Buscar

LivroTeórico-ELetrasV2_2022-33-34

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

33
VO
LU
M
E 
2 

 L
IN
G
UA
G
EN
S,
 C
Ó
D
IG
O
S 
e 
su
as
 te
cn
ol
og
ia
s
1.1.6. Prosopopeia
É uma figura por meio da qual se atribui atitudes, senti-
mentos, qualidades e linguagem próprios de um ser huma-
no a seres inanimados ou irracionais.
Exemplos: 
“Essa máquina não está trabalhando direito.”
1.1.7. Apóstrofe
Trata-se de um movimento de interrupção de um discurso 
para que seja “invocada”, para o interior do texto, algu-
ma coisa personificada. Se realiza por meio de vocativo. A 
apóstrofe interrompe a sequência natural do período para 
dar destaque à entrada daquilo que foi invocado, podendo 
ser uma entidade imaginária, ou mesmo o interlocutor do 
texto que está sendo lido. Vejamos alguns exemplos:
Exemplos: 
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal.
(FeRnando pessoa)
“Seu garçom, faça o favor de me trazer depres-
sa/ Uma boa média que não seja requentada.”
(noel Rosa)
1.1.8. Gradação
Consiste em um processo de encadear ideias por meio de 
palavras, remetendo a uma operação sequencial crescente 
ou decrescente. O processo de gradação pode acontecer 
com palavras sinônimas ou não. É um recurso muito usado 
em textos literários para trabalhar as noções semânticas de 
“clímax” e “anticlímax”.
Exemplos: 
De repente o problema se tornou menor, um 
grão, um cisco, um quase nada.
Minha irmã sempre se achou bonita, linda, des-
lumbrante. 
A pagina a seguir traz mais exemplos de algumas figu-
ras de linguagem que vimos no curso.
multimídia: site
1.1.9. Quiasmo
É uma figura de linguagem que faz um cruzamento entre 
frases ou versos de um poema, de modo que os termos que 
estão no início de um passam para o final de outro, e os do 
final para o início. Esse movimento em forma de “X” tem o 
objetivo de dar a esses termos um maior destaque. Vejamos 
um exemplo:
Exemplos: 
Melhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.
(os lusíadas, Xi, 93)
“De certos homens, dizia Sócrates, que não co-
miam para viver, mas só viviam para comer.“ 
(pe. antônio vieiRa)
1.1.10. Preterição
Trata-se de uma figura de linguagem de utilização mais 
rara, por meio da qual o narrador/personagem finge que 
não vai tratar um determinado assunto, mas vai falando 
dele aos poucos, seja para alcançar um efeito de ironia, ou 
mesmo de realce. Esta estratégia tem o objetivo de tentar 
anular a possibilidade de réplica do ouvinte à teoria que 
está sendo exposta:
Exemplos: 
Sem querer falar de suas mentiras, mas já falando [...].
Não pretendo aqui lembrar que o réu ajudou 
muitas pessoas carentes [...].
“Não vos direi, pois, senhores, quão grandes e 
quão afortunados foram seus feitos na paz e na 
guerra, por terra e por mar [...].“
1.1.11. Hipálage
A hipálage é uma figura de linguagem também mais rara, 
caracterizada pela atribuição de uma característica de al-
gum ser ou objeto a um outro ser ou objeto que se encon-
tra próximo ou relacionado com ele.
34
VO
LU
M
E 
2 

 L
IN
G
UA
G
EN
S,
 C
Ó
D
IG
O
S 
e 
su
as
 te
cn
ol
og
ia
s
LINGUAGENS
CÓDIGOS
e suas tecnologias
ENTREENTRE
LETRASLETRAS
TEORiA
DEDE AULAAULA
2
DIAGRAMA DE IDEIAS
Tecnicamente, a hipálage pode ser constatada, por exemplo, 
ao vermos um adjetivo que está conectado a um substantivo 
em uma sentença, mas conseguimos notar que seu sentido 
parece qualificar algo que está fora da sentença. Também 
acontece quando percebemos um certo deslocamento de 
sentido de um verbo em relação a um sujeito. Em suma, a 
hipálage é uma figura que envolve dinâmicas sintáticas e se-
mânticas. Vejamos alguns exemplos.
Exemplos:
A buzina impaciente do carro (o motorista que 
é impaciente, não o carro. O adjetivo qualifica 
algo fora da sentença)
FIGURAS DE PENSAMENTO
ANTÍTESE
IRONIA
APÓSTROFE
PARADOXO
HIPÉRBOLE
GRADAÇÃO
EUFEMISMO
PROSOPOPEIA
QUIASMO
PRETERIÇÃO HIPÁLAGE
 FIGURAS FORMADAS A PARTIR DE ELEMENTOS CONOTATIVOS
O sapato não entra no pé (embora entendamos 
o que a sentença deseja informar, se observarmos 
com cuidado, o sentido da sentença está levemen-
te deslocado, pois um “sapato” jamais “entraria” 
em um pé. Temos então um leve deslocamento de 
sentido entre o verbo e o sujeito da sentença).

Outros materiais