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Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho
DIREITO DO TRABALHO
SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
1. Conceito de interrupção
Na interrupção do contrato de trabalho, a principal obrigação do trabalhador (pres-
tar serviços) cessa temporariamente. Já a principal obrigação do empregador (pagar salá-
rios) continua.
Vale lembrar que somente a principal obrigação do trabalhador é que cessa durante a 
interrupção, já as demais não. Nesse sentido, o trabalhador não pode, por exemplo, fazer con-
corrência desleal para com o empregador durante um período de interrupção, como as férias.
DIRETO DO CONCURSO
61. (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2022/ADAPTADA) Considerando a legis-
lação e a jurisprudência uniformizada do Tribunal Superior do Trabalho em relação à 
suspensão e à interrupção do contrato de trabalho, julgue o item:
Mesmo durante a suspensão do contrato de trabalho mantêm-se algumas obrigações 
acessórias do contrato, como as relativas à proibição de concorrência desleal e de 
violação de segredos empresariais, além do respeito à integridade física e moral do 
empregado e do empregador.
COMENTÁRIO
Na suspensão do contrato de trabalho, essas obrigações devem ser cumpridas pelo 
trabalhador.
2. Conceito de suspensão
Na suspensão do contrato de trabalho, a principal obrigação do trabalhador cessa tem-
porariamente, bem como a principal obrigação do empregador. Um exemplo de suspensão 
contratual é quando o trabalhador recebe um benefício previdenciário como o auxílio-doença. 
3. Hipóteses de interrupção
a) Férias
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Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho
DIREITO DO TRABALHO
Dispõe a CLT:
Art. 129. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo 
da remuneração.
Na interrupção do contrato de trabalho, como regra, o tempo de interrupção é contabili-
zado para fins de aquisição de direitos trabalhistas. Nas férias, por exemplo, o tempo é con-
tabilizado para adquirir novo direito a férias. 
Já nas hipóteses de suspensão do contrato de trabalho, como regra, o tempo de suspen-
são não é contabilizado para fins de aquisição de direitos trabalhistas.
Ex.: suponha que um determinado empregado tenha a oportunidade de fazer um curso 
no exterior. Para isso, pede a seu empregador que lhe conceda uma licença para estudar 
durante oito meses. Nesse caso, se o empregador suspender o contrato de trabalho, o 13º 
salário desse trabalhador será contabilizado somente sobre os meses trabalhados no ano, ou 
seja, 4/12 da remuneração. O tempo em que o contrato ficou suspenso não é contabilizado 
para fins de concessão da gratificação natalina.
b) Repouso semanal remunerado e feriados
Dispõe a Lei n. 605/1949:
Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas con-
secutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, 
nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
Dispõe a Constituição Federal de 1988:
Art. 7º (…) XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
Os feriados e o repouso semanal remunerado são hipóteses de interrupção do contrato 
de trabalho.
c) Lockout (ou locaute)
Dispõe a Lei n. 7.783/1989:
Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo 
de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados 
(lockout).
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos 
salários durante o período de paralisação.
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DIREITO DO TRABALHO
No Brasil, a tática de paralisar as atividades para impedir que os trabalhadores se orga-
nizem e peçam melhores condições de trabalho é vedada por lei. Esse é o chamado lockout. 
Como essa é uma prática considerada ilícita, o empregador terá que pagar a remunera-
ção dos funcionários pelo tempo em que as atividades ficaram paralisadas, caso essa situa-
ção venha a acontecer.
d) Faltas justificadas por convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo, regula-
mento de empresa, contrato de trabalho ou liberalidade do empregador
Existem situações em que as normas coletivas preveem situações em que uma determi-
nada falta do trabalhador é justificada. Ex.: um acordo coletivo de trabalho que prevê folga 
para o trabalhador no dia do seu aniversário. Nos casos de faltas justificadas, o trabalhador 
não presta serviços, mas a remuneração é devida por parte do empregador.
e) Licença-nojo
Dispõe a CLT:
Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descenden-
te, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua 
dependência econômica;
Mas é preciso ter cuidado, pois no que diz respeito à licença-nojo, existe uma regra espe-
cial para o professor, conforme aponta a CLT:
Art. 320. (...) § 3º Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por 
motivo de gala ou de luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.
