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6_GRÉCIA_História

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO 
ESCOLA DE MINAS 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I 
PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA 
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA 
Grécia 
 
Cronologia da História Grega 
Período Minoano (3000 – 1450 a.C.): desenvolveu-se em Creta e é considerada a 
primeira civilização grega. 
Período Micênico (1550 – 1100 a.C.): ou Idade do Bronze Grega, desenvolveu-se no 
continente. 
Idade das Trevas (1100 – 750 a.C.): período conturbado em que a Grécia sofreu 
sucessivas invasões de vários povos. 
Grécia Arcaica (750 – 480 a.C.): a Grécia está novamente estabilizada e novamente 
superpovoada, dando início à colonização de outras regiões. Cidades como Istambul, 
Lisboa, Marselha, Nápoles e Odessa foram colônias gregas. Estas negociavam com a 
metrópole, gerando grandes riquezas que eram controladas pelos aristocratas que 
formavam os governos. Aumentando assim, as diferenças sociais entre os mais ricos e 
os mais pobres. 
Grécia Clássica (480 – 323 a.C.): época de grande produção intelectual e de 
formação da cultura grega clássica. O período entre 461 e 404 a.C., é conhecido como 
a Idade do Ouro de Atenas, quando esta cidade tornou-se a maior potência naval da 
Grécia e produziu suas maiores obras de escultura, arquitetura e dramaturgia, sendo 
considerada o centro intelectual e artístico de toda a Grécia. Enquanto o poder de 
Atenas crescia, outras cidades-estados foram ficando apreensivas. Por isso, Esparta 
fez com que o Peloponeso declarasse guerra a Atenas, que caiu em 404 a.C. 
Iniciou-se um período de fraqueza e decadência política. Em 338 a.C., Felipe II, rei da 
Macedônia invade a Grécia unindo-a à Macedônia. Alexandre, o Grande, filho de 
Felipe II, com um exército formado por gregos e macedônios, conquistou uma área 
quase do tamanho do Brasil, em 10 anos. Fundou cidades gregas por onde passou, 
como Alexandria, no Egito. Difundiu a língua e a cultura grega pelo mundo, tornando-a 
uma cultura mundial. 
Período Helenístico (323 – 146 a.C.): Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., a 
Macedônia se enfraquece e seus generais não conseguem manter a unificação da 
região. Aproveitando a desorganização do estado macedônico, as cidades-estados 
gregas se unem em ligas, a fim de conseguir sua independência, mas não obtêm 
sucesso. 
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DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I 
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Período Greco-Romano (a partir de 146 a.C.): os romanos invadiram a Grécia e a 
Macedônia em 197 a.C., mas no ano seguinte se retiraram e declararam a “liberdade 
da Grécia”. Porém, a Liga Acaiana desobedeceu as ordens de Roma, provocando uma 
nova ocupação, por volta de 146 a.C. Gregos e romanos lutaram várias vezes pelo 
domínio da região, mas apesar disso, a civilização grega continuou a se expandir, pois 
os romanos a adotaram. 
Território 
Localização: Península dos Balcãs ao sul da Macedônia e várias ilhas no Mar Egeu e 
no Mar Jônio. 
Área: aproximadamente 77.000 km² 
Características geográficas: península de topografia acidentada. 3/4 do território é 
ocupado por montanhas calcárias. Apenas 1/4 da terra é cultivável, por isso, a 
prosperidade dos gregos dependia do comércio e das colônias. 
Colônias: várias vilas na Sicília e no sul da Itália, cidades na Turquia e postos 
comerciais ao redor do Mar Negro. Chegaram a estabelecer povoados na Índia, 
Portugal e Sudão. 
População: 
População pequena porque a terra era insuficiente para sustentar uma grande 
população, o que motivava muitos gregos a se mudarem para as colônias. 
Os gregos da antiguidade eram conhecidos como helenos, pois sua terra era chamada 
de Hélade. Eram considerados helenos, não só aqueles que nasciam na Grécia, mas 
todo aquele que falasse grego. Os demais eram os bárbaros. 
Tipo de Governo: 
Foram os primeiros a desenvolverem um modo de vida democrático. 
Não possuíam um governo nacional, mas tinham a mesma cultura, língua e religião. 
Forma de governo: a região era divida em cidades-estados. 
Tribo: mais antiga forma de governo. As tribos se uniam em torno do maior povoado e 
formavam a pólis ou cidade-estado, que eram regiões independentes, com governo 
regulado por leis. 
As comunidades não possuíam terra fértil o suficiente para abastecer sua população. 
Por causa disso, se desentendiam e viviam em constante atrito. 
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DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I 
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Cidades-estados mais famosas: Atenas e Esparta. 
Cada cidade-estado possuía moeda e calendário próprio. 
Sociedade: 
As classes sociais variavam de acordo com a cidade-estado. 
Atenas possuía três classes: cidadãos (mais numerosa), escravos e residentes 
estrangeiros. 
Esparta também possuía três classes sociais: cidadãos, servos (mais numerosa) e não 
cidadãos. 
Cidadãos: somente homens livres. Apenas eles poderiam fazer parte do governo, 
possuir terras e votar. 
Educação: 
Feminina: mulheres não recebiam educação formal, aprendiam apenas ofícios 
domésticos e trabalhos manuais transmitidos pelas mães. 
Masculina: o principal objetivo era formar bons cidadãos, não possuíam educação 
técnica. Variava em cada cidade-estado. 
Esparta: educação nos moldes militares, ênfase à educação física, poucos sabiam ler 
e escrever. 
Atenas: desenvolvimento das aptidões individuais. Estudava-se aritmética, literatura, 
música, escrita e educação física, que eram ensinadas, normalmente, por um 
pedagogo (escravo). 
Civilização: 
Os gregos são considerados os fundadores da civilização ocidental. 
Foram os primeiros dramaturgos, historiadores, oradores, filósofos e poetas do mundo. 
Também foram os primeiros a estudar, com base científica, botânica, geometria, 
medicina, física e zoologia e a realizarem competições atléticas. 
Possuíam grande habilidade militar. 
O povo levava uma vida simples, tanto no campo quanto na cidade. 
Língua: gregos antigos falavam vários dialetos. Após 330 a.C., surgiu um dialeto 
comum, o coiné, que se desenvolveu a partir do dialeto falado em Atenas. 
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DISCIPLINA: ARQ 101 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I 
PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA 
 
