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Direito Empresarial l RT 40 Exame da OAB

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Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
1 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
3 
Direito Empresarial 
Revisão Turbo | 40° Exame da OAB 
 
 
Sumário 
 
Aula 16/03/2024 ............................................................................................................................. 4 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
4 
Aula 16/03/2024 
 
1. Aspectos introdutórios do direito empresarial 
1.1. Empresário 
 
O empresário individual é uma pessoa natural, porém, de natureza jurídica. Como indica 
o seu próprio nome, representa um tipo empresarial onde não é admitida a existência de um 
sócio. Seu modelo já não é tão corriqueiro tendo em vista que a escolha atrai a obrigação da 
responsabilidade direta e ilimitada. 
O art. 966 do CC conceitua o empresário: 
 
Art. 966, parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares 
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 
Por sua vez, o parágrafo único implica que aqueles que exercem profissão intelectual 
(dentistas, contadores, médicos, advogados, professores…) não são considerados empresários 
para os fins legais. A exceção é quando o exercício da profissão constituir elemento de empresa, 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
5 
ou seja, quando exploram a profissão de forma a fazer desaparecer as características 
personalíssimas do profissional. 
Sobre o registro empresarial, o art. 967 o aponta como obrigatório antes do início da 
atividade empresarial. O registro, contudo, é requisito para a regularidade empresarial, não 
sendo elemento constitutivo do conceito de empresário. 
O art. 972 do CC indica que para que se possa exercer a atividade de empresário é 
necessário estar em pleno da capacidade civil e, ainda, não pode ser legalmente impedido. Um 
exemplo disso é a restrição aos magistrados, que não podem ser empresários. Não se pode 
confundir esse impedimento com a possibilidade de ser sócio/acionista que lhe é resguardada 
desde que a responsabilidade seja limitada e não exerçam cargos de administração. 
Caso aquele legalmente impedido exerça a atividade, irá responder pessoalmente pelas 
obrigações contratadas. Nesse caso, precisamos diferenciar impedimento com incapacidade. 
 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, 
continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor 
de herança. 
 
Assim, não se pode começar uma empresa individual sendo incapaz, contudo, é possível 
em casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por 
morte que a empresa continue as atividades dessa forma. 
Como visto, o art. 974 disciplina a questão referindo que para tanto é necessária 
autorização judicial e que nesse caso uma espécie de limitação da responsabilidade, referindo 
que "não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da 
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela". A questão deve estar clara 
no alvará que concede a autorização. 
O legislador previu no art. 975 que: 
 
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de 
lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou 
mais gerentes. 
 
Por fim, um empresário pode ser representado pela sociedade empresária, que será 
estudada com maiores detalhamentos logo mais! Contudo, para fins de caracterização, tem-se 
que possuir natureza jurídica de pessoa jurídica. Os sócios podem ser pessoa natural ou jurídica 
e a responsabilidade dos sócios é subsidiária e limitada, ilimitada ou mista, a depender do tipo 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
6 
societário eleito. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
1) FGV – 2022 – OAB – 35º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
A fisioterapeuta Alhandra Mogeiro tem um consultório em que realiza seus atendimentos, mas atende, 
também, em domicílio. Doutora Alhandra não conta com auxiliares ou colaboradores, mas tem uma 
página na Internet exclusivamente para marcação de consultas e comunicação com seus clientes. 
Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Não se trata de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual de natureza 
científica, haja ou não a atuação de colaboradores. 
B) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão liberal e prestação de serviços 
com finalidade lucrativa. 
C) Não se trata de empresária individual em razão de o exercício de profissão intelectual só configurar 
empresa com o concurso de colaboradores. 
D) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual com emprego de 
elemento de empresa pela manutenção da página na Internet. 
 
1.2. Estabelecimento empresarial 
A primeira questão a ser pontuada é a de que estabelecimento empresarial não é 
sinônimo de local onde são desenvolvidas as atividades empresariais, o conceito do 
estabelecimento comercial é muito mais longo. Segundo o art. 1.142 do Código Civil: 
 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para 
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 
 
Ainda, o local onde se exerce a atividade empresarial poderá ser físico ou virtual. 
Com isso é preciso entender que o estabelecimento comercial compreende tanto os bens 
de natureza material quanto imaterial, utilizados para que possa se dar o exercício da atividade 
econômica. Tem-se, portanto, um olhar à universalidade dos bens. Tanto é, que é possível ser 
realizada a venda do estabelecimento empresarial como um todo: o chamado contrato de 
trespasse conforme regulado no art. 1.144 do Código Civil. 
Percebe-se que para que seja válido perante terceiros é necessário o seu registro e 
posterior publicação. Há que se pontuar que o Código Civil determinou diversas regras aplicáveis 
ao trespasse, tendo em vista a sua evidente importância. 
Assim, por exemplo, a regra insculpida no art. 1.145 prevê que antes da alienação deve 
ser providenciado o pagamento dos credores ou deve ser colhida uma autorização que contenha 
o consentimento desses. Essa autorização se dá por meio de uma notificação cuja resposta deve 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
7 
dar-se em trinta dias, sob pena de ser considerada uma autorização tácita. 
Outro ponto de suma importância diz respeito à sucessão empresarial, prevista no art. 
1.146 do CC: 
 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos 
anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor 
primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos 
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 
 
