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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO SUPERIOR TECNOLÓGICO EM GASTRONOMIA Joana D’Arc dos Santos Araújo PIM III- PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR III Confeitaria, Plano de Negócios e Gastronomia Vegetariana, Funcional e Sustentável Ibiraçu 2023 Joana D’Arc dos Santos Araújo PIM III- PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR III Confeitaria, Plano de Negócios e Gastronomia Vegetariana, Funcional e Sustentável Projeto Integrado Multidisciplinar apresentado como um dos pré-requisitos para aprovação do presente bimestre, no curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da Universidade Paulista – UNIP. Professor Orientador: Rodrigo Stolff Ibiraçu 2023 RESUMO O Projeto Multidisciplinar III tem como objetivo avaliar o aprendizado unindo prática e teoria nas disciplinas estudadas durante o bimestre. As disciplinas desenvolvidas nesse projeto foram: Confeitaria, onde efetuou-se preparos com chocolate, no caso bombons, onde foram utilizadas técnicas de derretimento, temperagem e moldagem; Plano de Negócios, desenvolveu-se o custo de produção, ficha técnica e o mercado gastronômico que o produto será comercializado e na Gastronomia Vegetariana, Funcional e Sustentável, alguns desafios sustentáveis na produção do cacau até seu consumo final. Palavras chave: Confeitaria, Gastronomia, Cacau, Chocolate, Sustentável. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5 2.1 CONFEITARIA ............................................................................................................................. 8 2.1.1 PREPARAÇÕES COM O CHOCOLATE ................................................................................ 9 2.1.2 FICHA TÉCNICA – BOMBOM RECHEADO COM CEREJA ........................................... 11 2.2. PLANO DE NEGÓCIOS ............................................................................................................ 15 2.2.1. FICHA TÉCNICA DE CUSTO DO PRODUTO FINALIZADO ......................................... 16 2.3. GASTRONOMIA VEGETARIANA, FUNCIONAL E SUSTENTÁVEL .............................. 17 2.3.1. DESAFIOS SUSTENTÁVEIS NA CADEIA PRODUTIVA DO CACAU ........................... 18 3 CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 20 4 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 21 5 1 INTRODUÇÃO O objetivo desse projeto é aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos com as disciplinas de Confeitaria, Plano de Negócios e Gastronomia Vegetariana, Funcional e Sustentável. A norteadora desse projeto foi a confeitaria que além de ensinar sobre várias apresentações de bolos, tortas, pudins, biscoitos, pães, cupcake, patê, gourmetização, e outros, lançou o desafio de trabalhar com o chocolate realizando os processos de derretimento, temperagem e moldagem do chocolate que é um produto delicado, com infinitas possibilidades, texturas e o mais importante: é um produto extremamente versátil. Além da apostila disponibilizada no ambiente virtual de aprendizagem, foram realizadas pesquisas bibliográficas, outros materiais didáticos, blogs, vídeos e trocas de experiências com pessoas que já atuam na área. A receita escolhida foi de bombons recheados com cerejas. A técnica usada para o derretimento do chocolate foi no micro-ondas e para a técnica de temperagem, foi utilizada a Difusão. A dificuldade encontrada foi fazer o fundo dos bombons, por não ter experiência nesse tipo de trabalho. Para disciplina Plano de Negócios, foi realizada uma ficha com o custo final do produto desenvolvido do chocolate, seu preço de venda e como será negociado no mercado gastronômico. Já na disciplina Gastronomia Vegetariana, Funcional e Sustentável, foi realizada uma pesquisa sobre os desafios sustentáveis da produção ao pós consumo e as embalagens do chocolate. 