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Tema 7 - Nematelmintos de Importância Clínica

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DESCRIÇÃO
Caracterização e apresentação dos principais gêneros de nematelmintos de importância clínica
e aplicação diagnóstica das verminoses causadas por esses parasitas.
PROPÓSITO
Conhecer as características ecológicas e morfológicas dos nematelmintos de importância
clínica, algo primordial para compreender o diagnóstico e as formas de tratamento das
verminoses causadas por eles.
MÓDULO 1
Descrever as verminoses causadas pelos oxiúros, ascarídeos e tricurídeos
MÓDULO 2
Descrever as verminoses causadas por Strongyloides stercolaris , Ancylostoma duodenale ,
Necator americanus , Wuchereria bancrofti e Onchocerca volvulus
INTRODUÇÃO
Os nematelmintos, também conhecidos como nematódeos ou helmintos, estão inseridos no filo
Nematoda e fazem parte de um grupo de vermes conhecidos há mais de 100 anos,
constituindo um dos mais diversos e numerosos grupos de animais que existem, com mais de
20 mil espécies descritas.
A estrutura corporal de um nematelminto é responsável pela definição clássica do corpo de um
verme: alongado, cilíndrico e afilado em ambas as extremidades. Eles apresentam tubo
digestivo completo, com boca e ânus.
A maioria dos nematelmintos de vida livre (não parasitas) tem de 1 mm a 2,5 mm de
comprimento e é amplamente distribuída no ambiente. Já os que causam doenças (as
verminoses) vão desde os finíssimos e microscópicos ancilóstomos e estrongiloides até as
grandes lombrigas, que podem chegar a 20 cm de comprimento, e as imensas filárias, com
espécies que ultrapassam 1 m e são encontradas no corpo de plantas e animais.
Os nematelmintos apresentam numerosas espécies que parasitam seres humanos, animais
domésticos, alimentos e colheitas da horticultura. Nesse grupo, existem vermes que parasitam
apenas um hospedeiro – como ascarídeos, ancilóstomos, estrongiloides, oxiúros e triquinas – e
aqueles que parasitam dois hospedeiros, como os filarioideos. Nesse caso, o homem surge
como hospedeiro definitivo (que aloja o parasita em sua forma madura ou em fase de
reprodução sexuada), e as fêmeas de mosquitos do gênero Culex e Anopheles ,
principalmente, atuam como hospedeiros intermediários (que alojam o parasita em sua forma
imatura ou em fase de reprodução assexuada).
Eles ainda podem ser ectoparasitas ou endoparasitas; podem parasitar apenas plantas, apenas
animais ou, ainda, ambos. Às vezes, somente os vermes jovens ou as fêmeas são parasitas;
em outras situações, são os adultos de ambos os sexos. Ainda podemos ter o parasitismo em
todas as fases do ciclo de vida.
Agora, vamos conhecer os principais gêneros de nematelmintos e as verminoses causadas por
eles.
MÓDULO 1
 Descrever as verminoses causadas pelos oxiúros, ascarídeos e tricurídeos
GÊNERO: ENTEROBIUS ; ESPÉCIE:
ENTEROBIUS VERMICULARES
Conhecida popularmente como oxiúros, a espécie de nematelminto Enterobius vermicularis
parasita os seres humanos, acometendo, principalmente, crianças em idade escolar, com uma
das infecções intestinais mais comuns no mundo, a enterobíase. Eles parasitam os seres
humanos há milhares de anos. Dados paleontológicos datados de 10.000 anos verificaram a
presença desse parasita na região em que hoje se encontram os EUA.
Os oxiúros têm ampla distribuição geográfica, porém apresentam maior incidência nas regiões
de clima temperado. Os vermes adultos vivem no intestino grosso de humanos, no ceco,
apêndice, cólon e reto.
MORFOLOGIA E CICLO DE VIDA DO
ENTEROBIUS VERMICULARIS
Os oxiúros têm ciclo de vida simples, tamanho pequeno, coloração branca, corpo filiforme e
expansões vesiculosas características, denominadas asas cefálicas, na extremidade anterior,
próximo à boca. Como acontece com os outros nematelmintos, o macho é menor que a fêmea
e mede 5 mm. Além disso, apresenta a região posterior do corpo (a cauda) com acentuada
curvatura ventral e a presença de um espículo. A fêmea mede cerca de 10 mm de comprimento
e tem uma cauda reta e alongada, como ilustrado a seguir.
 Enterobius vermicularis.
Sua transmissão é predominantemente doméstica ou em ambientes coletivos fechados.
Existem diversas formas de ocorrer a transmissão do parasita, tais como:
HETEROINFECÇÃO
Quando um novo hospedeiro é infectado pelos ovos presentes na poeira ou nos alimentos.
INDIRETA
Quando o mesmo hospedeiro que elimina os ovos é contaminado com eles por meio do contato
com poeira ou alimentos.
AUTOINFECÇÃO
Quando o hospedeiro leva os ovos da região perianal, próxima ao ânus, até a boca.
RETROINFECÇÃO
Quando as larvas que eclodiram na região perianal penetram pelo ânus e se desenvolvem em
vermes adultos ao atingirem o ceco.
O ciclo biológico é do tipo monoxênico. Após a cópula, os machos são eliminados com as fezes
e morrem. Já as fêmeas permanecem no intestino com milhares de ovos. Uma única fêmea
pode armazenar de 5 a 16 mil ovos já embrionados. À noite, as fêmeas adultas se desprendem
do ceco e rastejam para fora do ânus do hospedeiro, depositando seus ovos na região perianal.
 VOCÊ SABIA
Alguns autores afirmam que, na verdade, ocorre um rompimento da fêmea, que permite a
liberação de seus ovos.
Os ovos se tornam infecciosos após poucas horas de terem sido depositados sobre a pele ao
redor do ânus. Além disso, podem sobreviver de duas a três semanas na roupa, na roupa de
cama ou em outros objetos. Por isso, é primordial que os pacientes mantenham esses
materiais sempre limpos, para evitar a transmissão e reinfecção da doença.
O movimento da fêmea, enquanto deposita os ovos, causa incômoda coceira na região. Ao
coçar, o hospedeiro contamina as unhas e a mão com os ovos. Esses ovos são facilmente
dispersados para outros hospedeiros por via fecal-oral, seja de forma direta ou indireta, por
meio de roupas, roupas de cama ou alimentos contaminados. Como não há a necessidade de
um hospedeiro intermediário, ou seja, só existe um hospedeiro, uma reinfecção é muito
comum. Os ovos e as fêmeas repletas de ovos podem se acumular na região vaginal, no caso
das mulheres.
Ao serem ingeridos pelo hospedeiro, os ovos chegam ao intestino delgado, onde eclodem e
liberam o verme jovem, em sua forma larval. As larvas sofrem duas mudas no trajeto intestinal
até chegarem ao ceco, onde se desenvolvem em vermes adultos. Em um período que pode
variar de um a dois meses após ingestão dos ovos, as fêmeas já podem ser encontradas na
região perianal.
Observe na figura o ciclo do Enterobius vermicularis :
 Ciclo do Enterobius vermicularis.: 1) Estágio diagnosticável (d): os ovos depositados pelas
fêmeas na região perianal do hospedeiro são liberados para o ambiente. A larva presente em
seu interior amadurece em um ambiente propício. 2) Estágio infectante (i): o hospedeiro pode
se autoinfectar ao levar inadvertidamente os ovos à boca e após manusear objetos e roupas
contaminados ou a região perianal. Os ovos podem ser ingeridos também por um novo
hospedeiro, aumentando a infecção. 3) Após a sua ingestão, as larvas eclodem de seus ovos
ao atingirem o intestino delgado. 4 e 5) No ceco, os vermes adultos se desenvolvem, acasalam
e se estabilizam. À noite, a fêmea grávida migra para a região perianal para depositar seus
ovos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ENTEROBÍASE
O principal sintoma da enterobíase é a coceira na região anal. Além disso, a verminose pode
causar insônia, irritabilidade, agitação, dores abdominais intermitentes e náuseas. Em
mulheres, os oxiúros acumulados na região vaginal e no orifício vulvar podem migrar da vagina
para o útero e os ovários, causando inflamações sérias (vulvovaginite e salpingite). Entretanto,
em infecções leves, o paciente pode apresentar um quadro assintomático.
 Enterobius vermicularis . Foto da esquerda: biopsia de útero em uma paciente de meia-
idade submetida a uma histerectomia. À direita: as cristas longitudinais, semelhantes a lâminas,
são características de identificação da espécie.
DIAGNÓSTICO DA ENTEROBÍASE
O diagnóstico da enterobíase pode ser clínico ou laboratorial. O diagnóstico clínico consistena
suspeita da doença pelo médico devida à queixa de prurido anal noturno do paciente. O
diagnóstico laboratorial é feito com três técnicas simples, uma vez que o exame de fezes não é
preconizado para esse teste.
VOCÊ IMAGINA POR QUÊ?
