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CÁLCULO I Equipe de Professores do Projeto Newton Aula nº 17: Extremos Relativos e Absolutos e Método do Intervalo Fechado. Objetivos da Aula � De�nir e determinar Extremos Absolutos e Relativos de uma função. � Exibir o Método do Intervalo Fechado para determinar extremos absolutos. Extremos Relativos e Absolutos De�nição 1 (Extremos Absolutos ou Globais). Seja x = p um número no domínio de uma função f . Então x = p é chamado o (i) máximo absoluto de f se f(p) ≥ f(x) para todo x em Df . (ii) mínimo absoluto de f se f(p) ≤ f(x) para todo x em Df . Nestas de�nições, o número f(p) é denominado o valor máximo (ou mínimo) absoluto ou global de f e o ponto (p, f(p)) é chamado ponto de máximo (ou mínimo) global ou absoluto de f . Os máximos e mínimos absolutos ou globais de uma função recebem também o nome de extremos absolutos ou globais da função. Observe o grá�co abaixo. Figura 1: Grá�co da função f . Note que o grá�co da função exibida possui máximo absoluto em x = c e mínimo absoluto em x = d. Os pontos (d, f(d)) e (c, f(c)) são, respectivamente, o ponto mais baixo e o ponto mais alto no grá�co. Exemplo 1. O grá�co da função quadrática f(x) = x2 − 4x+ 3 é mostrado na �gura a seguir. 1 Universidade Federal do Pará Cálculo I Aula nº 17 Observe que em x = 2, temos f(x) = −1, que é o valor mínimo absoluto da função. � Exemplo 2. Observe o grá�co da função f(x) = x3 − 3. Note que essa função não possui pontos máximo e mínimo absolutos. � De�nição 2 (Extremos Relativos ou Locais). Seja x = p um número no domínio de uma função f . Então x = p é chamado o (i) máximo relativo ou local de f se f(p) ≥ f(x) para todo x em (p− δ, p+ δ), para algum δ > 0. (ii) mínimo relativo ou local de f se f(p) ≤ f(x) para todo x em (p− δ, p+ δ), para algum δ > 0. Nestas de�nições, o número f(p) é denominado o valor máximo (ou mínimo) relativo ou local de f e o ponto (p, f(p)) é chamado ponto de máximo (ou mínimo) relativo ou local de f . Os máximos e mínimos relativos ou locais de uma função recebem também o nome de extremos relativos ou locais da função. Equipe de Professores do Projeto Newton 2 Cálculo I Aula nº 17 Observe o grá�co abaixo. Figura 2: Grá�co da função f . Note que o grá�co da função exibida possui máximo local em x = a e mínimo local em x = b. Os pontos (a, f(a)) e (b, f(b)) são, respectivamente, o ponto mais baixo e o ponto mais alto, localmente, no grá�co. Exemplo 3. Considere a função f(x) = x3 − 3x. Note que se tomamos δ = 0, 5, conseguimos obter um intervalo com centro em x = −1 e outro com centro em x = 1, ambos com raio δ, tal que esses pontos sejam, respectivamente, máximo e mínimo locais de f . Figura 3: Grá�co da função f . Observando o grá�co acima, podemos perceber que a imagem dos elementos x pertencentes ao intervalo[ 1 2 , 3 2 ] são sempre maiores que a imagem de x = 1, garantindo que x = 1 é mínimo local. De modo análogo, podemos veri�car que x = −1 é máximo local. Observação 1. Nem toda função possui extremos absolutos, existe porém um teorema do cálculo que garante que toda função contínua de�nida em um intervalo fechado [a, b] tem extremos absolutos neste intervalo. Equipe de Professores do Projeto Newton 3 Cálculo I Aula nº 17 Teorema 1 (Weierstrass). Se f for contínua em um intervalo fechado [a, b], então f assume um valor máximo absoluto f(c) e um valor mínimo absoluto f(d) em certos números c e d em [a, b]. O Teorema de Weierstrass (também chamado de Teorema do Valor Extremo) garante a existência de valores máximo e mínimo absolutos no intervalo [a, b] mas não diz como encontrá-los. Gra�camente nos pontos máximos e mínimos quando existe reta tangente passando por eles a mesma é paralela ao eixo dos x, isto é, f ′(c) = 0 e f ′(d) = 0. O teorema a seguir garante isso para funções diferenciáveis. Teorema 2 (Fermat). Se f tiver um máximo ou mínimo local em c e se f ′(c) existir, então f ′(c) = 0 em [a, b]. Exemplo 4. A função f(x) = xex possui um mínimo local em x = −1 e note que a reta tangente ao grá�co de f no ponto (−1,−e−1) é paralela ao eixo x, isto é, f ′(−1) = 0. � Uma informação importante é a de que a função não precisa ser derivável no ponto para que esse seja um ponto de máximo e mínimo. Para isso basta notar que na de�nição de máximos e mínimos (tanto absolutos quanto relativos) não foi usado o conceito