolares, 
porém a vacinação é para todas as crianças, sendo transmitido por gotículas. 
Fisiopatologia 
É considerada como uma variante do Sarampo e da Escarlatina. Em gestante com rubéola aguda, ocorre 
a transmissão pela placenta do vírus, após 5-7 dias após a infecção materna e esse vírus no feto leva ao quadro 
de rubéola congênita. 
Maior risco: menor que dez semanas 
Maior gravidade: primeiro trimestre 
Após 16° semana: raros defeitos congênitos. 
 No que diz respeito à sua fisiopatologia, reitera-se que o Vírus possui a habilidade de inibir o crescimento 
e a maturação celular, apresentando efeitos diretos sobre o feto em todos os seus sistemas que se encontram em 
formação. 
Ademais, é importante pontuar que tal agente etiológico possui tropismo, ou seja, afinidade, pelos tecidos 
neurais, o que justifica possíveis achados neurológicos que seassociam à Síndrome da Rubéola Congênita 
Manifestações 
Associando-se ao quadro clínico, as erupções cutâneas características dessa patologia se iniciam pela face 
e, posteriormente, se disseminam pelo tronco e pelas extremidades do corpo. Já em relação ao contágio, destaca-
se que este pode variar de um a dois dias antes das erupções cutâneas até uma semana após a ocorrência desse 
achado. 
 Restrição do crescimento intrauterino 
 Microcefalia 
 Meningoencefalite 
 Cataratas 
 Retinopatia 
 Perda auditiva 
 Defeitos cardíacos (canal arterial patente e estenose da artéria pulmonar) 
 Hepatoesplenomegalia 
 Radiolucências ósseas 
 
Transmissão 
 Gotícula e transmissão vertical 
 Sua transmissão se dá a partir da via respiratória e da via hematogênica, e seu período de incubação 
pode variar de duas a três semanas. 
Risco para o feto 
Assim como na primeira infecção do grupo T.O.R.C.H, o risco para o feto irá depender da idade 
gestacional em que a mãe foi acometida pelo Vírus da Rubéola, de modo que, quanto mais recente for a gestação, 
maior será o dano gerado pela doença. Caso a infecção ocorra entre os dois primeiros meses, pode-se ter como 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anormalidades-craniofaciais-e-musculoesquel%C3%A9ticas-cong%C3%AAnitas/microcefalia
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/doen%C3%A7as-diversas-da-orelha,-do-nariz-e-da-garganta-em-crian%C3%A7as/defici%C3%AAncia-auditiva-em-crian%C3%A7as
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anomalias-cardiovasculares-cong%C3%AAnitas/persist%C3%AAncia-do-ducto-arterioso-pda
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
consequência o abortamento por exemplo, uma vez que a taxa de transmissão nesse momento varia de 40% a 
90%. No terceiro mês, por sua vez, essa taxa terá redução para 30% a 35%, enquanto no quarto mês esse risco 
cai para menos de 10%. 
Para casos em que a transmissão ocorre e é instalada a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), as 
anomalias que podem cursar estão relacionadas com alterações cardíacas como: ducto arterioso persistente, 
defeitos do septo interatrial ou interventricular, estenose da artéria pulmonar. Além destas, Crescimento 
Intrauterino Restrito (CIUR), microcefalia, microftalmia etc 
Diagnóstico 
É feito a partir de análises laboratoriais buscando identificar imunoglobulinas IgG e IgM na mãe, para 
que, assim, seja avaliada a possibilidade de infecção fetal. 
Atualmente, realiza-se de maneira direta (pesquisa do vírus no feto através da realização da 
amniocentese com uso do método RT-PCR ou através da cordocentese, a qual busca identificar o anticorpo 
específico IgM), 
ou de maneira indireta (através da análise ultrassonográfica buscando efeitos característicos da SRC 
como microcefalia e CIUR, por exemplo. 
Recomendações as gestantes 
Para que a SRC seja evitada, a melhor recomendação a ser feita às mulheres é antes da concepção, uma 
vez que existe uma vacina responsável por prevenir essa patologia. Nesse sentido, a vacinação é feita para todas 
as crianças e mulheres fora do período gestacional e durante a idade fértil. Além disso, recomenda-se que a 
gestante realize o seu pré-natal de maneira correta preconizada pelo Ministério da Saúde, o qual inclui nos exames 
de rotina a sorologia para rubéola. Dessa forma, torna-se possível que a incidência de SRC diminua, ou que a 
melhor conduta seja tomada no caso da gestante e, consequentemente do bebê adquirirem a doença. 
CITOMEGALOVÍRUS 
O Citomegalovírus(CMV), agente etiológico pertencente ao grupo dos herpes-vírus. É importante 
destacar que a citomegalovirose possui um caráter endêmico e que sua prevalência é maior nos países ainda em 
desenvolvimento, ou seja, naqueles com nível socioeconômico inferior. 
 Vírus da família herpesviridae 
 Amplamente difundido no mundo 
 Transmissão por secreções infectadas 
  Latente em células do endotélio vascular, monócitos e células progenitoras mieloides 
  Infecção secundária: reativação ou reinfecção 
 Mesmo gestantes previamente imunes podem transmitir infecção ao feto 
 Controvérsia quanto a triagem neonatal 
 Pode ser transmitida para o feto de maneira vertical ou perinatal 
Transmissão vertical – transplacentaria 
Intrauterina 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
Infecção congênita 
 