Como as fêmeas, após a cópula, migram para a região perianal e lá depositam seus ovos,
menos de 10% de ovos ou vermes adultos podem ser observados nas fezes. Contudo, caso
ocorra um parasitismo muito intenso, a frequência de vermes e ovos nas fezes é maior.
Veja como as técnicas funcionam:
PRIMEIRA TÉCNICA
A primeira técnica laboratorial é observar se os vermes aparecem na região do ânus cerca de
duas a três horas após a pessoa dormir e coletá-los com swab (método de Hall).
SEGUNDA TÉCNICA
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A segunda técnica é o método de Graham, que consiste em encostar uma fita adesiva
transparente na região anal ao amanhecer (repetir, ao menos, por três dias) para coletar
possíveis ovos de oxiúro.
TERCEIRA TÉCNICA
A terceira técnica consiste em coletar amostras debaixo das unhas para análise em laboratório
da presença de ovos, caso a coceira anal já seja um sintoma.
A identificação dos ovos de oxiúros em laboratório se dá por meio de análise morfológica. Os
ovos apresentam um formato da letra de D, com um dos lados achatado e o outro convexo, e
medem 50 μm de comprimento por 20 μm de largura. Os ovos são envoltos por uma
membrana dupla, lisa e transparente, e em seu interior é possível visualizar uma larva já
formada.
 Ovos de Enterobius vermicularis .
As larvas apresentam aspecto vermiforme e presença de asas cefálicas. Como mencionado
anteriormente, tanto os ovos como as larvas são raramente encontrados nas fezes, a não ser
quando há infecções intensas; por isso, exames parasitológicos de fezes não são os mais
indicados para diagnosticar essa verminose.
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 Larvas de Enterobius vermicularis .
 SAIBA MAIS
Em alguns casos específicos, pode-se exigir diagnósticos complementares, como biopsias.
Existem situações, por exemplo, de mulheres que desenvolveram nódulos granulomatosos no
ovário após a migração das larvas da região perianal para a região vaginal.
TRATAMENTO DA ENTEROBÍASE
O tratamento envolve medicação por via oral com ação vermicida. Os principais medicamentos
utilizados são mebendazol 100 mg (duas vezes ao dia, por três dias consecutivos,
independentemente do peso), pamoato de pirvínio 10 mg/kg (dose única), pamoato de
pirantel 10 mg/kg (dose única). Todos esses medicamentos são contraindicados para
gestantes.
MEBENDAZOL
O mebendazol é um medicamento que tem, em sua composição química, os benzimidazóis,
sendo considerado o mais eficiente entre os demais utilizados. Ele atua inibindo a Β-tubulina do
parasita, causando o bloqueio da polimerização dos microtúbulos, a inibição da secreção de
enzimas e o transporte de glicose e replicação do DNA.
PAMOATO DE PIRANTEL
O pamoato de pirvínio e o pamoato de pirantel são vermífugos à base de pirimidina. O primeiro
impede que o parasita consiga armazenar carboidratos para a obtenção de energia, e o
segundo provoca paralisia muscular no parasito por meio do bloqueio neuromuscular.
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Para resultados mais efetivos, todas as pessoas que se relacionaram com o doente também
devem ser tratadas.
GÊNERO ASCARIS ; ESPÉCIES: ASCARIS
LUMBRICOIDES
Os ascarídeos são, talvez, os nematelmintos mais conhecidos. Eles parasitam o intestino de
seres humanos, gatos, cachorros, porcos, galinhas e outros vertebrados, causando uma
verminose conhecida como ascaridíase.
A espécie é amplamente distribuída ao redor do mundo, atingindo mais de 150 países. Pode
atingir até 90% das crianças de idade de um a dez anos que vivem em regiões pobres,
principalmente onde o clima é quente e úmido. Essas condições climáticas, somadas à má
condição de saneamento básico, favorecem a sobrevivência dos ovos. Estes podem estar
presentes em todos os lugares, como, por exemplo:
NA TERRA
NA ÁGUA
NAS CÉDULAS DE DINHEIRO
NOS OBJETOS FREQUENTEMENTE MANUSEADOS
EM HORTALIÇAS E OUTROS TIPOS DE ALIMENTOS
NATURAIS
MORFOLOGIA E CICLO DE VIDA DO ASCARIS
LUMBRICOIDES
O ascarídeo humano, Ascaris lumbricoides , alcança um comprimento de até 50 cm e é
popularmente conhecido como lombriga. Os vermes adultos são filiformes e de cor leitosa.
Eles apresentam boca trilabiada e uma extremidade afilada. As fêmeas medem de 30 cm a 50
cm de comprimento, e os machos, de 15 cm a 30 cm. As fêmeas, que são mais grossas que os
machos, têm a parte posterior alongada sem curvaturas, enquanto os machos são facilmente
reconhecíveis pelo enrolamento ventral de sua extremidade posterior.
 Macho e fêmea de Ascaris lumbricoides .
A lombriga tem como hospedeiro apenas o ser humano, ou seja, o parasita tem um ciclo
monoxênico, sem a necessidade de um hospedeiro intermediário. A transmissão se dá por
meio da ingestão de água contaminada e de alimentos mal higienizados ou malcozidos. Além
disso, a transmissão pode ocorrer ao colocar a mão contaminada com ovos na boca.
O tempo de incubação dos ovos até o desenvolvimento das larvas é de cerca de 20 dias. A
larva formada dentro do ovo é chamada de L1 e é do tipo rabditoide. Essa larva, após uma
semana e ainda dentro do ovo, desenvolve-se em uma larva L2 e, em seguida, sofre uma nova
muda, transformando-se em L3 infectante do tipo filarioide.
RABDITOIDE
A larva do tipo rabditoide apresenta o esôfago com duas dilatações e uma constrição no meio.
FILARIOIDE
A larva do tipo filarioide possui esôfago retilíneo.
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 VOCÊ SABIA
Antigamente, considerava-se como forma infectante o ovo contendo a L2 em seu interior.
Entretanto, trabalhos mais recentes demostram que, nos ascarídeos, a forma infectante é a L3
dentro do ovo.
Agora, vamos entender como acontece o processo de infecção em cada etapa:
ETAPA 1
Os ovos permanecem infectantes no solo ao longo de vários meses e podem ser ingeridos pelo
hospedeiro. Depois de ingeridos, os ovos migram para o intestino delgado e ficam instalados lá
até que ocorra a eclosão, liberando a larva L3.
ETAPA 2
As larvas entram em contato com as paredes do intestino e conseguem atravessá-las. Dessa
forma, viajam até outros órgãos, como os pulmões, por meio dos vasos sanguíneos. Após
aproximadamente oito dias de migração, as larvas são encontradas nos pulmões (ciclo de
Loss).
ETAPA 3
Nos pulmões, sofrem muda para L4, rompem os capilares e atingem os alvéolos, onde se
desenvolvem em L5.
ETAPA 4
As larvas sobem pelos bronquíolos, brônquios e traqueia, chegando até a faringe. Na faringe, o
hospedeiro pode expelir as larvas por meio do reflexo de tosse ou degluti-las. Uma vez
deglutidas, as larvas atravessam o estômago e se fixam no intestino delgado, onde se
transformam em adultos jovens (20 a 30 dias após a infecção).
ETAPA 05
Ao alcançarem a maturidade sexual (cerca de 60 dias após a infecção), ocorre a cópula e,
posteriormente, a postura dos ovos. No intestino, as lombrigas fêmeas fecundadas podem
produzir até 200 mil ovos por dia.
ETAPA 6
Esses ovos podem eclodir no próprio hospedeiro, antes de serem eliminados, e então gerar
larvas que crescem no organismo até virarem adultas. Porém, a maior quantidade de ovos
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produzidos é liberada na natureza novamente pelas fezes humanas, o que propicia a infecção
de novos indivíduos.
Esse ciclo desde a ingestão dos ovos, passando pelos pulmões, retornando ao intestino, até a
saída de larvas e ovos pelas fezes pode variar de 60 a 75 dias. Já a duração média de vida do
verme adulto é de cerca de um a dois anos.
 Ilustração do ciclo monoxênico do Ascaris lumbricoides .
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ASCARIDÍASE
Na maioria dos casos, a ascaridíase é assintomática, mas pode evoluir para um quadro clínico
mais sério e apresentar sintomasintestinais e respiratórios. Os sintomas intestinais mais
comuns são dores abdominais, falta de apetite, perda de peso, náuseas, vômitos, diarreia e
obstrução intestinal.
O parasita costuma romper a parede do intestino e penetrar em outros órgãos, causando febre,
perfuração intestinal e convulsão. Com bastante frequência, ocorre a migração dos vermes
para os pulmões. O verme passa então a ficar alojado nos alvéolos e pode causar pneumonite
e bronquite. Além disso, a infestação de lombriga nos alvéolos pode causar tosse, sibilos
(assobios agudos ao respirar) e irritação na garganta. Complicações mais raras podem ocorrer
quando o verme se aloja nos ductos biliares, no pâncreas ou no fígado.