Esse prazo de um ano é contado em relação aos créditos vencidos, da publicação, e, 
quanto aos outros, da data do vencimento. 
Obviamente tal regra é considerada apenas em relação às dívidas que podem ser 
negociadas, o que não se aplica no caso das dívidas de natureza tributária e trabalhista. Nesses 
casos devem ser observadasas previsões do art. 133 do Código Tributário Nacional e do art. 
448 da Consolidação das Leis Trabalhistas. 
É lícito e usual que esses contratos venham com a previsão de uma cláusula de não 
concorrência. Em referência a isso, inclusive, o art. 1.147 do Código Civil indica que: 
 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode 
fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. 
 
Nada impede de ser previsto um prazo menor, valendo esse regramento no silêncio. 
Por fim, vale mencionar o caso de sub-rogação nos contratos de exploração, pelo art. 
1148 do Código Civil, que indica que "salvo disposição em contrário, a transferência importa a 
sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se 
não tiverem caráter pessoal". Refere ainda que nada impede que os terceiros rescindam o 
contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, 
ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. 
 
1.3. Nome empresarial 
O nome empresarial é o que irá identificar a pessoa jurídica perante a sociedade em todas 
as suas relações. A escolha do nome empresarial irá aparecer no ato constitutivo da sociedade, 
ou seja, ou no contrato social ou no estatuto, que posteriormente será arquivado na Junta 
Comercial. Não se confunde o nome empresarial com a marca, nome de domínio e nem com o 
nome fantasia. 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
8 
Ele deve obedecer ao princípio da novidade e da veracidade (arts. 1.158 e 1.165 do 
Código Civil). Isso quer dizer que não pode valer-se de uma expressão que não corresponda à 
realidade empresarial e, ainda, não deve utilizar-se de um registro igual ou que guarde notória 
semelhança com outro já registrado na Junta Comercial (vide arts. 1.163 e 1.666, Código Civil). 
O nome empresarial pode ser constituído de firma ou denominação. Essa é a regra 
trazida no art. 1.155, CC. Enquanto a firma necessita possuir um nome civil em seu núcleo 
(extenso ou abreviado), a denominação admite a inserção de qualquer expressão linguística. 
Existe uma polêmica no que diz respeito à necessidade de indicação da atividade 
empresarial. Na firma a indicação é facultativa, já na denominação em que pese haja exigência 
pelo art. 1.158 do Código Civil, a Lei n° 8.934/1994 indica a desnecessidade. 
Um cuidado importante é que na sociedade limitada há a opção de escolha entre firma 
e denominação, contudo, ao final do nome deve estar incluída a palavra "limitada" ou "ltda". Caso 
essa regra não seja observada haverá responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores 
que assim utilizarem-se da firma ou denominação. 
Outro importante detalhe é que a cooperativa deve utilizar-se de denominação integrando 
a palavra "cooperativa'' por extenso. Por outro lado, as sociedades anônimas devem utilizar-se 
da denominação junto do vocábulo "sociedade anônima" ou "companhia", sendo facultado 
utilizar-se da abreviatura "CIA" ou "S.A.". Nada impede que o nome de um fundador ou acionista 
importante componha o nome empresarial. 
Por seu turno, as sociedades em comandita por ações podem optar, desde que acresça 
ao nome "comandita por ações". 
 
T
IP
O
 
S
O
C
IE
T
Á
R
IO
 
EI 
Comandita 
simples 
Comandita 
por ações 
Em nome 
coletivo 
LTDA Anônima 
Em conta 
de 
participação 
N
O
M
E
 
E
M
P
R
E
S
A
R
IA
L
 
Firma 
ou 
CNPJ 
Firma ou 
CNPJ 
Firma, 
denominação 
ou CNPJ 
Firma ou 
CNPJ 
Firma, 
denominação 
ou CNPJ 
Denominação 
ou CNPJ 
Sem 
registro 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
9 
 Resolva a questão a seguir: 
2) FGV – 2023 – OAB – 38º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Marco Araripe pretende iniciar uma empresa em nome próprio e mediante responsabilidade ilimitada 
pelas obrigações. Antes de realizar sua inscrição na Junta Comercial, Marco Araripe precisa indicar o 
nome que adotará para o exercício de empresa. 
Consoante a determinação contida no Código Civil quanto à formação de firma individual, ela deve ser 
constituída 
 
A) Pelo nome do empresário, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa 
da sua pessoa ou do gênero de atividade. 
B) Pelo nome de fantasia livremente escolhido, aditando-lhe, se quiser, designação do gênero de 
atividade. 
C) Pelo nome abreviado do empresário ou pelo nome de fantasia, aditando-lhe, se quiser, designação 
mais precisa da sua pessoa. 
D) Em duas partes: a primeira, o nome completo do empresário e, a segunda, o nome de fantasia, sendo 
vedada a indicação do gênero de atividade. 
 