Perinatal 
 Intraparto – Exposição a secreção vaginal de canal de parto 
 Pós-natal precoce 
 Leito materno 
 Transmissão horizontal: transfusão de hemoderivados de doares soropositivos 
 Depois do nascimento 
 A maioria dos recém-nascidos são assintomáticos 
 Maior gravidade RNPT com peso menor que mil e quinhentos gramas e/ou idade gestacional menor que 
32 semanas 
 Via de transmissão importante – aleitamento materno 
 Não existe contraindicação formal contra o uso de leite materno com RNPT. 
O CMV é citopático, podendo produzir destruição tecidual em vários tecidos, como, por exemplo, trato 
gastrointestinal, pulmões e cérebro. Em um paciente imunocompetente, a maior parte do vírus é destruída por 
células T citotóxicas específicas para o CMV e a infecção permanece por um quadro oligossintomático 
Transmissão 
A respeito da transmissão do CMV, entende-se que a mesma pode ocorrer através do contato sexual, 
sanguíneo, pela saliva ou até mesmo pela urina de pessoas infectadas. Ainda, destaca-se que por ser um vírus que 
faz parte dos herpesvírus, uma de suas características é a presença de períodos considerados de latência (variando 
entre 28 e 60 dias) e com propriedades de reativação. 
Manifestações 
Existem alguns achados clínicos que podem ocorrer no feto com infecção congênita decorrente da 
infecção materna primária, são eles: derrame pericárdico e/ou pleural, calcificações hepáticas, ascite, icterícia, 
microcefalia entre outros. É importante ressaltar que apenas de 10 a 15% dos fetos com infecção congênita 
apresentam sinais e sintomas ao nascer. 
Diagnóstico 
Em sua grande maioria, a investigação da infecção materna primária ou da infecção recorrente materna 
se inicia após algum achado ultrassonográfico sugestivo, como por exemplo: placentomegalia ou placenta 
pequena, polidramnia ou oligodramnia, intestino hiperecogênico, cardiomegalia, além dos achados supracitados. 
No caso de necessidade de investigação, cita-se que a mesma também é feita por sorologia e busca evidenciar 
presença de IgM após presença de IgG anteriormente ou presença de IgG em gestantes com IgG e IgM negativos 
antes da concepção (susceptibilidade). A detecção desses anticorpos é feita pelo teste Elisa e, assim como no 
diagnóstico de toxoplasmose, pode ser necessária a realização do teste de avidez. Além disso, pode-se realizar a 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
amniocentese ou a cordocentese com o intuito de confirmar a infecção fetal, os quais são exames mais invasivos 
e, por isso, necessitam de alterações sugestivas na ultrassonografia. 
HERPES SIMPLES 
Por fim, a última infecção presente no acrônimo T.O.R.C.H é a Herpes Simples, a qual possui como agente 
etiológico um vírus de DNA denominado Vírus da Herpes Simples (HSV), da família Herpesviridae. Essa 
patologia possui um índice baixo de ocorrências, podendo ter sua transmissão com valores próximos a 1%, porém 
