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PRÁTICAS INTEGRADAS EM FISIOTERAPIA

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PRÁTICAS INTEGRADAS EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
2 
 
1 Sumário 
PRÁTICAS INTEGRADAS EM FISIOTERAPIA ............................... 1 
1 Sumário .......................................................................................... 2 
2 NOSSA HISTÓRIA......................................................................... 3 
1- INTRODUÇÃO ........................................................................ 4 
1.1- METODOLOGIA ...................................................................... 6 
2- PRÁTICAS INTEGRADAS EM FISIOTERAPIA ...................... 6 
3- MEDICINA TRADICIONAL CHINESA-ACUNPUNTURA ........ 9 
4- MANOPUNTURA / QUIROPUNTURA .................................. 12 
5- ONDE ESTÃO OS PRINCIPAIS PONTOS DE ACUPUNTURA
 32 
6- AURICULOTERAPIA ............................................................. 35 
7- HOMEOPATIA....................................................................... 44 
8- PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA ............................ 47 
9- TERMALISMO SOCIAL/CRENOTERAPIA ........................... 51 
10- MEDICINA ANTROPOSÓFICA ............................................. 54 
11- PLANTAS MEDICINAIS/FITOTERAPIA ................................ 55 
12- MEDICINA TRADICIONAL CHINESA: ACUPUNTURA, 
PRÁTICAS CORPORAIS, MEDITAÇÃO, ORIENTA-ÇÃO ALIMENTAR. . 57 
13- DUAS RACIONALIDADES MÉDICAS: A ORIENTAL E A 
OCIDENTAL ............................................................................................. 92 
14- RELAÇÕES COMUNICATIVAS ENTRE AS MEDICINAS 
ORIENTAL E OCIDENTAL ....................................................................... 96 
15- ROMPENDO AS BARREIRAS .............................................. 98 
16- CONCLUSÃO ...................................................................... 103 
17- REFERÊNCIAS ................................................................... 104 
 
 
file://192.168.0.2/E$/PostagemNova/EDUCAÇÃO/DOCÊNCIA%20EM%20FISIOTERAPIA/PRÁTICAS%20INTEGRADAS%20EM%20FISIOTERAPIA/PRÁTICAS%20INTEGRADAS%20EM%20FISIOTERAPIA.docx%23_Toc63945007
 
 
 
3 
 
2 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas 
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos 
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e 
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de 
comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de 
forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela 
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
1- INTRODUÇÃO 
No cumprimento de suas atribuições de coordenação doSistema Único 
de Saúde e de estabelecimento de políticaspara garantir a integralidade na 
atenção à saúde, oMinistério da Saúde apresenta a Política Nacional de 
PráticasIntegrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, cujaimplementação 
envolve justificativas de natureza política,técnica, econômica, social e cultural. 
Esta política atende, sobretudo, à necessidade de se conhecer, apoiar, 
incorporar eimplementar experiências que já vêm sendo desenvolvidas 
narede pública de muitos municípios e estados, entre as quaisdestacam-se 
aquelas no âmbito da Medicina Tradicional Chinesa- 
Acupuntura, da Homeopatia, da Fitoterapia, da Medicina Antroposófica 
e do Termalismo-Crenoterapia. As experiências levadas a cabo na rede 
pública estadual emunicipal, devido à ausência de diretrizes específicas, 
têmocorrido de modo desigual, descontinuado e, muitas vezes, semo devido 
registro, fornecimento adequado de insumos ou açõesde acompanhamento e 
avaliação. 
A partir das experiênciasexistentes, esta Política Nacional define as 
abordagens da PNPIC no SUS, tendo em conta também a crescente 
legitimação destaspor parte da sociedade. 
Um reflexo desse processo é a demandapela sua efetiva incorporação 
ao SUS, conforme atestam asdeliberações das Conferências Nacionais de 
Saúde; da 1ªConferência Nacional de Vigilância Sanitária, em 2001; da 
1ªConferência Nacional de Assistência Farmacêutica, em 2003, aqual 
enfatizou a necessidade de acesso aos medicamentosfitoterápicos e 
homeopáticos; e da 2ª Conferência Nacional deCiência, Tecnologia e 
Inovação em Saúde, realizada em 2004. 
 
 
 
5 
Ao atuar nos campos da prevenção de agravos e da promoção, 
manutenção e recuperação da saúde baseada em modelo deatenção 
humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, a PNIPIC contribui para 
o fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS. Nesse sentido, o 
desenvolvimento desta 
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares deve ser 
entendido como mais um passo no processo de implantação do SUS. 
Considerando o indivíduo na sua dimensão global - sem perder de vista 
a sua singularidade, quando da explicação de seus processos de 
adoecimento e de saúde -, a PNPIC corrobora para a integralidade da atenção 
à saúde, princípio este que requer também a interação das ações e serviços 
existentes no SUS. 
Estudos têm demonstrado que tais abordagens contribuem para a 
ampliação da co-responsabilidade dos indivíduos pela saúde, contribuindo 
assim para o aumento do exercício da cidadania. 
De outra parte, a busca pela ampliação da oferta de ações de saúde 
tem, implantação ou implementação da PNPIC no SUS, a abertura de 
possibilidades de acesso a serviços antes restritos a prática de cunho privado. 
A melhoria dos serviços e o incremento de diferentes abordagens 
configuram, assim, prioridade do Ministério da Saúde, tornando disponíveis 
opções preventivas e terapêuticas aos usuários do SUS. Esta Política 
Nacional busca, portanto, concretizar tal prioridade, imprimindo-lhe a 
necessária segurança, eficácia e qualidade na perspectiva da integralidade da 
atenção à saúde no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
6 
1.1- METODOLOGIA 
Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada 
de pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de 
maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. 
Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se 
desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a 
formação e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para 
o alcance dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e 
podem também se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas 
no setor público e no fundamento de sua existência. 
Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de 
informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes 
materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes 
autores e dados. 
Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as 
principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que 
chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode 
ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre 
outras fontes. 
 Com tudo, o intuito destaapostila é possibilitar os estudos e 
contribuir para a aprendizagem de forma eficaz, clara e objetiva, sobre os 
conhecimentos de aprendizagem organizacional e gerencial. 
2- PRÁTICAS INTEGRADAS EM FISIOTERAPIA 
O campo da PNPIC contempla sistemasmédicos complexos e recursos 
terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial 
de Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa 
(MT/MCA) (WHO, 2002). 
 
 
 
7 
Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular 
os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde 
por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta 
acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser 
humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados 
pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada do 
processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano, 
especialmente do autocuidado. 
No final da década de 70, a OMS criou o Programa de Medicina 
Tradicional, objetivando a formulação de políticas na área. Desde então, em 
vários comunicados e resoluções, a OMS expressa o seu compromisso em 
incentivar os Estados-membros a formularem e implementarem políticas 
públicas para uso racional e integrado da MT/MCA nos sistemas nacionais de 
atenção à saúde bem como para o desenvolvimento de estudos científicos 
para melhor conhecimento de sua segurança, eficácia e qualidade. 
O documento "Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-
2005" reafirma o desenvolvimento desses princípios. No Brasil, a legitimação 
e a institucionalização dessas abordagensde atenção à saúde iniciaram-se a 
partir da década de 80, principalmente, após a criação do SUS. Com a 
descentralização e a participação popular, os estados e municípios ganharam 
maior autonomia na definição de suas políticas e ações em saúde, vindo a 
implantar as experiências pioneiras. 
Alguns eventos e documentos merecem destaque na regulamentação 
e tentativas de construção da política: 
 1985 - Celebração de convênio entre o Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), Fiocruz, 
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Instituto 
Hahnemaniano do Brasil, com o intuito de institucionalizar a 
assistência homeopática na rede pública de saúde. 
 
 
 
8 
 1986 - 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), considerada 
também um marco para a oferta da PNPIC no sistema de saúde 
do Brasil visto que, impulsionada pela Reforma Sanitária, 
deliberou em seu relatório final pela "introdução de práticas 
alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de 
saúde, possibilitando ao usuário o acesso democrático de 
escolher a terapêutica preferida". 
 1988 - Resoluções da Comissão Interministerial de 
Planejamento e Coordenação (Ciplan) - nº 4, 5, 6, 7 e 8/88, que 
fixaram normas e diretrizes para o atendimento em Homeopatia, 
Acupuntura,Termalismo, Técnicas Alternativas de Saúde Mental 
e Fitoterapia. 
 1995 - Instituição do Grupo Assessor Técnico-Científico em 
Medicinas Não-Convencionais, por meio da Portaria GM Nº 
2543,de 14 de dezembro de 1995, editada pela então 
SecretariaNacional de Vigilância Sanitária do Ministério da 
Saúde. 
 1996 - 10ª Conferência Nacional de Saúde que, em seu 
relatóriofinal, aprovou a "incorporação ao SUS, em todo o País, 
de práticas de saúde como a Fitoterapia, Acupuntura e 
Homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas 
populares". 
 1999 -Inclusão das consultas médicas em Homeopatia e 
Acupuntura na tabela de procedimentos do SIA/SUS 
(PortariaGM Nº 1230 de outubro de 1999). 
 2000 - 11ª Conferência Nacional de Saúde recomenda 
"incorporar na atenção básica: Rede PSF e PACS práticas não 
convencionais de terapêutica como Acupuntura e Homeopatia". 
 2001 - 1ª Conferência Nacional de Vigilância Sanitária. 
 2003 - Constituição de Grupo de Trabalho no Ministério da 
Saúde com o objetivo de elaborar a Política Nacional de 
 
 
 