 A) Adulto de Ascaris lumbricoides coletado em porção do intestino. B) Corte transversal de
adulto de Ascaris lumbricoides . C) Adulto de Ascaris lumbricoides coletado em uma criança
de 14 anos, sobre mesa cirúrgica.
DIAGNÓSTICO DA ASCARIDÍASE
Geralmente, a ascaridíase humana é pouco sintomática, o que dificulta seu diagnóstico clínico.
A gravidade da doença é proporcional ao número de vermes que infectam o hospedeiro.
Como o parasito não se multiplica dentro do hospedeiro, a única forma de se obter um acúmulo
de vermes adultos no intestino é pela ingestão contínua de ovos infectados.
O diagnóstico laboratorial é feito por meio de um exame patológico das fezes para verificar a
existência de ovos ou lombrigas adultas pelo método de Kato, modificado por Katz. Esse
método, bastante eficiente e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), permite
a quantificação dos ovos e a estimativa do grau de parasitismo dos hospedeiros. Por ser um
método mais demorado, é comum, em laboratórios de rotina, o diagnóstico ser realizado por
meio de exames de sedimentação espontânea (método de Lutz).
 ATENÇÃO
Em infecções exclusivamente com vermes fêmeas, todos os ovos expelidos são inférteis. Já
em infecções com vermes machos, não temos a presença de ovos nas fezes. Dessa maneira,
podemos ter um diagnóstico negativo mesmo que haja uma infecção. Ovos férteis são vistos
apenas quando temos a presença de machos e fêmeas.
Nos casos em que a infestação é massiva, ocorre a eliminação de vermes visíveis ao olho nu
pela boca, pelo nariz e pelo ânus. Radiografias de tórax também podem demonstrar a presença
do parasita no pulmão. Além disso, larvas podem aparecer no escarro, e o exame de sangue
pode apontar um aumento de eosinófilos, indicando uma infecção por parasitas no organismo.
Essas larvas apresentam uma coloração leitosa.
Os ovos da lombriga, ao serem observados no microscópio, apresentam formato oval com cor
castanha e 60 µm de comprimento; são extremamente resistentes, com uma membrana
externa levemente ondulada, uma membrana média feita de quitina e proteína e outra, mais
interna, fina e impermeável. Esta última camada é a responsável pela resistência do ovo às
condições ambientais adversas. Os ovos podem permanecer na terra por 20 anos.
 A) Ovos de Ascaris lumbricoides férteis. B) Ovos de Ascaris lumbricoides . C) Fêmea
adulta de Ascaris lumbricoides .
 VOCÊ SABIA
Sem contato com as fezes, os ovos apresentam coloração branca.
Pode-se também encontrar ovos inférteis nas fezes. Estes apresentam formato mais alongado
e membrana externa mais delgada, de 80 µm a 90 µm de comprimento. O interior do ovo é
cheio de grânulos.
 Morfologia de ovos férteis e inférteis de A. lumbricoides.
Nas fezes, os ovos são vistos como na imagem a seguir.
 Ovos de A. lumbricoides férteis e inférteis encontrados nas fezes.
TRATAMENTO DA ASCARIDÍASE
ALBENDAZOL
400 mg para adultos (dose única) e 10 mg/kg para crianças (dose única)
MEBENDAZOL
100 mg (duas vezes ao dia, por três dias consecutivos)
O albendazol apresenta o mesmo mecanismo de ação do mebendazol (descrito para o
tratamento da enterobíase).
 ATENÇÃO
Tanto o albendazol quanto o mebendazol não são indicados para gestantes.
GÊNERO: TRICHURIS ; ESPÉCIE:
TRICHURIS TRICHIURA
A tricuríase é uma verminose humana com alta incidência em países subdesenvolvidos com
condições de saneamento básico precárias. É causada pelo nematelminto Trichuris trichiura .
Esse verme, conhecido popularmente como verme do chicote, habita o intestino grosso dos
seres humanos infectados.
O parasita não se adapta bem a locais áridos ou muito frios, tendo preferência por regiões de
clima quente e úmido com saneamento básico deficiente. Por isso, a região tropical é a que
apresenta maior número de casos dessa verminose. A infecção é mais intensa em crianças na
faixa etária de quatro a dez anos e diminui em jovens e adultos.
Estudos apontam que 17% da população mundial estão infectados com a tricuríase. Apesar
disso, a maior parte desse percentual é assintomática. Em contrapartida, dados descritos na
literatura científica sugerem que alguns indivíduos da população têm uma predisposição
genética para adquirir infecções intensas relacionadas à tricuríase.
 VOCÊ SABIA
Regiões desenvolvidas que investiram em saneamento básico e educação depois de um índice
elevado da doença até a década de 1950, como vários países da Europa e da América do
Norte e o Japão, apresentam, hoje em dia, baixa prevalência da doença.
MORFOLOGIA E CICLO DE VIDA DA ESPÉCIE
TRICHURIS TRICHIURA
O verme do chicote compartilha o mesmo habitat que a lombriga, o que torna comum a
ocorrência de uma infecção simultânea por esses dois organismos. Além de compartilharem as
mesmas características ambientais, o T. trichiura é, ainda, muito semelhante
morfologicamente à lombriga, porém é bem menor. As fêmeas medem cerca de 3 cm e têm a
extremidade posterior reta, enquanto os machos medem 4 cm e apresentam essa mesma
extremidade enrolada ventralmente.
A transmissão da tricuríase se dá por via fecal-oral, e o verme apresenta um ciclo monoxênico.
Um indivíduo se contamina com o verme quando ingere acidentalmente os seus ovos, contidos
em alimentos, na água ou no solo.
 Larva macho de Trichuris trichiura .
As formas mais comuns de contaminação são por meio do contato da boca com mãos que
manipularam o solo infectado ou pelo consumo de alimentos plantados em terra adubada com
fezes humanas.
Depois de se infectar, o hospedeiro libera milhares de ovos do parasito nas fezes. Os ovos
encontram um local propício para amadurecer quando as fezes entram em contato com o solo.
Lá permanecem por cerca de duas ou três semanas, até o embrião se desenvolver em uma
larva e ser capaz de infectar quem o consumiu.
A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes não é capaz de contaminar
outras pessoas, pois, como mencionado anteriormente, o embrião, no seu interior, precisa de
tempo para amadurecer
Os ovos encontram condições favoráveis para permanecerem viáveis por vários meses em
ambientes úmidos e com pouca exposição à luz solar direta. Caso contrário, o embrião em seu
interior morre rapidamente.
Depois que o indivíduo ingere os ovos, estes eclodem no intestino delgado, liberando as larvas
jovens. As larvas atingem a maturidade aproximadamente depois de três meses e, então, os
vermes adultos migram para o intestino grosso, onde permanecem por até cinco anos. A fêmea
é capaz de colocar mais de 20 mil ovos diariamente. Um novo ciclo tem início quando os ovos
são eliminados pelas fezes.
Veja como acontece o ciclo da Trichuris trichiura :
 Ciclo da Trichuris trichiura .
1. OVOS NÃO EMBRIONADOS TRANSMITIDOS EM
FEZES
Os hospedeiros contaminados liberam os ovos nas fezes.
2. ESTÁGIO DE CÉLULA
No solo, ao encontrarem ambiente propício, os ovos se desenvolvem internamente em células.
3. CLIVAGEM AVANÇADA
As células do interior do ovo continuam a se dividir.
4. OVOS EMBRIONADOS SÃO INGERIDOS
Outro hospedeiro, ou por vezes o mesmo hospedeiro, ingere acidentalmente os ovos
embrionados (que se tornam infecciosos de 15 a 30 dias) pela via fecal-oral.
5. LARVAS ECLODEM NO INTESTINO DELGADO
Ao atingirem o intestino delgado, as larvas eclodemde seus ovos.
6. ADULTOS NO CECO
Ao se estabelecerem no ceco, as larvas amadurecem e dão origem a adultos, que, por sua vez,
vão se reproduzir e gerar mais ovos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA TRICURÍASE
De maneira geral, os pacientes contaminados com o T. trichiura não apresentam sintomas.
Porém, os sintomas da tricuríase se manifestam quando ocorre uma carga parasitária elevada,
com mais de 200 vermes. Nesses casos, o sintoma mais comum é a diarreia crônica, que pode
ou não vir acompanhada de muco ou sangue misturado às fezes. Adicionalmente, podem
ocorrer evacuação noturna frequente, menor crescimento em crianças, distensão abdominal,
enjoos, perda de peso, flatulência e anemia. As pessoas infectadas ainda apresentam um sinal
físico característico, que é o baqueteamento digital.
 VOCÊ SABIA
As crianças fazem parte do grupo de infectados dentre os quais se encontra 98% dos casos de
anemia associada à tricuríase.
O prolapso retal constitui outro sinal típico da doença, e sua presença é frequente em crianças
com contaminação maciça. Nesse caso, é comum a presença de vermes aderidos à mucosa
do reto, que está prolapsado.