 
2. Societário 
 
Veja o esquema na página a seguir... 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
10 
 
 
As Sociedades Simples exercem atividades de natureza intelectual e não econômica, 
sejam científicas, literárias ou artísticas, consoante ao disposto no parágrafo único do art. 966 
do Código Civil. Devem ser registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
Atenção: a Sociedade de Advogados deve ser registrada no Conselho Seccional da OAB. 
Já as Sociedades Empresárias são aquelas que exercem atividades entendidas como 
empresárias, conforme art. 966, caput, do Código Civil. Devem ser registradas no Registro 
Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais. 
 
Art. 966, CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Art. 982, CC. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que 
tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); 
e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade 
por ações; e, simples, a cooperativa. 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
11 
2.1. Sociedade Simples – Sociedade Limitada – Sociedade Anônima 
 
 
Atenção: a sociedade não se dissolve mais pela ausência de pluralidade de sócios em 
face da revogação do inciso IV do artigo 1.033, do CC e pela possibilidade de converter em 
Sociedade Unipessoal Limitada. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
3) FGV – 2022 – OAB – 36º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
A sociedade Corinto & Curvelo Ltda. é composta apenas por dois sócios, sendo o sócio Corinto titular de 
40% do capital e o sócio Curvelo titular do restante. Nesta situação, a exclusão extrajudicial motivada do 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
12 
sócio minoritário de sociedade limitada poderá ser realizada pelo sócio Curvelo, independentemente de 
ter havido 
 
A) Justa causa, ou seja, de modo discricionário. 
B) Previsão no contrato de exclusão por justa causa. 
C) Alteração do contrato social. 
D) Reunião ou assembleia especial para esse fim. 
 
3. Sociedade anônima 
 
 
Sendo a sociedade anônima uma sociedade institucional, e não contratual, ela se 
constitui não por meio de um contrato social, mas de um ato institucional ou estatutário (estatuto 
social). 
Ausente a contratualidade, a constituição da sociedade anônima deve seguir uma série 
de requisitos formais previstos na legislação acionária, que variam conforme ela seja aberta ou 
fechada. 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
13 
De acordo com o art. 80 da LSA: 
 
Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos 
preliminares: 
I – subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as açõesem que se divide o 
capital social fixado no estatuto; 
II – realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão 
das ações subscritas em dinheiro; 
III – depósito, no Banco do Brasil S/A, ou em outro estabelecimento bancário autorizado 
pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. 
 
Inciso I: exige-se a pluralidade de sócios, não sendo permitida a criação de sociedade 
anônima unipessoal, com exceção da subsidiária integral (art. 251 da LSA). 
Inciso II: exigência aplicável apenas aos casos de integralização em dinheiro e a prazo. 
Ademais, há casos especiais em que se exige percentual maior (o art. 27 da Lei 4.595/1964 
prevê 50% para instituições financeiras). 
Inciso III: pode ser em qualquer banco. 
 
3.1. Ações 
 
 
3.2. Órgãos societários e assembleia virtual 
 
Veja o esquema na página a seguir... 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
14 
 
 
Em 2008, a CVM autorizou a transmissão das assembleias gerais das companhias 
abertas na modalidade online, além do uso de procuração eletrônica por parte dos acionistas, 
ambas as modificações permitem que o acionista participe a distância. 
Ainda, em 2011, a LSA sofreu alterações para constar, de forma expressa, a possibilidade 
de o acionista participar e exercer seu voto em Assembleia a distância. 
Mais recentemente, a Lei nº 14.030 de 2020, incluiu a possibilidade de, nas companhias 
abertas e fechadas, o acionista participar e votar a distância. 
 
3.3. Dissolução da sociedade anônima 
 
 
 
Art. 206 da LSA. Dissolve-se a companhia: 
I - de pleno direito: 
a) pelo término do prazo de duração; 
b) nos casos previstos no estatuto; 
c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X); 
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se 
o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no 
artigo 251; 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
15 
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar. 
 
Após a dissolução, a companhia mantém sua personalidade jurídica enquanto durar a 
liquidação. 
É o liquidante que representa a companhia nesse período e é dele a capacidade de onerar 
bens móveis e imóveis, transigir, receber e dar quitações. 
 
