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GESTÃO DE CUSTOS Armindo Evangelista 1ª Edição, 2021 Fundado em 1915 — www.unasp.br Missão Educar no contexto dos valores bíblicos para um viver pleno e para a excelência no serviço a Deus e à humanidade. Visão Ser uma instituição educacional reconhecida pela excelência nos serviços prestados, pelos seus elevados padrões éticos e pela qualidade pessoal e profissional de seus egressos. Administração da Entidade Mantenedora (IAE) Diretor-Presidente: Maurício Lima Diretor Administrativo: Edson Medeiros Diretor-Secretário: Emmanuel Oliveira Guimarães Diretor Depto. de Educação: Ivan Góes Administração Geral do Unasp Reitor: Martin Kuhn Vice-Reitor Executivo Campus EC: Antônio Marcos da Silva Alves Vice-Reitor Executivo Campus HT: Afonso Ligório Cardoso Vice-Reitor Executivo Campus SP: Douglas Jeferson Menslin Pró-Reitor Administrativo: Telson Bombassaro Vargas Pró-Reitor Acadêmico: Afonso Ligório Cardoso Pró-Reitor de Educação à Distância: Fabiano Leichsenring Silva Pró-Reitor de Pesquisa e Desenvolvimento Institucional: Allan Macedo de Novaes Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual, Comunitário e Estudantil: Martin Kuhn Secretário-Geral: Marcelo Franca Alves Faculdade Adventista de Teologia Diretor: Reinaldo Wenceslau Siqueira Coordenador de Pós-Graduação: Vanderlei Dorneles da Silva Coordenador de Graduação: Adriani Milli Rodrigues Órgãos Executivos Campus Engenheiro Coelho Pró-Reitor Administrativo Associado: Murilo Marques Bezerra Pró-Reitor Acadêmico Associado: Everson Muckenberger Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Bruno de Moura Fortes Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Ebenézer do Vale Oliveira Órgãos Executivos Campus Hortolândia Pró-Reitor Administrativo Associado: Claudio Valdir Knoener Pró-Reitora Acadêmica Associada: Suzete Araújo Águas Maia Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Daniel Fioramonte Costa Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Wanderson Paiva Órgãos Executivos Campus São Paulo Pró-Reitor Administrativo Associado: Flavio Knöner Pró-Reitora Acadêmica Associada: Silvia Cristina de Oliveira Quadros Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Ricardo Bertazzo Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Robson Aleixo de Souza Editor-chefe Rodrigo Follis Gerente de projetos Bruno Sales Ferreira Editor associado Alysson Huf Supervisor administrativo Werter Gouveia Gerente de vendas Francileide Santos Editores Adriane Ferrari, Gabriel Pilon Galvani, Jônathas Sant’Ana e Thamires Mattos Designers gráficos Felipe Rocha e Kenny Zukowski Imprensa Universitária Adventista 1ª Edição, 2021 GESTÃO DE CUSTOS Imprensa Universitária Adventista Engenheiro Coelho, SP Armindo Evangelista Mestre em Controladoria e Contabilidade Estratégica pela UNIFECAP Campagnoni, Mariana / dos Santos, Diego Henrique Moreira Formação da identidade profissional do contador [livro eletrônico] / Mariana Campagnoni. -- 1. ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2020. 1 Mb ; PDF ISBN 978-85-8463-172-8 1. Carreira profissional 2. Contabilidade 3. Contabilidade como profissão 4. Contabilidade como profissão - Leis e legislação 5. Formação profissional 6. Negócios I. Título. 20-33026 CDD-370.113 Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Contabilidade : Educação profissional 370.113 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 Gestão de custos 1ª edição – 2021 e-book (pdf) OP 00123_064 Editoração: Gabriel Pilon Preparação: Matheus Cardoso Revisão: Giovanna Sinco, Júlia Galvani Projeto gráfico: Ana Paula Pirani Capa: Jonathas Sant’Ana Diagramação: Willian Nunes Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp Engenheiro Coelho, SP CEP 13448-900 Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 www.unaspress.com.br Imprensa Universitária Adventista Validação editorial científica ad hoc: Marta Aparecida Martins Xavier Mestra em Ciências Contábeis pela FECAP Conselho editorial e artístico: Dr. Martin Kuhn, Esp. Telson Vargas, Me. Antônio Marcos, Dr. Afonso Cardoso, Dr. Douglas Menslin, Dr. Rodrigo Follis, Dr. Lélio Lellis, Dr. Allan Novaes, Esp. Jael Enéas, Esp. José Júnior, Dr. Reinaldo Siqueira, Dr. Fábio Alfieri, Dra. Gildene Lopes, Me. Edilson Valiante, Me. Diogo Cavalcante, Dr. Adolfo Suárez Editora associada: Todos os direitos reservados à Unaspress - Imprensa Universitária Adventista. Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte. SUMÁRIO FUNDAMENTAÇÃO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS ................................... 13 Introdução ........................................................................................14 Fundamentação e terminologia de custos ......................................16 Classificações básicas de custo ...............................................20 Quanto à incidência, os custos podem ser direto ou indireto: .................................................24 Materiais e estoques ........................................................................27 Materiais ..................................................................................27 Classificação dos materiais .....................................................29 Estoques ..................................................................................31 Tipos de estoques ....................................................................32 Representação dos estoques ..................................................34 VO CÊ ES TÁ A QU I Avaliação dos estoques ..........................................................35 Mão de obra .....................................................................................39 Classificação da mão de obra .................................................40 Custos indiretos de fabricação e os critérios de rateio .....................42 Classificação dos custos indiretos de fabricação ....................43 Critérios de rateio dos custos indiretos de fabricação ............44 Custeio departamental ....................................................................48 Considerações finais ........................................................................59 Referências .......................................................................................60 SISTEMAS DE CUSTEIO .......................................... 61 Introdução ........................................................................................62 Sistemas de custeio .........................................................................64 Custeio por absorção ...............................................................65 Custeio variável .......................................................................71 Custo-padrão ..........................................................................83 Sistema de acumulação de custos por ordem ......................104 Sistema de acumulação de custos por processo ...................109 VO CÊ ES TÁ A QU I Considerações finais........................................................................119 Referências ......................................................................................120 ANÁLISE CVL:CUSTO - VOLUME - LUCRO .............. 121 Introdução .......................................................................................122 Análise de custo-volume-lucro ......................................................124 A análise CVL – Custo-Volume-Lucro ...................................126 Pressupostos da análiseCusto-Volume-Lucro .......................129 Aplicabilidade da análise CVL ................................................132 Margem de Contribuição ................................................................135Aplicabilidade da margem de contribuição ..........................139 Margem de contribuição e os gastos fixos identificados ...............141 Aplicabilidade da margem de contribuição com gastos fixos identificados ...........................................................................143 Ponto de Equilíbrio (break-even point) ..........................................148 Ponto de Equilíbrio e Gestão de Curto Prazo .........................149 Margem de Segurança ...................................................................165 Aplicabilidade