9 
Medicina Natural e Práticas Complementares (PMNPC) ou 
apenas MNPC -no SUS (atual PNPIC). 
 2003 - Relatório da 1ª Conferência Nacional de Assistência 
Farmacêutica, que enfatiza a importância de ampliação do 
acesso aos medicamentos fitoterápicos e homeopática no SUS. 
 2003 - Relatório final da 12ª CNS delibera para a efetiva 
inclusãoda MNPC no SUS (atual PNPIC). 
 2004 - 2ª Conferência Nacional de Ciência Tecnologia 
eInovações em Saúde. A MNPC (atual PNPIC) foi incluída 
comonicho estratégico de pesquisa dentro da Agenda Nacional 
de Prioridades em Pesquisa. 
 2005 - Decreto presidencial de 17/02/05 que cria o Grupo de 
Trabalho para elaboração da Política Nacional de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos. 
 2005 - Relatório final do Seminário "Águas Minerais do Brasil", 
em outubro, indica a constituição de projeto piloto deTermalismo 
Social no SUS. 
3- MEDICINA TRADICIONAL CHINESA-ACUNPUNTURA 
 A Medicina Tradicional Chinesa caracteriza-se por um sistema médico 
integral, originado há milhares de anos na China. Utiliza linguagem que retrata 
simbolicamente as leis da natureza e que valoriza a inter-relação harmônica 
entre as partes visando à integridade. 
Como fundamento, aponta a teoria do Yin-Yang, divisão do mundo em 
duas forças ou princípios fundamentais, interpretando todos os fenômenos em 
opostos complementares. 
 O objetivo desse conhecimento é obter meios de equilibrar essa 
dualidade. Também inclui a teoria dos cinco movimentos que atribui a todas 
as coisas e fenômenos, na natureza, assim como no corpo, uma das cinco 
energias (madeira, fogo, terra, metal, água). Utiliza como elementos a 
 
 
 
10 
anamnese, palpação do pulso, observação da face e língua em suas várias 
modalidades de tratamento (Acupuntura, plantas medicinais, dietoterapia, 
práticas corporais e mentais). 
 A Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde que aborda 
de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença no ser humano, 
podendo ser usada isolada ou de forma integrada com outros recursos 
terapêuticos. Originária da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a Acupuntura 
compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso 
de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes 
metálicas para promoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como 
para prevenção de agravos e doenças. 
 Achados arqueológicos permitem supor que essa fonte de 
conhecimento remonta há pelo menos 3.000 anos. A denominação chinesa 
zhenjiu, que significa agulha (zhen) e calor (jiu) foi adaptados nos relatos 
trazidos pelos jesuítas no século XVII como Acupuntura (derivada das 
palavras latinas acus, agulha e punctio, punção). O efeito terapêutico da 
estimulação de zonas neurorreativas ou "pontos de acupuntura" foi, a 
princípio, descrito e explicado numa linguagem de época, simbólica e 
analógica, consoante com a filosofia clássica chinesa. 
 No ocidente, a partir da segunda metade do século XX, a Acupuntura 
foi assimilada pela medicina contemporânea, e graças às pesquisas 
científicas empreendidas em diversos países tanto do oriente como do 
ocidente, seus efeitos terapêuticos foram reconhecidos e têm sido 
paulatinamente explicados em trabalhos científicos publicados em 
respeitadas revistas científicas. 
 Admite-se atualmente, que a estimulação de pontos de Acupuntura 
provoque a liberação, no sistema nervoso central, de neurotransmissores e 
outras substâncias responsáveis pelas respostas de promoção de analgesia, 
restauração de funções orgânicas e modulação imunitária. 
 A OMS recomenda a Acupuntura aos seus Estados-membros, tendo 
produzido várias publicações sobre sua eficácia e segurança, capacitação de 
 
 
 
11 
profissionais, bem como métodos de pesquisa e avaliação dos resultados 
terapêuticos das medicinas complementares e tradicionais. 
 O consenso do National Institutes of Health dos Estados Unidos 
referendou a indicação da acupuntura, de forma isolada ou como coadjuvante, 
em várias doenças e agravos à saúde, tais como odontalgias pós-operatórias, 
náuseas e vômitos pós-quimioterapia ou cirurgia em adultos, dependênciasquímicas, reabilitação após acidentes vasculares cerebrais, dismenorréia, 
cefaléia, epicondilite, fibromialgia, dormiofascial, osteoartrite, lombalgias e 
asma, entre outras. 
 A MTC inclui ainda práticas corporais (liangong, chi gong, tuina, tai-chi-
chuan); práticas mentais (meditação); orientação alimentar; e o uso de plantas 
medicinais (Fitoterapia Tradicional Chinesa), relacionadas à prevenção 
agravos e de doenças,promoção e recuperação da saúde. 
 A Acupuntura se define como um método terapêutico cujo território é o 
sistema nervoso e a resposta imunitária visando produzir mudanças 
funcionais de repercussão local e/ousistêmica, com os objetivos de restaurar 
a normalidade fisiológica, e produzir analgesia nascondições dolorosas. 
 Fundamenta-se em dados biológicos – anatômicos, fisiológicos e 
fisiopatológicos, assim como nas melhores evidências científicas disponíveis. 
 No Brasil, a Acupuntura foi introduzida há cerca de 40 anos. Em1988, 
por meio da Resolução Nº 5/88, da Comissão Interministerialde Planejamento 
e Coordenação (Ciplan), teve as suas normas fixadas para o atendimento nos 
serviços públicos de saúde. 
 Vários conselhos de profissões da saúde regulamentados reconhecem 
a Acupuntura como especialidade em nosso país, e os cursos de formação 
encontra-se disponíveis em diversas Unidades Federais. 
 Em 1999, o Ministério da Saúde inseriu na tabela Sistema de 
Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) a consulta médica em Acupuntura 
(código 0701234), o que permitiu acompanhar a evolução das consultas por 
região e em todo País. 
 
 
 
12 
 Dados desse sistema demonstram um crescimento de consultas 
médicas em acupuntura em todas as regiões. Em 2003, foram 181.983 
consultas, com uma maior concentração de médicos acupunturistas na região 
Sudeste (213 dos 376 cadastrados no sistema). 
 De acordo com o diagnóstico da inserção da MNPC nos serviços 
prestados pelo SUS e dados do SIA/SUS, verifica-se que a Acupuntura está 
presente em 19 estados, distribuída em 107municípios, sendo 17 capitais. 
 Diante do exposto, é necessário repensar, à luz do modelo de atenção 
proposto pelo Ministério, a inserção dessa prática no SUS, considerando a 
necessidade de aumento de sua capilaridade para garantir o princípio da 
universalidade. 
4- MANOPUNTURA / QUIROPUNTURA 
 Ao procurarmos restabelecer o equilíbrio do organismo, sempre temos 
de lembrar que ao tocar os pontos reflexos, não basta apenas pressionar o 
ponto reflexo do órgão com mau funcionamento, mas sim com um conjunto 
de áreas e pontos, que influenciam o funcionamento de determinado órgão e 
as emoções refletidas ali, assim o terapeuta em questão, não estará se 
preocupando apenas com o sintoma que afeta o órgão, mas sim com o 
conjunto reflexo desequilibrado da pessoa . 
Figura1: 
 
 
 
13 
 
Figura 2: 
 
 
 
 
14 
 
A manopuntura é um método que consiste em estimular certo número 
de pontos na mão com fins terapêuticos e analgésicos. 
São conhecidos atualmente 345 pontos; 
 Estes pontos das mãos, assim como pés, orelha, nariz, face e 
crânio, fazem parte de um grupo de pontos fora dos meridianos 
que estão constituídos por ramificações ou cruzamentos 
secundários dos vasos principais; 
 Nei King: as extremidades dos membros são locais de reunião 
do Yin e do Yang, do grande vaso Lo, dos 12 meridianos, da 
energia Yong (nutritiva) e Oé (defensiva); 
Figura3: 
 
 
 
 
15 
 
Figura 5: 
 
 
 
 
 
16 
UdW1 - a parte frontal da mão corresponde à parte frontal do corpo e a 
parte dorsal da mão corresponde à parte dorsal do corpo. A ponta do dedo 
médio corresponde ao topo da cabeça. O rosto se localiza na parte frontal 
entre a articulação interfalangeana distal e a ponta do dedo médio. 
Consequentemente, a parte dorsal do dedo médio, acima da articulação 
interfalangeana distal, corresponderá à parte posterior da cabeça. 
 
UdW2- Por termos duas mãos, a direita e a esquerda, temos duas 
representações de corpo, uma em cada mão. Para facilitar o entendimento do 
princípio de correspondência, podemos ficar em pé estendendo as duas 
mãos, com a palma da mão para frente. 
 
Figura 6: 
 
 
UdW3 A palma da mão corresponde a parte frontal do corpo. 
Figura 7: 
 
 
 
17 
 
 
Figura 8: 
 
 
Figura 9: 
 
 
 
 
 
18 
 
Figura10: 
 
 
 
 
 
19 
 
UdW5 Na manopuntura foram desenvolvidos vários instrumentos para 
estimular os acupontos. Use o material de acordo com o estímulo que deseja. 
Para um estímulo maior utilizam-se agulhas. 
 