6 2 DESENVOLVIMENTO O cacaueiro é a árvore perenifólia que dá origem ao fruto chamado cacau; sem poda pode chegar a medir 20 metros e sendo cultivado sua altura varia de 3 a 5 metros; é a principal matéria-prima do chocolate e tem como subprodutos seus o mel, a polpa, sorvete, suco, geleia, destilados finos. O chocolate é obtido após vários processos que o cacaueiro passa até chegar a dar o fruto, ou seja, o plantio da árvore, seu cultivo, colheita, fermentação, secagem, armazenamento, limpeza, torra, descascagem, moagem e prensagem, definição do tipo, refino, conchagem, temperagem, mistura e moldagem. O chocolate começou a ser degustado de forma bem diferente do que degusta-se hoje pelo povo olmeca que eram habitantes da região do México em 1500 a.c. Anos passaram e com a Revolução Industrial muita coisa mudou. Van Houten, em 1828 criou uma prensa que separava a manteiga de cacau do resto da massa, resultando em cacau em pó. Recombinando isso, criou-se o chocolate sólido que foi comercializado pela primeira vez pela empresa inglesa Fry’s no ano de 1847. 7 Daí em diante outros indivíduos foram aperfeiçoando esse produto. Podemos citar Daniel Peter, que foi um chocolateiro suíço; Henry Nestlé que era químico e Rudolf Lindt que criou um processo no qual elevou a qualidade dos bombons de chocolate. Depois destes acontecimentos, o comércio de chocolate expandiu. Somente no século XVII que os portugueses introduziram a cultura cacaueira no Brasil. Processo industrial de doces feitos a partir das frutas tropicais, mesclando o açúcar, as técnicas portuguesas, a mandioca indígena, as técnicas da famosa doçaria conventual, as receitas de família, a curiosidade portuguesa e as escravas que cuidavam dos pesados tachos de cobre, herança dos portugueses. (Galves e Eleutério, 2014, pag. 15) A primeira fábrica de chocolates no Brasil foi criada por Neugebauer Irmãos e Gerhardt em 1891 em Porto Alegre. O dia mundial do chocolate é comemorado no dia 07 de julho; é uma das guloseimas mais apreciadas em nosso país; é versátil; chocolate é composto por no mínimo, 25% de sólidos totais de cacau; tem elevado teor calórico; quanto mais amargo for o chocolate maior a quantidade de cacau; apesar de ser calórico, o chocolate melhora a memória, diminui pressão arterial, aumenta a saciedade, desenvolve bem-estar, fornece energia, melhora o ânimo por ser rico em flavonoides, cafeína, estimulantes, ácidos graxos saudáveis e outros. Segundo a composição básica do chocolate, existem hoje o amargo, chocolate meio amargo, ao leite, branco, dietético e o chocolate em pó. Quanto ao tipo de chocolate e coberturas existentes no mercado, temos o chocolate nobre, cobertura hidrogenada e fracionada. O chocolate puro ou nobre contém em sua composição somente manteiga de cacau. Os populares são: Callebaut, Sicão, Harald, Mavalério, Norcau, Garoto, Nestle e Selecta. Sabor maravilhoso. Já o chocolate fracionado é uma cobertura que possui em sua composição a gordura vegetal. Sua textura é bem mais macia do que o chocolate nobre. Não precisa passar por processo de temperagem. Sabor bem próximo do chocolate nobre. O chocolate hidrogenado tem a manteiga de cacau completamente substituída por gordura vegetal. O custo é bem mais baixo, porém há uma quantidade de gordura pouco saudável elevada. Sabor bem diferente do chocolate nobre. 8 2.1 CONFEITARIA A arte de confeitar é solícita de muitos acessórios, embalagens, formas, equipamentos, utensíliose muita paciência, habilidade, técnica, criatividade elevada, dedicação. É indispensável utilizar produtos de qualidade, ter medidas exatas, matéria-prima de qualidade (chocolates nobres, por exemplo). O confeiteiro, pessoa que atua nessa área, é o responsável pela preparação e criação de receitas de coberturas, cupcakes, recheios, doces, canapés, bolos, biscoitos, caldas, salgados, tortas e sorvetes, paguetes, panetones, pães e etc. Mediante todas essas preparações, o foco principal aqui é o trabalho, o manuseio do chocolate. Este produto, quando natural, é feito à base de amêndoa fermentada e torrada do cacau. Depois disso, o cacau passa por vários processos até transformar-se na pasta de chocolate que é moldado conforme desejado e resfriado até tornarem-se sólidos e ficarem prontos para serem embalados e colocados à venda. O chocolate não é conhecido apenas pelo seu sabor, já foi considerado alimento divino, afrodisíaco, remédio e até mesmo como moeda de troca. Por ser um produto que agrada a maior parte da população, classe A ou B, todas as faixas etárias, é encontrado facilmente em lojas de conveniência, padarias, supermercados, lanchonetes, lojas específicas, bares, confeitarias, entre outros. Inclusive, até em farmácias encontra-se essa gostosura. 