DIAGNÓSTICO DA TRICURÍASE
O diagnóstico clínico não é recomendado para a tricuríase devido ao seu quadro clínico
inespecífico. O diagnóstico laboratorial é feito pelo exame parasitológico de fezes (método de
Kato-Katz), no qual é possível identificar, pelo microscópio, a presença dos ovos do T.
trichiura . Assim como no caso da ascaridíase, o exame de sedimentação espontânea também
é indicado para o diagnóstico. Além disso, podem ser aplicados os métodos de Willis, Faust e
Ritchie.
Os ovos de T. trichiura apresentam morfologia bem característica e são produzidos e
eliminados em abundância nas fezes. Medem de 45 µm a 65 µm de comprimento, têm formato
de barril, bandeja ou limão e apresentam poros salientes e transparentes em ambas as
extremidades. Os ovos podem levar aproximadamente de 15 a 20 dias no ambiente externo
para se tornarem infectantes, com a larva já desenvolvida em seu interior.
Em alguns casos, o diagnóstico também pode ser feito por colonoscopia, já que os vermes são
facilmente encontrados aderidos à mucosa do intestino grosso.
 A) Ovo de Trichuris trichiura . B) Macho adulto de Trichuris trichiura .
TRATAMENTO DA TRICURÍASE
Os principais medicamentos utilizados no tratamento da verminose são albendazol 400 mg
(uma vez ao dia, por três dias), ivermectina 200 mcg/kg (uma vez ao dia, por três dias),
mebendazol 100 mg (duas vezes ao dia, por três dias).
IVERMECTINA
A ivermectina se liga de forma seletiva e com elevada afinidade a canais de cálcio regulados
pelo glutamato localizados nas células nervosas e musculares dos vermes. Dessa forma, essa
ligação aumenta a permeabilidade da membrana celular a íons cloreto, o que gera uma
hiperpolarização da célula nervosa ou muscular e, consequentemente, a morte do parasita.
Estudos revelaram que a associação entre albendazol e ivermectina foi mais eficiente na cura
de pacientes infectados pelo verme. Em pacientes que sofrem de infecção maciça, a
medicação pode ser prolongada por até uma semana. Se, após o tratamento, ainda houver
ovos, faz-se necessária a repetição da profilaxia. Esses medicamentos não podem ser
consumidos por gestantes.
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 VOCÊ SABIA
Há alguns anos, a ivermectina era um medicamento apenas de uso veterinário. Hoje em dia, é
um dos principais anti-helmintos existentes no mercado.
NEMATELMINTOS DE IMPORTÂNCIA
CLÍNICA - PARTE 1
Assista à entrevista com a especialista Dra. Anna abordando as principais características das
verminoses e a discussão de estudos de caso.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever as verminoses causadas pelos Strongyloides stercolaris , Ancylostoma
duodenale , Necator americanus , Wuchereria bancroft i e Onchocerca volvulus
GÊNERO: STRONGYLOIDES ; ESPÉCIE:
STRONGYLOIDES STERCORALIS
O Strongyloides stercoralis é um nematelminto que infecta os seres humanos por meio do
contato com o solo que contém as larvas, levando o hospedeiro a um quadro clínico conhecido
como estrongiloidíase.
O S. stercoralis é endêmico em países tropicais e subtropicais, mas tem distribuição mundial.
É muito frequente, mesmo em países desenvolvidos, em agricultores que costumam trabalhar
descalços. No Brasil, a estrongiloidíase tem grande importância em saúde pública, pois as
taxas de infecção dessa verminose podem variar de acordo com a região.
MORFOLOGIA E CICLO DE VIDA DO
STRONGYLOIDES STERCORALIS
Esse verme fusiforme mede de 0,5 mm a 2,5 mm, dependendo de sua forma evolutiva. Existem
seis formas evolutivas diferentes para S. stercoralis . Além das formas imaturas ovos, larvas
rabditoides e larvas filarioides, o parasita também apresenta as formas macho e fêmea de vida
livre e fêmea partenogenética parasita.
 Fases evolutivas das larvas de S. stercoralis . A fêmea de vida livre; B. Macho de vida livre;
C. Ovo; D. Larva rabditoide; E. larva filarioide (infectante); F. Fêmea parasita. As letras
significam: a. Boca; b. Esôfago; c. Anel nervoso; d. Poro excretor; e. Intestino; f. Ovário; g.
Útero; h. Vulva, i. Ânus.
 VOCÊ SABIA
O S. stercoralis é tido como o menor dos nematódeos que parasitam os humanos.
A fêmea partenogenética parasita apresenta o maior comprimento dentre as demais formas,
medindo de 1,7 mm a 2,5 mm de comprimento, com extremidade anterior arredondada e
posterior afilada. Além disso, uma de suas principais características é o esôfago longo, do tipo
filarioide, que ocupa 25% do comprimento do verme. Costuma habitar o intestino delgado dos
indivíduos infectados, onde se reproduz por partogênese, produzindo de 30 a 40 ovos por dia.
Não apresenta receptáculo seminal.
Outra característica interessante é que é ovovivípara, ou seja, as larvas eclodem dos ovos no
interior das fêmeas e são liberadas.
PARTOGÊNESE
Reprodução assexuada, sem fecundação por espermatozoide, havendo a formação de clones.
Já as fêmeas de vida livre têm as mesmas características morfológicas da forma
partenogenética, com exceção do tamanho (medem de 0,8 mm a 1,2 mm de comprimento), do
esôfago curto com aspecto rabditoide e do receptáculo seminal.
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 Strongyloides stercoralis.
Os machos de vida livre medem 0,7 mm de comprimento, apresentam esôfago do tipo
rabditoide e se alimentam de detritos orgânicos presentes no solo. Os machos e as fêmeas
livres presentes no solo realizam reprodução sexuada e geram larvas que dão origem a novos
machos e novas fêmeas.
A estrongiloidíase pode ser adquirida por via oral, por meio da ingestão de água contaminada
ou quando o paciente ingere alimentos preparados por mãos infectadas, não adequadamente
lavadas após uma evacuação. Porém, a forma mais comum de infecção humana acontece
quando há penetração (rápida e indolor) das larvas filarioides em contato direto com os pés
descalços.
As larvas rabditoides eliminadas nas fezes do indivíduo infectado pela verminose podem seguir
dois ciclos monoxênicos:
DIRETO
Partenogênico
INDIRETO
Sexuado ou de vida livre
As fêmeas partenogênicas parasitas podem gerar três tipos de ovos diferentes devido à sua
constituição genética. Esses três tipos de ovos dão origem a três tipos diferentes de larvas
rabditoides:
LARVAS RABDITOIDES TRIPLOIDES (3N)
LARVAS RABDITOIDES DIPLOIDES (2N)
LARVAS RABDITOIDES HAPLOIDES (N)
As larvas 2n e n dão origem, respectivamente, a fêmeas e machos de vida livre que realizarão
o ciclo indireto.
A larva rabditoide triploide (3n) se desenvolve em larvas filarioides triploides (3n) infectantes.
São essas larvas que penetram na pele para o prosseguimento do ciclo direto (heteroinfecção).
Depois de penetrar, as larvas infectantes migram, via corrente sanguínea, passando pelo
coração e chegando aos pulmões. Lá, vão em direção à parte superior das vias aéreas, sendo
inconscientemente engolidas ao chegarem próximas à faringe.
Quando chegam ao intestino delgado, as larvas amadureceme se desenvolvem
exclusivamente em fêmeas adultas, que podem viver até cinco anos produzindo os três tipos
de ovos que serão eliminados com as fezes, reiniciando os ciclos de transmissão do verme.
Como nem todas as larvas nascidas no intestino serão excretadas nas fezes, algumas
conseguem penetrar a mucosa do cólon ou a pele da região perianal e retornar à circulação
sanguínea, indo em direção aos pulmões. Desse modo, a verminose se perpetua pela
autoinfecção do paciente.
Em pacientes com sistema imunológico intacto, esse ciclo de autoinfecção é limitado. Todavia,
se o paciente for imunodeprimido, pode ocorrer um quadro de síndrome de hiperinfecção
causada pelo parasita.
Em alguns casos, pode haver estrongiloidíase disseminada, quando o verme consegue
acometer órgãos extraintestinais, como sistema nervoso central, coração, trato urinário,
glândulas etc.
 VOCÊ SABIA
A espécie S. stercoralis é, dentre os nematelmintos, a única capaz de completar seu ciclo de
vida dentro do seu hospedeiro.
O ciclo completo, desde a infecção até a eliminação de larvas nas fezes, ocorre em um período
de três a quatro semanas. Sendo assim, uma vez infectado, o paciente passa, rapidamente, a
ser um potencial transmissor da verminose.
 Ciclo do Strongyloides stercoralis .
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA
ESTRONGILOIDÍASE
A maioria dos pacientes infectados pelo S. stercoralis não apresenta sintomas relevantes e,
ao menos que a pessoa faça um hemograma que indique aumento na produção de eosinófilos,
não saberá que está infectada com a verminose. No caso da ocorrência de sintomas, o quadro
mais comum é de dor abdominal (semelhante à causada pela gastrite) e que pode ou não vir
associada a vômitos, enjoos, diarreia e perda de apetite.