 UdW6 pequena chapa de metal com uma saliência no meio. Alguns 
possuem saliência maior e diâmetro maior. O apon é colado na pele por um 
esparadrapo para estimular o acuponto. 
Muito utilizado para estimular pontos por longo tempo sem precisar da 
picada da agulha. Limita-se o tempo de uso de acordo com o estado de saúde 
do indivíduo. Pode ficar de 1 a 2 dias colado nos pontos correspondentes. 
UdW7 Normalmente pode-se aplicar até 05 moxas em cada ponto se o 
paciente estiver bastante debilitado. 
Figura11: 
 
 
 
 
20 
 
 Figura12: 
 
 
Figura13: 
 
 
 
21 
 
 
Figura14: 
 
 
Figura15: 
 
 
 
22 
 
Figura 16: 
 
Figura 17: 
 
 
 
23 
 
Figura 18: 
 
Figura 19: 
 
 
 
24 
 
 
Figura 20: 
 
 
 
 
 
25 
UdW8 A acupuntura na mão não se limita somente em estimular os 
pontos por correspondência. Existe a teoria dos meridianos da medicina 
tradicional chinesa desenvolvida partindo do principio de recuperar e 
harmonizar o corpo e seus Zang Fu. Nã mão existe uma totalidade de 345 
pontos distribuídos em 14 linhas de micromeridianos. 
Figura 21: 
 
Figura 22: 
 
 
 
 
 
26 
Figura 23: 
 
Figura 24: 
 
 
 
 
 
27 
Figura 25: 
 
 
Figura 26: 
 
 
 
 
 
28 
Figura 27: 
 
Figura 28: 
 
 
 
 
29 
 
Figura 29: 
 
 
 
 
 
30 
Figura 30: 
 
 
Figura 31: 
 
 
 
31 
 
Figura 32: 
 
 
 
 
 
 
32 
5- ONDE ESTÃO OS PRINCIPAIS PONTOS DE 
ACUPUNTURA 
 
 Os pontos de acupuntura, também conhecidos como meridianos, são 
locais específicos do corpo em que se pode liberar o fluxo de energia 
acumulada, sendo que por esses pontos passam várias terminações 
nervosas, fibras musculares, tendões, ligamentos e articulações. 
 De acordo com a medicina tradicional chinesa, existem 12 principais 
meridianos que estão relacionados com o pulmão, baço, coração, rins, 
coração, fígado, intestino grosso, estômago, intestino delgado, bexiga ou 
vesícula, por exemplo. 
 Para auxiliar o tratamento de diversas doenças, é necessário encontrar 
o ponto exato para compreender qual o meridiano está afetado, que pode ser 
a orelha, pés, mãos, pernas e braços. 
 Depois disso, de acordo com a técnica usada, são aplicadas agulhas 
finas, laser, esferas de chumbo ou sementes de mostarda nestes locais, 
balanceando a energia corporal e gerando bem-estar e aliviando a dor, por 
exemplo. Conheça melhor como funciona a acupuntura. 
Figura 33: 
 
 
 
33 
 
 
 
 
34 
 
A imagem indica alguns dos principais pontos de acupuntura no corpo, 
que podem ser pressionados ou estimulados com agulhas finais ou laser para 
desbloquear o fluxo energético e restabelecer a saúde. Existe outra técnica 
de acupuntura chamada moxabustão que também consiste na estimulação de 
pontos específicos, entretanto, através da aplicação de calor local. 
Os terapeutas mais indicados para trabalhar com a acupuntura são o 
acupunturista, o médico com formação em medicina tradicional chinesa ou o 
fisioterapeuta especialista em acupuntura, entretanto, a própria pessoa pode 
alcançar alívio da dor de cabeça e das cólicas menstruais ao pressionar 
determinados pontos do corpo. 
Figura 34: 
 
 
 
 
35 
 Os pontos de acupuntura também se encontram nos pés, sendo os 
mesmos utilizados na reflexologia. 
 Assim, o terapeuta pode estimular os pontos que achar necessário para 
trataro problema específico que surge em um órgão. 
Massagear a região do pé, que corresponde ao órgão que precisa ser tratado, 
também é uma boa forma de aproveitar os benefícios energéticos desse 
estímulo. 
6- AURICULOTERAPIA 
 A auriculoterapia é uma terapia natural que consiste na estimulação de 
pontos nas orelhas, sendo por isso muito semelhante à acupuntura. 
 Segundo a auriculoterapia, o corpo humano pode ser representado na 
orelha, no formato de um feto, e, por isso, cada ponto se refere a um órgão 
específico. Assim, quando esse ponto é estimulado, é possível tratar 
problemas ou aliviar sintomas nesse mesmo órgão. 
 
Figura 35: 
 
 
 
36 
 
A orelha também é um local muito rico em pontos de acupuntura, que 
representam os diferentes órgãos do corpo. 
Estes pontos normalmente são usados na auriculoterapia, na qual 
pequenas esferas de chumbo são coladas sobre o ponto, para fazer a 
estimulação do local, aliviando o desconforto no órgão relacionado com 
determinado meridiano. 
Figura 36: 
 
 
 
37 
 
A auriculoterapia está indicada no tratamento de: 
 Dores por torções, contraturas ou distensões musculares, por 
exemplo; 
 Problemas reumáticos, respiratórios, cardíacos, urinários, 
digestivos, hormonais, como obesidade, anorexia ou doenças 
da tireoide, por exemplo, e psicológicos, como ansiedade ou 
depressão. 
Além disso, a auriculoterapia também pode ser utilizada para tratar a 
hipertensão, vertigens ou palpitações, por exemplo. 
Como fazer auriculoterapia para emagrecer 
 A auriculoterapia também pode ser usada para emagrecer, pois 
certos pontos específicos da orelha responsáveis pelo intestino, estômago, 
retenção de líquidos, ansiedade, estresse, sono ou vontade de comer, por 
exemplo, são estimulados de forma que o organismo atue na perda de peso. 
 
 
 
38 
 É importante que, aliada à auriculoterapia, também se faça uma dieta 
para emagrecer indicada por um nutricionista, de preferência, e pratique 
exercício físico regularmente. 
 A auriculoterapia francesa e a auriculoterapia chinesa, apesar de 
consistirem na mesma técnica, são muito diferentes, pois cada país elaborou 
um mapa diferente da orelha com os pontos específicos a serem estimulados. 
 Antes de se iniciar o tratamento com auriculoterapia é muito importante 
fazer uma consulta com um terapeuta especializado para identificar os 
principais sintomas e tentar entender quais os órgãos afetados. 
 Depois disso, o terapeuta selecionar os pontos mais adequados e faz 
pressão sobre o ponto. 
 A pressão pode ser feita utilizando-se: 
 Agulhas filiformes: são aplicadas sobre os pontos durante 10 a 30 
minutos; 
 Agulhas intradérmicas: são colocadas debaixo da pele por cerca de 
7 dias; 
 Esferas magnéticas: são coladas na pele por aproximadamente 5 
dias; 
 Sementes de mostarda: podem ser aquecidas ou não, e são coladas 
na pele durante 5 dias. 
 A estimulação dos pontos específicos da orelha para aliviar dores ou 
tratar diversos problemas físicos ou psicológicos, como ansiedade, 
enxaqueca, obesidade ou contraturas, por exemplo. 
 Além disso, a auriculoterapia ajuda a diagnosticar e a prevenir algumas 
doenças através da observação dos pontos específicos da orelha que se 
encontram alterados. 
Figura 37: 
 
 
 
39 
 
 Os pontos de acupuntura da mão podem ser facilmente utilizados no 
dia-a-dia, pois também funcionam como pontos de pressão que ajudam a 
aliviar sintomas comuns como dor de cabeça, tonturas ou enjoos, por 
exemplo. 
 
ACUPRESSÃO 
 A acupressão é uma terapia natural que pode ser aplicada para aliviar 
a dor de cabeça, a cólica menstrual e outros problemas que surgem no dia-a-
dia. Esta técnica tal como a acupuntura, tem origem na medicina tradicional 
chinesa, sendo indicada para aliviar dores ou para estimular o funcionamento 
de órgãos através da pressão de pontos específicos nas mãos, pés ou braços. 
 
 
 
40 
Segundo a medicina tradicional chinesa, estes pontos representam o encontro 
de nervos, veias, artérias e de canais vitais, o que faz com que se encontrem 
energeticamente ligados com todo o organismo. 
Figura 38: 
 
 Este ponto de acupressão fica localizado entre o polegar direito e dedo 
indicador. Começando pela mão direita, para pressionar este ponto a sua mão 
deve estar relaxada, com os dedos ligeiramente curvados e o ponto deve ser 
pressionado com o polegar esquerdo e o dedo indicador esquerdo, de forma 
a que estes dois dedos formem uma pinça. 
 Os restantes dedos da mão esquerda devem ficar em repouso, logo em 
baixo da mão direita. 
 Para pressionar o ponto de acupressão, deve começar por aplicar 
pressão de maneira firme, durante 1 minuto, até sentir uma leve dor ou 
sensação de queimadura na região que está sendo apertado, o que significa 
 
 
 
41 
que está pressionando o local certo. Depois disso, deve soltar os dedos, 
durante 10 segundos, voltando depois a repetir a pressão. 
 Este processo deve ser repetido 2 a 3 vezes em ambas as mãos. 
Figura 39: 
 
 Este ponto de acupressão fica localizado no centro da palma da mão. 
Para pressionar este ponto, deve usar o polegar e o indicador da mão oposta, 
colocando os dedos em forma de pinça. Desta forma, o ponto pode ser 
pressionado em simultâneo nas costas e palma da mão. 
 Para pressionar o ponto de acupressão, deve começar por aplicar 
pressão de maneira firme, durante 1 minuto, até sentir uma leve dor ou 
sensação de queimadura na região que está sendo apertado, o que significa 
que está pressionando o local certo. Depois disso, deve soltar os dedos, 
durante 10 segundos, voltando depois a repetir a pressão. 
 Este processo deve ser repetido 2 a 3 vezes em ambas as mãos. 
 
 
 
42 
Figura 40: 
 
 Este ponto de acupressão fica localizado na planta do pé, logo a baixo 
do espaço entre o dedão e o segundo dedo do pé, onde os ossos destes dois 
dedos se cruzam. 
 Para pressionar este ponto, deve usar a mão do lado oposto, 
pressionando a planta do pé com o polegar e o lado oposto com o dedo 
indicador, de forma a que a os dedos da mão formem uma pinça que envolve 
o pé. 
 Para pressionar este ponto de acupressão, deve pressionar com força 
durante aproximadamente 1 minto, soltando o pé no final durante alguns 
segundos para repousar. Deve repetir este processo 2 a 3 vezes, em ambos 
os pés. 
 
 
 
43 
Figura 41: 
 
 Este ponto de acupressão fica localizado na parte interior do braço, na 
região da dobra do braço. Para pressioná-lo deve usar o polegar e indicador 
da mão oposta, de forma a que os dedos fiquem dispostos em forma de pinça 
em volta do braço. 
 Para pressionar este ponto de acupressão, deve pressionar com força 
até sentir uma leve dor ou pontada, mantendo a pressão durante 
aproximadamente 1 minuto. Passado esse tempo deve soltar o ponto durante 
alguns segundos para repousar. Deve repetir este processo 2 a 3 vezes, em 
os braços. 
Quem pode realizar acupressão 
 Qualquer pessoa pode praticar esta técnica em casa, porém ela não é 
recomendada para o tratamento de doenças que necessitam de atenção 
médica, e não deve ser aplicada em regiões da pele com feridas, verrugas, 
varizes, queimaduras, cortes ou rachaduras. 
 
 
 
44 
 Além disso, esta técnica também não deve ser usado por mulheres 
grávidas, sem acompanhamento médico ou de um profissional treinado. 
 
7- HOMEOPATIA 
 A Homeopatia sistema médico complexo de caráter holístico, baseada 
no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes enunciada por Hipócrates 
no século IV a.C. Foi desenvolvida por Samuel Hahnemannno século XVIII, 
após estudos e reflexões baseados na observaçãoclínica e em experimentos 
realizados na época, Hahnemannsistematizou os princípios filosóficos e 
doutrinários da homeopatiaem suas obras Organon da Arte de Curar e 
Doenças Crônicas. 
 A partir daí, essa racionalidade médica experimentou grande expansão 
por várias regiões do mundo,estando hoje firmemente implantada emdiversos 
países da Europa, das Américas e da Ásia. No Brasil, a Homeopatia foi 
introduzida por Benoit Mure em 1840, tornando-seuma nova opção de 
tratamento. 
 Em 1979, é fundada a Associação Médica Homeopática Brasileira 
(AMHB); em 1980, a homeopatia é reconhecida comoespecialidade médica 
pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução Nº 1000); em 1990, é criada 
a Associação Brasileirade Farmacêuticos Homeopatas (ABFH); em 1992, é 
reconhecidacomo especialidade farmacêutica pelo Conselho Federal 
deFarmácia (Resolução Nº 232); em 1993, é criada a AssociaçãoMédico-
Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB); e em 2000,é reconhecida como 
especialidade pelo Conselho Federal deMedicina Veterinária (Resolução Nº 
622). 
A partir da década de 80, alguns estados e municípios 
brasileiroscomeçaram a oferecer o atendimento homeopático 
comoespecialidade médica aos usuários dos serviços públicos de 
saúde,porém como iniciativas isoladas e, às vezes, descontinuadas, porfalta 
de uma política nacional. 
 
 
 
45 
Em 1988, pela Resolução nº 4/88,a Ciplan fixou normas para o 
atendimento em Homeopatia nosserviços públicos de saúde e, em 1999, o 
Ministério da Saúdeinseriu na tabela SIA/SUS a consulta médica em 
Homeopatia. 
Com a criação do SUS e a descentralização da gestão ocorreu 
ampliação da oferta de atendimento homeopático. Esse avanço pode ser 
observado no número de consultas em Homeopatiaque, desde sua inserção 
como procedimento na tabela do SIA/SUS vem apresentando crescimento 
anual em torno de 10%. 
No ano de 2003 o sistema de informação do SUS e os dados 
dodiagnóstico realizado pelo Ministério da Saúde em 2004 revelamque a 
homeopatia está presente na rede pública de saúde em20 unidades da 
federação, 16 capitais, 158 municípios, contandocom registro de 457 
profissionais médicos homeopatas. 
Está presente em pelo menos 10 universidades públicas, ematividades 
de ensino, pesquisa ou assistência, e conta com cursosde formação de 
especialistas em Homeopatia em 12 unidades dafederação. Conta ainda com 
a formação do Médico homeopataaprovada pela Comissão Nacional de 
Residência Médica. 
Embora venha ocorrendo aumento da oferta de serviços, aassistência 
farmacêutica em Homeopatia não acompanha essatendência. Conforme 
levantamento da AMHB, realizado em 2000apenas 30% dos serviços de 
homeopatia da rede SUS forneciammedicamento homeopático. Dados do 
levantamento realizadopelo Ministério da Saúde em 2004 revelam que apenas 
9,6% dosmunicípios que informaram ofertar serviços de homeopatia, 
possuem farmácia pública de manipulação. 
A implementação da Homeopatia no SUS representa uma importante 
estratégia para a construção de um modelo de atenção centrado na saúde 
uma vez que: Recoloca o sujeito no centro do paradigma da 
 
 
 
46 
atenção,compreendendo-o nas dimensões física, psicológica, social e 
cultural. 
Na homeopatia o adoecimento é a expressão da ruptura da harmonia 
dessas diferentes dimensões. Desta forma, essa concepção contribui para o 
fortalecimento da integralidade da atenção à saúde. 
 Fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos 
fundamentais da terapêutica, promovendo a humanização na 
atenção, estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo. 
 Atua em diversas situações clínicas do adoecimento como, por 
exemplo, nas doenças crônicas não-transmissíveis, nas 
doençasrespiratórias e alérgicas, nos transtornos 
psicossomáticos reduzindoa demanda por intervenções 
hospitalares e emergenciais,contribuindo para a melhoria da 
qualidade de vida dos usuários. 
 Contribui para o uso racional de medicamentos, podendoreduzir 
a fármaco-dependência. 
 Em 2004, com o objetivo de estabelecer processo participativo 
dediscussão das diretrizes gerais da Homeopatia, que serviram 
de subsídio à formulação da presente Política Nacional, foi 
realizado pelo Ministérioda Saúde o 1º Fórum Nacional de 
Homeopatia, intitulado "A Homeopatia que queremos implantar 
no SUS". Reuniu profissionais, Secretarias Municipais e 
Estaduais de Saúde; Universidades Públicas;Associação de 
Usuários de Homeopatia no SUS; entidadeshomeopáticas 
nacionais representativas; Conselho Nacional deSecretários 
Municipais de Saúde (Conasems), Conselhos Federais 
deFarmácia e de Medicina; Liga Médica Homeopática 
Internacional (LMHI)- entidade médica homeopática 
internacional e representantes do MSe Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa). 
 
 
 
47 
 A homeopatia é um sistema médico complexo, de caráter holístico, 
baseada no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes (enunciado por 
Hipócrates no século IVa.C). Foi desenvolvido na Alemanha pelo médico 
Samuel Hahnemann no século XVIII.Utiliza como recurso diagnóstico a 
Matéria Médica e o Repertório e como recurso terapêuticoo Medicamento 
Homeopático. 
 O tratamento homeopático consiste em fornecer a um paciente 
sintomático, doses extremamente pequenas dos agentes que produzem os 
mesmos sintomas ao ser experimentadoem pessoas saudáveis, quando 
expostas aos mesmos. O medicamento homeopático épreparado em um 
processo chamado dinamização, consistindo na diluição e sucussão 
dasubstância em uma série de passos. 
 A homeopatia contribui hoje por um expressivo percentual de PIC 
dentro do SUS além depossuir também um maior grau de institucionalização 
se comparada às demais modalidadesdessas práticas. 
Figura 43: 
 
 
8- PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA 
 A Fitoterapia é uma "terapêutica caracterizada pelo uso de plantas 
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de 
substâncias ativas isoladas, ainda que de origemvegetal". O uso de plantas 
medicinais na arte de curar é umaforma de tratamento de origens muito 
 
 
 
48 
antigas, relacionada aosprimórdios da medicina e fundamentada no acúmulo 
deinformações por sucessivas gerações. 
 Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as 
bases paratratamento de diferentes doenças. Desde a Declaração de Alma-
Ata, em 1978, a OMS temexpressado a sua posição a respeito da 
necessidade de valorizara utilização de plantas medicinais no âmbito 
sanitário, tendoem conta que 80% da população mundial utiliza estas 
plantasou preparações destas no que se refere à atenção primária desaúde. 
 Ao lado disso, destaca-se a participação dos países 
emdesenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% dasespécies 
vegetais do mundo. O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento 
dessaterapêutica, como a maior diversidade vegetal do mundo, 
amplasociodiversidade, uso de plantas medicinais vinculado ao 
conhecimento tradicional e tecnologia para validarcientificamente este 
conhecimento. 
 O interesse popular e institucional vem crescendo no sentido 
defortalecer a Fitoterapia no SUS. A partir da década de 80, diversos 
documentos foram elaborados enfatizando a introdução de plantas medicinais 
e fitoterápicos na atenção básica no sistema público, entre os quais destacam-
se: 
 A Resolução Ciplan Nº 8/88, que regulamenta a implantação da 
Fitoterapia nos serviços de saúde e cria procedimentos e rotinas 
relativas a sua prática nas unidades assistenciais médicas; 
 O Relatório da 10a Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1996, 
que aponta no item 286.12: "incorporar no SUS, em todo o País, as 
práticas de saúde como a Fitoterapia, acupuntura e homeopatia, 
contemplando as terapias alternativas e práticas populares" e, 
 No item 351.10: "o Ministério da Saúde deve incentivar a Fitoterapia na 
assistência farmacêutica pública e elaborar normas para sua utilização, 
amplamente discutidas com 
 Os trabalhadores em saúde e especialistas, nas cidades onde existir 
 
 
 
49 
 maior participação popular, com gestores mais empenhados com 
 a questão da cidadania e dos movimentos populares". 
 A Portaria nº 3916/98, que aprova a Política Nacional deMedicamentos, a qual estabelece, no âmbito de suas diretrize para o 
desenvolvimento científico e tecnológico: "... deverá ser continuado e 
expandido o apoio às pesquisas que visem o aproveitamento do 
potencial terapêutico da flora e fauna nacionais, enfatizando a 
certificação de suas propriedades medicamentosas". 
 O Relatório do Seminário Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterápicos 
e Assistência Farmacêutica, realizado em 2003, que entre as suas 
recomendações, contempla: "integrar no Sistemam Único de Saúde o 
uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos". 
 O Relatório da 12ª Conferência Nacional de Saúde, realizadam em 
2003, que aponta a necessidade de se "investir na pesquisa e 
desenvolvimento de tecnologia para produção de medicamentos 
homeopáticos e da flora brasileira, favorecendo a produção nacional e 
a implantação de programas para uso de medicamentos fitoterápicos 
nos serviços de saúde, de acordo com as recomendações da 1ª 
Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica". 
 A Resolução nº 338/04 do Conselho Nacional de Saúde que aprova a 
Política Nacional de Assistência Farmacêutica, a qual contempla, em 
seus eixos estratégicos, a "definição e pactuação de ações 
intersetoriais que visem à utilização das plantas medicinais e de 
medicamentos fitoterápicos no processo de atenção à saúde, com 
respeito aos conhecimentos tradicionais incorporados, com 
embasamento científico, com adoção de políticas de geração de 
emprego e renda, com qualificação e fixação de produtores, 
envolvimento dos trabalhadores em saúdeno processo de 
incorporação dessa opção terapêutica e baseada no incentivo à 
produção nacional, com a utilização da biodiversidade existente no 
País". 
 