A Grécia Antiga sofreu inúmeras invasões, geralmente, os invasores adotavam a 
língua e os costumes locais, dificultando sua identificação depois te algum tempo entre 
os gregos. 
Economia: 
Os gregos eram grandes negociantes e navegadores. 
Produção agrícola: azeitona, cereais e uva. 
Importavam grandes quantidades de cereais. 
Exportavam: prata, vinho e manufaturas. 
Negociavam principalmente com o leste do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro, Sicília e 
sul da Itália. 
Principais cidades comerciais: Egina, Atenas, Corinto e Samos, depois de 330 a.C., a 
elas se juntaram Delos e Rodes. 
Transporte era mais fácil pela água do que por terra, que era feito com navios a remo 
e a vela. 
Religião: 
Politeístas 
Não viviam com medo de seus deuses, como as civilizações anteriores. 
Cada cidade-estado tinha suas próprias divindades menores. 
Pensadores gregos a consideravam mais um como um conto do que como religião. 
Os deuses eram seres sobre-humanos, amigos da humanidade. Não eram seres 
perfeitos, cometiam os mesmos erros que os homens. 
Muitos festivais eram realizados em honra dos deuses. 
Construção de muitos templos e santuários. 
 
ARQUITETURA 
Construções de tijolo cozido ao sol (adobe), feito de lama, geralmente misturada com 
palha ou argila para dar coesão. A parede poderia ser reforçada por uma estrutura de 
madeira e era coberta por argila ou barro. A taipa poderia ser utilizada em substituição 
do adobe.Como base era utilizada uma fileira de pedras ou cascalho. 
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Telhado: achatado, mas não totalmente, com leve inclinação, feito de lama, argila e 
uma estrutura de madeira. 
Instalações domésticas: lareira, pequenos buracos para guardar comida ou fazer 
cozimento lento, forno, plataforma para camas, banco, prateleiras e grandes vasos 
para armazenas grãos. 
Piso: terra batida ou argila, nos palácios podem ser encontrados pisos de laje de 
pedra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIVILIZAÇÃO MINOANA, MINÓICA OU CRETENSE 
Localização: ilha de Creta e ilhas vizinhas. 
Primeira civilização na Grécia e primeira civilização europeia importante, graças ao 
seu contato com outras civilizações mais desenvolvidas, no Egito e na Síria. 
Deve o seu nome a Minos, o lendário rei de Creta que, segundo a lenda, dominava o 
Mar Egeu e possuía um monstro com corpo de homem e cabeça de touro, conhecido 
como Minotauro, que ficava preso em um labirinto. 
Povo pacífico protegido pelo mar, de grandes habilidades artísticas, na construção e 
como negociantes. 
Por serem hábeis navegadores, possuíam postos comerciais em todo o Mar Egeu. 
Mantinham estreito contato com o Egito, que muito influenciou na arte cretense. 
 