destaca-se que é uma infecção com alta mortalidade e por isso merece uma atenção especial. 
Fisiopatologia 
A infecção por HSV inicia-se com a fase aguda, onde há intensa replicação viral no local de contato. O 
vírus, então, se liga a células epiteliais e adentram nesta célula. A partir disso, penetra na terminação nervosa 
sensorial e é transportado para os gânglios sensoriais por meio de transporte retrógrado. Como consequência 
disso, o HSV estabelece infecção latente ao longo da vida nos gânglios do trigêmeo ou sacral, dependendo de 
onde foi a infecção, epor isso pode ser frequentemente reativado na mucosa e na pele. A reativação ocorre através 
do transporte axonal anterógrado viral para as células epiteliais. Ao atingir o destino, o vírus se replica e pode ser 
transmitido de forma assintomática ou manifestar suas ulcerações clássicas. A reativação frequente em 
imunocomprometidos é explicada pela necessidade viral de uma imunidade celular intacta para que o 
microrganismo seja contido. Na sua ausência, as repetições se tornam mais comuns. Ademais, ainda que haja 
resposta imune competente, o HSV possui mecanismos de evasão imune, o que não permite sua erradicação do 
corpo. 
Transmissão 
Assim como as demais, ocorre através do contato com secreções, sendo as possibilidades: transmissão 
oral, genital, conjuntival ou por solução de continuidade na pele, ou seja, quando a secreção entra em contato 
com alguma ferida aberta na pele. Dentre as ocorrências de transmissão vertical, destaca-se: a infecção 
intrauterina (rara), sendo aquela que ocorre quando há viremia materna, isto é, em casos de infecção aguda, ou 
através da reativação de uma infecção latente durante a gestação ou através da infecção ascendente do trato genital 
e a perinatal (85% dos casos): ocorre durante o parto vaginal quando o bebê passa pelo trato genital materno com 
infecção aguda. 
Riscos para o feto/ Manifestações 
No caso da infecção intrauterina ou congênita, aponta-se que é caracterizada por um quadro grave que 
pode cursar com hidropsia fetal (acúmulo anormal de líquido em tecidos fetais, com consequente edema ou 
derrames cavitários) e morte, além de lesões de pele (vesículas, úlceras ou cicatrizes), lesões oculares e até mesmo 
lesões neurológicas. Já no caso da infecção perinatal, suas manifestações clínicas irão se dividir em: doença 
localizada em pele, olhos e boca, doença localizada no SNC e doença disseminada, as quais variam em 
gravidade do quadro e achados clínicos. 
Recomendações às gestantes 
Sempre lembrar que é contraindicada a amamentação na mama que apresente lesões herpéticas, sendo 
necessário cobrir as lesões para evitar a contaminação do recém-nascido. Entretanto, reitera-se que a 
amamentação pode ser realizada na outra mama, sempre com muita atenção na higienização das mãos, 
principalmente. 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
 