 
 
Uma vez pago o passivo, o liquidante deve apresentar as contas finais. Se aprovadas as 
contas, encerra-se a companhia e o acionista que não concordar tem 30 dias para propor a ação. 
Importante: destaca-se que a responsabilidade do liquidante é a mesma do 
administrador, e os deveres e responsabilidade dos administradores, fiscais e acionistas 
subsistirão até a extinção da companhia. 
Importante: assembleia virtual – alteração dada pela Lei n° 14.030/2021. 
 
Art. 1.080-A, CC. O sócio poderá participar e votar à distância em reunião ou em 
assembleia, nos termos do regulamento do órgão competente do Poder Executivo federal. 
Parágrafo único. A reunião ou a assembleia poderá ser realizada de forma digital, 
respeitados os direitos legalmente previstos de participação e de manifestação dos sócios 
e os demais requisitos regulamentares. 
 
Art. 121, LSA. A assembleia-geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto, 
tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as 
resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. 
Parágrafo único. Nas companhias, abertas e fechadas, o acionista poderá participar e 
votar à distância em assembleia geral, nos termos do regulamento da Comissão de 
Valores Mobiliários e do órgão competente do Poder Executivo federal, respectivamente. 
 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
16 
 Resolva a questão a seguir: 
 
4) FGV – 2022 – OAB – 34º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Na companhia fechada Gráfica Redenção da Serra S/A, o estatuto prevê a criação de classes de ações 
ordinárias em função de (I) conversibilidade em ações preferenciais e (II) atribuição de voto plural na 
razão de 5 (cinco) votos por 1 (uma) ação ordinária. 
Ao analisar a cláusula estatutária você conclui que ela é: 
 
A) Parcialmente válida, pois é nula a atribuição de voto plural a qualquer classe de ação ordinária, porém 
é possível a conversibilidade em ações preferenciais. 
B) Parcialmente nula, pois é válida no tocante a atribuição de voto plural, já que não excede o limite de 
10 (dez) votos por ação, e nula no tocante à conversibilidade em ações preferenciais. 
C) Plenamente válida, pois ambos os parâmetros adotados pelo estatuto (voto plural e conversão em 
ações preferenciais) são possíveis e lícitos nas companhias fechadas. 
D) Totalmente nula, pois são vedadas tanto a conversibilidade de ações ordinárias em preferenciais 
quanto a atribuição de voto plural nas companhias fechadas. 
 
4. Contratos empresariais 
O cotidiano da vida empresarial deixa evidente a importância de se estabelecerem 
negócios com terceiros como meio de viabilizar a atividade econômica voltada para a satisfação 
de alguma necessidade do mercado. 
Da atividade econômica desempenhada pela empresa surge a celebração de contratos, 
que podem ser de variados regimes jurídicos: trabalhistas, administrativos, comerciais, inclusive 
de consumo. Esse último é entendido como uma exceção na relação empresarial. 
Por se tratar, em regra, de contratos atípicos, nos contratos empresarial, se nota uma 
maior prevalência do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), 
embora sua criação e interpretação ainda devam seguir as regras ordinárias aplicadas aos 
contratos em geral. 
 
Veja a tabela na página a seguir... 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
17 
 
 
Veja o esquema na página a seguir... 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Direito Empresarial 
18 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
5) FGV – 2021 – OAB – 33º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Farmácias Mundo Novo Ltda. é locatária de um imóvel não residencial onde funciona uma de suas filiais. 
No curso da vigência do contrato, que se encontra sob a égide do direito à renovação, faleceu um dos 
sócios, Sr. Deodato. Diante deste acontecimento, os sócios remanescentes deliberaram dissolver a 
sociedade. A sócia Angélica, prima de Deodato, gostaria de continuar a locação, aproveitando a 
localização excelente do ponto e a manutenção do aviamento objetivo da empresa. Angélica consulta um 
advogado especializado para saber se teria direito à renovação, mesmo não sendo a locatária do imóvel. 
Assinale a afirmativa que apresenta a resposta dada. 
 
A) Angélica tem direito à renovação da locação como subrogatária da sociedade dissolvida, mas deve 
informar ao locador sua condição no prazo de 30 (trinta) dias do arquivamento da ata de encerramento 
da liquidação, sob pena de decadência. 
B) Angélica não tem direito à renovação da locação, pois somente a sociedade dissolvida poderia exercer 
tal direito, por ter sido a parte contratante, incidindo o princípio da relatividade dos contratos. 
C) Angélica tem direito à renovação da locação como subrogatária da sociedade dissolvida, mas deve 
continuar a explorar o mesmo ramo de atividade que a sociedade dissolvida. 
D) Angélica não tem direito à renovação da locação, pois tal direito somente é conferido ao(s) sócio(s) 
remanescente(s) quando a sociedade sofre resolução por morte de sócio, e não dissolução. 
 