Estrutura telhado 
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Cnossos: principal cidade da civilização minoana, localizado no litoral norte-central de 
Creta. O primeiro grande palácio da cidade foi construído por volta de 2000 a.C e 
destruído por um terremoto em 1700 a.C. Em seguida, outro foi construído e destruído, 
posteriormente, por um incêndio, em 1400 a.C. 
Construção de grandes palácios, como o Palácio de Minos, em Cnosso, e outros em 
Kato Zakro, Mália e Festo. 
Palácio de Cnossos: possuía sistema de água, cômodos vivamente decorados e pisos 
revestidos. 
Por possuírem uma cerâmica muito desenvolvida, suas técnicas foram copiadas por 
vários outros povos. 
Escrita com símbolos geométricos semelhantes aos hieróglifos. 
Sistema numérico decimal. 
Por volta de 1450 a.C., os gregos do continente tomaram Cnossos, transformando-a 
na principal cidade-estado grega em Creta. 
300 anos depois, invasores destruíram a maior parte dessa civilização. 
 
CIVILIZAÇÃO MICÊNICA 
Localização: Grécia continental. 
Por volta de 1900 a.C. a região foi invadida por tribos do norte, suas aldeias primitivas 
foram destruídas e sua população foi capturada ou expulsa. Os invasores copiavam os 
costumes, a porcelana e a arquitetura minoana. Construíam casas com um grande 
compartimento central (mégaron). Por volta de 1600 a.C., essa civilização estava rica 
e poderosa. 
Chamada de micênica por causa de Micenas, a maior e mais poderosa cidade grega 
da época. 
A língua era um tipo de grego arcaico. 
Hábeis artífices e construtores, construção de cidades fortificadas e casas de até dois 
andares. 
Construíam palácios em estilo cretense em Micenas, Tebas e Tirinto, no século XV 
a.C. que depois foram transformados em fortalezas, com grossos muros externos. 
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Os gregos derrotaram os minoanos, por volta de 1450 a.C., tornando-se o povo mais 
poderoso da região do mar Egeu. 
Tholos 
Criptas funerárias das famílias mais ricas, foram as primeiras construções micênicas. 
Palácios 
Os primeiros palácios micênicos começaram a ser construídos por volta de 1450, 1400 
a.C. Normalmente, são localizados no alto de uma elevação, como as acrópoles dos 
Períodos Arcaico e Clássico. Eram rodeados de casas e cercados por muralhas. 
Possuíam, geralmente, uma sala principal (mégaron) ampla e decorada com afrescos 
de cores vivas, onde ficava o trono do soberano. Seu acesso se dava por um pátio 
interno para onde se voltavam outros aposentos através de pórticos colunados. 
Casas 
As casas se localizavam dentro da cidadela, ao redor do palácio e fora das muralhas. 
Possuíam planta retangular e um dos cômodos possuía lareira. As paredes eram de 
tijolo seco ao sol, barro comprimido reforçado com cascalho, vigas de madeira, ou 
uma combinação disso; as fundações eram de pedra, ou de simples cascalho 
misturado com barro, telhado plano. 
As casas dispunham-se desorganizadamente próximas umas das outras. Algumas 
apresentavam as mesmas estruturas arquitetônicas encontradas nos palácios, como 
mégaron, colunas de madeira, mais de um nível, pátio interno. Essas pertenciam, 
provavelmente, aos cidadãos mais ricos e influentes da sociedade micênica, ou então 
com alguma função administrativa importante. 
Os pobres viviam em cabanas de um ou dois cômodos situadas fora das muralhas. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
BENEVOLO, Leonardo. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2003. 
MUMFORD, Lewis. A Cidade na História: suas origens, transformações e 
perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 2004. 
ROBERTSON, D.S. Arquitetura Grega e Romana. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 
SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Editora 
Martins Fontes,1994.

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