SÍFILIS 
A sífilis congênita é doença infecciosa de transmissão vertical (materno-fetal) causada pela bactéria 
Treponema pallidum. A infecção congênita pode acometer praticamente todos os órgãos e sistemas, o que pode 
resultar em má formação, morte fetal ou neonatal. Embora tenha tratamento eficaz e de baixo custo, vem-se 
mantendo como problema de saúde pública até os dias atuais. 
Transmissão 
A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou ser 
transmitida para a criança durante a gestação ou parto. É uma doença transmitida da mãe não tratada ou tratada 
de forma não adequada para criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é importante fazer o teste 
para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a 
mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão. Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em 
três momentos: 
 Primeiro trimestre de gestação; 
 Terceiro trimestre de gestação; 
 Momento do parto ou em casos de aborto 
As espiroquetas são bacilos espiralados e flexíveis, móveis e delgados, anaeróbio facultativo, podendo ser 
visualizados na microscopia de campo escuro ou por imunofluorescência (LEVINSON, 2016). 
Seu corpo espiralado é envolto por uma membrana citoplasmática, na qual existe uma camada de 
peptideoglicano que dá estabilidade a estrutura, comportando-se como uma organela de locomoção. Apresenta 
crescimento lento in-vitro, sendo inviável o inóculo em meio de cultura (FERREIRA, 2013; LEVINSON, 2016). 
As espiroquetas penetram nas mucosas, principalmente após contato sexual, pelas pequenas erosões após 
o coito, produzem diversas lipoproteínas que ativam o sistema inume e causam a destruição local dos tecidos. 
Invadem o sistema linfático e se disseminam por via hematogênica. Se não tratada, causam infecção generalizada 
atingindo todos os tecidos do corpo (BRASIL, 2006; AVELLEIRA; BOTTINO, 2006; LINS, 2014; LEVINSON, 
2016) 
A sífilis pode ser dividida em quatro fases distintas sífilis primária, secundária, terciária e sífilis congênita. 
Na primeira fase, também denominada como cancro duro, ou protosifiloma, que se manifesta em média de três 
semanas após infecção na região em que teve o contato com as espiroquetas, comumente não apresenta dor 
(AVELLEIRA; BOTTINO, 2006; FERREIRA, 2013; LINS, 2014). 
No princípio a lesão é uma pápula roseada e progride para vermelho, posteriormente aparece inflamação 
ganglionar na região infectada, na maioria dos casos na região genital. O cancro retrocede naturalmente em um 
período que varia de quatro a cinco semanas sem deixar cicatriz. 
2. Descrever acerca das substâncias contraindicadas na gestação (álcool, drogas ilícitas 
e medicamentos) 
DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS 
O consumo de drogas no Brasil é um verdadeiro problema de saúde pública. O seu uso indevido é capaz 
de aumentar as ocorrências sociais, como crises familiares, violências e internações em hospitais e clínicas. 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
Infelizmente, a expansão do consumo de drogas também atinge as mulheres em idade fértil, ou seja, que estão 
propensas a engravidar. 
A gestação é um período de transformações na vida feminina, visto que causa modificações significativas 
em seu corpo, no seu papel sócio-familiar e no seu estado psicoemocional. O uso ou a dependência de substâncias 
psicoativas são capazes de provocar consequências físicas e mentais potencialmente graves para a mãe, 
representando uma grande preocupação para as diversas Instituições e esferas da sociedade. 
Além dos problemas para a mãe também há prejuízos para o bebê, uma vez que a maioria dessas 
substâncias ultrapassam a barreira placentária e chegam até a corrente sanguínea do feto. Essas drogas podem, 
ainda, ultrapassar a barreira hematoencefálica sem metabolização prévia, atingindo o sistema nervoso do bebê. 
Devido a essas consequências, é ideal que a mãe interrompa o uso de drogas, sejam elas lícitas ou não 