 
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 Direito Empresarial 
19 
 Resolva a questão a seguir: 
 
6) FGV – 2023 – OAB – 39º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Pastifício Ponte Serrada S/A celebrou contrato de comissão com Elói Mendes para aquisição de cereais. 
O negócio foi efetuado pelo comissário conforme as instruções recebidas, mas a vendedora,Cerealista 
Campos Novos Ltda., ficou inadimplente na entrega do produto. 
Considerando-se que o contrato de comissão celebrado entre Pastifício Ponte Serrada S/A e Elói Mendes 
não contém cláusula del credere, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O comissário não responde perante o comitente pelo inadimplemento do vendedor Cerealista Campos 
Novos Ltda., devendo o segundo suportar os prejuízos advindos. 
B) Tanto o comissário quanto o vendedor Cerealista Campos Novos Ltda. respondem solidariamente 
perante o comitente pelos prejuízos advindos. 
C) Apenas o comissário responde perante o comitente pelos prejuízos advindos do inadimplemento do 
vendedor Cerealista Campos Novos Ltda. 
D) O comissário e o vendedor Cerealista Campos Novos Ltda. respondem solidariamente perante o 
comitente pelos prejuízos advindos, mas o primeiro apenas em caráter subsidiário. 
 
 
5. Lei nº 11.101/2005 
 
 
 
5.1. Tipos de crise 
a) Sanável: talvez, com a injeção de dinheiro, seja possível se recuperar. Pede-se 
recuperação judicial. Arts. 47, 48 e 51 da LRF; 
b) Insanável: não há possibilidade de recuperação. Em alguns casos, a empresa 
poderá pedir autofalência. Art. 105 da LRF. 
 
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20 
5.2. Legitimados 
Empresário individual e a sociedade empresária. Não se aplica às sociedade simples. 
Exceções: art. 2º, art. 6º, §13 e art. 48, §2º, todos da Lei n° 11.101/05. 
 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de 
previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação 
judicial implica: 
§13 Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações 
decorrentes dos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus 
cooperados, na forma do art. 79 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, 
consequentemente, não se aplicando a vedação contida no inciso II do art. 2º quando a 
sociedade operadora de plano de assistência à saúde for cooperativa médica. 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, 
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes 
requisitos, cumulativamente: 
§2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação 
do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Escrituração Contábil Fiscal 
(ECF), ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF, 
entregue tempestivamente. 
 
Importante: produtor rural e cooperativa médica podem pedir RJ, bem como a sociedade 
anônima de futebol. 
 
5.3. Competência 
 
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação 
judicial implica: 
(...) 
§8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de 
recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de 
recuperação judicial ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo 
devedor. (Existe prevenção e não há distinção do devedor). 
Art. 78. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a ordem 
de apresentação. 
Parágrafo único. As ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a 
distribuição por dependência. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
7) FGV – 2021 – OAB – 38º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Na Comarca de Imperatriz/MA funcionam 4 (quatro) Varas Cíveis, com competência concorrente para o 
julgamento de causas de falência e recuperação judicial. Em 22 de agosto de 2019, foi apresentado 
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21 
requerimento de falência de uma sociedade empresária enquadrada como empresa de pequeno porte, 
com principal estabelecimento naquele município. O requerimento foi distribuído para a 3ª Vara Cível. 
Tendo sido determinada a citação do devedor, no prazo da contestação, Coelho Dutra, administrador e 
representante legal da sociedade, requereu sua recuperação judicial, devidamente autorizado por 
deliberação dos sócios. 
Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O requerimento de recuperação judicial não está sujeito à distribuição por dependência, podendo ser 
apreciado por qualquer um dos quatro juízos cíveis da comarca. 
B) A distribuição do pedido de falência previne a jurisdição para o pedido de recuperação judicial 
formulado pelo devedor, de modo que será competente o juízo da 3ª Vara Cível. 
C) Por se tratar de devedor enquadrado como empresa de pequeno porte, há tratamento diferenciado 
para o pedido de recuperação judicial, estando prevento o juízo que conheceu do pedido de falência. 
D) Como o devedor não se enquadra na definição legal de microempresa (incluído o microempreendedor 
individual), o requerimento de recuperação judicial não está sujeito à distribuição por dependência. 
 
5.4. Consolidação material x processual 
 
Art. 69-G. Os devedores que atendam aos requisitos previstos nesta Lei e que integrem 
grupo sob controle societário comum poderão requerer recuperação judicial sob 
consolidação processual. 
Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da realização de 
assembleia-geral, autorizar a consolidação substancial de ativos e passivos dos 
devedores integrantes do mesmo grupo econômico que estejam em recuperação judicial 
sob consolidação processual, apenas quando constatar a interconexão e a confusão entre 
ativos ou passivos dos devedores, de modo que não seja possível identificar a sua 
titularidade sem excessivo dispêndio de tempo ou de recursos, cumulativamente com a 
ocorrência de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóteses: 
I - existência de garantias cruzadas; 
II - relação de controle ou de dependência; 
III - identidade total ou parcial do quadro societário; e 
IV - atuação conjunta no mercado entre os postulantes. 
 
