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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA EXTREMO ORIENTE A civilização nessa região começou um pouco mais tarde do que no território entre o Mediterrâneo e o Golfo Pérsico, por volta do II milênio a.C. Descrição das cidades orientais da pré-história ao encontro com os europeus, porque sucessivas invasões interromperam sua continuidade e retardaram o progresso técnico e econômico dessas sociedades. Territórios tropicais, isolados do resto da Ásia pelo Himalaia e regado por muitos rios. Rios: impetuosos e inconstantes por causa das monções, por isso, foram canalizados para permitir a irrigação das planícies. Agricultura: cultura quase exclusiva do arroz, que cresce na água e não requer rotação com outras culturas. Organização econômica rígida tende a se perpetuar na região, favorecendo a formação de grandes estados unitários com concentração de grande excedente na mão de soberanos e da elite. Cidade: posto dominante carregado de significados utilitários e simbólicos. Sede do poder. Os eixos de simetria ligam a cidade aos pontos cardeais, isto é, ao universo celeste; os muros imprimem-lhe uma forma regular e a defendem os inimigos; a multiplicidade dos espaços e dos edifícios revela a complexidade das funções civis e religiosas, com seu minucioso cerimonial. (BENEVOLO, 2003: 55) CHINA Tradição cultural formada no I milênio a.C. é codificada na China, após a unificação do império, no século III a.C. Assim como as regras urbanísticas e de construção. As cidades chinesas são estreitamente ligadas ao território agrícola e começaram como cidade-refúgio. Estas eram destinadas a morada fixa da classe dirigente (sacerdotes, guerreiros e técnico) e eram capazes de acolher temporariamente os camponeses da vizinhança. Possuíam dois cinturões de muros, um interno que circunda a cidade propriamente e um externo que abrange um espaço ocupado por hortas e pomares. A unidade de medida urbanística é o li, que corresponde a aproximadamente 530 metros. Existem três categorias de cidade, segundo sua grandeza: tscheng, ji e tu. As cidades seguiam rigorosamente a orientação dos pontos cardeais. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA As cidades capitais imperiais tinham grandes dimensões e podiam passar de 1 milhão de habitantes e possuir medidas superiores à categoria de cidades tu. As regras de construção das casas permanecem as mesmas desde o período Han (202 a.C. – 220 d.C.) até os dias de hoje. Casa: recinto análogo à cidade vinculada à mesma orientação e acessível, geralmente, pelo sul. Os ambientes se abrem para um ou mais pátios internos. Os elementos construtivos principais e permanentes são os perimetrais, como a plataforma de base, o muro e a cobertura. As divisões internas são de tijolo, mas não têm função estrutural e, portanto, são móveis acompanhando as mudanças das funções domésticas. As casas são voltadas para o interior e não para a rua. Casa no campo: os ambientes conservam uma forma regular e simétrica, mas o conjunto pode se tornar irregular para melhor se adaptar ao local. A jardinagem é parte importante da obra arquitetônica. Planta da cidade de Chang-an, capital da dinastia Sui de 589 d.C. e depois dos Tang. Possuía quase 100 km². Ao centro da planta se encontra o recinto sagrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA Conjuntos monumentais: combinação das duas regras tradicionais de projetação. Os edifícios dedicados ás cerimônias públicas ficam agrupados no entorno de um eixo de simetria, que se torna um percurso passando por vários pátios fechados com orientação sul-norte. Já os edifícios e espaços que abrigavam as atividades privadas e particulares do imperador, fogem às regras geométricas, integrados ao paisagismo. Esta contradição entre regularidade e irregularidade é uma referência ao ambiente cósmico e seus princípios opostos e a eterna tentativa de equilibrar o yin e o yang. Os edifícios monumentais construídos em madeira são perpetuamente reconstruídos, respeitando-se o modelo original. A Grande Muralha (iniciada no século III a.C.) e o Grande Canal forma as obras mais gigantescas construídas pelo homem antes da idade industrial. JAPÃO No Japão, por causa da topografia, ou seja, pela falta de grandes espaços planos e de rios navegáveis, no início não se tem grandes cidades. Com a unificação do país, no final do século III a.C., nasce a necessidade de se construir uma cidade capital, que é projetada segundo as regras urbanísticas chinesas. Do século VI ao VIII d.C., várias capitais são erigidas próximas umas as outras na região Yamato. Três exemplos de casas chinesas com pátios. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA Arquitetura: modelos chineses com características originais de simplificação geométrica e de desenvoltura. Nas residências e templos suburbanos a arquitetura japonesa alcança resultados inovadores e requintados. Composição baseada em liberdade informal e regularidade das esquadrias, baseadas no módulo dos tatami (0,9 x 1,8 metros). CAMBOJA Império Khmer: dominou a região onde hoje se encontra o Camboja entre os séculos IX e XV d.C. Angkor: complexo de edificações esculpidas em pedra. Foi capital do império Khmer até 1431, quando tropas tailandesas invadiram o local e o saquearam, sendo então, abandonada. Estende-se por uma área de aproximadamente 400 km² e possui mais de mil templos. Angkor Wat: Foi no começo do século XII, como templo central e capital do Estado. É o maior e mais bem preservado templo no local e é o ponto máximo do estilo clássico da arquitetura Khmer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENEVOLO, Leonardo. História da Cidade. 3ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003. Planta de Kyoto, cidade fundada em 794 d.C.
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