lícitas, antes de engravidar. Se o comportamento está ocorrendo durante a gestação é fundamental interrompê-lo 
o quanto antes. 
O comportamento frente ao uso de drogas lícitas e não lícitas é diferente entre mulheres e homens. 
Segundo o Relatório Mundial das Drogas de 2018, os indivíduos do sexo masculino são três vezes mais propensos 
a utilizar drogas do que os do sexo feminino. Ainda de acordo com esse documento, elas têm maior tendência 
para usar drogas lícitas. Além disso, os fatores de risco para mulheres também são diferentes. No Brasil, o Dr. 
Marcel cita que há maior consumo de tabaco, álcool, cocaína, maconha, inalantes e solventes. Todas essas drogas 
têm o poder de atravessar a barreira placentária, ou seja, atingir os tecidos do feto, causando prejuízos. 
Muitos delas têm efeitos teratogênicos, ou seja, causam malformações, que podem ser físicas e cardíacas 
ou mesmo afetar o tecido cerebral. A intensidade dos efeitos vão ser proporcionais à quantidade de substância 
que a gestante consumiu durante a gravidez. Quanto maior o uso, maiores são as chances de dar mais efeitos, e 
mais graves eles são. Além disso, é importante frisar que o início da formação e do desenvolvimento do sistema 
nervoso do bebê acontece no primeiro trimestre de gestação. Assim, o consumo anterior e desde o início da 
gestação pode ser mais grave. 
Entre as principais alterações, podemos citar: 
 ruptura precoce das membranas; 
 trabalho de parto prematuro; 
 aborto espontâneo; 
 nascimentode baixo peso; 
 maior predisposição para doenças e infecções das vias respiratórias; 
 quadros de dependência — no bebê, esse quadro é traduzido em dificuldades para sucção, choro mais 
fácil e irritabilidade maior; 
 atraso e/ou déficits do desenvolvimento intelectual; 
 diminuição da circunferência craniana; 
 deficit de atenção e hiperatividade; 
 transtornos de conduta; 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
  síndrome alcoólica fetal (caso mais grave) — efeitos decorrem da interferência na formação cerebral. 
Em alguns casos, esses efeitos podem ser imperceptíveis quando a criança nasce. No entanto, conforme o seu 
crescimento e desenvolvimento é possível notar os prejuízos. Além dos inúmeros efeitos deletérios já 
reconhecidos, existem muitas substâncias cujos efeitos não são conhecidos, como é o caso do crack. 
MEDICAMENTOS 
CATEGORIA DESCRIÇÃO 
A 
Medicamentos que foram bem testados em humanos, que não ocasionaram problemas para a mulher e o bebê no primeiro trimestre de 
gravidez. Não existindo evidências também no segundo e terceiro trimestres 
Exemplos: Retinol A, Piridoxina, Vitamina D3, Liotironina. 
B 
Medicamentos que não foram bem testados em humanos, mas que os testes em animais não mostraram riscos ou efeitos colaterais ou 
medicamentos com efeitos colaterais em animais, mas que, quando testados em humanos, não apresentaram riscos 
Exemplos: Benzatron, Gamax, Keforal, Sinvastatina, Busonid. 
C 
Medicamentos que não foram bem testados em humanos, mas que os testes em animais não mostraram riscos ou efeitos colaterais 
para o feto. Somente utilizados quando os benefícios são maiores que os malefícios 
Exemplos: Hepatilon, Gamaline V, Pravacol, Desonida, Tolrest. 
D 
Medicamentos que foram bem testados em humanos e demonstraram risco para o feto. Só devem ser utilizados durante a gravidez 
para doenças graves que não possuam outros tratamentos mais seguros 
Exemplos: Apirina ( Ácido Acetilsalicílico); Amitriptilina; Espironolactona, Azatioprina, Estreptomicina, Primidona, Benzodiazepinas, 
Fenitoína, Bleomicina, Fenobarbital, Propiltiouracil, Ciclofosfamida, Cisplatino, Hidroclorotiazida, Citarabina, Imipramina, Clobazam, 
Clorambucil, Valproato, Clorazepato, Cortisona, Mercaptopurina, Vincristina, Daunorrubicina, Metadona, Doxorrubicina, Enalapril. 
X 
Medicamentos que foram bem testados em humanos e apresentaram evidências provocando problemas para o desenvolvimento fetal. 
Não podem ser utilizados em hipótese alguma no período de gravidez 
Exemplos: Tetraciclinas, Metotrexato, Penicilamina. 
 