9 2.1.1 PREPARAÇÕES COM O CHOCOLATE Como dito anteriormente, o processo desenvolvido foi a fabricação de bombons recheados. Para isso, foram higienizados todos os utensílios, bancadas e mãos; uniforme conforme solicitado pelo professor orientador; tudo sem nada de umidade para não atrapalhar o resultado final. Por se tratar de uma região bem quente, o trabalho foi realizado no horário matutino para que a temperatura ambiente não influenciasse tanto no produto final. Iniciou-se o processo separando os utensílios e ingredientes a serem utilizados, a famosa mise em place. O próximo passo, foi fazer o creme do recheio dos bombons. Em seguida, picou-se o chocolate amargo da marca Sicão. Na sequência, pesou o chocolate dividindo-o na proporção 1/3 e 2/3. Diante disso, o chocolate levado ao micro-ondas para efetuar o derretimento. O equipamento foi ajustado para a temperatura média (20º) e o produto aquecido de 30 em 30 segundos. Misturou-se e repetiu o processo duas vezes. Usou-se o termômetro para avaliar a temperatura e alcançar-se 45º c, já que o chocolate utilizado foi o amargo. Feito esse processo, o próximo passo, foi a temperagem ou têmpera, pré-cristalização ou choque térmico. É o resfriamento lento e sucessivo do chocolate. Esse processo é realizado para utilizar o produto em revestimentos, no caso desse projeto, para casquinha dos bombons. Para utiliza-lo em recheios, não há necessidade desse processo. Com esse processo realizado de forma correta, o produto fica com cor, aparência, quebra, concentração bem agradáveis. Caso contrário, se foi simplesmente derretido, não receber esse processo, perderá a concentração, brilho e dureza. Efetuando esse passo, os cristais de manteiga de cacau são arrumados, por isso, só dá certo com chocolates que possuem teores de manteiga de cacau acima de 30%. O modo de temperagem usado foi a difusão; derreteu-se 2/3 do chocolate no micro- ondas e logo em seguida agregou-se esse resultado a 1/3 do mesmo chocolate que já havia sido picado. Mexeu-se uniformemente até atingir a temperatura de 31°c que é a temperatura correta para trabalhar. 10 A temperagem ou pré-cristalização consiste no lento e gradual resfriamento do chocolate, para que se formem cristais de manteiga de cacau de estruturas estáveis e uniformemente distribuídos. A temperagem correta garante a aparência da superfície, a textura macia e o prazo de conservação. (JANAÍNA, pág. 8-3). A seguir, com o chocolate já derretido temperado, montou-se a casca dos bombons, ou seja, uma camada de chocolate, processo de moldagem. Utilizou-se forma de três unidades, colocou-se o chocolate para moldar, tampa-se a forma, vira, dá uma leve batida e leva ao freezer para cristalizar. Ficando opaco retira. Os bombons foram recheados e tampados. Levou-se novamente ao freezer, aguardou o tempo correto, retirou-se, desenformou-se e depois foi só embalar para venda. Quando levado ao freezer ou geladeira é preciso observar bem para que não ocorra migração de cristais de gordura para a superfície do produto, o chamado fat bloom que é uma fina camada com aspecto cinzento ou até mesmo, pode ocorrer de migrar gordura do recheio para a superfície do bombom. O mais assertivo a usar é o freezer porque em geladeiras convencionais podem ocorrer depósitos de umidade em razão do ar úmido que existe nelas. 11 2.1.2 FICHA TÉCNICA – BOMBOM RECHEADO COM CEREJA Recheio Bombom Ingredientes Quantidades Preparo Leite condensado 395 g Cozinhar o leite condensado mais o creme de leite até engrossar. Colocar em recipiente e tampar com plástico filme. Não gelar. Reservar cerejas. Creme de leite 200 g Cerejas 8 unid. Chocolate para o bombom Ingredientes Quantidades Chocolate amargo 300 g Preparo 1- Picar chocolate e fracionar na proporção 1/3 e 2/3. 