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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA CÍNTIA REGINA DE FARIA GISELI APARECIDA BARBOSA ORLANDO ANTONUCCI RODRIGUES RAFAEL ANANIAS PELEGRINI O USO DE TECNOLOGIAS ATIVAS PARA O ENSINO DE ESTATÍSTICA: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE UTILIZANDO O EXCEL https://youtu.be/nj8Yjnu_nCs Link do vídeo SÃO PAULO- SP 2021 https://youtu.be/nj8Yjnu_nCs 2 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA CÍNTIA REGINA FARIA GISELI APARECIDA BARBOSA ORLANDO ANTONUCCI RODRIGUES RAFAEL ANANIAS PELEGRINI O USO DE TECNOLOGIAS ATIVAS PARA O ENSINO DE ESTATÍSTICA: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE UTILIZANDO O EXCEL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Virtual do Estado de São Paulo, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Licenciatura, no Curso de Licenciatura em Matemática, sob orientação da Prof.a. Gabrielli Alexandra Silva Bagattini. SÃO PAULO- SP 2021 3 COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Gabrielli Alexandra Silva Bagattini Prof. Priscila Coelho Lima CÍNTIA REGINA FARIA GISELI APARECIDA BARBOSA ORLANDO ANTONUCCI RODRIGUES RAFAEL ANANIAS PELEGRINI Porto feliz, 10 de dezembro de 2021 Resultado: 4 RESUMO Este projeto teve como finalidade desenvolver uma proposta de atividade para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de Estatística. Para isso, foi feito um levantamento bibliográfico acerca dos trabalhos já existentes na área, além de realizarmos uma análise referente às recomendações existentes sobre o uso de tecnologias no ensino de Estatística, para então, desenvolvermos nossa proposta. Nossa proposta foi elaborar uma sequência didática, composta por cinco aulas, voltadas ao ensino de estatística. A aplicação da atividade não foi realizada devido ao momento de pandemia causado pela COVID-19. A partir do trabalho feito, disponibilizamos um material gratuito, acessível e alternativo para as aulas de Estatística. Palavras-chave: Educação Matemática; Estatística e Probabilidade; TIC’s. 5 ABSTRACT This project aimed to develop an activity proposal to assist in the teaching-learning process of Statistics. For this, a bibliographical survey was carried out about the existing works in the area, in addition to performing an analysis regarding the existing recommendations on the use of technologies in the teaching of Statistics, in order to then develop our proposal. Our proposal was to develop a didactic sequence, consisting of five classes, aimed at teaching statistics. The application of the activity was not carried out due to the moment of pandemic caused by COVID19. Based on the work done, we provide free, accessible and alternative material for Statistic classes. Keywords: Math Education; Statistics and Probability; TIC’s. 6 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - ETAPAS PARA CICLO DE DADOS ESTATÍSTICOS……………………….15 FIGURA 2 - INTERFACE INICIAL………………………………..………………………….19 FIGURA 3 - ORGANIZANDO OS DADOS NO EXCEL………………..………………….21 FIGURA 4 - SELECIONANDO CÉLULAS REFERENTES AO NÚMERO DE CASOS POR REGIÕES………………………………………………………………………………...21 FIGURA 5 - RESULTADO DA SOMATÓRIA DO NÚMERO TOTAL DE CASOS NO BRASIL………………………………………………………………………………………….22 FIGURA 6 - SELECIONANDO AS CÉLULAS REFERENTES AO NÚMERO DE ÓBITOS POR REGIÕES……………………………………………………………………..22 FIGURA 7 - RESULTADO DA SOMATÓRIA DO NÚMERO TOTAL DE ÓBITOS NO BRASIL………………………………………………………………………………………….23 FIGURA 8 - INSERINDO GRÁFICO………………………………………………………...24 FIGURA 9 - TIPOS DE GRÁFICOS…………………………………………………………25 FIGURA 10 - SELECIONANDO O GRÁFICO DO TIPO COLUNA………………………25 FIGURA 11 - RESULTADO INICIAL DO GRÁFICO……………………………………….26 FIGURA 12 - GRÁFICOS RECOMENDADO……………………………………………….27 FIGURA 13 - LAYOUT DO GRÁFICO……………………………………………………....27 FIGURA 14 - ESTILO DO GRÁFICO………………………………………………………..28 FIGURA 15 - COR DO GRÁFICO…………………………………………………………...28 FIGURA 16 - ELEMENTOS DO GRÁFICO………………………………………………...29 7 FIGURA 17 - GRÁFICO FORMATADO……………………………………………………..29 FIGURA 18 - INSERINDO TÍTULO AO GRÁFICO………………………………………..30 