5.5. Motivos da falência 
 
 
 
Nem sempre a pessoa jurídica começa com uma recuperação judicial. Em alguns casos, 
quando a crise já está tão aguda na empresa, não resta alternativa a não ser a falência. 
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22 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à 
penhora bens suficientes dentro do prazo legal; 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação 
judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou 
fraudulento para realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos 
ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo 
a terceiro, credor ou não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os 
credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a 
legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens 
livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar 
os credores, abandona estabelecimentoou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de 
sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação 
judicial. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
8) FGV – 2019 – OAB – 30º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Além da impontualidade, a falência pode ser decretada pela prática de atos de falência por parte do 
devedor empresário individual ou dos administradores da sociedade empresária. 
Assinale a opção que constitui um ato de falência por parte do devedor. 
 
A) Deixar de pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo protestado por 
falta de pagamento, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do 
pedido de falência. 
B) Transferir, durante a recuperação judicial, estabelecimento a terceiro sem o consentimento de todos 
os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo, em cumprimento à disposição de 
plano de recuperação. 
C) Não pagar, depositar ou nomear à penhora, no prazo de 3 (três) dias, contados da citação, bens 
suficientes para garantir a execução. 
D) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial, após 
o cumprimento de todas as obrigações previstas no plano que vencerem até dois anos depois da 
concessão da recuperação judicial. 
 
Veja o esquema na página a seguir... 
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 Resolva a questão a seguir: 
 
9) FGV – 2022 – OAB – 36º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Cerâmica Água Doce do Norte teve sua falência requerida pelo Banco Boa Esperança S/A, em razão do 
não pagamento de cinco duplicatas que lhe foram endossadas por Castelo, Vivacqua & Cia. Os títulos 
estão protestados para fins falimentares e não se verificou pagamento até a data da citação. 
Ao ser citada, a sociedade devedora apresentou tempestivamente a contestação e, no mesmo prazo, em 
peça processual própria, requereu recuperação judicial, sem, contudo, se manifestar sobre a efetivação 
de depósito elisivo. 
Com base nas informações acima, a sociedade empresária 
 
A) Tinha a faculdade de pleitear sua recuperação judicial no prazo de contestação, ainda que não tivesse 
se manifestado pela efetivação de depósito elisivo. 
B) Não deveria ter requerido sua recuperação judicial e sim ter efetuado o depósito elisivo, eliminando a 
presunção de insolvência para, somente após esse ato, pleitear recuperação judicial. 
C) Deveria ter pleiteado sua recuperação judicial, pois o devedor pode se utilizar do benefício até o trânsito 
em julgado da sentença de falência, portanto, o pedido foi tempestivo e correto. 
D) Estava impedida de requerer recuperação judicial, pois já havia, na data do pedido de recuperação, 
requerimento de falência contra si, ajuizado pelo credor da duplicatas. 
 
6. Títulos de crédito 
 
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6.1. Endosso 
Art. 11 e seguintes da LUG. 
1) Transmissão; 
2) Garantia; 
3) Cuidar cláusula “sem garantia”; 
4) Regra: verso; 
5) Anverso: com indicação do ato. 
 
6.2. Tipo de endosso 
1) Parcial: nulo; 
2) Em preto/em branco; 
3) Caução; 
4) Mandato; 
5) Póstumo. 
 
6.2.1. Endossos próprios 
Em branco: 
● Tradição; 
● Circula ao portador; 
● Pode ser transformado em preto; 
● Pode ser transferido em branco (não há responsabilidade). 
 
Em preto: 
● Identifica beneficiário; 
● Transmissão por endosso. 
 
6.2.2. Endossos impróprios 
 
Veja o esquema na página a seguir... 
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25 
 
 
6.2.3. Endossos mandato 
Artigo 18, LUG: “Para cobrança” “valor a cobrar” “por procuração”. 
 
Súmula 475, STJ: responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário 
que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou 
intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
Súmula 476, STJ: o endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde 
por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
6.2.4. Endosso caução 
● Endosso pignoratício; 
● Art. 19, LUG; 
● “Valor em garantia”, “valor em penhor”; 
● Pagamento da dívida: resgato o título. 
 
6.2.5. Endossos póstumo/tardio 
 
Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso 
anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois 
de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma 
cessão ordinária de créditos. 
 
● Pós protesto do título; 
● A presunção é a de que o endosso sem data foi feito antes do prazo para a 
realização do protesto. 
 
 
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 Resolva a questão a seguir: 
 
10) FGV – 2021 – OAB – 33º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Socorro, empresária individual, sacou duplicata de venda na forma cartular, em face de Laticínios Aguaí 
Ltda. com vencimento para o dia 11 de setembro de 2020. Antes do vencimento, no dia 31 de agosto de 
2020, a duplicata, já aceita, foi endossada para a sociedade Bariri & Piraju Ltda. 
Considerando-se que, no dia 9 de outubro de 2020, a duplicata foi apresentada ao tabelionato de 
protestos para ser protestada por falta de pagamento, é correto afirmar que o endossatário. 
 
