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Resumo - O mundo psi no Brasil

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Em O Mundo Psi no Brasil, Jane Russo traça uma linha do tempo da história 
das profissões “psi” – psiquiatria, psicanálise e psicologia – no Brasil. O livro 
contempla desde a história do surgimento dos hospícios e da psiquiatria, passando 
pela chegada da psicanálise e pelas disputas e intersecções entre medicina e 
psicologia, até chegar no estabelecimento e institucionalização da psicologia como 
profissão e sua difusão em diferentes correntes e popularização no país. 
O capítulo Anos 70: a busca desenfreada do divã aborda um dos momentos 
cruciais para o firmamento da psicanálise no Brasil, no contexto da ditadura militar. 
Em um momento de repressão política, no qual as pessoas foram vetadas de exprimir 
preocupação com a sociedade, a atenção se voltou para a vida interior, aumentando 
o interesse pela psicanálise, gerando uma verdadeira “corrida ao divã”. A 
popularização da psicanálise se deu em todos os ramos da sociedade, difundindo 
termos técnicos específicos entre leigos. Além disso, as mudanças do período 
possibilitaram a ascensão social de várias famílias, alterando seus estilos de vida e 
levando à desestabilização de alguns conceitos tradicionais, como família e gênero. 
Tudo isso contribui para o boom psicanalítico dos anos 70, caracterizado por essa 
“psicologização”, interiozação, busca pelo autoconhecimento e encantamento pela 
psicanálise, fatores que contribuem para a popularização das profissões “psi”. 
Já o capítulo Chegando ao fim: o triunfo do cérebro trata da situação das 
profissões “psi” na atualidade, quando ganha força a vertente somaticista – que afirma 
que as doenças mentais eram causadas por degenerações físicas do sistema 
nervoso. Paralelamente, a psiquiatria pós Segunda Guerra Mundial era suplantada 
pela psicanálise, que oferecia acolhimento e orientação não só para as doenças 
físicas, mas também para as aflições cotidianas. Ao mesmo tempo, também se 
afastando da visão da doença mental como fato biológico, ocorria o movimento 
“antipsiquiátrico”, que lutava pelo fechamento dos manicômios e a recuperação da 
cidadania dos “loucos”, fomentando mudanças no funcionamento das instituições 
asilares e a erradicação das práticas repressivas e violentas contra os pacientes. O 
triunfo da psicanálise e o do cérebro conviveram pacificamente por um tempo, mas o 
avanço da indústria psicofarmacêutica e dos estudos neurocientíficos, segundo 
Russo, foram responsáveis por uma redução na clientela do divã e pela revisão da 
psicanálise de Freud a fim de incorporar as novas teorias.

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