Além disso, pequenas inflamações na pele acompanhadas de muita coceira no local onde as
larvas penetraram (em geral, os pés) também são sinais usuais de infecção. Em alguns casos,
o caminho que as larvas percorreram fica evidente em lesões expostas sob a pele.
Durante a fase de migração das larvas pelos pulmões, podem ocorrer raros sintomas
respiratórios, como:
TOSSE
GARGANTA IRRITADA
FALTA DE AR
FEBRE
EXPECTORAÇÃO SANGUINOLENTA
Também pode ocorrer um quadro semelhante à asma ou à pneumonia.
Pacientes com sistema imunológico debilitado (com câncer, que utilizam drogas
imunossupressoras, alcoólatras, que fazem uso de corticoides, HIV positivos, transplantados,
com diabetes mellitus e idosos) costumam apresentar os quadros mais graves.
A mortalidade é bem alta em casos em que ocorre a síndrome de hiperinfecção. Nesse caso, o
paciente apresenta quadro clínico parecido com uma infecção comum de estrongiloidíase,
porém de forma mais intensa. O parasita ainda pode favorecer a ocorrência de infecções
generalizadas por bactérias naturais dos intestinos.
DIAGNÓSTICO DA ESTRONGILOIDÍASE
O diagnóstico clínico para a estrongiloidíase é dificultado devido ao fato de aproximadamente
50% dos casos serem assintomáticos. O diagnóstico laboratorial é realizado por meio de vários
métodos, que podem ser:
DIRETOS (PARASITOLÓGICOS)
Os métodos parasitológicos têm como principal objetivo encontrar as formas evolutivas de S.
stercoralis . A confirmação da presença do parasita pode ser dificultada devido ao baixo
número de parasitos, além da liberação mínima de larvas nas fezes. Porém, ainda assim, pode-
se utilizar o exame parasitológico de fezes por meio do método de Baerman-Moraes ou Rugai.
Por ser ovovivíparo, o S. stercoralis é o único nematódeo que tem a larva como forma
diagnóstica exclusiva, em vez do ovo.
Quando o exame de fezes é repetidamente negativo, pode-se utilizar a pesquisa de larvas nas
secreções (exame de escarro ou lavado pulmonar e duodenal) ou a coprocultura (por meio dos
métodos de Looss, de Brumpt, de Harada & Mori e de cultura em placa de ágar).
As larvas filarioides (mais longas) apresentam cauda bifurcada e vestíbulo bucal curto,
enquanto as larvas rabditoides têm vestíbulo bucal curto, primórdio genital visível e cauda
afilada.
 Larva filarioide com a cauda bifurcada, à esquerda; rabditoide com a cauda afilada, à
direita.
Os ovos são elípticos, de parede fina e transparente. Os originários de fêmeas parasitas
medem 0,05 mm de comprimento por 0,03 mm de largura. Já os ovos de fêmeas de vida livre
são maiores (0,07 mm de comprimento por 0,03 mm de largura). Em alguns casos, os ovos
podem ser observados nas fezes de indivíduos com diarreia grave.
 Ovos de S. stercoralis .
Para os pacientes com infecção maciça, recomenda-se endoscopia digestiva para visualização
da mucosa gastrointestinal. Ainda podem ser realizadas biópsias da mucosa gástrica ou
duodenal.
INDIRETOS
Os métodos indiretos podem ajudar no diagnóstico por meio de hemograma, exame de raios X
de tórax e trato digestivo, ultrassonografia e tomografia computadorizada. As respostas
imunológicas do paciente também podem ser avaliadas por meio dos métodos de ensaio de
imunoabsorção enzimática (ELISA), imunofluorescência indireta (IFI) ou radioimunoabsorção.
 SAIBA MAIS
Os métodos utilizados permitem verificar as larvas vivas. Uma infecção moderada de S.
stercoralis pode conter cerca de 30 larvas/g de fezes.
TRATAMENTO DA ESTRONGILOIDÍASE
O tratamento com ivermectina, em dose única e por via oral, é o mais indicado para a
estrongiloidíase e o que apresenta maior taxa de eficácia. Além disso, os medicamentos
albendazol 40 mg/dia (durante três dias), cambendazolcambendazol 5 mg/kg (dose única) e
tiabendazol, podendo ser administrado de várias formas, como 25 mg/kg/dia (de cinco a sete
dias) ou 50 mg/kg/dia (em dose única) podem ser utilizados como forma alternativa de
tratamento. Após o fim do tratamento, recomenda-se a realização semanal de exame
parasitológico de fezes, por pelo menos três semanas.
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CAMBENDAZOL
Atua sobre as fêmeas partenogênicas parasitas e sobre as formas larvais, interrompendo as
reservas bioenergéticas do parasita.
TIABENDAZOL
Atua apenas sobre as fêmeas parasitas e inibe o desencadeamento de suas vias metabólicas.
GÊNERO: ANCYLOSTOMA E NECTOR ;
ESPÉCIE: ANCYLOSTOMA DUODENALE E
NECATOR AMERICANUS
A ancilostomose (também conhecida como ancilostomíase, necatoríase ou amarelão) é uma
verminose intestinal muito comum, provocada por duas espécies de nematelmintos muito
semelhantes e pertencentes à mesma família.
ANCYLOSTOMA DUODENALE
A espécie A. duodenale habita países do Mediterrâneo, do Norte da África, do Irã, da Índia, do
Paquistão, da China e do Japão.
NECATOR AMERICANUS
A espécie N. americanus é encontrada em todo o continente americano (principalmente nas
áreas tropicais), além de estar presente na África Central, no Sudeste Asiático, nas ilhas do
Pacífico Sul e em partes da Austrália.
N. AMERICANUS
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Necator , em latim, significa assassino. Ele é conhecido como o assassino americano devido à
gravidade da ancilostomose.
Os indivíduos infectados com a ancilostomose apresentam a pele com coloração amarelada
devido às hemorragias e anemias causadas pelo parasita.
 SAIBA MAIS
A doença foi imortalizada pela obra literária de Monteiro Lobato com o personagem de Jeca
Tatu e a célebre frase “O Jeca não é assim, ele está assim”. Inclusive, um dos nomes
populares da doença é “doença do Jeca Tatu”.
Mesmo sendo uma doença muito conhecida pela população, estima-se que aproximadamente
740 milhões de pessoas ao redor do mundo estejam infectadas com uma das espécies de
ancilostomídeos e que, dessa população, mais de 60 mil morram por ano de ancilostomose.
No Brasil, a verminose é comum em áreas rurais com instalações sanitárias deficientes e onde
se tem o costume de andar descalço. Os trabalhadores rurais e as crianças com mais de seis
anos que passam bastante tempo brincando na terra podem ser facilmente contaminados. O
parasito pode sobreviver por até 18 anos no hospedeiro.
 VOCÊ SABIA
Como hospedeiros,além do homem, temos os caninos e os felinos.
MORFOLOGIA E CICLO DE VIDA DO A.
DUODENALE E DO N. AMERICANUS
Em relação à morfologia, as duas espécies podem ser diferenciadas mediante a observação da
cápsula bucal:
A. DUODENALE
Tem cápsula bucal com dois pares de dentes.
N. AMERICANUS
Apresenta lâminas em sua cápsula bucal, que servem para aderir à parede do intestino e sugar
o sangue do seu hospedeiro.
Os vermes adultos machos e fêmeas de A. duodenale são cilindriformes, com a região
anterior curvada em sentido dorsal. Ambos os sexos apresentam coloração róseo-
avermelhada. Os machos medem de 8 mm a 11 mm de comprimento e têm a cauda com bolsa
copulatória bem desenvolvida. As fêmeas medem de 10 mm a 18 mm e apresentam a cauda
afilada e com um pequeno espículo terminal.
 Fêmea adulta de Ancylostoma duodenale .
Os adultos da espécie N. americanus também apresentam coloração róseo-avermelhada e
região anterior curvada dorsalmente, porém o comprimento do corpo deles é menor quando
comparados com A. duodenale . Os machos medem de 5 mm a 9 mm de comprimento e têm
bolsa copulatória bem desenvolvida, enquanto as fêmeas medem de 9 mm a 11 mm de
comprimento, com extremidade posterior afilada, porém com espículo terminal ausente.
 Região posterior do macho de Necator americanus .
Os ancilostomídeos apresentam um ciclo biológico direto, monoxênico, sem a necessidade de
um hospedeiro intermediário. São observadas duas fases bem definidas para o ciclo: a primeira
é de vida livre e se desenvolve no ambiente externo, já a segunda é de vida parasitária e se
desenvolve dentro do hospedeiro.
A contaminação por A. duodenale ou N. americanus , no ambiente externo, ocorre,
inicialmente, pelo contato direto da pele humana (geralmente a dos pés) com o solo
contaminado ou por ingestão acidental da larva em seu terceiro estágio (chamada de L3)
presente no ambiente (geralmente por mãos contaminadas pelo solo que vão à boca sem
terem sido lavadas).