A) Não poderá promover a execução em face de nenhum dos signatários diante da perda do prazo para 
a apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento. 
B) Poderá promover a execução da duplicata em face do aceitante e do endossante, por ser facultativo o 
protesto por falta de pagamento da duplicata, caso tenha sido aceita pelo sacado. 
C) Poderá promover a execução da duplicata em face do aceitante e do endossante, pelo fato de o título 
ter sido apresentado a protesto em tempo hábil e por ser o aceitante o obrigado principal. 
D) Não poderá promover a execução em face do endossante, diante da perda do prazo para a 
apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento, mas poderá intentá-la em face do aceitante, 
por ser ele o obrigado principal. 
 
6.3. Aval 
1) Em preto; 
2) Em branco; 
3) Simultâneo (coaval); 
4) Sucessivo (aval do aval); 
5) Parcial. 
 
6.3.1. Características gerais 
● Artigo 30, LUG; 
● Vênia conjugal (art. 1.647, CC) – salvo separação absoluta; 
● Garantia pessoal prestada por terceiro; 
● Relação autônoma; 
● Responsabilidade solidária; 
● Regra: anverso. Pode no verso com indicação. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
11) FGV – 2017 – OAB – 24º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Um cliente apresenta a você um cheque nominal à ordem com as assinaturas do emitente no anverso e 
do endossante no verso. No verso da cártula, também consta uma terceira assinatura, identificada apenas 
como aval pelo signatário. Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O aval dado no título foi irregular, pois, para a sua validade, deveria ter sido lançado no anverso. 
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27 
B) A falta de indicação do avalizado permite concluir que ele pode ser qualquer dos signatários (emitente 
ou endossante). 
C) O aval dado no título foi na modalidade em branco, sendo avalizado o emitente. 
D) O aval somente é cabível no cheque não à ordem, sendo considerado não escrito se a emissão for à 
ordem. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
12) FGV – 2022 – OAB – 35º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Riqueza Comércio de Artigos Eletrônicos Ltda. sacou duplicata na modalidade cartular em face de 
Papelaria Sul Brasil Ltda., que foi devidamente aceita, com vencimento no dia 25 de março de 2022. 
Antes do vencimento, a duplicata foi endossada paraSaudades Fomento Mercantil S/A. No dia do 
vencimento, a duplicata não foi paga, porém, no dia seguinte, foi prestado aval em branco datado pelo 
avalista Antônio Carlos. Acerca da validade e do cabimento do aval dado na duplicata após o vencimento, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) É nulo o aval após o vencimento na duplicata, por vedação expressa no Código Civil, diante da omissão 
da Lei nº 5.474/68 (Lei de Duplicatas). 
B) É válido o aval na duplicata após o vencimento, desde que o título ainda não tenha sido endossado na 
data da prestação do aval. 
C) É nulo o aval na duplicata cartular, sendo permitido apenas na duplicata escritural e mediante registro 
do título perante o agente escriturador. 
D) É válido o aval dado na duplicata antes ou após o vencimento, por previsão expressa na Lei de 
Duplicatas (Lei nº 5.474/68). 
 
6.3.2. Aval parcial 
 
Ver proibição do CC 
(art. 897). 
 
6.4. Atos cambiários – Decreto-Lei nº 57.663/66 
Veja os esquemas na página a seguir... 
 
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29 
 
7. Propriedade industrial e demais leis importantes 
Vamos começar analisando a lei de propriedade industrial - lei 92.79/96 e seus principais 
tópicos. 
Conceito de patente: concessão temporária de direito de titularidade garantida pelo estado 
por meio do INPI ao criador de invenção ou modelo de utilidade que lhe garantirá exclusividade 
no uso. Assim, temos que invenção consiste em criação nova, aplicada ao meio industrial e que 
consiste em um avanço em relação ao estado da técnica, ao passo que o modelo de utilidade 
representa a melhoria funcional em algo que já existe (uma melhora de desempenho, conforto, 
etc). 
Os arts. 8-15 apresentam os requisitos para a concessão da patente, quais sejam: 
1) Novidade; 
2) Atividade inventiva; 
3) Aplicação industrial. 
 