DIRETO DO CONCURSO
62. (FCC/TRT – 1ª REGIÃO (RJ)/JUIZ DO TRABALHO/2016) De acordo com a Consolida-
ção das Leis do Trabalho e o entendimento sumulado pelo TST, são hipóteses de inter-
rupção do contrato de trabalho:
O período de afastamento de até 9 dias em que o empregado professor se afasta em 
consequência do falecimento de filho.
COMENTÁRIO
O art. 320, § 3º da CLT traz essa previsão da licença de até nove dias para o professor.
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DIREITO DO TRABALHO
f) Licença-gala
Dispõe a CLT:
Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
(...)
II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; 
Novamente, é importante ter cuidado com o caso específico do professor previsto na CLT:
Art. 320. (...) § 3º Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por 
motivo de gala ou de luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.
g) Doação voluntária de sangue
Dispõe a CLT:
Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
(...)
IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue 
devidamente comprovada;
h) Alistamento eleitoral
Dispõe a CLT:
Art. 473. (...) V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos 
da lei respectiva.
i) Dever do reservista militar
Dispõe a CLT:
Art. 473. (...) VI – no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar 
referidas na letra “c” do art. 65 da Lei n. 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).
Dispõe a Lei do Serviço Militar (Lei n. 4.375/1964):
Art. 65. Constituem deveres do Reservista: c) apresentar-se, anualmente, no local e data que 
forem fixados, para fins de exercício de apresentação das reservas ou cerimônia cívica do Dia do 
Reservista;
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DIREITO DO TRABALHO
j) Acompanhamento em consultas
Dispõe a CLT:
Art. 473. (...)X – pelo tempo necessário para acompanhar sua esposa ou companheira em até 6 
(seis) consultas médicas, ou em exames complementares, durante o período de gravidez; (Reda-
ção dada pela Lei n. 14.457, de 2022)
XI – por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.
k) Realização de exames preventivos de câncer
Dispõe a CLT:
Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
(...)
XII – até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames 
preventivos de câncer devidamente comprovada.
l) Intervalos computados na jornada
Existem situações em que o intervalo intrajornada é computado como tempo trabalhado. 
Ou seja, o empregado não está trabalhando efetivamente nesse período, mas recebe pelo 
tempo de descanso.
Exemplo: 
Dispõe o art. 72 da CLT:
Art. 72. Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada 
período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) 
minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.
Essa mesma lógica dos serviços de mecanografia se aplica ao digitador:
Súmula 346 do TST
DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 72 
DA CLT (mantida) - Res.121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalha-
dores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual 
têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho 
consecutivo.
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DIREITO DO TRABALHO
m) Licença-saúde
Nos casos de afastamentos por motivos de saúde, a regra é que os 15 primeiros dias 
serão pagos pelo empregador, conforme dispõe a Lei n. 8.213/1991:
Art. 60. (...) § 3º Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade 
por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.
(...)
§ 4º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o exa-
me médico e o abono das faltas correspondentes ao período referido no § 3º, somente devendo 
encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar 
15 (quinze) dias.
A partir do 16º dia de afastamento, o empregado começa a receber o auxílio-doença, 
pago pelos órgãos previdenciários.
Jurisprudência:
Súmula 282 do TST
ABONO DE FALTAS. SERVIÇO MÉDICO DA EMPRESA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 
19, 20 e 21.11.2003
Ao serviço médico da empresa ou ao mantido por esta última mediante convênio com-
pete abonar os primeiros 15 (quinze) dias de ausência ao trabalho.
DIRETO DO CONCURSO
63. 63. (FCC/TRT – 1ª REGIÃO (RJ)/JUIZ DO TRABALHO/2016) De acordo com a Conso-
lidação das Leis do Trabalho e o entendimento sumulado pelo TST, são hipóteses de 
interrupção do contrato de trabalho:
O afastamento do empregado, por até 15 dias consecutivos, por força de auxílio-doença.
COMENTÁRIO
O período da licença-saúde (15 primeiros dias de afastamento por motivo de doença), o 
caso é de interrupção do contrato de trabalho, sendo responsabilidade do empregador 
pagar por esses dias. 
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DIREITO DO TRABALHO
n) Prestação de exames vestibulares
Dispõe a CLT:
Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
(...)
VII – nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para in-
gresso em estabelecimento de ensino superior.
GABARITO
 61. C
 62. C
 63. C
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula prepa-
rada e ministrada pelo professor José Gervásio. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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