https://blog.meufraldario.com.br/fases-da-gestacao-de-um-bebe/
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Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
Certos medicamentos são estritamente proibidos, outros não devem ser utilizados até um determinado 
ponto da gestação a menos que a saúde da futura mãe esteja em jogo e esta realmente necessite de tratamento. A 
aspirina, nome comercial do ácido acetilsalicílico, faz parte do grupo de risco D e seu uso pode favorecer 
sangramentos na mulher grávida ou causar malformações cardíacas no feto. Por isso, a aspirina deve 
ser substituída por um analgésico, como o paracetamol. 
Aspirina na gravidez (AINES) 
Certos medicamentos são estritamente proibidos, outros não devem ser utilizados até um determinado ponto da 
gestação a menos que a saúde da futura mãe esteja em jogo e esta realmente necessite de tratamento. A aspirina, 
nome comercial do ácido acetilsalicílico, faz parte do grupo de risco D e seu uso pode favorecer sangramentos 
na mulher grávida ou causar malformações cardíacas no feto. Por isso, a aspirina deve ser substituída por um 
analgésico, como o paracetamol. 
O principal motivo deste alerta é devido à associação entre AINEs e disfunção renal fetal. Isso pode levar a níveis 
baixos de líquido amniótico, o que pode causar complicações adicionais, incluindo atraso na maturação pulmonar. 
Dipirona 
Seu uso pode provocar malformação no feto, principalmente no primeiro e no terceiro trimestres, quando 
as substâncias presentes neste medicamento são capazes de fechar prematuramente o ducto arterial e ocasionar 
problemas de coagulação na mãe e no bebê. 
Antibióticos 
Tetraciclina 
Este medicamento é considerado Categoria X 
A tetraciclina é um antibiótico muito utilizado no tratamento da acne, mas que também pode fazer parte 
da resolução de quadros de infecção urinária. As substâncias presentes neste medicamento são capazes de 
atravessar a placenta e atingir o bebê. 
Quando utilizada durante a gravidez, a tetraciclina pode provocar descoloração do esmalte dentário do 
feto e alterações no desenvolvimento linear do esqueleto fetal. Este medicamento não pode ser utilizado, 
inclusive, durante a amamentação, pelo risco de aftas, reações fotossensitivas e hipoplasia do esmalte dentário. 
Hipertensivos 
A maioria são desaconselhados, podendo fazer uso do Metildopa (excelente para gestantes). As vezes, é 
possível utilizar a nifedipina (lembrar que ele inibe o trabalho de parto). 
Espironolactona 
Este medicamento é considerado Categoria D 
A espironolactona é um diurético poupador de potássio utilizado no tratamento da hipertensão arterial e não deve 
ser utilizado por mulheres grávidas ou em período de amamentação. Ele pode provocar malformações fetais e 
prejudicar a saúde do bebê, por isso, seu uso deve ser avaliado em conjunto com o obstetra. 
https://saude.ccm.net/faq/7433-paracetamol-posologia-e-efeitos-colaterais
https://saude.ccm.net/faq/7433-paracetamol-posologia-e-efeitos-colaterais
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O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
Tratamentos naturais 
Tenha cuidado com medicamentos à base de plantas (fitoterápicos), aromaterapia e outros tratamentos naturais. 
A realização desses tratamentos também deve ser comunicada ao médico e eles devem ser interrompidos caso 
o especialista observe risco para o bebê. 
Vacinação e raio-X 
É indispensável que mulheres grávidas alertem seu médico antes de tomarem vacinas ou submeterem-se a exames 
de raio-X, pois essas ações também podem trazer risco para o bebê. As primeiras pela chance de interação do 
vírus atenuado com o feto e as radiografias por conta da radiação emitida pelos aparelhos. A vacina de vírus vivo 
contra o sarampo e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), HPV, Dengue, Catapora/varicela, por exemplo, 
têm risco X e estão proibidas para grávidas. Apesar de serem contraindicadas na gestação, podem ser 
administradas após o nascimento do bebê e durante a amamentação, já que não há risco de transmissão para o 
bebê por meio do leite, com exceção da vacina contra a dengue. 
3. Explicitar os exames neonatais 
A triagem neonatal no Brasil faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), que visa 
identificar distúrbios no recém-nascido em tempo hábil para uma intervenção adequada. Dessa forma, objetiva-
se tratar e garantir um acompanhamento dos pacientes com diagnósticos positivos, para reduzir a 
morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. O PNTN tem a missão de implantar a triagem 
neonatal no âmbito do SUS, garantindo acesso universal, integral e unânime. A triagem de qualquer doença 
consiste em identificar, naquela população assintomática, os indivíduos que têm maior risco de desenvolver 
alguma doença ou distúrbio. A triagem neonatal, portanto, é um rastreamento da população entre 0 e 28 dias de 
vida. 
A triagem neonatal consiste em alguns testes: o mais conhecido, o teste do pezinho, responsável pela 
identificação de diversas doenças metabólicas, genéticas endócrinas e enzimáticas; o teste do coraçãozinho; o 
teste do reflexo vermelho; a triagem auditiva; e a avaliação do frênulo lingual. 
TESTE DO PEZINHO 
O teste do pezinho tambémé conhecido como triagem neonatal biológica e é responsável pela pesquisa 
de 6 doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doença Falciforme e outras hemoglobinopatias, 
Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase. 
Realização da coleta 
O profissional deve estar usando luvas de procedimento e deve realizar a assepsia do calcanhar do bebê 
com algodão ou gaze umedecidos com álcool a 70%. Colocar o pé do bebê abaixo do nível do coração, para que 
haja maior circulação de sangue 
 