2- Derreter 2/3 do chocolate em micro-ondas por um minuto em potência média. Mexer para homogeneizar e retomar do micro-ondas de 30 em 30 segundos, fazendo intervalos para mexer. 3- Conferir a temperatura para fundir que é de 45ºC. 4- Fazer a temperagem usando 1/3 do chocolate previamente porcionado, misturando até ficar homogêneo. 5- Conferir a temperatura para trabalhar. Conferir a temperatura de 31ºC. 6- Colocar chocolate nas formas para modelar os bombons. 7- Levar para gelar. Quando ficar opaco, estará no ponto para rechear. 8- Retirar da geladeira; retirar as sobras, rechear com o creme e as cerejas. 9- Fechar com mais chocolate e voltar a geladeira. 10- Desenformar e embalar para venda. 12 DERRETIMENTO DO CHOCOLATE Fonte: Do autor TEMPERAGEM Fonte: Do autor 13 TEMPERATURA Fonte: Do autor MOLDAGEM Fonte: Do autor 14 RECHEIO Fonte: Do autor PRODUTO PRONTO Fonte: Do autor 15 2.2. PLANO DE NEGÓCIOS Um plano de negócios tem um caminho a seguir para que se consiga atingir a meta. Uma boa avaliação preliminar é de importância fundamental para que o negócio dê certo. Uma ideia não tem valor se não tiver público alvo: conversas com clientes; saber sobre a satisfação sobre aquele produto; informar-se sobre a concorrência, se é grande naquela localidade e como flui; o grau de maturidade/experiência que o empreendedor tem sobre o produto; avaliar se possui recursos necessários para desenvolver o negócio; determinar metas sobre esse plano que sejam específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. É importante que o empreendedor teste sua ideia ou conceito de negócio junto a clientes em potencial, empreendedores mais experientes (conselheiros), amigos próximos, antes que a paixão pela ideia cegue sua visão analítica do negócio. Uma ideia sozinha não vale nada; em empreendedorismo, elas surgem diariamente. O que importa é saber desenvolvê-las, implementá-las e construir um negócio de sucesso (DORNELAS, 2008, p. 37). Depois de elaborar o plano de negócios com todas essas observações, haverá a necessidade de vendê-lo a outros. Para isso, é preciso chamar a atenção dos clientes. Causar uma boa impressão com um bom marketing que seja capaz de tornar seu produto/serviço bem conhecidos. O mercado tem se tornado cada vez mais exigente e clientes observam preço, produto e promoção. [...] o empreendedor deve ter alto comprometimento com o ambiente, em todos os seus aspectos: cidadania, ética, economia, justiça social, ecologia. Fortalecendo e preservando o meio ambiente, contribuindo para a economia, ele estará criandomelhores condições para seu próprio desenvolvimento como cidadão e empreendedor (DOLABELA, 2008, p. 207). 16 2.2.1. FICHA TÉCNICA DE CUSTO DO PRODUTO FINALIZADO Bombom com recheio de cereja Ingredientes Quantidades Valor por Kg Custo p/ bombom Chocolate amargo 300 g R$ 41,90 R$ 12,57 Creme de leite 200 g R$ 12,40 R$ 2,48 Leite condensado 395 g R$ 11,72 R$ 4,69 Cerejas 8 unid. R$ 56,45 R$ 3,52 Plástico filme, adesivo com logo, gás, energia, internet, outros R$ 1,38 total R$ 24,64 Custo total de 8 unidades de bombom R$ 24,64. Os bombons podem ser vendidos por unidades. Cada bombom pesa em média, 60g. O valor de custo foi R$ 3,08 e o valor de venda pode variar entre R$ 8,00 e R$ 9,00, dependendo do estabelecimento de venda. O comércio para venda desses bombons pode acontecer em lanchonetes, padarias, supermercados, docerias, restaurantes, pela internet, através das redes sociais, no bairro. “ideias revolucionárias são raras, produtos únicos não existem e concorrentes com certeza sempre existirão.” (DORNELAS, 2008, p. 37). 