da margem de segurança operacional .........168 Alavancagem Operacional ..............................................................171 Aplicabilidade do Grau de Alavancagem Operacional - GAO ..........................................173 Considerações finais........................................................................177 Referências ......................................................................................179 EMENTA Compreensão adequada e correta dos conceitos relacionados aos custos. Funcionamento dos sistemas de acumulação de custos. Análise das relações Custo‐Volume‐Lucro. A formação do preço de venda e a geração de informações para a tomada de decisões gerenciais. CONHEÇA O CONTEÚDO O conteúdo aqui apresentado constitui uma contribuição relevante para os estudos na área de gestão de custos. Os alunos que atuam e também aqueles que pretendem atuar na área de gestão de custos terão uma grande oportunidade de crescimento pro- fissional, pois estão diante de um conteúdo riquíssimo em detalhes que faz a diferença no dia a dia das empresas e, fazer parte da resolução dos problemas delas pode ser algo muito gratificante de várias maneiras. Com o objetivo de proporcionar conheci- mentos das terminologias de custo, apresen- tando os sistemas de custeio mais utilizados nas empresas, abordando as análises de precificação, o markup, a formação de preço, a margem de contribuição, o ponto de equi- líbrio entre outros assuntos relevantes ao longo das páginas deste livro, você (aluno) encontrará definições e técnicas trabalhadas de forma simples e assertiva, deixando seus estudos muito mais atraentes. O conteúdo traz ainda, de maneira explica- tiva, como deve ser a aplicabilidade de cada item trabalhado, mostrando a preocupação em fazer do processo ensino-aprendizagem uma metodologia de grande alcance. Desejamos que ao final de todo o conteúdo, você tenha o domínio sobre esses assuntos abordados e procure dar sequência e apli- cabilidade aos conhecimentos adquiridos, decidindo de maneira racional e lógica com base nos contexto e premissas da gestão de custos. Portanto, você tem uma grande opor- tunidade nesse momento, faça bom uso dela e tenha um ótimo estudo. UNIDADE 1 - Compreender o conceito, nomenclaturas e classificação da área de custos e principais sistemas de custeio; - Conhecer o conceito, classificação dos materiais e os critérios de avaliação dos estoques; - Apresentar os elementos e formas de rateio da mão de obra indireta e dos custos indiretos de fabricação; - Entender o cálculo do custeio departamental; - Ser um profissional atento, ágil e dinâmico na definição do sistema de custeio a ser adotado dentro da atividade empresarial. FUNDAMENTAÇÃO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS OB JE TI VO S 14 GESTÃO DE CUSTOS INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao estudo da unidade “Fundamentação e terminologia de custos”. Esta unidade deseja contribuir para que você efetivamente conheça a fundamentação e terminologia aplicadas na gestão de custos de uma empresa. Nesse sentido, é importante você saber que, em uma empresa, muitas são as competências e habilidades que precisam ser desenvolvidas para o bom andamento da gestão de custos. Nesta unidade, todas as questões pertinentes e relevantes relacionadas com tais competências serão estudadas e aplicadas. Dentre os processos de gestão em uma empresa, destaca- se uma área muito importante para a geração de informações e tomada de decisões: a gestão de custos, que além de ser uma área estratégica nos negócios, zela pela aplicação e o controle de gastos. Sendo assim, no estudo desta unidade, você perceberá que a gestão de custos requer conhecimento e técnicas voltados 15 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS para a apuração do resultado esperado mais fidedigno possível, contando, essencialmente, com uma visão que possibilite conhecer os números reais da empresa, ou seja, quanto está custando a manutenção das atividades cotidianas da empresa. Nesse contexto, você estudará: classificações de custos fixos e variáveis; custos diretos e indiretos; os materiais aplicados