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 8 2. OBJETIVO 9 2.1 Objetivo Geral 9 2.2 Objetivo Específico 9 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9 3.1. A Educação no Brasil 9 3.2. O Ensino de Estatística 11 3.3. O Uso das TIC’s no Ensino 13 3.4. O Uso do Excel nas Aulas de Estatística 14 4. METODOLOGIA 15 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 17 5.1 Sequência de aulas 17 5.1.1 Aula 01 17 5.1.2 Aula 02 18 5.1.3 Aula 03 19 5.1.4 Aula 04 23 5.1.5 Aula 05 30 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33 9 1. INTRODUÇÃO O estudo em Educação Estatística se faz indispensável nos dias atuais, visto que, diariamente, análises estatísticas são apresentadas em mídias televisivas, impressas e digitais. Rotineiramente, nos deparamos com dados e representações gráficas sobre os mais diversos temas do cotidiano: questões sociais, esportes, economia, política, saúde, etc. No âmbito escolar, os professores têm a oportunidade de vivenciar o uso de tecnologias como ferramenta, para transformar em conhecimento as informações que os alunos possuem sobre um determinado dado ou fato da atualidade, colocando-os como protagonistas do processo de ensino-aprendizagem. A competência geral 5 da BNCC destaca que deve-se: “ Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexivas ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. (BNCC, 2018, p. 9). As tecnologias dispostas em nosso dia a dia, são instrumentos essenciais para elaboração e desenvolvimento de atividades escolares, é importante que os professores estejam preparados não apenas para ensinar a utilização das tecnologias, mas também para levar os alunos ao desenvolvimento do pensamento crítico em Estatística. Nesse sentido, buscamos desenvolver uma atividade de laboratório para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem de estatística, através do software Excel. A escolha pela ferramenta Excel se deu pela facilidade de acesso ao software, além de ser, atualmente, uma ferramenta básica exigida em grande maioria dos currículos 10 profissionais. O seguinte trabalho procurará contribuir com a leitura crítica dos alunos e com o debate dos dados apresentados nas tabelas, para a realização dos gráficos nas planilhas, construindo na prática a interpretação dos dados disponibilizados por meios de comunicação. 2. OBJETIVO 2.1 Objetivo Geral: Este trabalho tem por objetivo elaborar uma sequência didática para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de estatística, utilizando a ferramenta Excel. 2.2 Objetivo Específico: Este trabalho tem por objetivo específico auxiliar na compreensão dos conceitos básicos do estudo de Estatística, levando o aluno a compreender os tipos de gráficos existentes, e saber utilizar de forma adequada esses gráficos, para posteriormente resolver situações problemas utilizando a ferramenta Excel. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. Educação e ensino no Brasil Historicamente desde o Brasil Colônia, as famílias eram formadas pelo pai, que era o responsável pelo trabalho fora de casa e pelo sustento da família. À mãe, cabia os trabalhos domésticos e a educação dosfilhos. Nesse período havia poucas escolas e estas eram pagas, por isso somente famílias ricas proporcionaram os estudos aos filhos. No período entre (1822-1889, historicamente definido como Brasil-Império), as 11 mães que possuíam estudos, passaram a ensinar os filhos em casa. Somente no período da Primeira República (1889-1930), foi questionada a capacidade da própria família em ensinar os filhos e essa tarefa deixa de ser da família e passa a ser dever do Estado. A valorização da educação ganha ímpeto no período que vai da Era Vargas ao Regime Militar (1930-1964), agora com a preocupação em qualificação e não apenas educação dos costumes. Houve uma grande expansão das matrículas escolares durante o chamado Regime Militar, porém os investimentos não acompanharam o crescimento do número de estudantes. [...] Nessa década de 1970 existe uma crescente evasão escolar e repetência das crianças das classes pobres no primeiro grau. Por causa disso, foi instituída