17 2.3. GASTRONOMIA VEGETARIANA, FUNCIONAL E SUSTENTÁVEL Essa gastronomia tem por objetivo, transformar a culinária de padrão elevado em algo bem responsável, visando o ponto de vista ambiental, social e econômico, utilizando técnicas e hábitos conscientes. A Gastronomia Vegetariana é aquela que exclui o consumo de derivados animais. A carne vermelha é extinta dessa alimentação e sua fonte principal de alimentos são os vegetais e os fungos, porém, há subdivisões nessa prática alimentar: alguns consomem ovos, outros só alimentam-se de culinária crua, uma classe consome ovos e laticínios, e assim sucessivamente. A Gastronomia Funcional é voltada para a nutrição. Utiliza ingredientes funcionais que oferecem vários benefícios à saúde, além do valor nutricional, reduzindo assim o risco de doenças ou até mesmo tratamento das mesmas. Alimentos integrais, naturais, orgânicos, muita água e uma dieta equilibrada são indispensáveis para começar uma alimentação funcional. Azeite, sardinha, coco, pão, castanhas, biomassa de banana verde são alimentos que fazem a diferença nesse tipo de alimentação. A Gastronomia Sustentável visa a utilização de alimentos nutritivos e naturais; há redução de desperdício de alimentos e o cuidado para não produzir resíduos inorgânicos, agricultura orgânica, consumo de produtos locais, criatividade na elaboração de pratos oferecendo alternativas veganas e vegetarianas, conscientização no consumo de água e energia são iniciativas que configuram esse estilo culinário. 18 2.3.1. DESAFIOS SUSTENTÁVEIS NA CADEIA PRODUTIVA DO CACAU O desenvolvimento sustentável procura satisfazer a geração atual em suas necessidades, mas sem comprometer as necessidades das gerações futuras, ou seja, no futuro e agora podemos atingir um nível satisfatório de desenvolvimento econômico, social e cultural. A região sul baiana tem cadeia produtiva do cacau ampla e diversificada. O bioma amazônico tem altos índices de produtividade por hectare. O cacaueiro produz por mais ou menos 50 anos, o solo onde é cultivado fica preservado e tem sombreamento com aspecto de floresta úmida; pode ser plantado em meio a outras culturas como café, banana, laranja e algumas espécies madeireiras; o manejo não é difícil, o agricultor trabalha na sombra. Como desafios na produção cacaueira podemos citar doenças como vassoura de bruxa; pragas que são a broca do fruto e do tronco; e a chupança que são ataques de insetos. Problemas com falta de planejamento, linhas de crédito, técnicas e outros, atrapalham nessa produção. Equipamentos precisam ser utilizados de forma adequada para não gerar maiores custos. Problemas com a incapacidade de processamento das safras (estrutura de quebra, fermentação e secagem das amêndoas) fazem com que os produtores vendam o cacau in natura e isso altera a vida comercial e útil desse produto. As cadeias produtivas cacaueiras são alternativas viáveis de geração de renda e preservação dos ecossistemas quando organizações multilaterais e empresas privadas adotam o cultivo sustentável do cacau, englobando os pequenos produtores, que, apesar de serem o elo mais fraco nessa cadeia de produção e comércio, conseguem aprimorar e diversificar seus meios de subsistência. São conscientizados pelo governo e órgãos específicos de que o cultivo sustentável do cacau é de extrema importância para todos. A recuperação das áreas utilizadas e a redução do desmatamento e do impacto ambiental são primordiais nesse ponto. Uso de sementes, condições climáticas, adubação e investimento em tecnologia mais sustentáveis são condições que favorecem o desenvolvimento sustentável do cacau. O fruto do cacau tem a sua maior composição na casca, chega a 80% e podem ser utilizadas como fertilizantes. Quebram-se os frutos, retira-se as amêndoas. As cascas são cobertas com folhas de bananeira para acelerar a decomposição no campo mesmo. 19 Esse fertilizante pode ser aplicado em vários tipos de plantações por ser rico em potássio, manganês, nitrogênio, magnésio e extrato de zinco. As cascas também podem ser utilizadas na alimentação do gado, na forma in natura ou em forma de farinha. Também pode- se alimentar aves, porcos e até peixes. O chocolate é um alimento que libera endorfinas, por isso algumas pessoas sentem uma vontade descontrolada de comer doces, mas o consumo em excesso anula os benefícios que ele proporciona ao organismo humano, podendo causar até dependência. Para que consiga ter uma produção de cacau altamente sustentável é necessário que mude-se muitas coisas. Consumidores podem ajudar exigindo o selo de sustentabilidade das marcas na hora da compra. Com isso, a empresa que ainda não é adepta, procurará priorizar essa qualificação. Embalagens recicláveis contribuem de forma expressiva para a preservação do meio ambiente. 