na fabricação de produtos; os estoques e seus métodos de avaliações; a mão de obra direta e indireta; os demais custos indiretos de fabricação e seus critérios de rateio; e, por fim, o custeio departamental. Ao final desta unidade, espera-se que você: • saiba distinguir: a. custos e despesas; b. investimentos e perdas; c. custos diretos e custos indiretos; d. custos fixos e custos variáveis. • entenda a importância de apropriar os custos indiretos aos departamentos e produtos, tomando a melhor decisão em relação à base de rateio; 16 GESTÃO DE CUSTOS • saiba utilizar os métodos de avaliação de estoques e suas particularidades; • saiba montar o processo de custeio departamental, usando as premissas apresentadas na unidade. Por fim, desejo muito sucesso a você e que você tenha uma ótima aprendizagem! FUNDAMENTAÇÃO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS “Despesa com matéria-prima” ou “custo de matéria-prima”? “Gastos” ou “despesas de fabricação”? “Gastos” ou “custos de materiais diretos”? “Despesas” ou “gastos com Serviços”? “Custos” ou “despesas de depreciação”? Gastos, custos e despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes? Confundem-se com 17 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS desembolso? Será que investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos? A Figura 1 apresenta as terminologias aplicadas à gestão de custos. A princípio, pode até parecer complicado, mas a medida em que avançarmos na unidade, elas ficarão mais claras e você não terá dificuldade alguma em falar sobre o assunto. Figura 1 – Terminologia de custos. TERMINOLOGIA DE CUSTOS Gasto Investimento PerdaDesembolso Custo Despesa Fonte: elaborado pelo autor No meio desse emaranhado de nomes e ideias, normalmente aquele que não é habituado com essas terminologias de custos se vê perdido e, às vezes, até quem é mais experiente também. Sendo assim, vamos entender as definições de cada um deles: 18 GESTÃO DE CUSTOS • gasto: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente de terem sido utilizados ou não; • desembolso: é o ato do pagamento. Ele pode ocorrer antes do gasto (pagamento antecipado), no momento dele (pagamento à vista) ou depois de sua consumação (pagamento a prazo); • investimento: é o gasto que se destina à obtenção de bens de uso da empresa (computadores, veículos, entre outros) ou as aplicações de caráter permanente (ações em outras empresas, imóveis, entre outros). Existem ainda os bens destinados para troca (mercadorias), transformação (matérias primas, embalagens, entre outras) ou consumo (materiais de expediente, higiene e limpeza), enquanto tais bens ainda não tenham sido trocados, transformados ou consumidos; • despesa: é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. Geralmente aparece distribuída entre as áreas administrativa (conta de telefonia móvel 19 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS da diretoria), comercial (comissão dos vendedores) e financeira (juros sobre pagamento com atraso); • custo: é o gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. Normalmente é composto dos seguintescomponentes: a. materiais: são os objetos utilizados no processo (matéria-prima; embalagem); b. mão de obra: é o esforço aplicado na produção de bem ou serviço; c. demais custos: compreendem os demais gastos necessários para a produção de bem ou serviço, os quais, pela própria natureza, não se enquadram como materiais ou mão de obra. • perda: normalmente é vista como o valor dos insumos consumidos de forma anormal e involuntária, o que pode ser causado tanto internamente (aparas e rebarbas do processo produtivo) como externamente (enchentes, queimadas, geadas, entre outras coisas). 20 GESTÃO DE CUSTOS É importante salientar que as definições aqui mencionadas, dizem respeito à área denominada custos. Em outras áreas de estudo e aplicabilidade, as terminologias podem ter outras finalidades. CLASSIFICAÇÕES BÁSICAS DE CUSTO Os custos normalmente se subdividem em: • custo fixo; • custo variável; • custo direto; • custo indireto. OS CUSTOS RELACIONADOS AO NÍVEL DE ATIVIDADE Conforme o nível de atividade, o relacionamento dos custos pode ser fixo ou variável. • Custo fixo é aquele que, dentro de uma determinada escala de produção, permanece constante, não se alterando com as modificações na quantia de produção, como se pode ver na Figura 2. Conhecidos também como custo de infraestrutura e instalações. 