Agora, vamos entender o ciclo de infecção:
ETAPA 1
A larva do tipo L3 é a única forma infectante do ciclo desses parasitas. Apenas cinco minutos
de contato direto da pele com o solo contaminado é suficiente para que essa larva consiga
penetrar o nosso organismo, dando início à fase parasitária. As larvas podem viver sete dias no
solo úmido antes de penetrar um hospedeiro.
ETAPA 2
Após ocorrer a penetração da pele, a larva atinge os vasos sanguíneos ou linfáticos e migra
para os pulmões, onde permanece por vários dias até ocorrer a muda para uma larva do tipo
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L4. A permanência nos pulmões ocasiona tosses e, ao tossir, o indivíduo lança as larvas para a
cavidade oral, onde são, inadvertidamente, deglutidas.
ETAPA 3
Após a ingestão, as larvas L4 atravessam o estômago e se alojam no intestino delgado, onde
se desenvolvem, primeiro em larvas L5 e, depois, amadurecendo na forma adulta do verme.
ETAPA 4
No intestino delgado, os vermes adultos se aderem à mucosa e passam a ingerir de 0,3 mL a
0,5 mL de sangue por dia. Enquanto realizam esse processo hematofágico, iniciam a cópula e,
posteriormente, a postura. Um quadro de anemia pode surgir caso ocorra uma contaminação
com mais de 40 parasitas.
ETAPA 5
Depois de um período de cinco a oito semanas da infecção do hospedeiro, a fêmea passa a
produzir milhares de ovos, que serão lançados ao ambiente nas fezes. Ao encontrarem
condições favoráveis, os ovos dão início à fase de vida livre no ambiente externo.
ETAPA 6
Desses ovos embrionados, irão eclodir larvas L1 do tipo rabditoide, que passam a se alimentar
de matéria orgânica e microrganismos presentes no solo por via oral.
ETAPA 7
Esse estádio larval se desenvolve em L2 (também rabditoide), que permanece no solo até se
transformar em L3 infectante do tipo filarioide, reiniciando o ciclo parasitário.
 SAIBA MAIS
A transformação de L4 em L5 ocorre em, aproximadamente, 15 dias após a infecção. A
diferenciação entre L5 e adultos ocorre após 30 dias da infecção.
A imagem a seguir ilustra o ciclo de infecção do Necator americanus .
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 Ciclo de vida de Necator americanus .
Tanto a espécie A. duodenale como a espécie N. americanus não se multiplicam dentro do
organismo do hospedeiro. Para gerar novos parasitas, os ovos precisam ser depositados no
solo. Portanto, caso não ocorra reinfecção, o indivíduo acaba se curando sozinho da
ancilostomose quando o tempo de vida do verme termina. Porém, A. duodenale costuma viver
por um ano, enquanto o N. americanus pode chegar até a cinco anos de vida.
Se o paciente vive em uma área com más condições de saneamento e com uma higiene
precária, ele acaba se infectando novamente antes da primeira geração de vermes morrer.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA
ANCILOSTOMOSE
A ancilostomose é uma verminose na qual predominam os sintomas gastrointestinais. Antes de
o parasita atingir o intestino, a doença apresenta sintomas discretos, que podem passar
despercebidos. No local da pele onde ocorreu a penetração do verme, acontece uma reação
inflamatória branda que provoca coceira. Durante a passagem pelos pulmões, o sintoma mais
comum do paciente costuma ser tosse seca.
O quadro clínico tradicional da ancilostomose surge quando o verme atinge o intestino delgado.
Quando isso ocorre, o paciente pode apresentar náuseas, vômitos, diarreia, cansaço,
flatulências e dores abdominais. A primeira infecção é, normalmente, a que apresenta os
sintomas mais evidentes. Conforme o indivíduo sofre sucessivas infecções, os sintomas
passam a se tornar mais brandos.
Por consumir sangue e proteínas, o parasita acaba levando o indivíduo a um quadro de anemia
e desnutrição. Em grávidas, a desnutrição e a anemia são ainda mais frequentes, aumentando
as chances de o bebê nascer abaixo do peso. Em crianças, o crescimento pode ser
comprometido e pode haver também alterações no desenvolvimento neurológico.
DIAGNÓSTICO DA ANCILOSTOMOSE
O diagnóstico clínico da ancilostomose pode ser realizado mediante a análise do histórico dos
sintomas clínicos narrados pelo paciente, bem como dos sintomas cutâneos, pulmonares e
intestinais, seguidos ou não de anemia.
O diagnóstico laboratorial é o melhor método para confirmar a infecção e é feito por meio da
detecção de ovos do parasita pelo exame parasitológico das fezes. Esse exame ocorre pelos
seguintes métodos.
SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA
(Hoffman, Pons e Janner)
SEDIMENTAÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO
(Método de MIFC)
FLUTUAÇÃO
(Willis)
Os ovos dos ancilostomídeos têm forma oval e casca fina, são transparentes e medem de 56
µm a 76 µm de comprimento. Como são morfologicamente semelhantes, torna-se impossível a
identificação precisa do gênero ou da espécie pelo exame parasitológico de fezes. Esse
problema pode ser solucionado pelo método de coprocultura (método de Harada & Mori), que é
uma técnica que cria um ambiente propício para o desenvolvimento e a obtenção da larva L3.
Dessa forma, é possível analisar a morfologia das larvas e realizar um diagnóstico específico
(A. duodelale e N. americanus ). No entanto, essa técnica é demorada.
 Ovo de ancilostomídeos.
Os primeiros ovos podem aparecer apenas dois meses depois de o verme penetrar a pele do
hospedeiro. Quando a infecção é realizada pelo A. duodenale , os primeiros ovos podem
demorar até um ano para aparecerem nas fezes. Portanto, quando há suspeita clínica de
ancilostomose, sucessivos exames parasitológicos de fezes podem ser necessários até que a
presença do parasita seja detectada. O hemograma pode indicar um quadro anêmico e o
aumento do número de eosinófilos. Associados a isso, sintomas gastrointestinais suspeitos são
alertas importantes para o diagnóstico, como.
VÔMITOS
DISENTERIA
DORES ABDOMINAIS
TRATAMENTO DA ANCILOSTOMOSE
O tratamento para a ancilostomose é o mesmo para as duas espécies (A. duodenale e N.
americanus ). Três medicamentos são os maisutilizados.
ALBENDAZOL 400 MG
Dose única
PAMOATO DE PIRANTEL 20-30 MG/KG/DIA
Durante três dias
MEBENDAZOL 100 MG
Duas vezes ao dia, durante três dias consecutivos, independentemente do peso
Se o paciente tiver anemia, esta deve ser tratada fazendo-se uso de reposição de ferro por via
oral. Mesmo após a confirmação da cura, um exame parasitológico de fezes pode ser solicitado
após três semanas.
GÊNERO: WUCHERERIA E ONCHOCERCA
Tanto a espécie Wuchereria bancrofti como a espécie Onchocerca volvulus fazem parte de
uma família de nematelmintos denominados filarioideos. Esse grupo é caracterizado por
apresentar vermes filamentosos que habitam o sistema linfático e outros tecidos do hospedeiro
definitivo (vertebrado), geralmente um pássaro ou um mamífero (incluindo o ser humano).
Insetos sugadores de sangue, como pulgas e, principalmente, mosquitos, são os hospedeiros
intermediários.
Outra característica comum aos filarioideos é que suas formas jovens são chamadas de
microfilárias. Várias espécies podem infectar os seres humanos, resultando em uma verminose
conhecida como filariose.
 Wuchereria bancrofti à esquerda e Onchocerca volvulus à direita.
A seguir, falaremos sobre os dois tipos de filariose de maior importância clínica: a filariose
linfática e a filariose dérmica.
GÊNERO: WUCHERERIA ; ESPÉCIE:
WUCHERERIA BANCROFTI
A filariose linfática humana é uma verminose endêmica em várias regiões de muita pobreza e
com clima tropical ou subtropical que acomete pessoas na Ásia, na África e em todo o
continente americano. Essa doença parasitária crônica apresenta-se como um sério problema
de saúde pública em países como China, Índia, Indonésia e em partes do continente africano.
Nas Américas, a filariose linfática é causada exclusivamente pela espécie Wuchereria
bancrofti .
Em sua fase crônica, a doença é conhecida também como elefantíase.
MORFOLOGIA E CICLO DE VIDA DO W.
BANCROFTI
O verme W. bancrofti é fusiforme e tem corpo delgado e coloração branco-leitosa. Os machos
podem medir de 3,5 cm a 4 cm de comprimento e apresentam a extremidade posterior (cauda)
enrolada ventralmente. As fêmeas medem de 7 cm a 10 cm de comprimento. O embrião é
denominado microfilária e, no interior do hospedeiro intermediário (o inseto vetor), desenvolve-
se em uma larva de 1,5 µm a 2 µm. As larvas de W. bancrofti apresentam prolongamento
curvado nas extremidades, diferentemente da larva de Onchocerca volvulus . Os ovos de
ambas as espécies são envolvidos por uma membrana ovular.