https://saude.ccm.net/faq/6967-sarampo-sintomas-tratamento-e-prevencao
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O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
A punção deve ser feita com lancetas apropriadas (autorretráteis para evitar acidentes), estéreis, 
descartáveis e com profundidade e largura determinadas. O local de punção deve ser em uma das laterais da 
região plantar do calcanhar, na qual há menor possibilidade de atingir o osso. 
 
Após a punção, aguardar a formação da primeira gota de sangue e limpá-la, já que pode conter outros 
fluidos teciduais. As demais gotas devem ser encostadas no verso do papel filtro, até o preenchimento de todo o 
círculo demarcado. 
 
Após a coleta, colocar a criança deitada e comprimir levemente o local com algodão ou gaze, até que o 
sangramento cesse. A equipe multidisciplinar das maternidades e casas de parto deve orientar as puérperas e 
familiares sobre a importância da realização do teste. O ponto de coleta é na Unideda de Atenção Básica perto da 
residência da família, quando não tiver sido feita na maternidade/casa de parto, entre o 3º e 5º dia de vida do 
bebê. A família deve estar atenta para pegar os resultados do teste e apresentar ao pediatra, que deve registrá-los 
na Caderneta da criança. 
 
TESTE DO REFLEXO VERMELHO 
Também chamado de teste do olhinho, consiste em um exame simples e rápido realizado em recém-
nascidos, com o objetivo de detectar precocemente problemas oculares congênitos. Identifica-se com esse teste 
as condições que comprometem a transparência dos meios oculares e que podem impedir o desenvolvimento 
visual. 
O teste é realizado com o oftalmoscópio direto, que projeta a luz nos olhos e atravessa as estruturas 
transparentes, atingindo a retina e refletindo a luz vermelha. O aparelho deve ser colocado a uma distância de 
50cm a 1 metro dos olhos do RN e deve-se observar a presença ou ausência do reflexo, assim como comparar a 
intensidade e simetria dos olhos. 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
 
 
A observação do reflexo vermelho da retina indica que as estruturas estão transparentes (normais); a 
opacidade desses meios pode levar a leucocoria (pupila branca) ou perda do reflexo. 
As principais causas de TRV negativo (alterado) são a catarata congênita, glaucoma congênito, 
retinoblastoma, leucoma, inflamações intraoculares da retina e vítreo, retinopatia da prematuridade e outros. 
O TRV deve ser realizado pelo pediatra na maternidade, antes da alta do RN. Se não for possível, deve 
ser feito até completar 01 mês de vida. Recomenda-se, ainda, a repetição do teste durante as consultas pediátricas 
regulares, de 2 a 3 vezes por ano nos primeiros 3 anos de vida. Caso haja detecção de qualquer alteração, deve-
se encaminhar o neonato para acompanhamento em unidade especializada. 
No entanto, o teste não é suficiente para assegurar a boa saúde ocular da criança: dos seis meses de vida 
a um ano, todos os bebês devem ser submetidos ao exame oftalmológico. 
TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
A cardiopatia congênita ocorre em cada 1 – 2 para cada 1000 nascidos vivos; destes, alguns têm 
cardioparias graves, com necessidade de intervenção urgente e que muitas vezes recebem alta sem diagnóstico. 
A maior parte das cardiopatias congênitas críticas (CCC) cursa com redução da saturação periférica de 
O2 no período neonatal. Por isso, o teste envolvendo a oximetria de pulso foi desenvolvido como um método de 
triagem para essas condições críticas. Consiste em um exame fácil e rápido, além de muito específico para a 
detecção de CCC, que deve ser realizado antes da alta da Unidade Hospitalar em todos os RN com IG > 34 
semanas. 
 O teste é realizado a partir da aferição da saturação de oxigênio no membro superior direito (MSD) e em 
qualquer um dos membros inferiores, entre 24 e 48 horas de vida. O resultado normal consiste na saturação maior 
ou igual a 95% em ambas as medidas, sendo a diferença menor que 3% entre as medidas do MSD e MMII. Já o 
resultado anormal está presente quando qualquer medida seja menor que 95% ou houver diferença igual ou maior 
a 3% entre as medidas do 
Tutoria 24 
O cuidado vertical 
Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
 