O conceito destes requisitos encontra-se nos arts. 11, 12, 13, 14 e 15. 
O objetivo da patente é garantir ao seu titular a exclusividade durante o período da 
vigência - 20 anos para invenção, 15 para modelo de utilidade. A menção à exclusividade está 
no art. 42, ao passo que o art. 43 apresenta exceções à exclusividade. Por fim, o art. 44 menciona 
a possibilidade de o titular buscar indenização pelo uso indevido de sua patente. 
Como visto, a patente é equiparada a um título de propriedade (bem móvel), podendo ser 
licenciada ou alienada. Contudo, está sujeita a intervenção do estado por meio do licenciamento 
compulsório, ou seja, a concessão de licença contrária à vontade do titular. 
O art. 68 versa sobre o licenciamento compulsório em casos de uso abusivo ou falta de 
uso. Nesses casos, um concorrente (com capacidade financeira e técnica) é quem deverá fazer 
o requerimento que, concedido, lhe autorizará a explorar patente de outrem. 
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30 
O licenciamento compulsório do art. 71 funda-se na emergência nacional ou interesse 
público, e é decretado pelo próprio Estado, visando sanar situação temporária de risco. 
Por fim, o art. 88 versa sobre a titularidade da patente criada em ambiente laboral: mesmo 
que o mentor intelectual do projeto seja funcionário, a concessão se dará em nome do 
empregador, pois ele quem forneceu os meios materiais para sua concretização. 
 
7.1. Os registros 
O conceito de registro é próximo ao da patente: é uma concessão temporária garantida 
pelo Estado (INPI) para o criador de marca ou desenho industrial que vai lhe garantir 
exclusividade no uso. 
Os desenhos industriais vêm conceituados no art. 95. São a forma plástica e ornamental, 
bem como o conjunto de cores de um produto. Podemos citar como exemplo o design de produto 
de uma sandália Melissa, ou uma garrafa plástica de água. Seu prazo de vigência é de 10 anos, 
podendo ser renovada por 3 vezes de 5 anos. 
A marca por sua vez é o sinal visualmente perceptível e serve para identificação de 
produto ou serviço. Sua função consiste em proteger o consumidor (para que identifique os 
produtos que realmente deseja, sem ser induzido em erro), bem como em recompensar o titular, 
pela boa divulgação ou qualidade de seu produto. 
Essencial conhecer o art. 124, que apresenta o que não é considerado como marca. Modo 
sucinto, podemos citar que nomes que possam induzir consumidores em erro são irregistráveis 
- por exemplo, um nome muito parecido com outro que já existe, nome de celebridades ou órgãos 
públicos, ou nomes que induzam falsa procedência ou fabricação de produto, etc. 
A marca é o único bem de propriedade industrial que pode durar para sempre: sua 
vigência é de 10 anos, podendo ser renovada quantas vezes forem necessárias. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
13) FGV – 2023 – OAB – 37º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, por meio da concessão do direito de 
exclusividade para exploração da criação pelo seu titular, considerado seu interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do país, efetua-se mediante concessão de registro 
 
A) De marca. 
B) Para o nome empresarial. 
C) Para o título de estabelecimento. 
D) De obras literárias, arquitetônicas, artísticas. 
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31 
Agora falando de outras leis importantes, o profe. vai destacar alguns artigos para 
conhecermos! 
LC 123/06: lei que cria o Simples nacional. O objetivo é que empresas consideradas 
pequenas tenham mais facilidade no que toca ao pagamento de impostos e menos burocracia 
na constituição da empresa. Então se você identificar no enunciado que a empresa é uma 
Microempresa, uma Empresa de Pequeno Porte, ou um MEI, busque alternativas nesse sentido! 
Abaixo alguns artigos importantes: 
 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou 
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa 
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei 
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro 
de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde 
que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior 
a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta 
superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). 
Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos 
impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, 
independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste 
artigo. 
 
Lei nº 12846/13: a chamada lei anticorrupção. Busca responsabilizar as pessoas jurídicas 
e administradores por atos lesivos ao ente público. Ao identificar no enunciado que a pessoa 
jurídica praticou atos lesivos, busque respostas que abordem a responsabilização como 
aplicação de multa, publicação da condenação, perda de bens, suspensão de atividades, etc. 
Lei nº 8934/94: a lei dos registros empresariais. Para se obter a regularidade, o 
empresário precisa buscar o seu registro. Levar a documentação no registro público de empresas 
mercantis é chamado de “arquivamento” e compreende uma série de atos. 
 
Art. 32. O registro compreende: 
II - O arquivamento: 
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas 
mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; 
 
Lei nº 12529/11: lei do CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão 
responsável por garantir a liberdade de iniciativa, livre mercado e garantira justa concorrência 
no mercado brasileiro. Atos como fusões ou incorporações de grandes empresas precisam 
passar por análise do CADE, no intuito de se evitar monopólios ou prejuízos à livre iniciativa e 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966
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concorrência. O não cumprimento destas formalidades pode ensejar responsabilização 
administrativa e judicial. 
 
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Gabaritos das questões: 
1 – A 2 – A 3 – D 4 – C 5 – C 6 – A 7 – B 
8 – D 9 – A 10 – C 11 – C 12 – D 13 – A 
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https://ceisc.com.br/categorias/oab_2fase/
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