21 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS Figura 2 – Comportamento do custo fixo. Custo �xo Custos Quantidade 0 10 t Grá�co 1 Fonte: elaborado pelo autor A Figura 2 facilita a compreensão deste conceito, pois ela representa o comportamento do custo fixo: em qualquer volume de produção entre 0 (zero) e 10 (dez) toneladas, esse custo não se altera. • custo variável é aquele que acompanha o volume produzido na mesma proporção, como se pode ver no gráfico 2. Ele possui algumas características específicas: a. seu montante total varia em proporção direta ao volume produzido; 22 GESTÃO DE CUSTOS b. apresenta valor constante por unidade, independentemente da quantidade; c. a obtenção de seus valores por setores onde é processado, é fácil e pode ser feita através de acompanhamentos e apontamentos realizados nos mesmos, seja de forma manual ou automática; d. o controle de seu consumo é efetuado com facilidade. Figura 3 – Comportamento do custo variável. Custo Variável Custos Quantidade 0 10 t Grá co 2 Fonte: elaborado pelo autor A Figura 3 facilita a compreensão deste conceito, pois ele representa o comportamento do custo variável: à 23 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS medida em que o volume de produção entre 0 (zero) e 10 (dez) toneladas aumenta, esse custo se altera. A somatória dos custos fixos e variáveis totalizam os custos da empresa e passam a ter a representação gráfica apresentada na Figura 4. Figura 4 – Comportamento do custo fixo e do custo variável. Custo total (�xo + variável) Participação do custo variável Participação do custo �xo Custos Quantidade 0 10 t Grá�co 3 Fonte: elaborado pelo autor Percebe-se, na Figura 4, que o custo fixo se mantém o mesmo seja a quantidade produzida igual a dez ou zero toneladas; já o custo variável surge a partir da primeira unidade produzida e acompanha todo o volume de produção. 24 GESTÃO DE CUSTOS QUANTO À INCIDÊNCIA, OS CUSTOS PODEM SER DIRETO OU INDIRETO: • custo direto considera todo o material, mão de obra e insumos que são aplicados diretamente na execução de um bem ou serviço. É uma medida objetiva de consumo; • custo indireto considera todo material empregado nas atividades auxiliares de produção, e trabalho realizado nos setores, não pertinentes especificamente a nenhum bem ou serviço. São aqueles que não podem ser identificados no bem ou serviço. Normalmente, são alocados aos produtos através de um critério de rateio definido pela área de custos junto com administração da empresa. O esquema básico de custos, ilustrado na Figura 5, mostra o tratamento dado aos custos diretos que são aplicados diretamente aos produtos e os custos indiretos que necessitam de rateios para chegarem aos produtos. 25 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS Figura 5 – Esquema básico de custos. ESQUEMA DE CUSTOS Custos Indiretos Rateios Diretos Produto CC Produto BB Produto AA Fonte: elaborado pelo autor Conforme a representação do esquema de custos, percebe- se que os custos incidem de forma direta e de forma indireta aos produtos fabricados e, no caso de prestação de serviços, a estrutura é similar. Os custos diretos são aqueles perfeitamente identificados nos produtos. Já os custos indiretos não são identificados diretamente nos produtos, porém, como fazem 26 GESTÃO DE CUSTOS parte dos custos totais, também precisam ser alocados aos produtos da empresa. Para que isso aconteça, usam-se as bases de rateios, que são medidas que servem de parâmetro para a distribuição dos custos indiretos aos produtos. Para escolher a base de rateio ideal, é preciso relacionar o custo com o motivo que o gerou, por exemplo: o gasto com energia elétrica poderá decorrer da necessidade de iluminar o ambiente ou da necessidade de fazer funcionar as máquinas e equipamentos. Quando decorrer da necessidade de iluminar o ambiente, esse será o motivo da sua