Caso a triagem seja alterada, uma nova aferição deve ser realizada em 01 hora. Se o resultado anormal 
se confirmar, o recém-nascido deve ser submetido a um ecocardiograma dentro de 24 horas. 
TRIAGEM AUDITIVA 
A deficiência de audição tem consequências desastrosas na infância, com implicações diretas no 
desenvolvimento, escolaridade, relacionamento social e status emocional do indivíduo. Outro aspecto 
importante é que a linguagem se desenvolve nos primeiros seis meses de vida, por isso a importância de 
identificar os bebês com alterações auditivas e iniciar seus atendimentos. 
Alguns indicadores de alto risco de perda auditiva devem ser considerados: história familiar de surdez 
congênita; anomalias craniofaciais; espinha bífida; síndromes genéticas que cursam com deficiêcias auditivas, 
como a Sd. Waardenburg, Alport e Pendred; e intercorrências neonatais, como peso < 1.500g, anóxia grave, uso 
de ventilação assistida, permanência em UTI por > 5 dias, sepse/meningite neonatal, infecções congênitas e uso 
de drogas ototóxicas. Apesar disso, cerca de 50% das perdas auditivas são idiopáticas, sem riscos identificáveis, 
por isso a importância de realizar os testes em todos os RN. 
A triagem auditiva deve ser realizada preferencialmente nos primeiros dias de vida (24 a 48 horas), 
antes da alta ou, no máximo, no 1º mês de vida. A forma como serão realizados os testes dependem da presença 
ou não de indicadores de risco para a deficiência auditiva. Para os neonatos e lactentes sem indicadores de 
risco, utiliza-se o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE), que pode ser repetido caso haja falha. 
Se a falha permanecer, deve-se realizar o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (Peate-
Automático). Já para os indivíduos com indicador de risco, utiliza-se diretamente o Peate-Automático, devido 
à maior prevalência das perdas auditivas retrococleares. 
O EOAE é um teste rápido, simples e não invasivo, com alta sensibilidade e especificidade, capaz de 
identificar a maior parte das perdas auditivas cocleares (préneural). Porém, não permite a identificação das 
deficiências auditivas retrococleares e necessita de integridade anatômica da orelha externa e média para ser 
realizado. Já o PEATE é um teste mais complexo e caro, que precisa de sedação e avalia a integridade das vias 
auditivas até o tronco cerebral. 
Todas as crianças que apresentarem falha no teste devem passar pela etapa de reteste após 30 dias. Esse 
reteste deve ser feito com o PeateA em ambas as orelhas, mesmo que a falha anterior tenha ocorrido de forma 
unilateral. Caso a falha persista, o pediatra/ neonatologista deve encaminhar o RN para avaliação especializada. 
Para as crianças que obtiveram respostas satisfatórias, cabe ao médico assistente realizar o 
monitoramento do desenvolvimento da audição e da linguagem, registrando-o na Caderneta de Saúde da 
Criança. 
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Avaliação do frênulo lingual 
A anquiloglossia é uma alteração que se caracteriza por um frênulo lingual anormalmente curto e 
espesso, que restringe a movimentação da língua em graus variados. Dessa forma, pode interferir 
negativamentena amamentação, diminuindo a habilidade para uma sucção adequada. Com isso, há dificuldade 
no estímulo adequado à produção de leite materno, causando dores e feridas durante a amamentação. 
Embora as evidências sobre a associação de anquiloglossia e dificuldades na amamentação não sejam 
robustas, alguns testes podem ser feitos para identificar as alterações no frênulo lingual que podem interferir no 
processo. 
A avaliação do frênulo lingual tem como base o Protocolo Bristol, que leva em consideração os 
seguintes elementos: aparência da ponta da língua, fixação do frênulo na margem gengival inferior, elevação da 
língua e projeção da língua. As pontuações obtidas em cada item devem ser somadas, podendo variar de 0 a 8. 
Escores de 0 a 3 indicam possibilidade de redução mais grave da função lingual. 
 
Caso o escore seja menor ou igual a 3, sugerese nova avaliação da mamada e do frênulo lingual antes da 
alta hospitalar. Caso o escore se confirme e não existam outros fatores que justifiquem a dificuldade na 
amamentação, podese considerar a realização do procedimento cirúrgico. Apesar disso, a força de evidência 
permenece baixa quanto à melhora na amamentação e redução de dor nos mamilos após a frenotomia. 
Importante considerar também a possibilidade de eventos adversos, como hemorragias e recidivas, e explicar à 
família para tomada de decisão em conjunto com a equipe assistencial. 
 
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4. Notificação compulsória das doenças congênitas 
 
As doenças que compõem a proposta final da Lista Brasileira de Doenças de Notificação Compulsória 
encontram-se relacionadas a seguir: 
· Cólera 
· Dengue 
· Difteria 
· Doença de Chagas (casos agudos) 
· Doença Meningocócica e Outras Meningites 
· Febre Amarela 
· Febre Tifóide 
· Hanseníase 
· Hepatite B 
· Leishmanioses Visceral 
· Malária em área não endêmica 
· Meningite por Haemophilus influenzae 
· Meningite por tuberculose 
· Peste 
· Poliomielite / Paralisia Flácida Aguda 
· Raiva Humana 
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Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
 
· Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita 
· Sarampo · Sífilis Congênita 
· Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) 
· Tétano 
· Tuberculose

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