lucro real

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Lucro Real Anual com antecipações mensais em bases estimadas ou em bases reais – Exemplo – pode 
ser HQ ou outra sugestão que caiba melhor no contexto abordado.
Vamos supor que uma empresa opte pelo Lucro Real Anual. O fechamento da apuração é anual, porém o 
Fisco determina que sejam feitos recolhimentos mensais a título de antecipação.
Essa antecipação pode ser calculada de duas formas: em bases estimadas e em bases reais.
Em bases estimadas será utilizada a mesma tabela do Lucro Presumido, fazendo a estimativa do lucro 
através dos percentuais de presunção.
Em bases reais serão feitas as adições e exclusões encontrando o lucro tributável (confronto das receitas 
tributáveis e das despesas dedutíveis).
Todo mês serão feitos os dois procedimentos e pode optar pelo que seja mais vantajoso para a empresa.
Como assim o mais vantajoso?
Aquele procedimento que desembolsa menos dinheiro para o Fisco, sobrando mais dinheiro para a 
empresa aplicar nas suas atividades, como por exemplo: comprando mais mercadorias ou insumos, 
adquirindo novos equipamentos etc.
Atenção o procedimento escolhido deve ser utilizado tanto para o IRPJ quanto para a CSLL, não pode ser 
um procedimento para cada um, então a análise é feita sobre o conjunto (somatório) dos valores.
IRPJ + CSLL
Vamos a um exemplo prático?
Suponha que a empresa obtenha sempre a receita bruta em torno de R$ 7.000.000,00 por mês. Sabendo 
que a empresa é puramente comercial.
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Se formos estimar o lucro desta empresa, temos que consultar a tabela que é utilizada no Lucro 
Presumido. Para empresas que vendem produtos o percentual de presunção do lucro é de 8% para o 
IRPJ e 12% para a CSLL. Sendo assim teremos o seguinte cálculo abaixo:
R$ 7.000.000,00 x 8% = 560.000,00 (Base de cálculo do IRPJ)
R$ 560.000,00 x 15% IRPJ = 84.000,00
R$ 540.000,00 x 10% IRPJ adicional = R$ 54.000,00 (Base de cálculo do adicional será menos R$ 
20.000,00/mês – parcela isenta mensal)
Total IRPJ = R$ 138.000,00
R$ 7.000.000,00 x 12% = 840.000,00 (Base de cálculo do CSLL)
R$ 840.000,00 x 9% CSLL = 75.600,00
Total do IRPJ e da CSLL = 213.600,00
Então vamos trabalhar com esse valor de recolhimento em bases estimadas em todos os meses, ok?
Já em bases reais temos que confrontar as receitas tributáveis com as despesas dedutíveis para verificar 
qual é realmente o lucro tributável que a empresa obteve.
Vamos supor que em janeiro a empresa teve R$ 6.400.000,00 de despesas dedutíveis, aquelas aceitas 
pelo Fisco (Custo das Mercadorias Vendidas – CMV, despesas com salários, despesas com aluguel do 
escritório pago a pessoa jurídica, água, luz, telefone etc.).
Dessa forma pelas bases reais teremos o seguinte lucro tributável abaixo:
R$ 7.000.000,00 (receita) – R$ 6.400.000,00 (custos/despesas) = R$ 600.000,00 (lucro tributável)
Sobre este lucro haverá a tributação da empresa:
R$ 600.000,00 x 15% = 90.000,00
R$ 580.000,00 x 10% = 58.000,00 (base de cálculo menos os R$ 20.000,00/mês de parcela isenta do 
adicional de IRPJ)
Total do IRPJ = R$ 148.000,00
R$ 600.000,00 x 9% = R$ 54.000,00
Total do IRPJ e da CSLL = R$ 202.000,00
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Quanto é melhor recolher, R$ 213.600,00 pelo cálculo das bases estimadas ou R$ 202.000,00 pelas bases 
reais?
Com certeza R$ 202.000,00, pois a empresa vai recolher menos. Então se diz que a empresa recolheu 
os tributos do mês de janeiro pelo Balancete de Redução (respaldado). Essa documentação deve ser 
guardada para comprovar, em caso de fiscalização, porque a empresa recolheu este valor específico. 
Em fevereiro a empresa deverá fazer o mesmo procedimento para saber qual valor será antecipado para 
o Fisco.
Sabemos que a empresa em bases estimadas terá que recolher o valor de R$ 213.600,00, considerando 
a mesma receita para o mês de fevereiro.
Em bases reais teremos que calcular, pois agora serão cumulativos os valores a serem calculados 
(janeiro e fevereiro). Calma, vamos por parte! 
No mês de fevereiro houve despesas dedutíveis de R$ 6.100.000,00. Então temos que fazer o seguinte 
cálculo abaixo:
R$ 14.000.000,00 (receita de janeiro e fevereiro) – R$ 12.500.000,00 (despesas/custos de janeiro e 
fevereiro) = R$ 1.500.000,00 (lucro real/base de cálculo)
R$ 1.500.000,00 x 15% = 225.000,00
R$ 1.460.000,00 x 10% = 146.000,00 (base de cálculo menos os R$ 40.000,00/ 2 meses de parcela isenta 
do adicional de IRPJ – janeiro e fevereiro)
Total do IRPJ = R$ 371.000,00
R$ 1.500.000,00 x 9% = R$ 135.000,00
Total do IRPJ e da CSLL = R$ 506.000,00 (valor devido para janeiro e fevereiro)
Já recolhemos em janeiro o valor de R$ 202.000,00, então devemos diminuir do valor encontrado o valor 
já recolhido.
R$ 506.000,00 – R$ 202.000,00 = R$ 304.000,00 a recolher em fevereiro.
Novamente se faz a pergunta: Quanto é melhor recolher, R$ 213.600,00 pelo cálculo das bases estimadas 
ou R$ 304.000,00 pelas bases reais?
Com certeza será o valor de R$ 213.600,00. Então dessa vez o recolhimento será feito por bases estimadas 
(o mais vantajoso para a empresa).
Teremos o acumulado de antecipações recolhidas para o Fisco referente aos meses de Janeiro e 
Fevereiro, o total de R$ 415.600,00 (R$ 202.000,00 + R$ 213.600,00).
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No mês de março teremos o mesmo trabalho a executar.
Sabemos, novamente, que a empresa em bases estimadas terá que recolher o valor de R$ 213.600,00, 
considerando a mesma receita para o mês de março.
No mês de março houve despesas dedutíveis de R$ 7.700.000,00 (houve prejuízo fiscal, haja vista que a 
receita foi de R$ 7.000.000,00). 
Vamos ao cálculo cumulativo dos três meses:
R$ 21.000.000,00 (receita de janeiro, fevereiro e março) – R$ 20.200.000,00 (despesas/custos de janeiro, 
fevereiro e março) = R$ 800.000,00 (lucro real/base de cálculo).
R$ 800.000,00 x 15% = 120.000,00
R$ 740.000,00 x 10% = 74.000,00 (base de cálculo menos os R$ 60.000,00/ 3 meses de parcela isenta do 
adicional de IRPJ – janeiro, fevereiro e março)
Total do IRPJ = R$ 194.000,00
R$ 800.000,00 x 9% = R$ 72.000,00
Total do IRPJ e da CSLL = R$ 266.000,00 (valor devido para janeiro, fevereiro e março)
Temos o acumulado, recolhidos em janeiro e fevereiro, o valor de R$ 415.600,00, então já recolhemos 
mais do que devíamos para estes 3 meses de apuração.
No mês de março não faremos nenhum recolhimento respaldado no Balancete de Suspensão (foi 
suspenso o recolhimento, pois já foi antecipado mais do que o devido até o mês de março, de acordo 
com a apuração).
Dessa forma são feitas as apurações até o fim do ano, onde haverá o fechamento final do ano (Lucro 
Real Anual).
No final do ano a empresa pode ter que recolher a diferença para o Fisco ou mesmo ter antecipado 
mais, se continuar havendo muita oscilação nas despesas/custos dedutíveis, mas se esse for o caso a 
empresa pode se recuperar do valor antecipado a maior nas próximas apurações.