existência, logo, a base de rateio poderá ser a quantidade de pontos de luz em área ou setor. Por outro lado, se o gasto decorrer da necessidade de movimentar as máquinas e equipamentos, esse será o motivo de sua ocorrência, logo, a base de rateio mais indicada poderá ser o número de horas trabalhadas pelas máquinas e equipamentos. Custos incidem de forma direta e de forma indireta aos produtos fabricados e, no caso de prestação de serviços, a estrutura é similar 27 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS MATERIAIS E ESTOQUES MATERIAIS O material é um dos fatores básicos na formação dos custos de produção, constituindo-se no único elemento tangível que pode ser fisicamente reconhecido no produto, uma vez que os demais, mão de obra e custos indiretos, nele se incorporam como elementos de valor. São elementos constitutivos do custo dos materiais aqueles normalmente identificados pela documentação de compra: matéria-prima, embalagem, transporte, impostos não recuperáveis, seguros, entre outros. Material, portanto, envolve qualquer produto diretamente identificável com o novo produto que será elaborado e que se torne parte integrante deste. Neste processo, algumas definições são relevantes e devem ser compreendidas: PRODUÇÃO Segundo o dicionário Michaelis (2015), produção significa qual- quer coisa resultante do trabalho humano, da tecnologia ou produ- zida naturalmente - Atividade de criar bens e serviços para prover o necessário ao ser humano. Fonte: <https://bit.ly/prodmichae- lis>. Acesso em: 25 nov. 2020. 28 GESTÃO DE CUSTOS • insumos: são todos os materiais necessários no processo de produção de bens e serviços; • suprimentos: são todos os materiais necessários ao preenchimento das condições de funcionamento das instalações e equipamentos; • produtos: são os resultados da transformação de certos bens e serviços em bens e serviços distintos; e • mercadorias: são bens adquiridos pela empresa, para revenda, sem transformação. Os materiais que a empresa fabrica ou adquire são inseridos no processo produtivo seguindo as classificações de matéria-prima, material secundário, material auxiliar e embalagem. Mas, afinal, o que significa cada um destes termos? Abaixo vai um pequeno guia para ajudá-lo(a): • matéria-prima: é a substância bruta para a fabricação de alguma coisa que, por sua natureza, será manipulada, processada e transformada; 29 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS • material secundário: também participa do processamento do produto final, mas não apresenta o mesmo grau de importância da matéria-prima; • material auxiliar: ajuda no processo e na fabricação, mas não faz parte integrante dele; e • embalagem:todo material que envolve o produto acabado. É indispensável para a comercialização de boa parte dos produtos. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS Em relação aos produtos, os materiais podem ser divididos ou classificados em diretos e indiretos. MATERIAIS DIRETOS São todos os recursos econômicos utilizados no processo de fabricação que podem ser facilmente identificados nos produtos em termos físicos e monetários. Isso ocorre em casos como os das matérias-primas, materiais secundários e embalagens - quando estas são aplicadas nos produtos 30 GESTÃO DE CUSTOS dentro da área de produção, integrando assim parte do custo direto de determinado produto. As características que enfatizam os aspectos de associação direta entre o custo dos materiais utilizados com o produto fabricado são: • utilização do material no produto; • identificação direta do material utilizado no produto; e • sua mensuração objetiva. MATERIAIS INDIRETOS Ribeiro (2009) comenta que “os materiais indiretos são assim denominados porque não integram os produtos fabricados, sendo que suas quantidades e valores não podem ser facilmente identificados em relação a cada produto fabricado”. Em outros termos, a sua identificação econômica não pode ser feita de maneira objetiva e sim por meio de rateios. O rateio consiste em uma distribuição estimada ou arbitrada dos custos indiretos aos produtos. Todas as formas de 31 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS distribuição contêm, em menor ou maior grau, um certo subjetivismo, portanto, a arbitrariedade sempre irá existir nessas alocações. Esta existirá em nível bastante aceitável, por vezes, enquanto em outras oportunidades só será aceita em caso de inexistência de alternativas melhores. ESTOQUES Por definição, o estoque consiste no volume de bens disponíveis para uma comercialização futura. Ele representa um dos elementos mais relevantes do ativo, bens da empresa, por ser de vital contribuição para a obtenção de lucros da companhia, assim o seu controle deve ter atenção por parte da diretoria e gestão empresarial. Compreender os detalhes relativos ao controle físico, monetário e sua correta avaliação proporcionam muitas vantagens e benefícios para as empresas. Estoque con- siste no volu- me de bens disponíveis para uma co- mercialização futura. 32 GESTÃO DE CUSTOS Uma área importante na maioria das empresas é o almoxarifado, pois é lá que são armazenados os materiais que serão aplicados no processo fabril ou consumidos nas diversas áreas que compõem a empresa. No almoxarifado, podem ainda ser encontrados itens como produtos acabados, bens de uso da empresa, peças de reposição das máquinas, materiais de expediente, materiais de limpeza, entre outros. TIPOS DE ESTOQUES Os estoques físicos podem ser de vários tipos. Veja alguns deles: • mercadorias: são os objetos que as empresas adquirem para revenda sem transformação alguma. Seu único intuito é a sua comercialização; • peças para manutenção: elementos necessários para o perfeito funcionamento das máquinas e equipamentos, a fim de que o processo fabril não seja interrompido; • matérias-primas: aquelas que sofrerão algum processo de transformação; 33 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS • materiais secundários: aqueles que entram no processo de composição do produto fabricado juntamente com a matéria prima, complementando-a ou dando o acabamento necessário ao produto; • materiais auxiliares: aqueles consumidos no processo fabril, mas que não integram o produto; • materiais de acondicionamento e embalagem: aqueles utilizados para embalar os produtos na área de produção, como proteção, ou no momento da venda, sua comercialização; • subprodutos: são as sobras do processo fabril (serragens, retalhos, aparas etc.) que podem ser comercializadas pela empresa no estado em que se encontram; • produtos em elaboração: aqueles cujo processo de fabricação ainda não foi totalmente concluído; • produtos acabados: aqueles que já sofreram algum tipo de transformação e estão prontos para serem comercializados. 34 GESTÃO DE CUSTOS REPRESENTAÇÃO DOS ESTOQUES Os estoques são bens representados na empresa, conforme a Figura 6. Figura 6 – Representação dos estoques. Recebidos em consignação são aqueles recebidos pela empresa com a missão de serem vendidos. Neste caso, portanto, a companhia tem somente a posse e não a propriedade. Remetidos em consignação são aqueles que, enquanto estiverem sob a posse de terceiros, à espera de cliente ou de sua comercialização, permanecem em propriedade da empresa. Adquiridos em trânsito são aqueles adquiridos sob a cláusula FOB (free on board), isto é, quando a compradora é proprietária a partir do momento em que o material foi colocado no ponto negociado entre ela e a vendedora. Neste caso, a propriedade já ocorre, merecendo cuidados redobrados por parte da empresa. Produção própria ou adquirida de terceiros é considerada pelo valor de aquisição, mas se sofrer transformação será valorada a preços maiores devido ao valor agregado. Fonte: elaborado pelo autor 35 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES No que diz respeito aos estoques, duas coisas precisam ser determinadas: uma é o custo de aquisição dos materiais e a outra é o custo de saída ou material entregue. As aquisições ou compras vêm com custo pré-definido desde a sua negociação, por parte da empresa com o seu fornecedor. Já as saídas têm seu custo calculado periodicamente, conforme o método de avaliação adotado. O método de esgotamento progressivo consiste em manter separados os lotes de materiais, imputando a saída a cada um, segundo a sucessão cronológica das entradas e a identidade dos preços correspondentes. Essa sucessão cronológica pode ser progressiva ou regressiva, ou seja, imputar as saídas aos primeiros lotes que adentraram o estoque ou aos últimos da série. Estes métodos são conhecidos por seus nomes de origem norte americana: No estoque é preciso determinar o custo de aquisição e o custo de saída. 