20 3 CONCLUSÃO Com esse projeto, aprimorou-se a área de confeitaria com o marco que foi o chocolate, desde o cultivo sustentável do cacau até a produção de bombons recheados. Observa-se que o chocolate é um ingrediente que traz rendimento financeiro considerável dentro do mercado gastronômico por ser um produto versátil. Abordou-se também a disciplina Plano de Negócios onde construiu-se ficha técnica envolvendo valor de cada ingrediente para a produção dos bombons e através dessa, avaliou-se o preço de custo de cada bombom, aprimorando o lado empreendedor, com estudo de mercado e planejamento correto. Na disciplina Gastronomia Vegetariana, Funcional e Sustentável, observou-se que vegetais na alimentação são extremamente importantes. Consumir alimentos funcionais é benéfico à saúde. A importância do comer bem, levando em consideração a individualidade de cada indivíduo; consumir cada alimento extraindo do mesmo o máximo possível do que ele possa oferecer; evitar a produção de resíduos; usar alimentos sem agrotóxicos e tantas outras atitudes que fazem refletir sobre a sustentabilidade. 21 4 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Marcelo e COUTO, Marcelo Henrique Gomes e OLIVA, Fábio Lotti. Identificação e análise dos riscos corporativos associados ao ambiente de valor do negócio de cacau da Cargill. Cadernos EBAPE.BR, v. 17, n. ja/mar. 2019, p. 156-172, 2019Tradução. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1679-395172203. Acesso em: 11 out. 2023. AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, material fornecido pela UNIP. BERENICE, Essência Studio. Trabalhando com Chocolate Temperagem. 2023. Disponível em: https://www.essenciastudio.com.br/trabalhando-com-chocolate-temperagem/. Acesso em 23 setembro 2023. GALVES, Mariana de Castro Pareja; ELEUTÉRIO, Hélio. Técnicas de confeitaria. 1. Ed.São Paulo: Érica, 2014, pag. 13. GISLENE, W.N.I. Panificação e confeitaria profissionais. Barueri, SP: Manole, 2011. GONTIJO, Frederico José Cardoso. A cadeia produtiva do cacau brasileiro sob a perspectiva do desenvolvimento rural sustentável. 2020. Disponível em: <https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6165/1/Artigo%20ENAP%20Frederico%20J%20 C%20Gontijo.pdf>. Acessado em: 24 setembro 2023. GRÃO GOURMET. Como é feito o chocolate? 2017. Disponível em: < https://www.graogourmet.com/blog/como-e-feito-o-chocolate/>. Acessado em: 25 setembro 2023. MANEJEBEM, (Técnico) Novidades. Cadeia Produtiva do Cacau. 2020. Disponível em: < https://www.manejebem.com.br/publicacao/novidades/cadeia-produtiva-do-cacau>. Acessado em: 23 setembro 2023. MASSAIA, Roberto. Choco Real. Disponível em: <https://chocorealoficial.com.br/>. Acessado em: 23 setembro 2023. NIRO, Carolina Madazio. Como surgiu o chocolate? Disponível em: < https://agronfoodacademy.com/como-surgiu-o-chocolate/>. Acessado em: 26 setembro 2023. WIKIPEDIA, a enciclopédia livre. Cacau. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Cacau>. Acessado em: 26 setembro 2023. SARAMELLI, Alexandre. Contabilidade/Alexandre Saramelli. São Paulo: Editora Sol, 2020. SUCONIC, Janaina Verônica Araújo. Confeitaria/ Janaina Verônica Araújo Suconic, 2ed. São Paulo: Editora Sol, 2020. https://www.oetker.com.br/sustentabilidade/foco-nas-materias-primas. Acessado em: 23 setembro 2023. https://www.essenciastudio.com.br/trabalhando-com-chocolate-temperagem/ https://www.graogourmet.com/blog/como-e-feito-o-chocolate/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Cacau https://www.oetker.com.br/sustentabilidade/foco-nas-materias-primas
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