 Ilustração 3D de Wuchereria bancrofti .
Os vermes adultos machos e fêmeas permanecem juntos nos vasos e gânglios linfáticos
humanos (nas regiões das pernas, no escroto, nas mamas e nos braços), onde vivem por um
período de quatro a oito anos. As microfilárias saem pelos ductos linfáticos e atingem a
circulação sanguínea do hospedeiro.
O parasita apresenta um ciclo heteroxênico . No Brasil, o vetor da filariose mais conhecido é o
mosquito da espécie
Culex quinquefasciatus . Dessa forma, a transmissão ocorre unicamente pela picada do inseto
vetor.
HETEROXÊNICO
A transmissão não ocorre de pessoa para pessoa, sendo necessária a presença de um
hospedeiro intermediário, o vetor.
 VOCÊ SABIA
Também são vetores da doença as moscas varejeiras do gênero Chrysomya e algumas
espécies de mosquitos do gênero Anopheles , infectados com as larvas do verme.
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O ciclo se inicia quando a fêmea do mosquito Cx. quinquefasciatus ingere as microfilárias,
presentes na corrente sanguínea de uma pessoa infectada, ao sugar o seu sangue.
 Culex quinquefasciatus.
No estômago do mosquito, essas microfilárias, em poucas horas, atravessam a parede do
órgão e migram para o tórax, alojando-se nos músculos torácicos do inseto. Lá, as microfilárias
se desenvolvem em larvas L1. Após um período de seis a dez dias, ocorre a muda para a larva
L2. Depois de aumentar muito de tamanho, 10 a 15 dias depois da infecção, a larva L2 sofre
uma segunda muda, resultando em uma larva L3 infectante, medindo aproximadamente 2 mm
de comprimento.
A larva infectante se direciona, então, para o aparelho picador do mosquito (probóscida). Esse
ciclo no hospedeiro intermediário tem duração de 15 a 20 dias, podendo ser mais curto em
temperaturas elevadas.
 VOCÊ SABIA
Um mosquito adulto da espécie Cx. quinquefasciatus costuma viver de 30 a 90 dias.
Quando ocorre uma nova picada do mosquito fêmea (o repasto sanguíneo), as larvas L3 se
desprendem da probóscida e penetram na pele do ser humano, dando início ao ciclo no
hospedeiro definitivo. Ao atingirem a corrente sanguínea, as larvas migram para os linfonodos,
onde ficam até atingirem a fase adulta. Em um período de sete a oito meses após alcançarem
a maturidade, os vermes adultos, já diferenciados em machos e fêmeas, realizam a cópula e,
posteriormente, as fêmeas grávidas produzem as primeiras microfilárias, as quais também
habitarão a corrente sanguínea do hospedeiro definitivo. Um novo ciclo se inicia quando outro
mosquito pica a pessoa infectada.
 Ciclo de vida da W. bancrofti .
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ELEFANTÍASE
A filariose linfática pode ser assintomática em determinados casos. Quando os sintomas
surgem durante a fase aguda da elefantíase, podem ser confundidos com os de uma virose. Os
sintomas costumam surgir de uma semana a um mês após a picada do mosquito e são
caracterizadas por:
FEBRE
MAL-ESTAR
DOR DE CABEÇA
VERMELHIDÃO NO CORPO
COCEIRA
FOTOFOBIA (SENSIBILIDADE À LUZ)
ASTENIA (PERDA DA FORÇA FÍSICA)
MIALGIA (DORES MUSCULARES)
Já os principais indícios da fase crônica podem demorar meses ou anos para se manifestarem
e apresentam sintomas como inchaço de membros e/ou mamas, inchaço por retenção de
líquidos nos testículos, dores musculares e presença de gordura na urina.
Como os vermes vivem obstruindo os vasos linfáticos do indivíduo infectado, afetam a sua
circulação. Dessa forma, ocorre o inchaço desproporcional de membros, mamas e testículos.
Casos mais graves podem ocasionar deformação dos membros e, dependendo do nível de
avanço da doença, a incapacitação total do paciente. Essas deformações, que se assemelham
a uma pata de elefante, são a causa de a doença ser conhecida por elefantíase
 Elefantíase.
DIAGNÓSTICO DA ELEFANTÍASE
A dificuldade do diagnóstico clínico varia de acordo com a fase da doença:
FASE AGUDA
FASE CRÔNICA
FASE CRÔNICA
Na fase crônica, quando as larvas se desenvolvem para a fase adulta, o diagnóstico é facilitado
devido aos sintomas mais perceptíveis, como a obstrução dos vasos linfáticos, que causa o
inchaço das pernas, por exemplo.
FASE AGUDA
Na fase aguda, o diagnóstico é feito de forma clínica, porém, no início da infecção, a
identificação da filariose é mais difícil, por apresentar sinais parecidos com os de outras
doenças. Caso o paciente confirme ter estado em localidades endêmicas, é solicitado um
exame de sangue capaz de identificar a presença da larva.
O diagnóstico laboratorial consiste na pesquisa de microfilárias no sangue por meio de
diferentes métodos parasitológicos. O mais utilizado, nesse caso, é o método da gota espessa,
para verificar a presença de microfilárias e de suas bainhas cuticulares lisas. A presença da
bainha é uma importante característica para um diagnóstico diferencial de W. brancofti , visto
que nem todos os filarioideos encontrados no sangue apresentam tal bainha.
 W. brancofti em esfregaços sanguíneos.
Além disso, atualmente, é bastante utilizado o método da reação em cadeia da polimerase
(PCR) para detectar a presença do DNA de W. brancofti no sangue, na urina ou na saliva do
paciente. Esse método se torna muito eficaz, pois, com a identificação molecular, pode-se
diferenciar as espécies causadoras da filariose com precisão. Porém, trata-se de uma
metodologia mais cara.
Os vermes adultos podem ser pesquisados por meio de técnicas de ultrassonografia. É uma
técnica não invasiva que demonstra a localização do parasita edetecta a infecção antes
mesmo de aparecerem os primeiros sintomas clínicos.
TRATAMENTO DA ELEFANTÍASE
A doença pode ser tratada com os seguintes medicamentos: dietilcarbamazina, 6 mg/kg/dia
por 12 dias ou de duas a quatro semanas e ivermectina 200 μg/kg (uma vez por ano).
O tratamento é longo e não deve ser interrompido. Em casos mais avançados, não é possível
curar a doença, mas o tratamento evita a proliferação dos parasitas e os consequentes
inchaços e deformações. Ainda existem casos em que os vermes adultos precisam ser
removidos por meio de cirurgia.
DIETILCARBAMAZINA
Exerce significativa ação contra as microfilárias. O medicamento altera o metabolismo do ácido
araquidônico nas células endoteliais do hospedeiro, o que leva a uma vasoconstricção,
amplificando a adesão endotelial, propiciando a imobilização do parasito circulante, que fica
preso no fígado do hospedeiro definitivo e é degradado pelos fagócitos.
GÊNERO: ONCHOCERCA ; ESPÉCIE:
ONCHOCERCA VOLCULUS
A espécie Onchocerca volvulus é um filarídeo que parasita a pele humana, sendo encontrado
ao longo dos continentes africano e americano e na Península Arábica. Das 18 milhões de
pessoas infectadas no mundo por oncocercose (filariose dérmica), 99% estão na África.
Estima-se que a cegueira em 270 mil pessoas seja devida a essa verminose. Esses fatos
fizeram a Organização Mundial da Saúde considerar a oncocercose como uma grave endemia
e um grande obstáculo para o desenvolvimento socioeconômico.
A oncocercose é também conhecida como cegueira dos rios, pois o vetor (insetos do gênero
Simulium ) é abundante em áreas próximas de rios. Esse filarídeo é conhecido nas Américas
desde 1915, quando foi encontrado na Guatemala. No Brasil, o primeiro caso dessa doença foi
descrito em 1967, sendo uma verminose restrita a tribos indígenas, principalmente aos
yanonamis no norte do Amazonas e em Roraima.
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MORFOLOGIA E CICLO DE VIDA DO O.
VOLVULUS
Os parasitos da espécie O. volvulus vivem enovelados em nódulos fibrosos por baixo da pele.
Há, geralmente, um casal de vermes adultos em cada nódulo, podendo ser encontrados no
couro cabeludo, no tronco, nas nádegas e nos cotovelos.
 Adultos de Onchocerca volvulus .
 VOCÊ SABIA
Um casal de vermes adultos vive aproximadamente 14 anos.
As fêmeas são muito maiores que os machos e medem entre 40 cm e 50 cm. Os machos
medem entre 2 cm e 4 cm. O parasita costuma circular pelos vasos linfáticos superficiais e pelo
tecido conjuntivo da pele, mas pode ser encontrado também na conjuntiva bulbar do
hospedeiro humano. Permanece nesses locais por até 24 meses.