36 GESTÃO DE CUSTOS • first in first out (Fifo) ou primeiro que entra, primeiro que sai (Peps); e • last in first out (Lifo) ou último que entra, primeiro que sai (Ueps). Existe também o método do custo média ponderada (fixa e móvel), que apura a média de custo das quantidades em cada lote individualmente quando estas entram na formação do saldo único de material, isto é, determinando um novo custo médio após cada aquisição efetuada pela empresa. Vamos aplicar um exemplo hipotético na empresa do Ramo para elucidar os três métodos. Para isso, consideremos que o saldo inicial no mês é zero, ou seja, não há nenhuma unidade no estoque. Acompanhe as informações a seguir e as tabelas 1, 2, 3 e 4: Dia 01/set: houve uma compra de 50 unidades ao custo unitário (líquido dos impostos) de R$ 250,00; Dia 08/set: houve outra compra de 120 unidades ao custo unitário (líquido dos impostos) de R$ 265,00; Dia 19/set: houve uma venda de 70 unidades ao preço de venda unitário de R$525,00. 37 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS MÉTODO PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI Figura 7– Ficha de controle de estoques – método Peps. DATA ENTRADAS SAÍDAS SALDOS Qtde. Preço Valor Qtde. Preço Valor Qtde. Preço Valor 01/set 50 R$250 R$12.500 - - - 50 R$250 R$12.500 08/set 120 R$265 R$31.800 - - - 50 120 R$250 R$ 265 R$12.500 R$ 31.800 19/set - - - 50 20 R$250 R$265 R$12.500 R$5.300 100 R$265 R$26.500 Fonte: elaborado pelo autor No método Peps, o custo total das saídas de estoque é de R$ 17.800. O saldo final é de 100 unidades ao custo unitário de R$ 265 e o custo total chega a R$26.500. Observe que o preço de venda de R$525 (informado) não é utilizado na ficha de controle de estoques. MÉTODO UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI Figura 8– Ficha de controle de estoques – método Ueps. DATA ENTRADAS SAÍDAS SALDOS Qtde. Preço Valor Qtde. Preço Valor Qtde. PreçoValor 01/set 50 R$250 R$12.500 - - - 50 R$250 R$12.500 08/set 120 R$265 R$31.800 - - - 50 120 R$250 R$ 265 R$12.500 R$ 31.800 19/set - - - 70 R$265 R$18.550 50 50 R$250 R$265 R$12.500 R$13.250 Fonte: elaborado pelo autor No método Ueps, o custo total das saídas de estoque é de R$ 18.550. O saldo final é a soma das 50 unidades ao custo unitário de 38 GESTÃO DE CUSTOS R$ 250 com outras 50 unidades ao custo unitário de R$ 265, o que totaliza R$ 25.750 (R$ 12.500 + R$ 13.250). Vale lembrar que este método não é aceito pela legislação brasileira, porém é utilizado pelas empresas a nível gerencial. Observe que o preço de venda de R$ 525 (informado) não é utilizado na ficha de controle de estoques. MÉTODO CMP – CUSTO MÉDIA PONDERADA Figura 9 – Ficha de controle de estoques – método CMP. DATA ENTRADAS SAÍDAS SALDOS Qtde. Preço Valor Qtde. Preço Valor Qtde. Preço Valor 01/set 50 R$250 R$12.500 - - - 50 R$250 R$12.500 08/set 120 R$265 R$31.800 - - - 170 R$260,59 R$44.300 19/set - - - 70 R$260,59 R$18.241 100 R$260,59 R$26.059 Fonte: elaborado pelo autor No método CMP, o custo total das saídas de estoque é de R$ 18.241 e o saldo final é de 100 unidades ao custo unitário de R$ 260,59 e ao custo total de R$ 26.059. Observa-se que o preço de venda de R$ 525 (informado) não é utilizado na ficha de controle de estoques. RESUMINDO OS TRÊS MÉTODOS Figura 10 – Resumo dos métodos de avaliação de estoques. ITEM PEPS UEPS CMP Qtde. R$17.800 R$18.550 R$18.241 Valor do estoque final R$26.500 R$25.750 R$26.059 Fonte: elaborado pelo autor 39 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS Veja que o custo das saídas no método Peps tem um valor menor que o método Ueps e, por consequência, o valor de estoque final no método Peps é maior que o método Ueps, enquanto o CMP fica na média em relação às duas situações (custo das saídas e estoques final). MