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____ _ _ objetivo geral das técnicas projetivas psicopedagógicas aqui >stas é estudar as redes de vínculos que um sujeito estabelece em giancjes domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo, n cada um desses domínios -com diferenças individuais- é possível nhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos ctos que constituem um vínculo: neste caso o vínculo de ndizagem . n nível inconsciente, no qual um conjunto de conteúdos nào é >nhecido e. apesar de sua tentativa de emergir no campo pré-cons- jte ou consciente, permanece ignorado. Um nível pré-consciente, s conteúdos e mecanismos, sem ser estritamente inconscientes, m do campo da consciência, mas podem ter acesso ao mesmo. F. íivel consciente, no qual os conteúdos e mecanismos, as percepções nas e externas são conhecidas e representadas em pensamentos, vras, desenhos, etc. 0 •< 1 z u; ■>Sf: Co TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS PAUTAS GRAFICAS PARA SUA INTERPRETAÇÃO Lic. Silvia Cora Schumacher 3 „ ^ — — i — B M M W —I J O R G E V I S C A TÉCMGAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS E PAUTAS GRÁFICAS PARA SUA INTERPRETAÇÃO 2a Edição Compiladora Susana Rozenmacher Visca & Visca Editores ...____J 4«-% ,m io ige Vista ( 19^ - 2000) 1 oimou sc u h t ícnu is da I ducacão na i auildide de I ilosolia e Leüas tfa Unrvusidade dc Buenos A iic-i P-acologia Social na P iim uia 1 scola Pailiv.iiLn de Psicologi i Social 1 muldu o ( cnlio de I sludos Psicopeda^ogic os lia cidade dc Buenos \ircs c os Cui- üos dc I sludos Psicopcdagogicos do Rio dc Janeiro Cm iliba São P lulo e S ilvadoi no Biasil I oi doccnte do cmso dc pos- graduatão na Uimcisidade dc liuenos Aucs c na Pontiiicia l ni\cisidadc C alolica do Paiana Hi i il na especialidade dc psicopedagogia 1 oi o ciiadoi da J pi lunologia Com ci gente TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS E PAUTAS GRÁFICAS PARA SUA INTERPRETAÇÃO Traductora: Jacqueline Andréa Glaser Diseno: Juan Lagomarsino Corrección: Adelina Chavez Hecho el depósito que marca la ley 11.723 Impreso en la Argentina Io Edición: Visca & Visca, 2008 2° Edición: Visca & Visca, 2009 ©Visca & Visca Charcas 3882 P.B. "A" (1425) Buenos Aires - Argentina Tel. (54) (11) 4832-2600 www.cepjorgevisca.com.ar info@cepjorgevisca.com.ar Visca, Jorge TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS E PAUTAS GRÁFICAS PARA SUA INTERPRETAÇÃO ; 2a ejl - Buenos Aires : ; Visca & Visca, 2009. 224 p . ; 20x14 cm. ISBN 978-987-98371-6-0 1. PsicopedagQgia. I Título Prohibida su.reproducción total o parcial. Derechos reservados. Esta edición de 1.000 ejemplares se terminó de imprimir en el mes de Julio de 2009 en Alba Impresores S.R.L. Av. Amancio Àlcorta 3910 C1437HUW Buenos Aires - República Argentina Tel.: 4139-5984/5878 albaimpresores@gmail.com ' ÍNDICE Nota da tradutora Prólogo Prefácio da segunda edição Agradecimentos Prólogo das pautas gráficas para a interpretação das técnicas projectivas psicopedagógicas INTRODUÇÃO As Técnicas Projetivas Técnicas Projetivas Psicopedagógicas As posições na folha Advertência Primeira parte VÍNCULOS ESCOLARES 1. Par Educativo 2. Eu com meus colegas 3. A planta da sala de aula Segunda parte VÍNCULOS FAMILIARES 1. A planta da minha casa 2. Os quatro momentos de um dia 3. Família Educativa Terceira parte VÍNCULOS CONSIGO MESMO .1. O desenho em episódios 2. O dia do meu aniversário 3. Em minhas férias 4. Fazendo o que mais gosto A PROPÓSITO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS Post-scriptum Bibliografia Biografia NOTA DATRADUTORA No momento da tradução deste livro do espanhol para o português, um- professor do mestrado - da disciplina de psicologia social e praticas intereulturais - comentou que não existe tradução verdadeira de uma lingua para outra. Nada animador, mas também nada que eu ja não estivesse percebido na escolha da melhor palavra, da expressão que cabe, do sentido que usamos no português para expressar o que veio do espanhol. Considero que muito além do dominio das linguas, o que tornou essa tradução possivel, não esquecendo dos quase 20 anos de pratica psicopedagogica, foram os longos anos de convivio com “meu mestre”, como eu. chamava o Visca. Todo esse tempo de contato, como aluna, como assessora, como “colega” (era como ele gentilmente se referia à todos que faziam seu curso) que me autorizaram a aceitar esta tradução. Foram muitas as discussões, os cursos, as trocas de idéias, e mesmo as conversas informais que me sinto confiecedora das idéias do “mestre” e admiradora da Epistemologia Convergente. Agradeço demais Raquel, Tuli e Florência pela confiança deposi tada para esta tarefa. Jacqueline Andréa Glaser Lyon, outubro de 2007. PRÓLOGO Esta obra surge devido à integração de dois livros anteriores‘do Prof. Jorge Visca: «Técnicas Projetivas Psicopedagógicas» e «Pautas Gráficas para a : Interpretação das Técnicas Projetivas Psicopedagógicas» Oremos ser útil e necessário, e mais do que tudo prático, o fato de uni-los e compaginá-los em um só. A história começa em 1994 quando é publicado “Técnicas Projetivas Psicopedagógicas” e continua em 1998 com o aparecimento de “Pautas Gráfi cas para a Interpretação das Técnicas Projetivas Psicopedagógicas”. Este se gundo texto respondeu à demanda de numerosos grupos de estudo, de seminários, de supervisionandos, que exerciam e exercem a prática psicopedagógica. O Prof. Jorge Visca comentaria no prólogo de Pautas... “Generalizando poderia dizer que escutando os profissionais, eles expressavam: seria necessário ter além das análises e critérios que aparecem no livro de “Técnicas Projetivas Psicopedagógicas” mais exemplos gráficos que mostrassem as projeções dos vínculos de aprendizagem que podem acontecer nos diferentes domínios”. Agregamos neste último livro, o prefácio da segunda edição, para quem estes escritos forem novidade e aos quais não tenham tido acesso anteriormente. Esperamos que este texto de consulta permanente possa ser implementado e usado com os mesmos resultados satisfatórios, como foi até agora. P rof Susana Rozenmacher PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO DE TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS É com grande satisfação^ue redijo esta apresentação de Técnicas Projetivas Psicopedagógicas, que é uma edição corrigida e aumentada graças às inúmeras observações do público leitor em geral, e em particular de colegas que assistiram a cursos, seminários e conferências sobre o tema. Desejo agradecer em especial a três colegas que me deram impulso e estí mulo para a realização desta segunda edição: Débora Silva de Castro Pereira - coordenadora do Centro de Estudos Psicopedagógicos de Salvador / Bahia, que se propôs a fazer a tradução da primeira edição para o português; Wilma Barata Barbosa - reconhecida profissional do campo da psicopedagogia no Rio de Janeiro, que comentou: “...este é teu melhor livro, é claro e. diz o que não se havia dito até agora na psicopedagogia” e Wanda Aragão - docente da Universidade Estácio de Sá, também no Rio de Janeiro, que me exigiu a reedição antes do próximo seminário sobre Técnicas Projetivas Psicopedagógicas. Também desejo expressar o meu reconhecimento à Srta. Antonia Bravo, que com sua dedicação colabora de forma inestimável em todas as minhas publicações. Cabe mencionar que nesta edição consta um capítulo nomeado A propósito das técnicas projetivas psicopedagógicas, no qual se contextualizam as técni cas em sèu marco teórico e em relação ao objeto de estudo da psicopedagogia: a aprendizagem. Neste capítulo tentou-se exemplificar com uma rede de vín culos e um caso diagnóstico concreto. I AGRADECIMENTOS Não seria justo se não expressasse um agradecimento aos pacientes que inspiraram a maioria das provas projetivas que aparecem a seguir pois com exceção do «Par Educativo», «Eu com meus Colegas» e «O desenho em episódios», as sete provas restantes são o resultado da atividade clínica com c rianças , ado lescen tes e adu lto s , tan to -d u ra n te ae tapa de reconhecimento diagnóstico como durante o posterior processo corretor, que facilitou a comprovação e retificação das hipóteses elaboradas em função de provas projetivas. Também devo agradecer aos nunerosos grupos de estudo qué ao mesmo tempo que aprendiam, colaboravam na elaboração das provas através da análise crítica dos procedimentos e critérios de avaliação. Estimo que seja útil mencionar a metodologia utilizada com estes grupos, que tanto facili tará na compreensão da sua participação como no significado e alcance da mesma:.a) em um primeiro momento se administrava a prova ao grupo, o que lhe permitia uma vivência e me facilitava a elaboração e adequação da ordem e de perguntas complementárias; b) em um segundo momento se escolhia uma ou umas provas ao acaso e as analizavam sem critérios prévios; c) em um terceiro momento as aplicavam a-um grupo de escolares que freqüentavam uma mesma série e comparavam os resultados obtidos e d) em um quarto momento as administravam individualmente em diagnósti cos psicopedagógicos. Embora todos os grupos não tenham participado das quatro etapas des critas acima, devo dizer que sua ajuda foi inestimável; por isso meu agradecimento aos colegas que participaram de tal tarefa nos Seminários do Centro de Estudos Psicopedagógicos de Buenos Aires, no Curso para profissionais estrangeiros de língua portuguesa, também do mesmo Cen tro; aos colegas dos Centros de Estudos do Rio de Janeiro, São Paulo, C uritiba e Sa lvador; aos alunos da P ós-graduação da P on tifíc ia Universidade Católica do Paraná e aos docentes da Especialização em Psicopedagogia Escolar âa'Univ.ersidade Estácio de Sá. Também desejo expressar meu reconheciinento a Prof. Malvina Oris, — 10 — co-autorá do “Par Educativo”, com quem graças à uma estreita amizade foram possíveis ricos intercâmbios sobre o tema; à Dra. Elsa Schiimid- Kitsikis, titular da cátedra de Clínica da Universidade de Genebra, com quem aprendi “O desenho em episódios” e à Prof. Sara Bozzo, que utilizou a prova “Eu com meus Colegas” em sua tese e me informou do recurso projetivo que considero mais especializado para o estudo do vínculo com os colegas no meio escolar. PRÓLOGO DAS PAUTAS GRÁFICAS PARA A INTERPRETAÇÃO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS Este livro me foi sugerido de distintas formas pelos integrantes de numerosos grupos de estudo e supervisandos que exercem a prátiça psicopedagógica de forma particular ou institucional. . . Generalizando poderia dizer que o comentário era o seguinte: “Seria necessário ter, além das análises é critérios interpretativos escritos que aparecem nó livro Téc nicas Projetivas Psicopedagógicas, mais exemplos gráflços que mostrassem as projeções dos vínculos de aprendizagem que podem acontecer nos diferentes domínios”. Por isso a idéia que motivou este trabalho não consiste na elaboração de : um quandro com valor estatístico, mas em explicar de forma gráfica certa freqüência nas regularidadesque podem servir de portas ou pontes para investigações clínicas mais minuciosas, nos casos particulares e quem sabe também errj situações em que se deseja estudar um grupo ou população que por algum motivo seja significativa. Os desenhos que constam no corpo do trabalho são o resultado de quatro dife rentes fontes: 1) desenhos de pacientes, 2) desenhos de alunos de cursos e seminários, que para realizar uma aprendizagem vivencial aceitaram submeter-se às provas de maneira experimental, 3) desenhos que surgiram de pequenas investigações clíni cas e 4) alguns poucos estudos com sentido estatístico realizados por assistentes dos grupos de estudo. ' Definitivamente, os resultados aqui destacados, só tentam refletir duas questões: certas características dos desenhos em si e algumas relações com significados psicosociais; vale dizer, esquemas afetivo-cognitivo-sociais. Por isso foram regis tradas questões como: posição dos desenhos na folha, posição dos personagens entre si, tamanho dos mesmos, etc. e possíveis significados. Cabe destacar que esses desenhos também servem para realizar exercícios de interpretação, quando aindá não tenham sido feitas verdadeiras aplicações, e não se pode deixar de lembrar que na etapa atual do. desenvolvimento das Técnicas Projetivas Psicopedagógicas, é imprescindível completar as aplicações clínicas com interrogatórios sutis e diálo gos não transparentes que permitam uma compreensão o mais adequada possível. Visca 1998 INTRODUÇÃO Se hoje é aceito por todos -ou quase todos- que quando se aprende se coloca em jogo tanto a inteligência como a afetiyidade. não são muitas as técnicas psicopedagógicas que investigam este segundo aspecto. Geralmente são utilizados recursos provenientes da prática psicológica e aos resultados obtidos é dada uma interpretação em função da perspectiva psicopedagógica; vale dizer, tenta-se explicar a variável emocional que condi- ' dona positiya;ou n e g a Ú Y m m tS .J ^ K ê ^ a g m w . As técnicas projetivas são um recurso entre outros que permite investigar essa dimensão, no que se refere ao vínculo ou vínculos que um sujéito estabelece ̂ com ^aprend izagem propriamente dita, assim como também com as circunstâncias dentre as quais jse opera essa construção. Ambos os aspectos -a característica do vínculo de aprendizagem e as circunstâncias em que o mesmo se produz- como são sentidos, podem ser parcial ou totalmente desconhecidas por quem os vivência; também pode ocorrer que possuindo um certo conhecimento, - como geralmente acontece- tenha dificuldade em comunicá-lo ao entrevistador que necessita conhecê-los. Quantas vezes alguém que deseja transmitir, por exemplo, a planta da sua casa ou apartamento, quando começa a desenhá-la, toma consciência das proporções da mesma e da falta de conhecimento de certas partes. Numa experiência realizada com üm grupo de aproximadamente igual tempo, comprovou-se: a) como nenhum deles atribuía uma mesma proporção às diferentes partes do lugar de trabalho, b) como alguns espaços eram desconhecidos e c) que as dimensões e o cuidado com o detalhe de certas partes do desenho se encontravam diretamente relacionados com o vínculo positivo que haviam estabelecido com esse espaço. Não obstante, antes, quando haviam pedido que descrevessem o lugar de trabalho, aos seus relatos além de não se diferenciarem muito, faltava toda a significação emocional manifesta. Vendo sob outro aspecto, cabe aqui se perguntar, no que podem contribuir de diferente as provas projetivas psicopedagógicas com relação às utilizadas. gelo' psicólogouSua justificação pode radicar na fórmula de Kurt Lewin, que é possível resumir dizendo que a conduta é função da personalidade e da situação na qual se produz: e neste caso as situações são exclusivamente referentes-à aprendizagem. Sem dúvida, a primeira idéia que nos ocorre quando escutamos as palavras aprendizagem ou psicopedagogia, está vinculada à aprendizagem escolar; no entanto aqui o significado será mais amplo. Partindo da definição de gue_o processo de aprendizagem consiste na produção e estabilização de condutas, serão consideradas aprendizagens tanto as que se produzem no contexto escolar como as que se elaboram no meio familiar e comunitário, sem que necessariamente esteja implicada a escola. De acordo com este sentido amplo de aprendizagem, não só interessa sa ber qual é o vínculoque osuj eito estabelece com o docente, a saía deâuJaTós* cõmpanheims„e.,a^es.cola,-como .também , importa -a reíação com os adultos : significativos que lhe_ofere.cem-modelos de.aprendizagem, e os cenários on3e tudo. issso aconte^^^^^ escolar e consigo mesmo, enquanto aprendiz em diferentes. momentos de sua vida cotidiana. • Èstes diferentes vínculos constituem, por uma parte, uma rede de relações universais na medida em que todo sujeito está imerso nela, e por outra parte, relações particulares, pois cada sujeito estrutura cada vínculo e a trama total de forma singular. .. . Osdez testes projetivos com os quais aqui se analisa a rede de relações vinculares são: Par Educativo, Planta d^alajleaula^Ej^çjom jneu^colega^ com os quais se tenta investigar predominantemente os vínculos no âmbito escolar. A Planta da minha casa, Família Educativa eAs quatro partes dè um dia, cuja utilidade indica que são instrumentos que servem para estudar o vínculo em relação ao espaço familiar físico e humano; e O desenho em episódios, O dia do meu aniversário, Em minhas férias e Fazendo o que mais gosto, são proveitosos para observar predominantemente a relação do entre vistado consigo mesmo. Rede de Vínculos de aprendizagem O outro aspecto que convém expor é o momento em que esses instrumen tos devem ser utilizados no processo diagnóstico. Sem dúvida o critério fun damental é clínico, vale dizer que é o profissional que deve decidir, e por outra parte, cabe recordar que existem diferentes modalidades de aproximação diagnostica, o que significa que em cada uma delas existirá uma forma de introduzi-los. No caso daEpistemologia Convergente, as técnicas projetivas são utiliza das como um meio de análise e extração do primeiro sistema de hipóteses. Recordando os passos do processo diagnóstico desta modalidade, deve-se dizer que ctprim eiro contato com o paciente consiste em uma Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, de onde se extrai o primeim~s!sÍema de hipóteses, configurado por aspectos semiológiços e patogênicos que sugerem linhas de investigação. Estas linhas^de investigação propõem interrogantes. sobre as dimgKÕeSJCPgMtiKa»^^ e da condnfa sum a áasTormas de investigação de ambas são as técnicas projetivas, .que servem, como se verá mais adiante, para estudar tanto o afetivo como o cognitivo e o motor; embora interessem predominantemente para o estudo do primeiro desses três aspectos ou sistemas. Continuando com o processo diagnóstico da Epistemologia Convergente, deve-se dizer que os resultados obtidos em virtude dessas provas, junto com outras que estudam aspectos cognitivos, etc., configuram um segundo sistema de hipóteses - e facilitam a elaboração de linhas de investigação - que será constatado na anamnese. E desnecessário agregar a importância que assume a comprovação da imagem vincular que o entrevistado tem de sua rede e a imagem que os demais membros do grupo familiar podem ter dele; assim como também as semelhanças e diferenças entre estas imagens - do sujeito e dos membros do grupo familiar - e a realidade objetiva. AS TÉCNICAS PROJETIVAS Os testes podem classificar-se por suas características externas, pelo modo de aplicação e pelo aspecto avaliado. Por suas iiamcísiisliça^e^teraas0.pode mos agrupar em: lápis e papel e de performance, o que implica certas manipulações; pel o modojd.e-ap.liaaçã.Q,.BMe.m^5er individuais. oiLcg].etivos, e jpe;lo aspectQ_ayaliado. são classificados em: eficiência e dç_personalMade. Por sua vez os testes de personalidade podem categorizar-se em: questionários, testes objetivos de personalidade e técnicas proietivas. Embora"antes de 1939 já se usassem técnicas projetivas, foi Lawrence K. Frank quem nesse ano designou pela primeira vez com este nome um grupo de provas cuja característica principal consiste em que “... evoca do sujeito o que é, em distintos modos, a expressão do seu mundo pessoal e dos processos de^ - sua personalidade” . PõTsuavez, o termo proj eção foi utilizado pela primeira vez em psicologia por Freud em 1894. Tal como expressam J.Laplanche e J.B. Pontalis, em Vocabulário da_ Psicanálise, projeção é um termo utilizado tanto em neuropsicologia como em psicologia “para designar a operação pela qual um fato neurológico ou psicoló- gico é deslocado e localizado no exterior, seja passando do centro para a perife ria oulfõTüJeito ao objeto” e em sègüída“éssês^ãutõFés^ãcrescentam: “no sen tido propriamente psicanalítico, [consiste na] a operação pela qual o sujeito tira de si e coloca no outro, pessoa ou coisa, qualidades, sentimentos, desejos...”. Freud se refere em seus trabalhos, tanto à projeção patológica como à nor mal. A esta classe de projeção pertencem o animismo e a superstição. Neste campo é difícil prosseguir com medições quantitativas. Não são muitos os testes de personalidade que podem ser considerados “métricos”, f pois têm mais uma característica “clínica”, vale dizer que seus resultados são interpretáveis em função de teorias e da experiência. Estes testes não métricos e interpretáveis em função de teorias e da experiência são os que comumente se denominam testes projetivos. Assim, por exemplo, quando se trata de um teste projetivo de lâminas com imagens, a pessoa de ^ e jm s t r m o a ,^ ^ qual projeta sobre certos personagens, e no que há em volta deles, sua própria , imagem dãTcoisas e do mundo. jcan Walker Macfarlane e Read A. Tuddenham, em “Problemas traçados na validação das técnicas projetivas” comentam que “A maior parte dos auto1 res que começaram a trabalhar com estas técnicas tinham um temperamento e uma formação ‘de artista’ e sua maior habilidade consistia em saber sintetizar quantidades;enormes de exemplos parcializados de condutas e sentimentos. Tendiam mais a conseguir um todo coerente e cheio de sentido no estudo das pessoas que tratavam do que a trabalhar'com os requisitos de objetividade e verificabilidade que exige o método científico” • TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS As técnicas projetivas psicopedagógicas aqui expostas têmcómo objetivo geral investigar a rede, ds,vínculos que um sujeito pode estabdeçer,em,t.rês grandes domínios; o escolar, o familiar e consigo mesmo. Em cada um desses domínios - com diferenças individuais - é possível reconhecer três níveis, em relação ao grau de consciência, dos distintos aspectos que constituem um vín culo: neste caso, o vínculo de aprendizagem. Há um nível inconsciente, no qual um conjunto de conteúdos não é reconhecido, e apesar da sua tentativa de emergir para o campo pré-consciente ou consciente, permanece ignorado. Um nível pré-consciente, cujos conteúdos e mecanismos, sem ser estritamente inconscientes, escapam ao campo de consciência e podem ter acesso ao mesmo. E um nível consciente no qual os conteúdos e mecanismos, as percepções internas e externas são conhecidas e representáveis em pensamentos, palavras, desenhos, etc. Desta maneira os três domínios - escolar, familiar e consigo mesmo.. possuem três níveis - inconsciente,..préj-consciente e cons,ciente - os quais permitem investigar nove setores da dimensão afetiva do sujeito que aprende. A seguir, há um quadro panorâmico dos diferentes domínios com suas correspondentes técnicas projetivas e os objetivos próprios de cada uma. PROVA . 0 QUE INVESTIGA : IDADE PAR EDUCATIVO ' 0 VÍNCULO DE APRENDIZAGEM' 6/7 ANOS Pi < *-5 O CJ EU COM MEUS COLEGAS' 0 VÍNCULO COM OS COLEGAS DE SALA DE AULA 7/8 ANOS. CO UJ A PLANTA DA SALA DE AULA V * A REPRESENTAÇÃO DO CAMPO GEOGRÁFICO DA SALA E AS LOCALIZAÇÕES, REAL E DESEJADA, DA MESMA 8/9 ANOS A PLANTA DA MINHA CASA. A REPRESENTAÇÃO DO CAMPO GEOGRÁFICO DO LUGAR EM QUE MORA EA LOCALIZAÇÃO REAL DENTRO DO MESMO 8/9 ANOS < , 3 ( s v < AS QUATROPARTES^ DE UM DIA y)S VÍNCULOS AO LONGO DE UM DIA 6/7 ANOS Ci- FAMÍLIA EDUCATIVA ‘ ^ 0 VÍNCULO DE APRENDIZAGEM COM 0 GRUPO FAMILIAR E CADA UM DOS INTEGRANTES DO MESMO 6/7 ANOS ( 413ESENH0 EM'' ^ EPISÓDIOS A DaiMITAÇÂO DA CONTINUIDADE DA IDENTIDADE PSÍQUICA EM FUNÇÃO DA QUANTIDADE DOS AFETOS 4 ANOS 0 1 o o ODIADO MEU ANIVERSÁRIO A REPRESENTAÇÃO QUE SE TEM DE SI E DO CONTEXTO FÍSICO E SOCIODINÂMICO EM UM MOMENTO DE TRANSIÇÃO DE UMA IDADE A OUTRA 1— 1 CO zo u NAS MINHAS FÉRIAS . AS ATIVIDADES ESCOLHIDAS DURANTE 0 PERÍODO DE FÉRIAS ESCOLARES 6/7 ANOS FAZENDO 0 QUE MAIS GOSTO 0 TIPO DE ATIVIDADE DE QUE MAIS GOSTA 6/7 ANOS AS POSIÇÕES NA FOLHA É preciso considerar a posição dos desenhos com um critério de estrutura clínica, vale dizer levandoem conta todos os aspectos que interferem - lateralidade, sistema de escrita esquerda-direita, de cima para baixo, etc. - se podem ser consideradas 9 posições como indicadores de certos traços que caracterizam outros tantos vínculos de aprendizagem. Posição Significado geral 1 -Superior 2- Inferior 3- Direita 4- Esquerda 5- Superior direita 6- Superior esquerda 7- Inferior direita 8- Inferior esquerda 9- Central Exigente Impulsivo Progressivo Regressivo Exigente progressivo Exigente regressivo Impulsivo progressivo Impulsivo regressivo Equilibrado PRIMEIRA PARTE Superior Superior Superior esquerda direita Esquerda Central Direita Inferior Inferior Inferior ' Inferior (Exemplo com P ar Educativo) Direita (Exemplo com Planta da Sala de Àula) Superior Esquerda (Exemplo com P ar Educativo) Inferior Direita (Exemplo com Fazendo o Que Mais Gosto) — 30 — 1 ADVERTÊNCIA Mesmo que para o psicopedagogo clínico seja totalmente desnecessário o comentário a seguir, possivelmente por um excesso de precaução seja útil não deixar de mencionar: * que a interpretação de cada técnica projetiva deve ser feita em função do sujeito em particular de quem se trata, vale dizer com um sentido de «estrutura clínica», ou seja, em função do total de informação obtida. * que o total -de técnicas aqui expostas não significa a necessidade de utilização de todas, mas, que o adequado é usar só aquelas consideradas necessárias em função das interrogações que o psicopedagogo tenha formula do, o que pode significar: a) que seja aplicada só uma prova, b) que sejam utilizas algumas provas de alguns domínios, c) que sejam aplicadas todas as provas de um único domínio ou d) que sejam aplicadas todas as provas, o que não é comum e tem mais um sentido de investigação do que de diagnóstico. * que certos indicadores de uma técnica se sobrepõem aos de outra ou outras, apesar de terem sido expostos no corpo do texto, o quanto são signifi cativos em função dessa técnica. * que os critérios interpretativos sugeridos para cada prova aqui exposta devem somar-se aos critérios gerais para a interpretação das provas projetivas. * que os indicadores e significados encontrados não implicam uma questão exaustiva e fechada que não dê lugar a dúvidas; cada especialista pode realizar novos descobrimentos ampliando o espectro de indicadores e significados. * que mesmo que o verdadeiro valor das técnicas projetivas psicopedagógicas seja o de um instrumento de investigação individual, ou seja, singular para cada indivíduo, vale apena empreender estudos transversais e longitudionais de amostras de populações com diferentes variáveis contextuais, que proporcionen critérios interpretativos orientadores. ■ i PRIMEIRA PARTE VÍNCULOS ESCOLARES 1. PAR EDUCATIVO As autoras desta prova são Malvina Oris e Maria Luisa S. de Ocampo, qúe as v«saram amplamente. Bara_a avaliação de jovens que ingressavam no nível médio de educação. Paulatinamente sua aplicação se estendeu a crianças da escola primária "que apresentavam dificuldades de aprendizagem e depois tanto a adolescentes com dificuldades como a outros que realizavam orientação vocacional. Depois de ser bem difundida na Argentina, sua aplicação se estendeu ao Brasil, onde hoje também é muito empregada por pessoas que se dedicam à psicopedagogia e por alguns psicólogos clínicos. Em 1985 Maria Elena Coviella de Olivero e Cristina Van der Kooy de Palácios, publicaram em Aprendizagem Hoje com o título de Teste "PanJEdu- cativo " o objeto de aprendizagem como meio para detectar a relação vincular, latente,.nm estudo no qual expõem os resultados obtidos em uma investigação dedicada a verificar a confiabilidade e a validade dos critérios do teste. 1. Objetivo Investigar o vínculo de aprendizagem. 2. Materiais ... Folha tamanho sulfite Nl ) Lápis preto V Borracha 3. Procedimento 3.1. Pede-se ao entrevistado que desenhe duas pessoas: uma que ensina e outra que aprende. 3.2. Solicita-se - quando tenha terminado o desenho - que indique como se chamam e qual a idade delas. 3.3. Pede-se que dê um título ao desenho e relate o que está acontecendo nele. Fundamentos O vínculo de apretid.izagem-p.Qde ser abordado investigando a relação: a) com os objetos de aprejidjzagem, b) com quem ensina e c^de quem aprende — 3 7 — consigo mesmo, nesta situação. A representação destas três unidades de análise: “objetos”, “ensinante” e “aprendente” e de suas relações, são altamente representativas do tipo de vínT • culd que cada ser humano estabelece com a aprendizagem. Mesmo sendo praticamente impossível detalhar todos os indicadores sig nificativos de cada uma das três unidades de análise e suas relações, não deixam de ser critérios válidos-lembrar que os objetos de aprendizagem em sua manifestação externa podem sei concretos ou abstratos, lingüísticos, matemá ticos, históricos, etc., escolares ou extra-escolares, mas que todos podem ser apreendidos de uma forma instrumental por imagens e operações ou por hábi tos, vale dizer como automatismos rígidos e irreversíveis. Tanto a apreensão instrumental como sua oposta depende tanto de fatores cognitivos como afetivos, os quais podem misturar-se èntre si e influir-se com pesos diferentes, razão pela qual ò discernimento do valor da influência de cada um é particularmente significativo. ' Dois movimentos: de penetração do objeto mediante operações de análises e do sujeito pelo objeto, em virtude de identificações introjetivas, são fundamentais para que ocorra uma adequada aprendizagem. A representação do ensinante como facilitador e intermediário possui um valor positivo que implica reconhecimento e capacidade de reparação; opostamente, sua caracterização como perseguidor punitivo denota sentimentos diametralmente opostos, que resultam numa perturbação para atingir as verdadeiras aprendizagens; ou seja, aqueles que, além de consistirem em uma aquisição de conteúdos, conduzem a aprender. Quem aprende também possui um a-“representação de si próprio”, representação que pode apresentar-se com diferentes graus de consciência e inconsciência. O sentimento da capacidade que se tem ou'não se tem, da modificabilidade da mesma, do grau de tolerância à frustração e muitos outros componentes emocionais são condicionadores do que, no enfoque da Epistem ologia C onvergente, têm sido denom inado de M odelo de Aprendizagem. Por útimo cabe acrescentar aos aspectos absolutos^de cada unidade de análise, os relativos: distâncias, tamanhos...posições, barreiras, etc.. que na maioria dos casos falam por si só sobre esta relação triângular. Indicadores mais significativos • D e ta lh e s d o d esen h o Tamanho total Tamanho dos personagens Tamanho dos objetos Posição e distância dos personagens Posição dos objetos Distância de ambos os personagens na representação do objeto de ' aprendizagem Caráter completivo dos desenhos. Nomes e idades assinalados 'Correspondência com o entrevistado Correspondência com o entrevistador. Titulo do desenho Correspondência com a situação desenhada. Relato . Conteúdo do relato Correspondência entre o relato e o desenho Correspondência entre o relato e o título Alguns significados dos indicadores Embora o Par Educativo adquira significado quando o consideramos como totalidade._alguns aspectos possuem um siggificado ^ dos com a devida cautela podem oferecer uma rica informação. -t— _ ................ . ir -- nm.1.1 -1__ __ ____ Três grandes conjuntos de indicadores e suas inter-relações podem oferecer’ uma pauta interpretativa; estes conjuntos são: os detalhes do desenho, o título , do mesmo e o conteúdo do relato, enquanto as'mfer-rèráçoêTmais significati- vas estão constituídas pelo desenho e título do desenho e conteúdo do relato e . ~3esenho: asque evidenciam regularmente o grau de estereotipia ou- flexibilidade dos aspectos detectados em cada um dos conjuntos previamente mencionados. - Detalhes do desenho 0 tamanho total freqüentementese encontra vinculado à importância co- locadajn^aprendizagsijiUQS.. desenhos pequenos parecem indicar um vínculo negativo,„assim como os exageradamente grandes; enquanto os de dimensões razoáveis indicam uma relação equilibrada onde o “negativo” e o “positivo” se integraram adequadamente. O tamanho dos personagens - que não deixa de ser relativo ao tamanho total do desenho e dos personagens entre si - possuem um valor particular: enquanto a representação pequena seja do “ensinante” ou do “aprendiz” implicam respectivamente uma desvalorização, a Situação in versa sugere uma supervalorização, que no docente pode ter características persecutórias e em quem aprende, uma negação de suas próprias dificuldades e alterações na aprendizagem. O tamanho dos objetos pode ter duas significações principais: quando sua representação é exageradamente grande, costumam servir de tela divisória de dois aspectos que sofrem clivagem - quem ensina/quem aprende, aprendente/conteúdo, etc. - e quando é exageradamente pequena podem servir como telas de depósito de projeções negativas deslocadas. A posição e a distância dos personagens costumam ir “desde a ausência de um deles até um em frente ao outro”; ambas as situações representam os pólos de ' um amplíssimo leque de possibilidades, entre as quais cabe destacar: não se olham, estão em âmbitos totalmente diferentes, o que aprende está dormindo, etc. A posição dos objetos - que costuma estar muito relacionada com o tamanho dos mesmos - tem o mais variado significado; regularmente a análise deste aspecto indica o tipo de estrutura vincular que o sujeito estabelece na aprendizagem, que, seguindo a tipologia de estruturas de conduta de Bleger, pode ser: confusional, hipocondríaca, esquizóide, paranóide,.histérica, fóbica (e contrafóbica), evitativa, ritualista, obsessiva ou depressiva. A distância de ambos os personagens na representação do objeto de aprendizagem deve ser considerada de duas formas: por um lado, de cada personagem em si e por outro, de ambos em relação ao objeto. O significado da distância de quem aprende é demais evidente; porém a de quem ensina, merece uma análise mais detalhada, sem esquecer que sempre é uma projeção ou vivência de quem apren de em relação ao papel de quem ensina. São três as características representáveis nessa parte do gráfico: de grande distância - que im plica um não comprometimento com o conteúdo e o ato de transmissão de conhecimentos - de mímima distância - que indica uma supervalorização dos conhecimentos no ato de transmissão - e de uma distância adequada e eqüidistante de quem apren de, o que significa que o ensinante é vivenciado como quem utiliza os conteúdos como instrumentos para ensinar a aprender e, conseqüentemente hierarquiza o ato de ensinar. O caráter completivo dos desenhos pode revelar tanto uma relação “superficial” como “impedida” em função de um ou outro objeto ou personagem e as diferenças destes distintos tipos de relação oferecem uma hierarquia sumamente útil para a compreensão da dinâmica emocional do sujeito investigado. Título do desenho O título constitui uma representação de índole relativamente diferente da do desenho, assim como da do relato. Por uma parte é uma expressão sintética, mas não menos expressiva dos sentimentos que animam o entrevistado. Pode ser que resuma em poucas palavras as características do vínculo de aprendizagem, como também que o negue. A concordância ou disparidade en tre ambos os conteúdos tem seu significado e importância porque são indicati vos dos mecanismos de dissociação, negação e repressão utilizados em relação à problemática específica investigada com este instrumento. Relato Também constitui uma projeção que pode ser sumamente rica para averi guar o vínculo de aprendizagem: a) pelo próprio conteúdo, b) por sua correspondência com o desenho e c) por sua relação com o título. Pelo conteúdo, dado que a expressão oral ou escrita - com ou sem lapsos - costuma deixar visível sentimentos que nem sempre são fáceis de representar graficamente: enquanto o desenho deve ser visto como um slide (estático), o relato se transforma em um filme (dinâmico) que facilita a interpretação de atitudes, movimentos, sentimentos, etc. Por sua correspondência com o desenho e com o título, é importante lembrar o que foi dito quanto aos mecanismos de dissociação, negação e repressão utilizados. E xemplo de P ar E ducativo O entrevistado é ummv.em^eJ2 2 , a n ^ ^ presas era uma universidade particular com grande dificuldade. Foi aprovado em um bom número de matérias do primeiro ano e encontra- se cursando algumas do segundo. Consulta a psicopedagogia porque diz que acha que não sabe estudar ou que, quem sabe, não goste do estudo, mas que tem que estudar “...porque a família tem uma emprêsiTêlp^^ coisa na vida”. Do ponto de vista intelectual, possui um bom desenvolvimento cognitivo, porém também uma marcada tendência a memorizar conteúdos e mecanizar procedimentos. ‘ O ingresso a todos os níveis de educação significaram para ele um distanciamento do grupo familiar. Para freqüentar o jardim de infância e a escola primária teve que ir morar com os tios, cursou o ensino médio como interno e para freqüentar a universidade os pais lhe proporcionaram um apar tamento em Buenos Aires, e eles ficaram no interior por questões da empresa. Feito o diagnóstico - incluída a técnica aqui apresentada - o jovem solicita que o psicopedagogo tenha uma entrevista com seus pais, para que lljes expli que que não deseja mais estudar, e que prefere trabalhar na empresa com o pai. Nâquele momento disse “... para que estudar tanto... por quç tenho que apren der em uma faculdade... se meu pai não estudou nada e lida bem com a empre sa. .. eu. acredito que é fazendo que se aprende e não sentado em uma carteira escutando o que o outro diz...”. ■ j® SSf® Procedimento • ■ |j |;; 3.1. Quando escutou a ordem e viu o material na niesa, o entrevistado | | disse: “prefiro desenhar com caneta”. Tira uma caneta do bolso interno do seu t casaco e desenha rapidamente. JS 3.2. Quando pediram que dissesse o nome e a idade das pessoas desenhadas, l | disse: “O aluno tem 10 e o prof.0 30, o aluno se chama aluno e o prof.°, prof.0”. '% ' 3.3;- .' t | Entrevistador: Que título você poderia dar ao desenho? :| Entrevistado: Uma sala de aula -:; Entrevistador: O que você poderia me contai- que está acontecendo aí? . Entrevistado: Para a criança é difícil, porque não gosta, pensa em outra | coisa ou dá um branco. í$ O prof. tenta lhe explicar, mas não é muito claro e simpático. A criança tem que aprender, porque senão, não vai passar. ' | | Nada mais. Está bom? Ánálise O tamanho total de desenho é pequeno, portanto cabe pensar em um vín culo de aprendizagem negativo; ao que também se acrescenta um tamanho pequeno do aprendiz com relação ao tamanho do docente, pelo que também se poderia inferir um sentimento de desvalorização de quem aprende. Quanto à posição e à distância dos personagens se pode assinalar que o do cente está de costas para o aluno e que a distância entre ambos é significativa. Também se deve notar que tanto no desenho como no relato não existe um objeto de aprendizagem, e que o prof.0 e o aluno estão representados por figu ras òu desenhos muito simples, sem nenhum acabamento, assim como o quadro- negro e a mesa. Por sua vez, o relato parecia reproduzir a mesma atitude que o entrevistado desenhou ou seja, livrar-se de uma situação que já é bastante conflitiva. Com o objetivo de poder comparar a forma de desenhar do entrevistado, agrega-se outro desenho: Uma pessoa, já que os do Par Educativo podem su gerir uma dificuldade na representação do esquema corporal. — 4 4 - — 4 5 — Indicadores mais significativos do P ar E ducativo Entre os indicadores mais significativos do Par Educativo cabe mencionar: a posição dos personagens, o tamanho absoluto e o tamanho relativo dos mesmos, as características corporais,o acabamento do desenho do personagem, a perspectiva e o âmbito onde ocorre a cena. As posições mais comumente observadas de “quem aprende” e de “quem ensina” são: frente a frente, lado a lado, ambos de costas (entre si), o docente de costas para o aluno e o aluno de costas para o docente; que geralmente têm o seguinte significado: 1.- Posição Significado geral 1 .1-Frente a frente 1.2- Lado a lado . 1.3- Ambos de costas 1.4- O docente de costas parao aluno 1.5- O aluno de. costas para o docente Vínculo de aprendizagem bom Vínculo de aprendizagem regular Vínculo de aprendizagem ruim O aluno se sente rejeitado pelo docente O aluno rejeita o docente. O tamanho em si e o tamanho relativo dos personagens constituem duas categorias que por sua vez se subdividem: 2.- Tamanho Significado mais freqüente 2.1- Tamanho pequeno 2.2- Tamanho médio 2.3- Tamanho grande Não é um vínculo importante E um vínculo relativamente importante É dada uma importância significativa mente destacada, que pode ser positi va ou negativa. O tamanho em si do desenho total está relacionado com a hierarquia que t atribuída ao vínculo de aprendizagem, enquanto o tamanho relativo de um' ^rennaeem - <<quero.apiBnd<i»^^ relação ao outro jgodr se expressar das seguintes formas e geralmente possui os significados adjun-' tos: 3.- Tamanho relativo Significado mais freqüente 3.1- Sem discriminação de tamanhos 3.2- Com discriminação de tamanhos 3.3- Com docente grande e aluno pequeno 3.4- Com aluno grande e docente pequeno Vínculo confuso com quem ensina Vínculo claro ou relativamente claro com quem ensina. Vínculo no qual se supervaloriza. quem ensina Vínculo no qual se subestima quem ensina. Com relação às características corporais, as que aparecem- com mais ■ freqüência são: 4.- Características corporais Significado mais freqüente 4.1- Só cabeças 4.2- O corpo do docente inacabado 4.3- A simplificação dos personagens Está supervalorizado o intelectual, o que se toma persecutório. Pode significar uma agressão oculta contra quem ensina. Costuma implicar, quando o entrevis tado não tem dificuldades para dese nhar, uma desvalorização do vínculo de aprendizagem com o docente. A perspectiva é outro indicador importante e quando situa quem aprende t quem ensina em uma contextualização tridimensional sugere claramente um vín-' culo maduro a partir dos pontos de vista afetivo, cognitivo e social, pois o sujeito realiza os movimentos de descentração, centraÇão e descentração. — 47 — 5.- Perspectiva Significado 1- Desenho com perspectiva Vínculo positivo e maduro Outro parâmetro gráfico observável do Par Educativo é o âmbito onde está localizada a cena. 6.- Âmbito Significado 6.1- Âmbito escolar O entrevistado se centrou no aprendizado sistemático, podendo este ser ■ positivo ou negativo. 6.2- Âmbito extra-escolar O entrevistado estabelece um vínculo melhor com a aprendizagem assistemática 1. POSIÇÃO DOS PERSONAGENS 1.1. Frente a frente 1.2. Lado a lado it i 3. TAMANHO RELATIVO 3.1. Sem discriminação de tam anho 3.3. Com docente grande e aluno pequeno — 55 — / / j m t ; P f 5 <í o 'Wpe .- 1 6 )Q«<? í 3.4. Com aluno grande e docente pequeno 4. CARACTERÍSTICAS CORPORAIS 4.1.1. Só cabeças 4.3. Simplificação dos personagens — 60 — 5. PERSPECTIVA 5.1. Desenho com profundidade 6. ÂMBITOS 6.1. Escolar 2. EU COM MEUS COLEGAS A autora desta prova é a Prof.1 Sara Bozzo de Shettini, que a utilizou de duas maneiras: primeiro na prática psicopedagógica individual, e depois como instrumento coletivo para a elaboração de uma investigação sobre a qual realizou sua tese de licenciatura em psicopedagogia. Lamentavelmente a autora não escreveu sobre este valioso instrumento, não obstante a simplicidade de sua administração e interpretação permitem sua fácil utilização com a qual se consegue uma rica informação sobre o vín culo estabelecido com os colegas de classe. 1. Objetivo Investigar o vínculo com os colegas de classe! 2. Materiais Folha tamanho sulfite '' Lápis preto Borracha . 3. Procedimento 3.1. Solicita-se ao entrevistado que se desenhe com seus colegas de classe. 3.2. Pede-se ao entrevistado que indique no desenho quem é ele, como se chamam as demais pessoas e qual a idade de cada um. 3.3. Pode ser solicitado que faça um comentário sobre os colegas. Fundamentos Quando alguém pertence a um grupo do fyual recebe educação, sua aprendizagem não só depende de suas condições internas e de como é comuni cada a educação, mas também dos vínculos que estabelece com os demais membros do grupo. Cada membro do grupo dispõe de um modelo de aprendizagem que no interjogo de relações com os outros se enriquece ao mesmo tempo que enri quece os modelos dos outros. Porém, as formas de abordar os conhecimentos, atitudes e destrezas dos pares serão aceitas ou rejeitadas em função do vínculo afetivo estabelecido. Comumente se vê que uma ótima forma de resolver uma situação pode ser recusada por alguém que projeta sobre a forma de resolução ou sobre quem a executa uma relação negativa; assim como o oposto, por isso que o conhecimento de como é vivenciada uma relação grupai é um dado altamente significativo para entender o modo como um educando aprende em seu meio escolar. Enquanto um sociograma revela a rede de vínculos objetivos de um grupo, “Eu e meus .■companheiros” ,permite.conhscer os vínculos subjetivos, a partir do sujeito investigado.^ Indicadores mais significativos Detalhes do desenho Tamanho total Tamanho dos personagens Posição dos personagens Caráter completivo do desenho Inclusão do docente Inclusão de personagens externos ao grupo Comentários sobre os colegas Personalizados Gerais Algum significados dos indicadores Possivelm ente a m ultip licidade de subvínculos que im plica o estabelecimento do vínculo total com os companheiros - nesta prova mais do que em qualquer outra - faz com que os indicadores possuam um valor relativo e seu significado só possa ser estabelecido em função da apreciação total dos mesmos. No entanto, algumas particuliaridades possuem certos significados que se pode precisar. Detalhes do desenho O tamanho total está relacionado com a importância que se coloca neste vínculo sem que o mesmo diga nada quanto a seu caráter positivo ou negativo. 0 tamanho maior corresponde à atribuição de um maior peso na rede vincular, enquanto um tamanho reduzido geralmente coincide com a situação oposta. O tamanho dos personagens, contrariamente ao do desenho total, está intimamente relacionado com a valência positiva ou negativa com a qual se vivência a relação com cada um dos colegas. A valorização, considerá-lo um modelo de identificação, o desejo de possuir sua amizade è o de ser aceito se representam com um tamanho maior; enquanto a desvalorização e a rejeição, com um tamanho menor. Assim como o tamanho com que o entrevistado se representa, relaciona-se com a imagem que ò mesmo crê que oS colegas tenham dele; somente em poucas situações este indicador significa uma conversão no contrário,;e quando isso ocorre, corresponde a uma personalidade narcísica. A posição dos personagens é altamente significativa e seu sentido está vinculado, à posição em que está representado o entrevistado. Não é possível expor exaustivamente todas as prováveis posições, mas entre as mais freqüentes se encontram: 1) o entrevistado no meio e dois grupos separados e distantes em cada lado do mesmo - falta de integração no grupo - ; 2) o entrevistado em um extremo do grupo - integração relativa - ; 3) o entre vistado ausente ou em um segundo plano - inibição para a integração - ; 4) o entrevistado em um primeiro plano - integração adequada - como também 5) em torno de uma mesa ou em forma de roda, que assim mesmo indica uma boa integração ao grupo. O caráter completivo do desenho tanto total como parcial de cada um dos personagens ( rostos, roupa, extremidades e outros detalhes) indicamum melhor ou pior vínculo com estes. Também costuma revelar o conhecimento mais ou menos profundo dos integrantes do grupo, tanto em relação às características físicas coifio quanto à traços de personalidade. . A inclusão do docente não é comum e pode representar duas situações bem opostas: um vínculo muito positivo e sua localização em uma situação de paridade com òs demais componentes do grupo ou um vínculo negativo e in discriminado. Quando é negativo regularmente é vivenciado como um perse guidor, e quando é indiscriminado existe uma notória dificuldade para distin guir os planos do estudo-aprendizagem e as relações de amizade. Á inclusão de personagens externos ao grupo é uma situação que ocorre muito raramente e quando isto sucede os personagens desenhados costumam ser pessoas da escola ou da família. Seu significado pode variar enormemente, — 63 — ... íjrias em termos gerais, também é indicativo de uma falta de limites quanto à noção de grupo de companheiros e o vínculo sentido em relação aos mesmos. Os com entários sobre os colegas tanto podem ser realizados simultaneamente com o desenho ou posteriormente, como resultado do pedido do entrevistador. Os mesmos resultam de grande importância para a informação que agregam, tanto em forma diretiva e explícita, quanto pelas contradições entre o que se diz e o que se desenha. Enquanto os comentários personalizados revelam uma gama de subvínc-ulos com cada membro do grupo ou alguns dos mesmos, os gerais dão uma visão de conjunto que permite inferir o tipo de inserção que o entrevistado tem realizado ou deseja efetuar. Exemplo de Eu Com M eus Colegas A criança tem 11 anos, está na 6a série e apresenta um baixo rendimento generalizado, levemente abaixo, embora tenha uma estrutura cognitiva supe rior à sua idade cronológica: hipotético dedutivo, adequadamente consolidado em um segundo nível, como também um desenvolvimento pertinente de suas funções intelectuais, avaliadas com provas psicométricas tradicionais: Q.1.108. é muito sociável com seus pares da coletividade a que pertence, com vizinhos e amigos do clube e do campo; no entanto, na escola apresenta dificuldade para realizar trabalhos em equipe. Ao ser interrogada por seus pais e sua psicóloga sobre como se sente com seus colegas, comenta que muito bem e o resultado de um socíograma que é incluído no relatório enviado pela escola a situa em um lugar muito destacado quanto às escolhas positivas. Aplicadas algumas provas projetivas psicopedagógicas vinculadas à relação consigo mesma, indicam que esse vínculo é adequado; como também as apropriadas para estudar o domínio familiar, que evidenciam que este é bom ou muitobom. A investigação do domínio escolar mostra algumas dificuldades na estruturação do vínculo em geral e particularmente no que se refere à relação —«} — com os colegas; apesar de - como foi dito antes - possuir ura destacado lugaf de aceitação no sociograma administrado na escola. Procedimentos 3.1.Quando a ordem é verbalizada a entrevistada faz uma cara de desagra do com um som gutural, e se mexe impacientemente na cadeira. Pensa,, pega a folha lentamente (diferente do que fez em outras provas) larga o lápis e pensa. Depois diz: “Tenho que desenhá-los?”. O entrevistador responde: “seria interessante que você fizesse”. 3.2. Quando \ ;dem que indique qual é ela, como se chamam os colegas e que idade eles têm, a menina responde: “eu não estou, os nomes eu sei e já é muito, a idade não seL.mas devem ter mais ou menos como eu”. 3.3. Entrevistador: O que você pode me dizer dos teus colegas? Entrevistada: São muitos, mas çó desenhei esses. Entrevistador: Eu gostaria que você me contasse como é cada um. Entrevistada: São muito bons, m as... Alicia acha que sabe tudo, fica só dizendo como as coisas devem ser feitas. Evelyn manipula to dos, em especial os menores e é a “puxa saco” da prof*. Nicol é simpática, mas nunca me convida, nem fala comigo, mas é delicada. Alej andra (que escreve com uma letra À que mais parece O) é muito masculina, eu não gosto. Maria é uma bo ba. Os meninos são melhores, eu gosto mais; mas são uns anõezinhos. Até no desenho eu os fiz pequenininhos. Eu sei o que gosto da escola, mas os colegas, não sei... Análise A entrevistada reage com desagrado diante da tarefa de ter que se repre sentar - com seus colegas, recusa que não só expressa no fazer, como também no que produziu. Quanto ao tamanho do desenho, embora pareça indicar que a relação com os colegas é um aspecto importante para ela, a localização dos mesmos é em 71 — forma marginal e separadamente um do outro, sugerem um vínculo • negativo,jj|j como também o evidenciam os posteriores comentários registrados. .■ [. Por outro lado, ainda quando o tamanho dos colegas de curso é em termos , gerais adequado, ao mesmo tempo a entrevistada se exclui, não aparecendo no V“| ‘ desenho, e também se poderia dizer que os meninos apresentam tamanho rela- tivamente pequeno, que unido à localização na folha e aos comentários poste- | riores permite pensar em uma marcada rejeição. Em relação ao caráter completivo do desenho, tanto se vê que o mesmo não mostra um acabamento adequado, assim como também que há uma meni na totalmente incompleta, o que se conjuga com um certo desconhecimento de alguns aspectos dos meninos, o que permitiria inferir o baixo grau de relacionamento que existe entre a entrevistada com relação ao grupo e cada um de seus integrantes. Cabe destacar que unindo os comentários sobre os colegas se obtém: sabe tudo, é manipuladora e “puxa saco”, nunca me convida, é masculina, boba e são anõezinhos, por outro lado, é simpática, delicada, os meninos são meno res; o que indica claramente a divalência como maior peso na relação com os colegas, tem um sinal negativo. Indicadores mais significativos do Eu C om M eus Colegas Mesmo que pareça um pouco redundante, cabe dizer que as nove posições na folha, descritas no Cap. 1, também são válidas para este teste e para todos os restantes. Está claro que em toda aplicação se.. deve aprofundar - como se disse a n te s^ p ró J% d i^ q g q j;ilínip.otrje..também é necessário levar em conta que podem existir discrepâncias nos significados de uma mesma posição nos diferentes testes de um mesmo entrevistado. Outras situações sucedem com aspectos já mencionados no Par Educativo, como o tamanho do desenho ou a posição dos personagens; no entanto, estes indicadores serão reiterados; vale "dizer, repetidos novamente quando se crê que existe alguma especificidade - pestes critérios - em virtude do teste de que se trata. 1. Tamanho Regularidades no significado 1. 1- Tamanho total Importância designada ao vínculo com os do desenho colegas. Enquanto o tamanho grande geralmente também indica um bom vínculo de aprendizagem e a utilização de mecanis mos de identificação, o tamanho pequeno su gere o contrário. O tamanho - em relação aos colegas- do personagem principal, que, de alguma forma mais ou menos direta, representa o entrevistado, é um fator observável e indicador significativo que pode aparecer em geral de três for- •mas: 2. Tamanho do personagem principal 2. 1- Tamanho grande 2. 2- Tamanho pequeno 2. 3- Tamanho igual Significado Regularmente indica uma relação de li derança ou certa incapacidade para descentrar-se, aceitando os pontos de vista dos outros. Geralmente sugere submissão, como também que o entrevistado se sente vítima do grupo. Resulta em que o entrevistado se vê no grupo com uma relação simétrica e igualitária, ou seja, que aceita e é acei to pelo mesmo. São duas até agora as posições encontradas: uma que mostra os personagens lado a lado e outra em forma concêntrica, com diferentes graus de comunicação. 3. Posição Significado dos personagens 3.1- Lado a lado Parece corresponder, em termos gerais, a uma comunicação mais superficial e menos aprofundada. 3.2- Concêntrica Em geral tem cqmo correlato uma comu nicação profunda:reflexiva e sensível. A inclusão do docente neste teste não é freqüente e quando isso ocorre pode ter diferentes significados. 4. Inclusão Significado do docente O docente está a) Relação deficitária com os colegas incluído na cena. b) Dependência c) Grande afeição pelo docente. 1. TAMANHO TOTAL 1.1. Tamanho grande 2. TAMANHO DOS PERSONAGENS 2.1. Tamanho grande do personagem principal 4. INCLUSÃO DO DOCENTE 3. A PLANTA DA SALA DE AULA 1. Objetivo Conhecer a representação do campo geográfico da sala de aula e as localizações, real e desejada, na mesma. 2. Materiais Folhas lisas tamanho carta Lápis preto Borracha Régua (se o entrevistado pedir) 3. Procedimentos 3.1. Solicita-se ao entrevistado que desenhe a planta da sua sala de aula. 3.2. Pede-se que faça uma cruz no lugar em que se senta. 3.3. Propõe-se que comente como é a sala de aula. 3.4. Interroga-se se a escolha é livre ou determinada pelo docente ou pelo grupo.: 3.5. Pergunta-se se ele gostaria de sentar-se em outro lugar e por quê. 3.6. Sugere-se que indique quem são as pessoas sentadas nos demais lugares e que fale sobre elas. 3.7. Realizam-se perguntas complementárias que sejam convenientes. Fundamentos Freqüentemente, quando as crianças tentam explicar seu lugar na sala de aula, sentem dificuldade em expressar-se e incluir em seu comentário um con junto de dados sumamente proveitosos, tanto para compreender a representação que fazem da mesma, como de sua própria localização nela. Também, quando se solicita algum detalhe, naturalmente muitas crianças tentam desenhai-, ou se sugerem que desenhem, regularmente sentem que isso ajuda a expressar sua idéia. Por outro lado, é comum que o entrevistado tome consciência.de algum detalhe e até se surpreenda ao se dar conta do mesmo; assim como também de não o ter percebido claramente antes (tamanho da sala de aula, carteiras vazias^rfe número de janelas, etc.) e não poucas vezes costuma ocorrer que o entrevistai í do se.conscientize de que negou uma parte (colegas, docentes, etc.), que não consegue representar. A aplicação da planta da sala de aula em crianças que freqüentam o mesmo * i lugar, evidencia como a representação do mesmo é individual e irrepetível, e ' [,■ também que a qualidade do desenho - comparada com outros da mesma criança : que representa âmbitos diferentes - pode variar em função do vínculo positivo ou negativo que estruturou cada um destes âmbitos. í í fc: Indicadores mais significativos - 4Detalhes do desenho £• Tamanho total i Elementos incluídos (carteiras, armário, estante, quadro-negro,etc.) j- Tamanho dos elementos ív Pessoas (entrevistado, colegas, docente) l Aberturas (porta/s, janela/s) Pôsteres e enfeites. Possíveis localizações na sala de aula Frente Meio Fundo Lateral Comentários sobre a sala de aula (que revelam) Aceitação Rejeição Indiferença Objetividade Escolha do lugar na sala de aula Pelo aluno ■*.> Pelo prof. Pelo grupo A c e ita ç ã o do lugar Aceita •' Rejeita Indiferente Colegas ao seu redor Do mesmo sexo Do outro sexo De ambos os sexos Alguns significados dos indicadores Esta, çomo qualquer outra prova, é interpretável de acordo com os critérios gerais das provas projetivas. No entanto, a experiência clínica indica que a mesma possui certa especificidade. Também, para sua interpretação, é importante não perder de vista a unidade funcional da conduta e sua heterogeneidade estrutural; vale dizer que se o desenho tiver uma unidade de sentido, também estará influenciado pelo nível cognitivo, pelo desenvolvimento motor e pelo aspecto emocional. A atitude geral do entrevistado, sua compreensão da ordem e sua predisposição ou recusa possuem relevância para a interpretação. Detalhes do desenho O tamanho da sala de aula costuma ser indicativo, quando é pequeno, da restrição egóica que se apresenta como uma inibição, ou quando é de um tamanho desmedido, de um descontrole que implica uma falta de limites adequados. Os elementos incluídos assinalam os objetos com os quais estabeleceu um vínculo positivo e os excluídos com quais não estabeleceu vínculos. Também são importantes a dedicação com que esses elementos são desenhados e na maioria das situações, a seqüência no processo de produção dos mesmos. O tamanho dos elementos implica uma maximização ou minimização do valor atribuído, embora em algumas situações, o tamanho do objeto seja usado para criar uma barreira que divide partes da sala de aula. As pessoas (entrevistado, colegas, docente) representadas no desenho, tanto podem significar uma concretização como uma necessidade geral ou bem como uma expressão de aceitação ou rejeição. Crianças com idade ou nível menor, têm uma tendência a desenhar as pessoas, e crianças maiores, não; e quando são desenhados os companheiros e o docente, o mais freqüente é que exista um bom vínculo entre os mesmos, o qual pode ser detectado no interrogatório. As aberturas parecem estar relacionadas com a sensação de se sentir fechado ou não. Freqüentemente os entrevistados, simultaneamente ao ato de desenhar as aberturas, fazem algum comentário tal como: “as janelas são pequenas” ou “gosto de estar perto da porta para olhar para fora”. As lâminas e enfeites representados, regularmente são reproduzidos por alunos que estabeleceram um vínculo obssessivo e ritualista com o contexto da sala de aula. Possíveis localizações na sala de aula Sem dúvida, a posição da criança na sala de aula adquire uma importância diferente, se foi escolhida por ele mesmo, pelo docente ou pelo grupo de cole gas. Em frente, conforme for a origem da escolha, tanto pode indicar uma conexão adequada e participação ativa, como uma posição de castigo. No fun do e nas laterais quase sempre sugere retração e desestímulo com tendência a não participar muito ativamente. Mas esses indicadores devem ser tomados com certo cuidado, pois a altura da criança pode ter sido um motivo para sua localização em certas posições. No meio indica regularmente um vínculo me diano. Comentários sobre a sala de aula Os comentários - opiniões e relatos de acontecimentos - investigados de forma não diretiva nem trasparente permitem perceber com clareza quatro possíveis atitudes da criança em relação ao contexto físico e humano da sala de aula: aceitação, rejeição, indiferença e objetividade.^ aceitação geralmente indica um vínculo positivo, porém em muitas situações é uma forma que encobre uma adequação automática e passiva; por sua vez a rejeição comumente im plica uma relação negativa, mas também costuma carregar um desejo de mu dar o contexto geográfico e/ou humano; aindiferença sempre é uma forma de rejeição dissimulada, enquanto a objetividade indica um vínculo maduro que — 86 — corresponde a um eu. adequadamente desenvolvido, que capitaliza as experiências de aprendizagem. A escolha do lugar na sala de aula Este item permite investigar não só o âmbito socio-dinâmico, .ou seja, a forma de funcionamento grupai, como também o âmbito institucional, vale dizer as normas que regem o grupo e eventualmente a instituição educativa em sua totalidade. Aceitação do lugar Não deixa de ser interessante comprovar a aceitação ou coincidência entre o lugar que efetivamente o entrevistado ocupa e o que ele deseja, assim como também quando isso não ocorre. A rejeição, que pode ocorrer com diferentes graus de intensidade, pode por sua vez, ser manifesta ou latente. A primeira prejudica menos o vínculo com a aprendizagem, enquanto a segunda pode levar a produzir verdadeiros obstáculos para aprender. A indiferença, em geral é indicativa de uma rejeição encoberta, e uma atitude latente de desprezo em relação a tudo o que é relativo ao processo ensino-aprendizagem. Com os colegas É interessante verificar como crianças de ambos os sexos, tanto por uma escolha espontânea própria, por decisão grupai ou por critério do docente - nos grupos mistos - encontram-se situadas entre colegas do mesmo sexo, do sexo oposto ou entremeninas e meninos. Os motivos pelos quais isto pode aconte cer são muito variados, mas em todos os casos, é um dado significativo que fala sobre a aceitação ou a rejeição grupai, as figuras de identificação, uma forma de controle do docente e muitos outros aspectos. Além da origem da escolha do lugar em função do subgrupo humano no qual se encontra inscrito o sujeito estudado, é útil conhecer como é vivido esse entorno e cada um dos membros do mesmo. — 5 7 — E x e m p l o d a p l a n t a d a s a l a d e a u l a mm s? m Os registros do desenho e comentários do exemplo correspondem a uma menina de 7 anos que apresenta dificuldades na leitura e na escrita. Freqüenta uma escola bilingüe - desde o jardim de infância - com um alto nível de exigência e possui um bom desenvolvimento intelectual. Pertence a uma família de classe média-alta, seu pai é um profissional exclusivamente interessado em sua atividade e sua mãe começou a trabalhar em um escritório de relações públicas em função de seus contatos sociais. A criança é carinhosa, embora excessivamente formal. Segundo a mãe, gosta de-ir para a escola, mas sofre muito na mesma, contudo não se queixa. E muito sociável e tem amigos tanto na vizinhança como entre as colegas de dança, se dá bem com os adultos e possui uma apropriada capacidade de jogo- Seus desenhos correspondem à sua idade cronológica e apresenta uma notória capacidade criativa. Procedimentos 3.1. ! Quando solicita-se à entrevistada o plano da sala de aula, a mesma o faz rapidamente (como querendo livrar-se logo). 3.2. Mostra-se incerta e realiza três traços, dois dentro de um quadrado e outro fora. 3 .3 .Entrevistador: Conte-me como é a sala. Entrevistada: Não sei. Tem carteiras... escrivaninha. ....quadro-negro... Entrevistador: O que mais você pode me contar? • Entrevistada: Não sei. ■ 3.4. , Entrevistador: Você escolheu esta carteira? m,Qstrap,do a indicada pela me- nina. . Entrevistada: Não, a prof1. Entrevistador: E os outros meninos, foram elc§ qye escolheram ou a prof4.? Entrevistada: São meninas. Na minha escola nlQ te p meninos, só meninas Entrevistador: E as meninas se sentam onde querejfi, podem trocar de lugar ou estão sempre no mesmo ? Entrevistada: Algumas trocam, a p ro f não dig fiada, Çu não troco. a mesma, tanto nos aspectos físicos como humanos, com exceção do desejo poder situar-se mais perto de um grupo de meninas com as quais tem um ' ' 'Híçonhecimento mais antigo e uma melhor relação. A intensidade da rejeição à sala de aula - muito mais do que se poderia Biniaginar - fica claramente destacada quando se compara a representação com :outros desenhos da criança, nos quais se inclui o Par Educativo com a finalidade de que o leitor possa compará-los. 3.5. Entrevistador: Por que você não troca ? Entrevistada: Para mim tanto faz. Não sei. Entrevistador: Você gostaria de sentar-se em outro lugar ? Entrevistada: Sim, nesta carteira. Entrevistador: Por quê? 3.6. ' Entrevistada: Porque tem outras meninas. Elas s |o mais boazinhas. Fui com elas ao jardim. Mais do que tudo porque são boazinhas. 3.7, Entrevistador: E como é a sua prof? Entrevistada: Boa. Entrevistador: E o que mais você pode dizer dela ? Entrevistada: Nada mais. Análise A representação da Planta da sala de aüla apresenta ym tamanho, uma desorganização e ausência de elementos e limites que sugerem uma grande pobreza de vínculos positivos com o contexto físico da sala. Também se pode observar, que a esses aspectos menos conscientes do vín culo, se sobrepõe um formalismo representado pela legenda “21 BAGOS” (bancos) que a menina coloca como título do desenho. Os comentários sobre a sala de aula evidenciam uma absoluta desvinculação ■faii M . . i..5>, I n d ic a d o r e s m a i s s i g n i f ic a t i v o s d a p l a n t a d a s a l a d e à u l a A planta da sala de aula permite observar predominãtitimente duas coisas: a representação que se tem da mesma, enquanto campd flsitâo e a representação . q u e pode ser objetiva ou não - da dinâmica. Em relação ao primeiro aspecto, é importante dizer qüe de acordo com o Dr. José Bleger, sempre existem três campos: o geogíáfiGo (c.g) - tudo o que está e' ocorre fora do sujeito - o psicológico (c.p) - que se constitui com estabilidade relativa como um resultado final produtü da experiência vital - e o da consciência (c.c) - em que se produzem as representações Estes três campos são representados por Bleger côitto: c.p CiC c-g Os campos - geográfico, psicológico e de consciência - podem encòntrar- se dissociados ou não. As diferentes formas de dissociação são as seguintes: — 93 — Como para aprender é necessário estar em contato com o objeto (real e virtual) a relação que se tem com o espaço em que se aprende é fundamental. Assim como a disposição da e na sala, a origem da escolha e o motivo são importantes para a constituição da representação do espaço físico. 1. Disposição Significado 1.1. Tradicional Pode facilitar respostas mais rígidas ou ordena das. 1.2. Não tradicional Pode facilitar respostas mais flexíveis e espon tâneas. A localização na sala de aula quando é resultado de uma escolha espontânea tem um destacado valor significativo, as mais relevantes são: 2. Localização Significados freqüentes 2. 1. Na frente Bom vínculo com o docente e com a apren dizagem. 2.2. No fundo O vínculo com a aprendizagem «pode» ser negativo e também com o docente, porém não é necessário que ambas as coisas coin cidam. 2.3. Numa lateral O vínculo com a aprendizagem «pode» ser negativo. 2.4. No centro Geralmente está de acordo com um vínculo positivo com a aprendizagem e com os colegas, o que pode coincidir com um vínculo positivo ou não com o docente. — 94 — 2.5. Não se localizã Vítictllo negativo com o espaço geográfico, na sala de aula. Outro indicador impârtante São as diferentes perspectivas utilizadas pelo entrevistado na produção do desêriho. Não manter um mesmo ângulo de visão regularmente representa um víncülo de aprendizagem inconstante. 3.Ângulo de visão 3. 1. Constante 3. 2. Inconstante Significado Geralmente aprende bem. Comumente apresenta mudanças bruscas e tôhdência à automatização de conhecimentos e quadros de ansiedade diante de novas aprendizagens. 1. DISPOSIÇÃO 7 p Ç ? ^ Çf C~J ÇJ cp . Ç> ÇJ ÇJ o o 1.1.1 Disposição tradicional r r ^ ± M H ' t*. H |A H ti w t W V *Ê \ 3 n x e p 1.1. 2. Disposição tradicional 2. LOCALIZAÇÃO f v • 0 K O O O & Q D # r ,£}• O O* D* D- O O D* D* | n , D» O- O Cf' Q’ | J Tiu/\rv- 2.1. Na frente a □ D D a o 0 0 D a a o D D a □ o a a a ET 2.2.1. No fundo 2.3. Numa lateral — 103 — 2.4. No meio * 104 — m I Lj l J EB CD 1 ti N 7 CSJ CD 1»/ P H \~D p n W LU ͱJ LíÜ .LU CD ED 2.5. Não se localiza na sala de aula 3. ÂNGULO DE VISÃO 3.1. Ângulo de visão constante — 10í — SEGUNDA PARTE VÍNCULOS FAMILIARES 1. A PLANTA DA MINHA CASA 1. Objetivo Conhecer a representação do campo geográfico do lugar onde se mora e a localização real dentro do mesmo. 2. Materiais Folhas tamanho sulfite Lápis preto Borracha Régua 3. Procedimento 3.1. Solicita-se ao entrevistado que desenhe a planta da sua casa. 3.2. Propõe-se que coloque os nomes em cada cômodo da mesma. 3.3. Pede-se que indique de quem é cada quarto. 3.4. Perguntà-se se o entrevistado gostaria mais de usar outro quarto, ou dividi-lo com outra pessoa (no caso de ter irmãos ou outros familiares) e por quê. 3.5. Realizam-se perguntas complementares que pareçam convenientes. 4. Fundamentos A casa é um dos lugares mais significativos, é onde um sujeito aprende e estuda. Estas aprendizagens estão vinculadas tanto às pessoas como aos luga res físicos nos quais se produzem. É freqüente observar nas plantas da casa realizadas por crianças, como a distribuição dos quartos nao tem nada a ver com as comodidades reais. Como uma criança pequena, que éstá situada longe do quarto dos pais ou como duascrianças de sexos distintos ocupam o mesmo quarto, enquanto há quartos que ficam vazios. Também é interessante dizer que os espaços físicos não só são espaços físicos, mas estão carregados de um conteúdo emocional, muitas vezes dado pela dinâmica e pelas normas do contexto familiar: espaços que não podem ser usados ou que determinados membros não podem usar ou que não podem ser usados para determinadas atividades. O vínculo estabelecido em função da permissão e da proibição têm um papel fundamental na aprendizagem e na escolha vocacional: «os objetos pelos quais posso me interessar, com os que posso ou não interagir». . A casa (ou apartamento) constitui um cenário dinâmico que com muita freqüência está unido ao lugar de trabalho de ambos ou de um dos pais (loja, escritório, consultório) onde não só importa o conteúdo da atividade que é realizadanámesmá, como também as operações lógicas, físicas e fantasmáticas implicadas. . Indicadores mais significativos Detalhes do desenho Tamanho da pianta Mobílias dos espaços Inclusão de objetos de enfeites Pessoas Aberturas Espaços fechados e abertos . Possíveis localizações do próprio quarto Moradia central ou periférica Próxima ou distante dos pais Com função única ou múltipla Comentários sobre o quarto ■ Aceitação Rejeição Indiferença Objetividade — 1X2'— .■ Escolha do quarto Pelo ocupante Pelos pais Pelo grupo familiar Lugar de estudo Mobílias Isolamento-integração Iluminação Materiais Disponibilidade de horários Lugar de reunião familiar Onde Quem Como Por que Quando Possíveis interpretações dos indicadores Detalhes do desenho O tamanho da planta da casa ou apartamento em relação à folha utilizada é revelador do sentimento básico com o qual o entrevistador se vincula com o meio geográfico no qual habita. São três as respostas mais típicas a este respeito: a) o desenho é pequeno e ocupa um espaço reduzido da folha; b) o desenho ocupa toda a folha e c) o desenho não pode ser realizado em uma única folha e o entrevistado necessita estender-se em outra ou outras folhas. O primeiro caso geralmente corresponde à uma inibição para com o uso do espaço, ao qual pode acompanhar uma diminuição no uso do potencial emocional com que investe os cenários, situações e objetos com os quais aprende. E o uso de mais de uma folha, certo descontrole, falta de antecipação e un vínculo nega tivo ou instável com a aprendizagem em geral e com o estudo sistemático em particular. O mobiliário dos espaços evidencia a representação que se possui — 113 — BfgZS ijí»! <•< ■ r* ■ ?F 'j» “ no campo de consciência do campo geográfico; vale dizer o vínculo do poni. de vista representativo. A análise de diferentes registros mostra estifóf detalhistas, descuidados, confusionais, exibicionistas, austeros, etc. Os objS tos de enfeite por sua vez revelam a característica do entrevistado - particular^ mente quando pertencem ao seu próprio quarto, que não é compartilhado coni: ninguém - como a concepção familiar a esse respeito: casas práticas, arrumadas; sobrecarregadas, etc., que são parte dos modelos de identificação. Aqui se" pode constatar com clareza a afirmação do Dr. Enrique Pichon-Rivière quanto a que não só se internaliza o grupo humano, maS também até a paisagem física' do meio. As pessoas geralmente não são desenhadas e sua inclusão na planta da casa pode ter significações muito diversas e comumente contraditórias (aceitação/rejeição), motivo pelo qual sempre é necessário investigar durante o interrogatório posterior. As aberturas representadas, esquecidas, deslocadas e objetivas se encontram diretamente vinculadas aos canais de comunicação imaginários e reais. A omissão de espaços fechados e abertos, possui diferen tes níveis de significação: a capacidade de vincular-se e aprender em relação a situações relacionadas ao mundo artificial e ao mundo natural, à desvalorização das condutas mentais ou das corporais e de relação com o mundo externo, etc. Possíveis localizações do próprio quarto A localização em um quarto central ou periférico - levando em consideração as reais possibilidades do domicílio - são indicadores da dinâmica familiar criada pelos pais. Enquanto o fato de ocupar um quarto central regularmente implica uma posição de «estrelato», a periférica possui significados totalmente distintos: autonomia, liberdade, etc.; porém, em algumas situações, também, rejeição ou desvalorização. O fato de o quarto se situar próximo ou distante do dos pais - sempre levando em conta a disposição geral dos ambientes da casa real - está intimamente vinculado à superproteção, controle, submissão*. desvalorização, quanto às capacidades de auto-desempenho. Ser único ou compartilhado também costuma ter grande significado; pode ser compartilhado com um dos pais ou ambos, um irmão do próprio sexo ou distinto, de uma idade próxima ou não, com um avô, etc. Também o fato de dispor de.um cômodo com função única ou múltipla tem importância: dormir na copa, na sala de estar, no escritório • 114 — em algum lugar que simultaneamente está destinado a outro uso; isto não ■ facilita a intimidade e o desenvolvimento da identidade. f:' ~ Comentários sobre o quarto Como na planta da sala de aula, os comentários podem revelar aceitação, rejeição, indiferença e objetividade, com significados similares como quando se referem à sala de aula, mas a diferença com relação àquela situação, é que aqui interessa detectar - dada a maior autonomia que uma pessoa poderia ter para modificar seu espaço físico vital - as tentativas ou não que realizou para tnudar o quarto e o grau de aceitação e resistência que o meio lhe ofereceu. Escolha do quarto A maneira de acordo com a qual foi escolhido o quarto: pelo ocupante, pelos pais ou pelo grupo familiar possui grande importância, e em particular a partir dos 8 ou 10 anos em diante, assumindo um significado particular na adolescência. Esse aspecto da escolha geralmente se encontra vinculado à mobília e enfeites do mesmo. Na adolescência a permissibilidade para colocar .cartazes, pôsters, decalques, flores, plantas, etc., e o usó ou não da mesma são reveladores dos vínculos de aprendizagem e das influências familiares para que eles se constituam, assim como também da escolha vocacional que subliminarmente a família está impondo. O lugar de estudo É altamente significativo e revelador do vínculo de aprendizagem que se estabelece nas situações em que este se realiza através do estudo. A mobília adequada em tamanho e possibilidades de uso, o conveniente isolamento e integração do resto do contexto da casa - que permita a concentração e sentir- se acompanhado - a iluminação apropriada, os materiais necessários - segun do cada caso: livros, dicionário, etc. - e a disponibilidade de horários, facilitam a compreensão dos estilos de aprendizagem que se podem estruturar. Lugar de reunião familiar As perguntas complementares podem revelar se existe na casa um ambien te de reunião familiar em momentos distintos do café da manhã, almoço, lanche e jantar. Onde, quem, como, por que e quando se reúnem são critérios que — u s — servem para entender mais especificamente os modelos familiares de aprendizagem: “onde”: na parte exterior è na cozinha ou no escritório do pai;•, “quem”: todos, pai e filhos homens, etc.; “como”: fazendo algo ou exclusiva- - mente para conversar; “por que”: para um intercâmbio de idéias, para estabelecer normas de funcionamento familiar e outros motivos; “quando”: regularmente ou em ocasiões especiais. Exemplo da planta da minha casa Estevão é um adolescente de 14 anos que freqüenta o 2° ano de uma escola secundária estatal: devendo uma disciplina de Io ano. No momento da consul ta, apresenta um rendimento muito baixo na escola e um absoluto desinteresse e desorganização para estudar. Pertence a um grupo familiar formado por três irmãs de 16, 13 e 10 anos e a mãe, que é viúva e voltou a se casar. Estevão possui um nível de
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