de derivada. O seguinte exemplo ilustra esse fato. Exemplo 5. A função f(x) = |x| tem seu valor mínimo (local e absoluto) em 0, mas o valor não pode ser encontrado por considerar f ′(x) = 0 porque, f ′(0) não existe. Observe o grá�co. � Equipe de Professores do Projeto Newton 4 Cálculo I Aula nº 17 Observe também que a recíproca do Teorema de Fermat não é válida, pois podemos obter funções f que em x = c, (c ∈ Df ), tenhamos f ′(c) = 0, mas x = c não é máximo nem mínimo. Veja o exemplo abaixo. Exemplo 6. A função f(x) = x3 tem derivada f ′(x) = 3x2 e f ′(0) = 0, mas c = 0 não é máximo e nem mínimo. Observe gra�camente: � Contudo, o Teorema de Fermat sugere ao procurar os extremos de uma função, devemos pelo menos começar procurando nos números c, c ∈ Df , onde f ′(c) = 0 ou onde f ′(c) não existe. Esses números são chamados de números críticos. De�nição 3 (Número Crítico). Um número crítico de uma função f é um número c no domínio de f tal que ou f ′(c) = 0 ou f ′(c) não existe. Se x = c é um número crítico de f , então o ponto (c, f(c)) é chamado ponto crítico. Exemplo 7. Encontre os pontos críticos de f(x) = x2 − 4x+ 3. Solução: Temos que o domínio de f é o conjunto R. Derivando f(x) e igualando a zero, temos: 2x− 4 = 0 ⇒ x = 2. Então c = 2 é um número crítico. Como f(2) = −1, então o ponto P = (2,−1) é um ponto crítico de f . � Exemplo 8. Encontre os pontos críticos de f(x) = x+ 1 x . Solução: Como f ′(x) = 1 − 1 x2 . Fazendo f ′(x) = 0, temos que x = ±1. Substituindo esses valores na função, obtemos P = (1, 2) e Q = (−1,−2), pontos críticos de f . � Em termos de pontos críticos, o Teorema de Fermat pode ser reescrito da seguinte forma: Teorema 3 (de Fermat). Se f tiver um máximo ou mínimo local em x = c, então (c, f(c)) é um ponto crítico de f . A próxima seção apresentará um método para determinar máximos e mínimos absolutos de uma função f em um intervalo fechado. Deixaremos os teoremas que determinam os extremos locais para as próximas aulas. Equipe de Professores do Projeto Newton 5 Cálculo I Aula nº 17 O Método do Intervalo Fechado Para encontrar os valores máximos e mínimos absolutos de uma função contínua f em um intervalo fechado [a, b]: 1. Encontre os valores de f nos números críticos de f em um intervalo aberto (a, b). 2. Encontre os valores de f em x = a e x = b. 3. O maior valor entre as etapas 1ª e 2ª é o valor máximo absoluto, ao passo que o menor desses valores é o valor mínimo absoluto. Exemplo 9. Encontre os valores máximo e mínimos absoluto da função f(x) = x3 − 3x2 + 1 no intervalo[ −1 2 , 4 ] . Solução: Note que f é uma função polinomial, logo é contínua no intervalo dado. Dessa forma, podemos utilizar o método do intervalo fechado. Temos que: f(x) = x3 − 3x2 + 1 ⇒ f ′(x) = 3x(x− 2). Uma vez que f ′(x) existe para todo x, os únicos pontos críticos ocorrem quando f ′(x) = 0, isto é, x = 0 ou x = 2. Note que cada um desses números críticos está no intervalo ( −1 2 , 4 ) . Os valores de f nestes números críticos são: f(0) = 1 e f(2) = −3. Os valores de f nas extremidades do intervalo são: f ( −1 2 ) = 1 8 e f(4) = 17. Comparando esses quatro números, vemos que o valor máximo absoluto é f(4) = 17 e o valor mínimo absoluto é f(2) = −3. Observe gra�camente: � Exemplo 10. Encontre os valores máximo e mínimo absolutos da função f(x) = x− 2 cos(x) no intervalo [−π, π]. Solução: Note que f é contínua, pois é a soma de duas funções contínuas. Utilizando o método do intervalo fechado, temos: f(x) = x− 2 cos(x) ⇒ f ′(x) = 1 + 2 sen(x). Equipe de Professores do Projeto Newton 6 Cálculo I Aula nº 17 Uma vez que f ′(x) existe para todo x, os únicospontos críticos ocorrem quando f ′(x) = 0, isto é, x = −π 6 . Como esta raiz está no intervalo dado, temos que o valor de f neste número crítico é f ( −π 6 ) = −π 6 − √ 3 ≈ −2, 25. Os valores de f nas extremidades do intervalo são f(−π) = 2− π ≈ −1, 41 e f(π) = π + 2 ≈ 5, 14. Comparando esses quatro números, vemos que o valor máximo absoluto é f(π) = 5, 14 e o valor mínimo absoluto é f ( −π 6 ) = −2, 25. Observe gra�camente: � Resumo Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula, destacando as de�nições dadas. Aprofundando o conteúdo Leia mais sobre o conteúdo desta aula na seção 4.1 do livro texto. Sugestão de exercícios Resolva os exercícios da seção 4.1 do livro texto. Equipe de Professores do Projeto Newton 7