a educação pré-escolar (chamada educação compensatória) para crianças de quatro a seis anos para suprir as carências culturais existentes na educação familiar da classe baixa. As carências culturais existem porque as famílias pobres não conseguem oferecer condições para um bom desenvolvimento escolar, o que faz com que seus filhos repitam o ano. Faltam-lhes requisitos básicos que não foram transmitidos por seu meio social e que seriam necessários para garantir seu sucesso escolar [...] (AMARAL; BARBOSA, 2010). Mudanças significativas aconteceram no final do século XX, com o fim do Regime Militar, onde finalmente os brasileiros poderiam escolher o seu Presidente da República e agora com o regime democrático restabelecido, uma nova moeda (REAL), e o país em crescimento industrial presenciaram o rápido avanço da ciência, da tecnologia e da globalização que refletem no cotidiano das pessoas. As transformações históricas refletem até a atualidade no ensino, de algum modo, nesse trajeto sobre a educação, as mudanças políticas e sociais interferiram na educação das crianças e jovens. Os problemas sociais, como a violência, pobreza e outros aspectos, impactam o ensino e aprendizado nas escolas. Este cenário expõe a diferença entre a visão de educação no nosso país. Essa diferença, resumidamente, pode ser apresentada de dois tipos: uma educação boa 12 para ricos e outra ruim para pobres. “No momento vivemos uma crise do paradigma da modernidade: está se constituindo outro modelo, que alguns chamam de pós-moderno. De maneira geral, o que se configurava desde o final do século passado era a crise das instituições da modernidade, tais como o Estado - nação, a família, a escola.” (ARANHA, 2010, p. 359) Atualmente, é perceptível a defasagem apresentada em escolas públicas, temos muitos recursos já predispostos para a melhoria da educação, basta aplicá-los constantemente na rotina multidisciplinar, inovando e trazendo novas metodologias para o ensino. É muito óbvio que o uso da tecnologia nos traz diversos recursos e ferramentas facilitando o ensino-aprendizagem do aluno, desde que o mediador saiba trabalhá-los. Vivemos em um século que todo dia se têm novidades, na sala de aula dos dias atuais os alunos são manipulados como máquinas, na qual o professor é a fonte de conhecimento e o aluno o receptor. Em pleno século XXI não são estimulados o senso crítico e o raciocínio lógico, estamos presos ainda na metodologia do século XIX, que o professor fica na frente da turma, com uma lousa verde e giz, e os alunos em carteiras enfileiradas, apenas ouvindo o que o professor diz. “A escola parece impermeável às décadas de revolução científica e tecnológica que provocaram grandes mudanças em nosso dia a dia. Ficou parada no tempo, preparando os alunos para um mundo que não existe mais.” (SENNA, BBC, 2015) Neste sistema de educação, a defasagem no ensino se encontra na forma mecânica e repetitiva, pois, o aluno só memoriza os conceitos, e com o passar do tempo esses conceitos são esquecidos. 3.2. Ensino de Estatística A estatística é considerada por alguns como ramo da matemática e por alguns outros como sendo uma ciência independente. É uma ferramenta que organiza, 13 interpreta e analisa dados experimentais e pode ser aplicada em variadas áreas no cotidiano e atividades humanas. Não se sabe exatamente a origem da Estatística, pois vários povos antigos já usavam os métodos estatísticos, mas a palavra estatística provém do latim status no qual se tem relação com o Estado que coletava informações de interesse sobre população e economia. Segundo pesquisas, as primeiras aplicações da estatística estavam voltadas para as necessidades de Estado, na formulação de políticas públicas, fornecendo dados demográficos e econômicos à administração pública, seus fundamentos matemáticos foram postos no século XVII com o desenvolvimento da teoria das probabilidades por Pascal e Fermat, que surgiu com o estudo dos jogos de azar. O método dos mínimos quadrados foi descrito pela primeira vez por Carl Friedrich Gauss cerca de 1794. O estudo da estatística é fundamental para a amplificação do conhecimento do aluno, pois ajuda na compreensão do mundo, desenvolve o raciocínio lógico e proporciona melhor compreensão para assuntos de outras áreas do conhecimento. [...] ter conhecimentos Estatísticos tornou-se uma inevitabilidade para exercer uma cidadania crítica, reflexiva e participativa, tanto em decisões individuais como coletivas, e esta necessidade não é exclusiva dos adultos, uma vez que tanto os adultos como as crianças estão expostos a dados estatísticos (CARVALHO, 2001, p.18). O ensino da estatística inicia-se no primeiro ano do ensino fundamental, onde a criança começa a desenvolver a habilidade de Ler dados expressos em tabelas e em gráficos de colunas simples, até desenvolver a habilidade ao final do Ensino Médio de Calcular a probabilidade de eventos, com base na construção do espaço amostral, utilizando o princípio multiplicativo. “[...] possibilita ao estudante desenvolver a capacidade de coletar, organizar, interpretar e comparar dados para obter e fundamentar conclusões, que é a grande base do desempenho de uma atitude científica”. . LOPES (1998, p.15) 14 Nos diferentes níveis de ensino a estatística vem marcando presença, tanto nas avaliações internas, quanto nas externas, como por exemplo, no SAEB – Sistema Nacional da Educação Básica e Enem - Exame Nacional do Ensino Médio. De acordo com Cazorla e Santana (2010, p.133) a Estatística auxilia no tratamento da informação, uma vez que essa “ciência tem como objetivo desenvolver métodos para coletar, organizar e analisar dados. Uma de suas finalidades é auxiliar outras ciências na tomada de decisões em condições de incerteza”. “A Estatística é uma parte da Matemática Aplicada que fornece métodos para a coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões” (CRESPO, 1995, p. 13). 3.3. O Uso das TIC’s no Ensino Com o intuito de contribuir com o ensino de Estatística, surge como alternativa utilizar-se das tecnologias existentes, hoje vistas como um auxílio no processo de ensino-aprendizagem, tornando as aulas mais interessantes, interativas e dinâmicas. “...na vida cotidiana, é cada vez maior número de pessoas que são atingidas pelas novas tecnologias, pelos novos hábitos de consumo e indução de novas necessidades. Pouco a pouco, a população vai precisando se habituar a digitar teclas, ler mensagens no monitor, atender instruções eletrônicas. (LIBÂNEO 2001, p.16). Seus benefícios quando utilizados em sala de aula estão altamente ligados a como o professor as utilizará. Cabe ao professor a função de criar conteúdos e levar o conhecimento aos alunos, utilizando-se desta ferramenta, de modo a despertar o interesse e o prazer em aprender, também levando em consideração que: As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos e motivados facilitam enormementeo processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador (MORAN, 2000, p.17) Neste aspecto, através do uso adequado da tecnologia pelo professor, ela se torna um recurso eficaz e alternativo para o ensino de Estatística. 15 3.4. O Uso do Excel nas Aulas de Estatística O Excel é um software computacional, caracterizado por ser uma planilha eletrônica, com a finalidade de facilitar a automação de cálculos e a criação de gráficos, com base em dados fornecidos pelo interagente. Ele possui diversas funções e é considerado como um dos principais programas de planilha eletrônicas, como mostra Rocha (2015, p.17): “[...]atualmente as planilhas eletrônicas Microsoft Excel e BrOffice.calc são as mais conhecidas, no entanto a segunda não é tanto difundida quanto a primeira.” Além disso, há grande receptividade do software pelos alunos, como aponta Viali (2002): “[...]a principal virtude da utilização da planilha Excel no ensino de estatística está na interface bem conhecida pelos alunos e aqueles que ainda não a conhecem, não reagem negativamente ao ter que aprendê-la, pois sabem que cedo ou tarde terão que fazer isto por imposição do mercado de trabalho, o mesmo já não se daria com um software específico. (VIALI, 2002, p.38) O Excel pode ser visto como uma ferramenta motivadora para o aprendizado, pois trata-se de uma aula “não-convencional”, através de dinâmicas, onde o aluno poderá aplicar suas coletas de dados, representá-las por meio de gráficos ou tabelas, interpretá-las, tomar decisões ou fazer interpretações e a partir de então, definir o problema, como mostra o esquema da Figura 1. 16 Figura 1. Etapas para ciclo de dados estatísticos Fonte: Ciência de Dados na Educação Pública. 4. METODOLOGIA Através de relatos colhidos dos docentes e experiências vivenciadas em nossa vida acadêmica, construímos nosso trabalho aprofundando os temas obtidos nas disciplinas recebidas, e traçando um paralelo a recursos disponibilizados com o uso de metodologias ativas, em especial a ferramenta Excel para elaboração de uma sequência didática para o ensino de estatística bem contextualizada e exemplificada em dados e informações atuais. Utilizando a metodologia “Design Thinking" que basicamente consiste em três principais etapas: Ïnspiração, Ideação e Implementação, elaboramos a partir de um “brainstorm” e inspirados por muito conteúdo de diversas disciplinas que tivermos até o momento e em especial a disciplina de Educação Mediada por Tecnologia que norteou 17 e embasou a maior parte deste nosso trabalho aplicando tecnologias que hoje, mais do que nunca estão sendo usadas para a elaboração das aulas e sendo implementadas em todos as escolas. Transforma a teoria em prática é uma ação que nem sempre é atingida com êxito. Portanto, é importante relatar diversas experiências envolvendo planilhas eletrônicas para que possamos observar o quão eficaz esta estratégia de ensino pode ser. Desta forma, buscamos uma proposta de ensino para o estudo de conceitos básicos de Estatística que utilize um recurso computacional bastante conhecido, o Excel. Antes de colocá-la em prática, porém, buscamos conhecer a forma como o campo estatístico vem sendo desenvolvido na rede de ensino para a qual essa proposta é direcionada. Com essa etapa concluída, passamos a fase de construção da sequência didática propriamente dita. Tendo o cuidado de contextualizar e exemplificar seu conteúdo com informações bem atuais e de fácil entendimento como os dados colhidos da pandemia da COVID-19. Notadamente essas informações estão sendo amplamente divulgadas em meios eletrônicos de amplo alcance e muitos gráficos estão sendo publicados. Colocado isso, fica bem próximo ao aluno a visão, a partir da construção da planilha e seu respectivo gráfico, a importância e a aplicação prática do conteúdo apresentado. Com a sequência didática elaborada e revisada, passamos a ter uma real visão e poder mensurar o tempo para aplicação desse conteúdo e encaixar durante o ensino de estatística. É de total interesse deste trabalho a sua aplicabilidade e importância para esse atual momento, e em outros momentos que se fizer necessário. 18 5. RESULTADOS/DISCUSSÕES Apresentaremos a seguir, a sequência didática elaborada, juntamente com algumas discussões e questionamentos possíveis de serem feitos durante o desenvolvimento da atividade. 5.1 SEQUÊNCIA DE AULAS 5.1.1 Aula 01 TEMA: O que é Estatística? OBJETIVO ESPECÍFICO: Compreender as técnicas existentes para extrair informações de dados buscando um melhor entendimento das situações que representam. RECURSOS UTILIZADOS: Excel; Internet para pesquisas. AVALIAÇÃO: A avaliação será contínua por meio das atividades realizadas, observações e perguntas sobre o conteúdo. METODOLOGIA: - Realizar uma pesquisa sobre o que é estatística; - Explicar a importância da coleta de dados e informações, bem como sua organização e análise; - Tomada de decisões para realizar um planejamento com mais segurança. 5.1.2 Aula 02 PLANO DE AULA TEMA: Aprendendo sobre o Microsoft Excel. 19 OBJETIVO ESPECÍFICO: Compreender o conceito histórico do software Excel; Conhecer suas principais funções como o cálculo, a organização de dados e os gráficos; Interagir com as ferramentas contidas na planilha. RECURSOS UTILIZADOS: Excel; Internet para pesquisas. AVALIAÇÃO: A avaliação será contínua por meio das atividades realizadas, observações e perguntas sobre o conteúdo. METODOLOGIA: - Realizar uma pesquisa sobre o desenvolvimento do Excel; - Apresentar a organização da planilha eletrônica em linhas e colunas, a qual facilita nos trabalhos realizados e na organização de atividades do cotidiano; - Conhecer o Excel e explorar suas principais ferramentas, como na Figura 2. Figura 2. Interface inicial Fonte: Elaborado pelos autores. 20 A Figura 2 apresenta a interface inicial do Excel, onde encontramos as principais ferramentas, sendo elas: inserir, fórmulas, dados, revisão e exibir, utilizadas para a formatação da planilha de forma prática. 5.1.3 AULA 03 PLANO DE AULA TEMA: O uso do Excel para organização de dados. OBJETIVO ESPECÍFICO: Analisar a veracidade dos dados pesquisados; Organizar os dados em células da planilha; Calcular os valores extraídos da pesquisa. RECURSOS UTILIZADOS: Excel; Internet para pesquisas. AVALIAÇÃO: A avaliação será contínua por meio das atividades realizadas, observações e perguntas sobre o conteúdo. METODOLOGIA: - Pesquisar dados em relação a pandemia causada pela Covid-19 e organizar os dados obtidos no Excel, para que na próxima aula construir o gráfico correspondente. DESENVOLVIMENTO: 1° Passo: Coleta de dados. Primeiramente, deve-se buscar na internet um banco de dados referente a pandemia causada pela Covid-19. Depois, inseri-los na planilha do Excel, como feito na figura abaixo. Neste caso, foi utilizado um banco de dados referente ao número de casos e óbitos distribuídos por regiões brasileiras, obtido do painel Coronavírus, disponível no seguinte Link: <https://covid.saude.gov.br/>, o qual foi acessado em 19 de nov. de 2021. https://covid.saude.gov.br/ 21 Figura 3. Organizando os dados no Excel Fonte: Elaborado pelos autores. Em seguida, será feita a somatória do número de casos por regiões,para encontrar o número total de casos no Brasil, como mostram as Figuras 3 e 4. Figura 4. Selecionando as células referentes ao número de casos por regiões. Fonte: Elaborado pelos autores. 22 Figura 5. Resultado da somatória do número total de casos no Brasil. Fonte: Elaborado pelos autores. Da mesma forma, faremos para o número de óbitos por região, como apresentam as Figuras 6 e 7. Figura 6. Selecionando as células referentes ao número de óbitos por regiões. Fonte: Elaborado pelos autores. 23 Figura 7. Resultado da somatória do número total de óbitos no Brasil. Fonte: Elaborado pelos autores. Após organizar osdados e encontrar os resultados necessários, iniciaremos a elaboração do gráfico. 5.1.4 AULA 04 PLANO DE AULA TEMA: Criando gráficos no Excel OBJETIVO ESPECÍFICO: Estilos de gráficos; Criação de gráficos; Formatação de gráficos. AVALIAÇÃO: A avaliação será contínua por meio das atividades realizadas, observações e perguntas sobre o conteúdo. METODOLOGIA: - Dar continuidade a aula anterior, partindo das tabelas com os dados organizados, buscando construir seus respectivos gráficos. 24 DESENVOLVIMENTO: 2° Passo: Seleção de dados. Primeiro, devemos selecionar todo o intervalo que contém informações, no nosso exemplo é da célula A1 até C9. Podemos também selecionar apenas uma célula, o Excel selecionará automaticamente todas as células que contém dados adjacentes a essa célula em um gráfico. Temos ainda, a opção de ocultar as linhas ou as colunas que não desejamos mostrar no gráfico. Após selecionarmos as células vamos até o menu Inserir. 3° Passo: Tipos de Gráficos. No guia Inserir, clique no grupo Gráficos, o qual está destacado na Figura 8. Figura 8. Inserindo o gráfico. Fonte: Elaborado pelos autores. Após selecionarmos o grupo Gráficos veremos um menu conforme a imagem abaixo, onde encontramos todos os tipos de gráficos do Excel. 25 Figura 9. Tipos de gráficos. Fonte: Elaborado pelos autores. Após escolhido o tipo do gráfico, basta clicar que ele será exibido. Neste caso, escolhemos o gráfico do tipo coluna, como mostra a Figura 10. Figura 10. Selecionando o gráfico do tipo coluna. Fonte: Elaborado pelos autores. Feito isso, será exibido os modelos de gráficos disponíveis para o tipo escolhido. No nosso exemplo, selecionamos o segundo modelo da primeira linha ( ver 26 Figura 10),pois ele tem a opção mais visual em relação aos dados colocados, como mostra a Figura 11. Figura 11. Resultado inicial do gráfico. Fonte: Elaborado pelos autores. 4° Passo: Alterando o estilo de um Gráfico. Após a criação do gráfico, podemos alterar instantaneamente a sua aparência. Ao invés de adicionar/alterar manualmente os elementos ou formatação do gráfico, é possível aplicar rapidamente um layout e estilo ao gráfico. O Excel dispõe de uma variedade de layouts e estilos predefinidos que podemos selecionar, mas também, é possível personalizar manualmente. Para aplicar um estilo de gráfico predefinido, clique no gráfico que deseja formatar exibindo as Ferramentas de Gráfico, adicionando os guias Tipo, Layout, Elementos, Cor e Estilo, como nas Figuras 12, 13, 14, 15 e 16. 27 Figura 12. Gráficos Recomendado. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 13. Layout do gráfico. Fonte: Elaborado pelos autores. 28 Figura 14. Estilo do gráfico. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 15. Cor do gráfico. Fonte: Elaborado pelos autores. 29 Figura 16. Elementos do gráfico. Fonte: Elaborado pelos autores. No nosso caso, alteramos a Cor e o Estilo do gráfico, apresentado na Figura 17. Figura 17. Gráfico formatado. Fonte: Elaborada pelos autores. 30 5° Passo: Nome do Gráfico. O Excel atribui o nome do gráfico automaticamente, mas podemos alterar manualmente. Para alterar o nome do gráfico, siga as seguintes instruções: 1. Selecione o Gráfico; 2. Clique em cima do Titulo do Gráfico 3. Digite um novo nome; 4. Pressione Enter. Figura 18. Inserindo título ao gráfico. Fonte: Elaborada pelos autores. 5.1.5 AULA 05 PLANO DE AULA TEMA: Análise e sistematização dos resultados. OBJETIVO ESPECÍFICO: Análise dos resultados obtidos sobre a pesquisa; Conclusão do estudo de estatística com o uso de tecnologia. 31 RECURSOS UTILIZADOS: Excel; Internet para pesquisas. AVALIAÇÃO: A avaliação será contínua por meio das atividades realizadas, observações e perguntas sobre o conteúdo. METODOLOGIA: - Realizar um fechamento do conteúdo sobre o estudo de Estatística com recursos tecnológicos, analisar a participação e o processo de ensino-aprendizagem dos alunos em relação ao conteúdo; - Evidenciar a importância do Excel para o cotidiano no qual estão inseridos; - Enfatizar a relevância da delimitação do objetivo buscado com os dados, antes mesmo da elaboração do gráfico, uma vez que os gráficos por si só devem fornecer uma análise do cenário a ser explorado. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho exposto mostrou-se viável a utilização de tecnologias no ensino de estatística, especialmente, do Excel. Nesse contexto, o uso de tecnologias auxiliam no processo de ensino-aprendizagem, tornando-se uma ferramenta acessível e alternativa. As práticas sugeridas fazem com que o aluno veja o conteúdo de formas diferentes, ampliando sua concepção acerca dos tópicos abordados, evidente a praticidade obtida quando utilizamos o Excel além de ser um software acessível e alternativo. Mesmo sem ter a pretensão substituir o ensino tradicional de estatística e atingir todo o conteúdo do assunto, concluímos que o objetivo foi atingido por demonstrar de forma prática e factível, uma abordagem contextualizada e utilizando metodologias ativas hoje tão necessárias e atuais. Reforçamos que todo o trabalho foi embasado pelas disciplinas recebidas em nossa formação nessa licenciatura e experiências de nossa vida pregressa escolar. 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, Celinei Pereira; BARBOSA, Juliana Pereira. O currículo na educação Infantil: Diferentes currículos... Diferentes Pessoas? Webartigos.com. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/53059/1/O-CURRICULO-NA-EDUCACAOINFANTI L/pagina1.html> Acessado em: 12 de novembro de 2021 BIANCHINI, D. F.; BISOGNIN , ; SOARES, D. S. UMA PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE ESTATÍSTICA: O USO DO EXCEL PARA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA. RENOTE, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 12, 2015. 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