 
 
50 
 2005 - Decreto presidencial de 17/02/05 que cria o Grupo de Trabalho 
para elaboração da Política Nacional de Plantas Medicinais e 
Fitoterápicas. 
 Atualmente, existem programas estaduais e municipais de Fitoterapia, 
desde aqueles com momento terapêutico e regulamentação específica para o 
serviço, implementados há mais de 10 anos, até aqueles com início recente 
ou com pretensão de implantação. Em levantamento realizado pelo Ministério 
da Saúde no ano de 2004, em todos os municípios brasileiros,verificou-se que 
a Fitoterapia está presente em 116 municípios,contemplando 22 unidades 
federadas. 
 No âmbito federal, cabe assinalar, ainda, que o Ministério da Saúde 
realizou, em 2001, o Fórum para formulação de uma proposta de Política 
Nacional de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos, do qual 
participaram diferentes segmentos tendo em conta, em especial, a 
intersetorialidade envolvida na cadeia produtiva de plantas medicinal e 
fitoterápica. 
 Em 2003, o Ministério promoveu o Seminário Nacional de Plantas 
Medicinais, Fitoterápicos e Assistência Farmacêutica. Ambas as iniciativas 
aportaram contribuiçõesimportantes para a formulação desta Política 
Nacional, comoconcretização de uma etapa para elaboração da Política 
Nacionalde Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 
 Fitoterapia é uma prática terapêutica caracterizada pela utilização das 
plantas medicinais, em suas diferentes formas farmacêuticas, no tratamento 
e prevenção de doenças. 
 Caracteriza-se pela utilização do extrato total da planta, sem adição ou 
acréscimo desubstâncias ativas isoladas, mesmo que de origem vegetal. 
 Desde os primórdios da humanidade já se registra a utilização das 
plantas medicinais notratamento de doenças. Tais conhecimentos foram 
obtidos através da observação eexperimentação e repassados de geração a 
geração. 
 
 
 
51 
 Hoje a fitoterapia é vista como uma experiência coletiva de 50 
gerações, entre médicos e pacientes, o que aliado às pesquisas cientificas 
fornece bases sólidas para sua implantação e implementação nos serviços de 
saúde. 
 Os baixos índices de efeitos colaterais, a ampliação das possibilidades 
terapêuticas, o menor custo de produção em relação aos medicamentos 
sintéticos, e o reconhecimento da medicina ocidental, faz com que a inclusão 
da fitoterapia seja recomendada pela Organização Mundialde Saúde e pelo 
Ministério da Saúde na atenção primária à saúde. 
 Sendo o Brasil possuidor da maior diversidade vegetal do mundo e 
detentor de um valiosoconhecimento tradicional oriundo da diversidade étnica 
e cultural em relação ao uso eaplicação das plantas medicinais, foi 
regulamentada em 2006 a Política Nacional de Práticas Integrativas e 
Complementares no SUS, Portaria 971/06, e a Política Nacional de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos, Decreto 5.813/06. 
 A aprovação dessas políticas abre portas parauma nova era da 
Fitoterapia no Brasil, incentivando e possibilitando sua implantação no 
Sistema Único de Saúde com o intuito de promover melhorias na atenção à 
saúde e naqualidade de vida da população brasileira. 
Figura 44: 
 
 
 
9- TERMALISMO SOCIAL/CRENOTERAPIA 
 
 
 
 
52 
 O uso das Águas Minerais para tratamento de saúde é 
umprocedimento dos mais antigos, utilizado desde a época do Império Grego. 
Foi descrita por Heródoto (450 a.C.), autor daprimeira publicação científica 
termal. 
 O Termalismo compreende as diferentes maneiras de utilizaçãoda 
água mineral e sua aplicação em tratamentos de saúde. 
 A Crenoterapia consiste na indicação e uso de águas minerais com 
finalidade terapêutica atuando de maneira complementaraos demais 
tratamentos de saúde.“ A medicina antroposófica está entre os sistemas 
terapêuticos naturais que tratam osdesequilíbrios de saúde considerando que 
o ser humano possui uma essência sutil, energética,não material, que 
transcende a organização físico-biológica.” 
 Segundo esse princípio, osagentes externos só causam doenças 
quando existe um desequilíbrio interno. Técnicassimplificadas e ênfase nas 
forças curativas do próprio organismo, com medicamentos naturais, 
orientação alimentar e cuidados gerais com a saúde são a base de 
sustentação da medicinaantroposófica, que atua principalmente na atenção 
primária. 
 O tempo médio da duração da curatermal é de 21 dias, embora cada 
tipo de tratamento seja diferente, podendo variar para maisde 21 dias ou 
menos. É sabido que o Brasil dispõe de recursos naturais e humanos ideais 
ao desenvolvimento do Termalismo/Crenoterapia no SUS. 
 Ela não se opõe à medicina tradicional, mas considera-se um 
movimento que incentiva a ampliação do olhar e, portanto, inclui tanto os 
instrumentos da biomedicina quanto práticas como massagens e banhos 
terapêuticos. 
 Além de defender a escolha da melhor forma de cuidado e tratamento, 
a medicina antroposófica aproxima-se da Integralidade pela importância dada, 
na prática, à escuta qualificada, à construção do vínculo terapêutico e à 
individualização do diagnóstico. 
 
 
 
53 
 O uso de águas minerais, gases, peloids. A aplicação medicinal de 
águas minerais naturais, gases e peloids (Fango, por exemplo) são os 
principais elementos em estâncias medicinais, sendo eficazes para a 
prevenção ou tratamento de doenças e para a melhoria do funcionamento 
geral (reabilitação). 
 Métodos de aplicação (modalidades) são o banho (imersão em água 
com a cabeça de fora, banhos em partes especificas do corpo), hidropinia, 
inalações, irrigações, as embalagens (aplicação local de peloids), a terapia 
peloid seca (por exemplo, areia), banhos de gás, aplicação local de gases, 
entre outros. Os efeitos do uso de águas minerais naturais, gases e peloids 
baseiam-se em ambas as propriedades físicas e químicas dos agentes. 
 Em Belo Horizonte, Minas Gerais, a medicina antroposófica está 
presente nos serviços deatenção básica do SUS desde 1994, através do 
Programa de Homeopatia Acupuntura e Medicina Antroposófica – PRHOAMA. 
 . No Brasil a Crenoterapia foi introduzida junto com a colonização 
portuguesa, que trouxe ao país os seus hábitos de usar águasminerais para 
tratamento de saúde. Durante algumas décadasfoidisciplina conceituada e 
valorizada, presente em escolas médicas, como a UFMG e a UFRJ. O campo 
sofreu considerável redução desua produção científica e divulgação com as 
mudanças surgidasno campo da medicina e da produção social da saúde 
como umtodo, após o término da segunda guerra mundial. 
 A partir da década de 90 a Medicina Termal passou a dedicar-sea 
abordagens coletivas, tanto de prevenção quanto de promoçãoe recuperação 
da saúde, inserindo neste contexto o conceito deTurismo Saúde e de 
Termalismo Social, cujo alvo principal é abusca e a manutenção da saúde. 
 Países europeus como a Espanha, a França, a Itália, a Alemanha,a 
Hungria e outros adotam desde o início do século XX o Termalismo Social 
como maneira de ofertar às pessoas idosastratamentos em estabelecimentos 
termais especializados,objetivando proporcionar a esta população o acesso 
ao uso daságuas minerais com propriedades medicinais, seja para 
recuperarou tratar sua saúde, assim como preservá-la. 
 
 
 
54 
 O Termalismo, contemplado nas resoluções Ciplan de 1988,manteve-
se ativo em alguns serviços municipais de saúde deregiões com fontes 
termais como é o caso de Poços de Caldas,Minas Gerais. 
 A resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 343, de 07 deoutubro 
de 2004, é um instrumento de fortalecimento da definição das ações 
governamentais que envolvem a revalorização dosmananciais das águas 
minerais, o seu aspecto terapêutico, adefinição de mecanismos de prevenção, 
fiscalização, controle, alémdo incentivo à realização de pesquisas na área. 
 
10- MEDICINA ANTROPOSÓFICA 
 A Medicina Antroposófica (MA) foi introduzida no Brasil 
háaproximadamente 60 anos e apresenta-se como uma abordagemmédico-
terapêutica complementar, de base vitalista, cujo modelode atenção está 
organizado de maneira transdisciplinar,buscando a integralidade do cuidado 
em saúde. 
 Os médicosantroposóficos utilizam os conhecimentos e recursos da 
MA comoinstrumentos para ampliação da clínica, tendo 
obtidoreconhecimento de sua prática por meio do Parecer 21/93 doConselho 
Federal de Medicina, em 23/11/1993. 
 Entre os recursos que acompanham a abordagem médica destaca-se 
o uso de medicamentos baseados na homeopatia, na fitoterapiae outros 
específicos da Medicina Antroposófica. Integrado aotrabalho médico está 
prevista a atuação de outros profissionais daárea da saúde, de acordo com 
as especificidades de cada categoria. 
 
 As experiências de saúde pública têm oferecido contribuições aos 
campos da educação popular, arte, cultura e desenvolvimento social. No SUS 
são em pequeno número, destacando-se o serviçodas "práticas não 
alopáticas" de Belo Horizonte em que a Medicina Antroposófica, juntamente 
 
 
 
55 
com a Homeopatia e aAcupuntura, foi introduzida oficialmente na rede 
municipal. 
 Em1996 a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte realizou 
o primeiro concurso específico para médico antroposófico noSUS. Em 
novembro de 2004, o serviço comemorou dez anos deexistência, com número 
de atendimentos sempre ascendente. 
 Em São João Del Rei/MG, na rede pública municipal, uma 
equipemultidisciplinar vinculada a Saúde da Família desenvolve há maisde 
seis anos experiência inovadora a partir do uso das aplicaçõesexternas de 
fitoterápicos e de outras abordagens. 
 Destaca-se também, em São Paulo, o ambulatório da 
AssociaçãoComunitária Monte Azul que vem, há 25 anos, 
oferecendoatendimentos baseados nesta abordagem, integrando 
informalmentea rede de referência da região, como centro de práticas não 
alopáticas(massagem, terapia artística e aplicações externas). 
 Desde 2001, aAssociação mantém parceria com a Secretaria Municipal 
de Saúde paraimplantação da Estratégia Saúde da Família no município. 
 Considerando a pequena representatividade no SUS e asavaliações 
iniciais positivas que os serviços apresentam acercade sua inserção, a 
proposta desta Política para a MA é deimplementação, no âmbito das 
experiências consolidadas, deObservatórios com o objetivo de aprofundar os 
conhecimentossobre suas práticas e seu impacto na saúde. 
 Conforme a Portaria nº 84, de 25 de março de 2009 - que adequa o 
serviço especializado 134 – SERVIÇO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS e sua 
classificação 001 – ACUPUNTURA 
 
11- PLANTAS MEDICINAIS/FITOTERAPIA 
 Fitoterapia é uma prática terapêutica caracterizada pela utilização das 
plantasmedicinais, em suas diferentes formas farmacêuticas, no tratamento e 
prevenção de doenças. 
 
 
 
56 
 Caracteriza-se pela utilização do extrato total da planta, sem adição ou 
acréscimo desubstâncias ativas isoladas, mesmo que de origem vegetal. 
 Desde os primórdios da humanidade já se registra a utilização das 
plantas medicinais notratamento de doenças. Tais conhecimentos foram 
obtidos através da observação eexperimentação e repassados de geração a 
geração. 
 Hoje a fitoterapia é vista como umaexperiência coletiva de 50 gerações, 
entre médicos e pacientes, o que aliado às pesquisascientificas fornece bases 
sólidas para sua implantação e implementação nos serviços de saúde. 
 Os baixos índices de efeitos colaterais, a ampliação das possibilidades 
terapêuticas, o menorcusto de produção em relação aos medicamentos 
sintéticos, e o reconhecimento da medicinaocidental, faz com que a inclusão 
da fitoterapia seja recomendada pela Organização Mundialde Saúde e pelo 
Ministério da Saúde na atenção primária à saúde. 
 Sendo o Brasil possuidor da maior diversidade vegetal do mundo e 
detentor de um valiosoconhecimento tradicional oriundo da diversidade étnica 
e cultural em relação ao uso eaplicação das plantas medicinais, foi 
regulamentada em 2006 a Política Nacional de PráticasIntegrativas e 
Complementares no SUS, Portaria 971/06, e a Política Nacional de 
PlantasMedicinais e Fitoterápicos, Decreto 5.813/06. 
 A aprovação dessas políticas abre portas parauma nova era da 
Fitoterapia no Brasil, incentivando e possibilitando sua implantação no 
Sistema Único de Saúde com o intuito de promover melhorias na atenção à 
saúde e naqualidade de vida da população brasileira. 
 
 
 
 
 
57 
12- MEDICINA TRADICIONAL CHINESA: ACUPUNTURA, 
PRÁTICAS CORPORAIS, MEDITAÇÃO, ORIENTA-ÇÃO 
ALIMENTAR. 
A Medicina Tradicional Chinesa caracteriza-se por um sistema médico 
integral,originado há milhares de anos na China. Utiliza linguagem que retrata 
simbolicamente as leisda natureza e que valoriza a inter-relação harmônica 
entre as partes. Tem como fundamento, ateoria do Yin-Yang e inclui a teoria 
dos cinco movimentos. Utiliza como elementos aanamnese, palpação do 
pulso, observação da face e língua em suas várias modalidades detratamento 
(acupuntura, plantas medicinais, dietoterapia, práticas corporais e mentais). 
Práticas Corporais: 
 Um dos pilares da Medicina Tradicional Chinesa é a prática de 
exercícios corporais,com o objetivo de fortalecer a saúde, prevenir e tratar 
desequilíbrios, de modo que opraticante se torne cada vez mais perceptivo de 
seu Poder Interior de cura e prevenção da suasaúde como um todo. 
 Existem várias escolas e tipos de exercícios chineses dentro da MTC 
(Medicina Tradicional Chinesa). Alguns são em forma de ginástica, 
alongamentos, percussões ou auto-massagens, outros são na forma de 
movimentos arredondados imitando ou simbolizando fenômenos 
atmosféricos, animais ou movimentos de pássaros. 
 Os gestos são sempre executados de forma lenta para que o praticante 
esteja presente e consciente das sensações no corpo, das emoções e dos 
pensamentos, para poder transmutar o que não lhe é conveniente ou expandir 
o que lhe agrada, de si mesmo. 
Figura 45: 
 
 
 
58 
 
Para fazer a massagem de reflexologia para aliviar a azia basta seguir os 
seguintes passos: 
 Passo 1: Dobrar o pé para trás com uma das mãos e com o polegar da 
outra mão, deslizar lateralmente desde a saliência da sola, como 
mostra a imagem. Repetir o movimento 8 vezes; 
 Passo2: Empurrar os dedos do pé para trás com uma das mãos e com 
o polegar da outra mão, deslizar da saliência da sola até ao espaço 
entre o dedão e o 2º dedo. Repetir o movimento 6 vezes; 
 Passo 3: Pousar o polegar no 3º dedo do pé direito e descer até à linha 
da saliência da sola. Depois, pressionar esse ponto, como mostra a 
imagem, e fazer pequenos círculos por 10 segundos; 
 Passo 4: Pousar o polegar logo abaixo da saliência da sola e subir 
lateralmente e suavemente até ao ponto assinalado na imagem. Nesse 
ponto, fazer pequenos círculos durante 4 segundos. Repetir o 
movimento 8 vezes, suavemente, fazendo círculos conforme vai 
avançando; 
 
 
 
59 
 Passo 5: Dobrar o pé para trás e com o polegar da outra mão, subir 
até à base dos dedos, como mostra a imagem. Fazer o movimento para 
todos os dedos e repetir 5 vezes; 
 Passo 6: Percorrer com o polegar a parte lateral do pé até ao tornozelo 
como mostra a imagem, repetindo o movimento 3 vezes suavemente. 
Além desta massagem, para aliviar a azia é também importante seguir outros 
cuidados como evitar comer muito depressa, comer uma pequena quantidade 
de alimentos em cada refeição, evitar beber líquidos durante as refeições e 
não deitar-se logo após comer. 
 As práticas Tradicionais Chinesas chegaram ao Ocidente a partir da 
década de 60 doséculo XX. Sua presença vem aumentando 
significativamente desde então e contribuindo deforma consistente no 
conjunto de mudanças por que passa a medicina mecanicista, como por 
exemplo, na perspectiva preventiva de saúde que incentiva a construção de 
uma consciênciade auto-cuidado do indivíduo. 
 Perspectiva cada vez mais necessária diante do aumento dedoenças 
crônicas como diabetes e hipertensão. Outra contribuição interessante destas 
práticasencontra-se também no debate sobre o processo de humanização do 
SUS. 
 Pois proporcionamtambém a proximidade entre as pessoas e a 
possibilidade de trocas solidárias e afetivas queagem no campo 
psicossomático. 
Destacamos as seguintes Práticas Corporais: 
 O Lian Gong se caracteriza por uma técnica de exercícios para prevenir 
etratar de dores no corpo e restaurar a sua movimentação natural. A práticado 
Lian Gong se fundamenta nos mesmos conceitos básicos da 
MedicinaTradicional Chinesa que fundamentam a massagem Tui Na, a 
Acupuntura, a Fitoterapia chinesa e o Qi Gong: o Qi, os Meridianos e a relação 
Yin e Yang. 
Figura 47: 
 
 
 
60 
 
Figura 48: 
 
 
 
 O Tai Chi Chuan é reconhecido também como uma forma de meditação 
emmovimento. Apesar de ter suas raízes na antiga China, o Tai Chi Chuan 
éatualmente uma arte praticada em todo o mundo. É apreciado no 
 
 
 
61 
ocidenteespecialmente por sua relação com a meditação e com a promoção 
da saúde,oferecendo aos que vivem no ritmo veloz das grandes cidades uma 
referênciade tranqüilidade e equilíbrio. 
Qi-Gong ou Chi Kung é a "ciência e prática" do Chi (Qi), que pode ser pensada 
como umcampo de energia movendo-se pelo corpo. A saúde física e mental 
podem ser alegadamentemelhoradas aprendendo a manipular o Chi através 
da respiração, movimento e atos davontade. 
 Até afirmam que podemos fortalecer o sistema imunológico controlando 
o Chi. 
 TuiNá é uma forma de massagem chinesa freqüentemente utilizada 
junto comoutras técnicas terapêuticas da Medicina Tradicional Chinesa, como 
aacupuntura, moxabustão, fitoterapia chinesa e Qi Gong. O TuiNá 
empregatécnicas de massagem para estimular ou sedar os pontos dos 
meridianos dopaciente, visando o equilíbrio do fluxo de energia por estes 
canais. 
Figura 49: 
 
 
Figura 50: 
 
 
 
62 
 
 
Figura 51: 
 
 
 
 
63 
 
Figura 52: 
 
 
Figura 53: 
 
 
 
64 
 
 
Figura 54: 
 
 
Figura 55: 
 
 
 
65 
 
 
Figura 56: 
 
 
 
 
66 
 
Figura 57: 
 
 
Figura 58: 
 
 
 
67 
 
Figura 59: 
 
Figura 60: 
 
 
 
 
68 
 
Figura 61: 
 
 
 
 
Figura 62: 
 
 
 
 
69 
 
Figura 63: 
 
 
 
 
 
70 
UdW10 podemos considerar os pés como o espelho do corpo. O pé direito 
corresponde ao hemicorpo D e o pé esquerdo ao hemicorpo E. 
 Com base nessa experiência, os órgãos duplos como pulmões, rins, 
ovários, são encontrados nos dois pés e os órgãos ímpares como fígado, 
coração e baço, são encontrados no pé direito ou esquerdo, seguindo a 
mesma localização que ele no corpo. 
 A coluna por estar no centro do corpo, está localizada ao longo da linha 
lateral interna em ambos os pés e as partes externas como ombros, joelhos e 
quadris estão dispostos na porção lateral externa. 
Figura 64: 
 
 
 
Figura 65: 
 
 
 
 
71 
 
Figura 66: 
 
 
Figura 67: 
 
 
 
 
72 
 
Figura 68: 
 
 
 
 
 
 
73 
Figura 69: 
 
 
Figura 70: 
 
 
 
 
 
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Figura 71: 
 
 
Figura 72: 
 
 
 
 
 
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Figura 73: 
 
 
Figura 74: 
 
 
 
 
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Figura 75: 
 
 
 
 
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Figura 76: 
 
 
 
 
 
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Figura 77: 
 
 
Figura 78: 
 
 
 
 
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Figura 79: 
 
 
 
 
 
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Figura 80: 
 
 
Figura 81: 
 
 
 
 
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Figura 82: 
 
 
Figura 83: 
 
 
 
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Figura 84: 
 
 
 
 
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Figura 85: 
 
 
 
 
 
 
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Figura 90: 
 
 
 
 
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Figura 91: 
 
 
 
 
 
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Figura 92: 
 
 
Figura 93: 
 
 
 
 
89 
 
Figura 94: 
 
 
 
 
90 
 
Figura 95: 
 
 
 
 
91 
 
Figura 96: 
 
 
 
 
 
92 
 
13- DUAS RACIONALIDADES MÉDICAS: A ORIENTAL E A 
OCIDENTAL 
Quando nos perguntamos de onde vieram as sementes do pensamento 
moderno ocidental não hesitamos em concordar com Gleiser (1997) quando 
afirma que tiveram origem na Grécia Antiga, em particular no período com-
preendido entre os séculos IV e VI a. C. O início dessa aventura intelectual é 
definido pelo aparecimento dos filósofos pré-socráticos que, segundo o 
estudioso, foram os primeiros pensadores a tentar responder questões sobre 
a natureza usando a razão e não a mitologia ou a religião. 
O interesse pelo saber racional, instigado pelo mistério que sempre mo-
tivou o pensamento religioso está na raiz de toda ciência. Segundo Aristóteles, 
Tales foi o primeiro filósofo a postular que a substância fundamental do Cosmo 
seria a água, o que revela uma visão profundamente orgânica da natureza. 
Foi também com Tales de Mileto que nasceu, no mundo ocidental, a ideia de 
buscar uma estrutura material unificada do Universo, algo que ainda motiva 
boa parcela do trabalho de cientistas de todas as partes do planeta, da física 
de partículas elementares à biologia molecular e genética. 
De acordo com Tales e seus discípulos, a natureza é uma entidade 
dinâmica, em constante transformação, que se renova indefinidamente em 
formas e criações (ibidem). Essa visão foi criticada por outra escola pré-
socrática, a de Parmênides, que defendia ideias opostas às de Tales, 
afirmando que o essencial nunca pode se transformar. O que “é” 
simplesmente é. Talvez se possa identificar nessa ideia o germe da 
concepção de uma entidade eterna, transcendente, que está além das 
transformações, e que considera a mudança menos fundamental que a 
essência primeira. A partir dessa constatação, é possível afirmar que o debate 
entre o eterno e o novo, o Ser e o Vir-a-Ser, já havia começado no Ocidente 
há cerca de 2.500 anos. 
 
 
 
93 
Mas é preciso recuar mais tempo quando se levam em conta os 
pensadores e os filósofos do mundo oriental. Uma grande quantidade de 
textos cosmológicos legados ao taoísmo informa-nos sobre um Sopro 
primordial, denominado Qi(ou Ch´i), preexistente à formação do Céu e da 
Terra. O Tao Te King, organizado por Lao Tsé (s. d.), é considerado o mais 
importante livro a respeito do Taoísmo. Em seu capítulo 42 diz o seguinte: 
O Tao gera o Um 
O Um gera o Dois 
O Dois gera o Três 
O Trêsgera todas as coisas 
Todas as coisas dão as costas ao escuro, 
Dirigindo-se para a luz. 
A energia que entre eles flui lhes fornece a harmonia. 
Enquanto o pensamento ocidental foi a base da chamada medicina 
científica moderna, a essência da filosofia oriental foi o alicerce das chamadas 
medicinas tradicionais orientais, em especial a chinesa. No entanto, 
recentemente, vimos observando que a tendência da medicina ocidental é 
incluir em seu “arsenal terapêutico” procedimentos oriundos das medicinas 
tradicionais, especialmente aquelas praticadas no Oriente, como a 
acupuntura, o moxabustão, a prática da meditação, o tai-chi, as artes marciais, 
a fitoterapia, a dietoterapia, entre outras modalidades terapêuticas (Portaria 
971 – PNPIC). A esse respeito, é preciso reconhecer o enorme esforço de 
pesquisadores do país em comprovar cientificamente os conhecimentos 
milenares, no sentido de legitimá-los e inscrevê-los no campo das 
especialidades médicas ocidentais. 
 
 
 
94 
Apesar de trabalharem com paradigmas médicos distintos, orientados 
por cosmologias conflitantes, as racionalidades médica oriental e científica 
têm alguns pontos de confluência. 
Percebe-se que tanto a medicina ocidental quanto a oriental 
compartilha o mesmo objeto, o ser humano doente, além de visarem ao 
mesmo objetivo de cura do indivíduo, restabelecendo-lhe a saúde, ou, até 
mesmo, buscando expandi-la. 
Além disso, baseiam-se na mesma cosmologia integradora da natureza 
e do ser humano e, em relação à intimidade humana, defendem o equilíbrio 
fisiológico, psicológico e postural. O meio ambiente, natural e social, bem 
como as circunstâncias do processo de adoecimento têm, para ambas, 
grande importância no estabelecimento de diagnósticos. 
No que diz respeito à concepção do termo saúde, para as duas raciona-
lidades médicas a saúde não constitui uma ciência em si ou mesmo um campo 
separado de outras instâncias da realidade social. Por isso, tanto no que 
concerne à problemática teórica quanto à metodológica, a promoção e o 
restabelecimento da saúde estão submetidos a mesmas vicissitudes, 
avanços, recuos, interrogações e perspectivas integradoras, seja da óptica 
ocidental, seja da oriental (Apezechea, 1984). 
A partir das semelhanças apontadas, pode-se concluir que a 
especificidade do setor saúde é dada por inflexões socioeconômicas, políticas 
e ideológicas relacionadas ao saber teórico e prático sobre saúde e doença, 
além de recair sobre a institucionalização, a organização, a administração e a 
avaliação dos serviços e, especialmente, sobre a clientela dos Sistemas de 
Saúde. Nesse caráter peculiar e diferencial reside sua abrangência 
multidisciplinar e estratégica. O reconhecimento da realidade complexa que 
diz respeito ao campo da saúde demanda conhecimentos distintos, integrados 
e interdisciplinares, e coloca de forma imediata o problema da intervenção, 
seja sobre o indivíduo, seja sobre a coletividade. É nesse sentido que a saúde 
 
 
 
95 
requer uma abordagem dialética, quecompreende para transformar, e cuja 
teoria é permanentemente desafiada pela prática, e surge a partir dela. Para 
ampliar essa compreensão sobre o campo da saúde e suas complexas 
relações recomendamos a leitura de Minayo (1995). 
Na história das medicinas ocidental e oriental as questões relativas à 
compreensão do ser humano também apresentam analogias. Para ambas, é 
evidente que o homem não pode ser resumido a certo número de recortes 
orgânicos, por exemplo. Não é suficiente adicionar determinada quantidade 
de órgãos para criar uma vida. As noções de integralidade e complexidade 
estão no cerne das discussões da área médica e devem nos interrogar 
permanentemente. 
Com efeito, a perda da abordagem do ser humano enquanto 
globalidade em benefício de um olhar técnico e único, próprio da medicina 
ocidental, cria mal estar no sujeito doente, que se sente despossuído de seu 
estatuto de sujeito. A abordagem da medicina oriental, ao contrário, busca 
justamente preservar a globalidade do sujeito, e o processo vital e social em 
geral. Procura a causalidade da doença dentro de um contexto mais amplo, 
multifatorial, e é contrária à hiperespecialização. Resta-nos investigar os 
modos de articular e integrar os dois saberes. 
Não é difícil constatar que a medicina científica moderna trabalha 
essencialmente com a doença. Na verdade, o conceito de fisiopatologia 
permite um distanciamento entre o sujeito e sua saúde/doença. A afirmação 
corriqueira da Clínica de que “não existem doenças e sim doentes” é 
desmentida pela insistência em uma prática fragmentada e instrumentalista, 
que cumpre a função de assinalar e reforçar a distância entre o sujeito integral 
e a especificidade de sua doença. Nesse sentido, é inegável que o objeto da 
fisiopatologia, hegemônico na formulação da Clínica Médica, é a doença e 
não o doente. Já para o campo das práticas de Saúde Pública nunca será 
possível um recorte desse tipo. Ao contrário, cabe à Saúde Pública lidar com 
 
 
 
96 
o doente, mas sempre no plural, restaurando a cada passo o caráter social de 
seu objeto fundamental, o coletivo população. 
14- RELAÇÕES COMUNICATIVAS ENTRE AS MEDICINAS 
ORIENTAL E OCIDENTAL 
A dimensão integradora do homem e da natureza numa perspectiva de 
macro e microuniversos, que postula a integralidade do sujeito humano, 
constituída de aspectos psicobiológicos, sociais e espirituais, embasa as 
dimensões das racionalidades médicas oriental e ocidental. No entanto, há 
diferenças no que concerne aos aspectos relativos à presença ou não de 
elementos cosmológicos, e especialmente quanto ao diagnóstico e ao modelo 
terapêutico. 
Os diferentes fenômenos que levaram a modificações sucessivas da 
visão da medicina científica moderna não atingiram as medicinas tradicionais 
nascidas no Oriente. Para essas medicinas, os elementos cosmológicos 
desempenham um papel importante na determinação das constituições 
individuais, enquanto para a racionalidade médica ocidental o elemento 
cosmológico é desconsiderado, já que desprovido de base científica. Portanto, 
não tem valor algum. E não constitui objeto de investigação da ciência médica, 
na medida em que o objeto epistemológico desse sistema é a doença, sua 
identificação, etiologia e classificação macro ou microanatômica. Ou seja, 
somente o que pode ser visto, sentido e medido matematicamente pelo 
homem é considerado pela medicina ocidental. 
No entendimento de Luz (1993), a medicina moderna desde seu início, 
com a criação das escolas médicas, procurou afastar-se da explicação mítica 
para os problemas de saúde. 
A visão de Deus, dos espíritos e toda doutrina ligada aos ensinamentos 
judaicos e cristãos foram afastados da ciência médica moderna (Luz, 1993). 
Na perspectiva das medicinas orientais, ao contrário, toda doença é 
 
 
 
97 
decorrente de um desequilíbrio em que interagem forças naturais (materiais) 
e cosmológicas (imateriais). 
Esse desequilíbrio é visto como uma ruptura de harmonia biológica, 
social e cósmica, e inclui o ser humano ao mesmo tempo enquanto expressão 
e partícipe. De acordo com as medicinas orientais, absurdo seria não 
considerar a harmonia e a relação entre os elementos do micro e do 
macrocosmos. 
A partir desse prisma, é possível entender por que PadillaCorral (2006) 
considera a Medicina Tradicional Oriental, em sua origem, não uma medicina 
em sentido estrito, já que não tem a intenção de tratar as doenças, mas um 
aprendizado de como viver a vida. 
Segundo o autor, à medida que nos aproximamos da época moderna 
surge um outro modo de tratar as doenças, pois “o homem adoece ou é 
propenso a adoecer porque não sabe viver e desfrutar a vida, porque perdeu 
essa conexão, esse intercâmbio com seu Universo. 
Essa falta de conexão e interrelação com o meio é o que o faz enfermar, 
é o que hoje em dia se chama entorno: a relação commeu universo, a relação 
comigo mesmo, a relação com os demais” (ibidem). 
Diante do exposto, é possível concluir que trabalhamos com o pressu-
posto da existência de duas racionalidades distintas para explicar a realidade 
de saúde e intervir sobre ela: a que se assenta sobre a ciência médica 
moderna, de caráter hegemônico em nossa sociedade, e a que se apresenta 
como medicina tradicional, ligada à tradição oriental, e que vem sendo 
considerada válida pelo sistema oficial de saúde pública. 
Pode-se dizer que os conceitos das medicinas tradicionais integram, 
cada vez com maior assiduidade, as práticas sociais em curso, participando 
ativamente da realidade social brasileira. Portanto, hoje as medicinas 
 
 
 
98 
tradicionais são parte integrante do conjunto de forças vivas presentes nos 
sistemas de saúde. 
15- ROMPENDO AS BARREIRAS 
O diálogo entre as duas racionalidades médicas já existe entre nós. 
Percebe-se que o avanço das medicinas tradicionais nos países ocidentais 
tem criado condições para favorecer a troca entre as duas correntes de 
pensamento. É interessante realçar que uma das práticas que caracterizam a 
complexidade dos problemas sociais, em especial no campo da saúde 
pública, é o enfoque interdisciplinar das pesquisas científicas e tecnológicas. 
Pode-se constatar que a pesquisa de caráter interdisciplinar vem ganhando 
espaço no campo da saúde pública. 
Nos anos recentes, todas as áreas da saúde têm merecido estudos 
transversais que aliam diversas especialidades, empenhadas na busca 
continuada de transferência de tecnologias e de incremento do processo 
educativo visando à aquisição de novos hábitos por parte da população. 
O objetivo é alcançar um mínimo de soluções para as contradições que 
estruturam e garantem a complexidade investigada. O processo pode levar a 
uma “medicina plural”, mais apta a responder aos desafios da complexidade 
e à riqueza antropológica da medicina, a despeito de nossas próprias 
representações, que ainda resistem como forma de obstáculos à 
comunicação entre as duas racionalidades. 
O encontro e a comunicação entre as duas correntes de pensamento 
médico, promovidos no campo da saúde pública, poderiam constituir um 
sólido alicerce antropológico, fundamental para manter a continuidade da 
tensão criativa entre essas diferentes bases filosóficas. 
A busca de relações entre elas sem dúvida contribui para a construção 
de um novo modelo de representação das ações no campo da saúde, mais 
apto a enfrentar os desafios ligados à complexidade da vida moderna. 
 
 
 
99 
Diante desse deslocamento de olhares da ciência, precisamos de 
conhecimentos que revelem as ligações, as articulações, a solidariedade, as 
interdependências, as implicações e as complexidades de nosso objeto de 
estudo, de modo a podermos contribuir para a aproximação entre a visão 
holística das medicinas tradicionais e o dualismo cartesiano que está na raiz 
do pensamento e da ciência moderna. 
Embora os paradigmas constitutivos das duas práticas médicas sejam 
diferentes e contraditórios, pois enquanto um enfoca a doença o outro prioriza 
a saúde, a comunicação entre eles pode renovar as intervenções na saúde 
pública, que tem se esforçado por garantir seu diálogo. 
É preciso garantir a posição da saúde pública como um lugar de debate 
de ideias. Sem dúvida, ela ainda preserva um espaço onde se pode pensar a 
saúde, espaço permanentemente aberto para refletir sobre a transformação 
das práticas, para que tenhamos mais comprometimento com as 
necessidades de saúde da população. 
Nesse sentido, as Práticas Integrativas e Complementares em saúde 
funcionam como uma das respostas a esse debate de ideias, na medida em 
que fomentam práticas estratégicas e pensamentos renovados sobre a saúde 
pública. 
Renovados porque reivindicam a diversidade interdisciplinar. Pois para 
as práticas não há fronteiras e nem interdições entre os saberes, entre as 
distintas disciplinas e áreas de conhecimento, ainda que elas se caracterizem, 
indiscutivelmente, por linguagens próprias, regidas por códigos de expressão 
diferenciais, que pouco se aproximam das atividades da medicina científica. 
No entanto, cada vez mais as linguagens seculares da medicina 
tradicional vão sendo incorporadas pelo setor saúde. 
São pessoas comuns da população que trabalham, inclusive, na 
construção de canteiros de plantas medicinais, resgatando seu uso popular e 
 
 
 
100 
tradicional no combate a inúmeros problemas de saúde, especialmente 
aqueles ligados à assistência primária em saúde. 
Há hoje na SMS-SP mais de 150 hortas de plantas medicinais, muitas 
delas construídas e mantidas por voluntários. 
Além disso, a SMS vem estreitando suas relações com outras 
secretarias municipais, como as secretarias da Educação, Cultura, Esportes, 
do Verde e Meio Ambiente e das Subprefeituras. Um dos canais mais 
favoráveis a esse diálogo intersecretarial são as Práticas. 
Nos últimos anos, mais de duas dezenas de cursos de fitoterapia e 
plantas medicinais foram realizados em estreita parceria entre as secretarias 
da Saúde e Verde e Meio Ambiente. Cerca de 1.500 pessoas participaram, 
incluindo desde agentes comunitários de saúde e proteção ambiental até 
profissionais mais graduados, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, 
psicólogos e farmacêuticos. 
Processo semelhante vem ocorrendo em outras secretarias municipais. 
O exemplo mais recente é o Programa Saúde na Escola (PSE), no qual as 
secretarias da Educação e da Saúde atuam em estreita parceria. Dentre as 
diversas atividades desenvolvidas na comunidade escolar destacam-se os 
canteiros com as hortaliças e plantas medicinais e as práticas corporais e 
meditativas. 
Na Figura 1 pode-se observar o trabalho que um agente do Programa 
Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), ligado à Estratégia de Saúde da 
Família da SMS-SP, vem desenvolvendo junto aos alunos de uma escola 
municipal localizada na zona norte da capital. 
O Programa Ambientes Verdes e Saudáveis é reconhecido como um 
dos programas da Secretaria Municipal da Saúde que mais promovem 
articulações intersetoriais e intersercretariais em busca de proteção do meio 
ambiente e da vida. Seu campo de atuação abrange, especialmente, a 
 
 
 
101 
poluição da água e do ar, a erosão da terra, as agressões sistemáticas à 
biodiversidade e a degradação da vida social. 
Desenvolvido no período entre 2005 e 2008 por iniciativa da Secretaria 
Municipal do Verde e do Meio Ambiente, em articulação com o Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente, a partir daí o Programa vem enfrentan-
do uma série de problemas decorrentes da situação de degradação do meio 
e da vida. A ideia básica do programa foi implementar ações intersetoriais 
para a proteção ambiental, que pudessem, em curto prazo, ter reflexos 
positivos sobre a saúde da população. 
Três secretarias municipais comprometeram-se a desenvolver essas 
ações de forma integrada: a Secretaria da Saúde, a Secretaria do Verde e 
Meio Ambiente e a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento 
Social. Foi apenas no final de 2008 que o Programa foi incorporado à 
Secretaria Municipal da Saúde, sendo incluído na Estratégia da Saúde da 
Família. 
Para atingir os diversos objetivos a que se propõe, o Programa 
desenvolve centenas de projetos junto às Unidades Básicas de Saúde, em 
consonância com os principais problemas dos territórios locais, agrupados em 
sete eixos de intervenção: biodiversidade e arborização; água, ar e solo; 
gerenciamento de resíduos sólidos; agenda ambiental na administração 
pública; horta e alimentação saudável; revitalização de espaços públicos; 
cultura e comunicação. 
É importante mencionar alguns exemplos entre os muitos projetos de-
senvolvidos a partir dos eixos de intervenção mencionados. Um dos casos 
mais bem sucedidos é, sem dúvida, o Gerenciamento de Resíduos Sólidos,

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