O Onchocerca volvulus é comumente encontrado no líquido tissular, porém, em casos raros,
não pode alcançar o sangue, sendo encontrado no baço, nos rins e na urina.
O ciclo biológico do parasito é do tipo heteroxênico e ocorre entre humanos (hospedeiro
definitivo) e mosquitos negros sugadores de sangue do gênero Simulium (principalmente,
Simulium guinense ), popularmente conhecidos como borrachudos ou pium (hospedeiro
intermediário). As fêmeas desses insetos preferem se alimentar de sangue, porém sugam
também o líquido tissular. Ao sugar esse líquido, as fêmeas ingerem as microfilárias.
 Simulium guinense .
Em um processo semelhante ao que ocorre com a espécie W. brancofti , as microfilárias se
desenvolvem em L1, L2 e L3 no interior do borrachudo. O parasita atinge sua forma infectante
L3 cerca de 10 a 12 dias após a ingestão das microfilárias.
As larvas infectantes alcançam o aparelho bucal do inseto. Ao realizar uma nova alimentação
sanguínea, o inseto dissemina as larvas infectantes em um novo hospedeiro. No tecido
subcutâneo do hospedeiro definitivo, as larvas infectantes L3 se desenvolvem em vermes
adultos machos e fêmeas, aproximadamente um ano após a infecção. Cada fêmea é capaz de
produzir milhões de microfilárias, cuja longevidade é de até 24 meses. Essas microfilárias
permanecem no tecido subcutâneo do hospedeiro até que este seja picado por um borrachudo,
reiniciando o ciclo.
 Ciclo de vida de Onchocerca volvulus .
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ONCOCERCOSE
Os sintomas são muito variáveis, sendo possível observar tanto portadores assintomáticos
como pacientes com lesões cutâneas e oculares graves. As principais manifestações clínicas
se desenvolvem cerca de um a três anos após a infecção. Nesse período, surgem as reações
adversas às formas adultas. Podem ocorrer:
ONCOCERCOMAS
Quando o casal de vermes é envolvido por uma cápsula de tecido fibroso, formando os nódulos
subcutâneos livres e móveis que podem atingir até 3 cm ou mais de diâmetro. Em alguns
casos, mais de um casal pode habitar o mesmo oncocercoma. Nos tecidos conjuntivo e
subcutâneo próximos aos nódulos, também são encontradas microfilárias. O problema do
oncocercoma é, basicamente, estético, enquanto os vermes em seu interior permanecerem
vivos. Contudo, quando ocorre a morte desses vermes, é desencadeado um processo
inflamatório agudo, com dor, calcificação e aparecimento de fibrose.
ONCODERMATITE
É causada pelo hábito migratório das microfilárias através do tecido conjuntivo da pele. É uma
doença dérmica que causa muita coceira e pode ser sucedida de liquenificação, perda de
pigmento e atrofia da pele. Os sintomas dérmicos só ocorrem após a morte das microfilárias.
LESÕES OCULARES
São as responsáveis pelos quadros mais graves de oncocercose. Caso as microfilárias migrem
para o globo ocular, pode ocorrer fibrose, que leva, primeiro, a uma conjuntivite acompanhada
de alta sensibilidade à luz. Eventualmente, pode ocorrer a perda da visão e, até mesmo,
cegueira completa em ambos os olhos.
DIAGNÓSTICO DA ONCOCERCOSE
O diagnóstico clínico se dá por meio da sintomatologia do paciente, bem como da análise de
seus dados epidemiológicos. Porém, um diagnóstico laboratorial é crucial para confirmar a
verminose.
Como as microfilárias de O. vulvulus não são encontradas no sangue, o método de gota
espessa não é indicado para o diagnóstico laboratorial da oncocercose. A melhor forma de se
chegar a um diagnóstico laboratorial é pelo retalho cutâneo, quando se retira um fragmento
superficial da pele na região afetada (se ela se encontrar visível) ou da região escapular e do
quadril. Esse fragmento fica imerso em gotas de solução fisiológica, entre lâmina e lamínula,
por 30 minutos. Ao ser observado pelo microscópio, é possível ver, em poucos minutos, as
microfilárias abandonando o fragmento de pele e se locomovendo de forma ativa.
 Microfilárias com diferentes formas o que indica que elas estavam em movimento
Os nódulos de parasitas adultos podem ser identificados por tomografia computadorizada ou
ecografia. Podemos também realizar a biopsia de pele ou nódulo, punção por agulha e
aspiração do nódulo para a busca de larvas. Para os exames histopatológicos, é utilizada a
coloração de hematoxilina-eosina (HE). Em cortes histológicos, vemos uma cutícula, camada
delgada de músculo subjacente, e, dentro do lúmen, estão os úteros emparelhados contendo
microfilárias.
Nos exames oftalmológicos, as microfilárias são frequentemente vistas diretamente. Pode ser
feito o diagnóstico sorológico por intradermorreação, imunofluorescência e ELISA. Por fim,
testes moleculares também podem ser realizados, por meio do PCR, para detectar o DNA do
parasita presente no hospedeiro.
TRATAMENTO DA ONCOCERCOSE
O antibiótico ivermectina foi, durante muitos anos, o medicamento mais utilizado para tratar a
oncocercose. Hoje em dia, o antibiótico doxiciclina é preferível, em razão de seu baixo efeito
secundário.
DOXICICLINA
Atua contra uma bactéria presente no interior das microfilárias. Estudos provaram que existe
uma relação endossimbiótica entre a microfilária e a bactéria, ou seja, uma não consegue viver
sem a presença da outra. Dessa forma, ao eliminar a bactéria por meio da doxiciclina, a
microfilária acaba morrendo também.
 ATENÇÃO
Tanto o doxiciclina quanto o ivermectina só apresentam eficiênciacontra as microfilárias, sendo
pouco efetivos contra o verme adulto. Para esse caso, utiliza-se remoção cirúrgica dos nódulos
dos adultos em caso de surgimento de oncorcecomas.
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NEMATELMINTOS DE IMPORTÂNCIA
CLÍNICA - PARTE 2
Neste vídeo, a especialista Raquel do Nascimento aborda as principais características das
verminoses.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo de nossa trajetória no estudo dos nematelmintos de importância clínica, conhecemos
as principais verminoses causadas por eles, seus sintomas, métodos de diagnóstico e as
formas de tratamento.
Ouça o podcast que traz uma discussão de estudos de caso sobre enterobíase, ascaridíase,
tricuríase, estrongiloidíase, ancilostomíase e filarioses com o Dr. Alexandre Xavier.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. rev. Brasília:
Ministério da Saúde, 2010.
NEVES, D.; DE MELO, A.; LINARDI., P. M.; VITOR, R. Parasitologia humana. 11. ed. São
Paulo: Atheneu, 2005.
RUPPERT, E.; FOX, R.; BARNES, R. Zoologia dos invertebrados. 7. ed. São Paulo: Roca,
2005.
EXPLORE+
Veja como é possível encontrar ovos de nematelmintos em sanitários públicos no artigo:
Estudo da frequência de ovos de helmintos intestinais em sanitários de uso público de
Sorocaba, SP, de Tuffi Aidar Sobrinho e colaboradores.
Leia sobre as problemáticas enfrentadas por comunidades indígenas no que diz respeito
à aquisição de verminoses no artigo Prevalência de parasitos intestinais na comunidade
indígena Maxakali, Minas Gerais, Brasil, de Eliseu Miranda de Assis e colaboradores.
Veja outras imagens de lâminas contendo ovos e cortes transversais de alguns dos
nematelmintos no site Atlas Virtual de Parasitologia, do Departamento de Microbiologia e
Parasitologia da UFF.
Veja o conteúdo abordado no tema, de maneira mais ampla, nos seguintes livros:
Invertebrados, de Richard C. Brusca e Gary J. Brusca, e Parasitologia, de Luis Rey.
Veja como as verminoses causadas por nematelmintos podem estar associadas a uma
série de fatores socioculturais no artigo Prevalência e fatores associados às geo-
helmintíases em crianças residentes em municípios com baixo IDH no Norte e Nordeste
brasileiros , de Eduardo Oyama Lins Fonseca e colaboradores.
Assista ao vídeo interativo, disponível no YouTube, sobre como ocorre a filariose dérmica,
intitulado Vídeo legendado de oncocercose.
Para um resumo dos tópicos abordados ao longo do tema, veja um resumo!
Conheça a importância do helminto Caenorhabditis elegans para o desenvolvimento de
diferentes áreas da ciência.
Apreendemos, aqui, que alguns parasitas podem invadir outros órgãos, como o ovário.
Leia sobre um relato de caso no artigo Nódulo granulomatoso com Enterobius
vermicularis em epíploon simulando metástase de câncer de ovário , de Vitorino
Modesto dos Santos e colaboradores.
CONTEUDISTA
Raquel Fernandes Silva Chagas do Nascimento
 CURRÍCULO LATTES
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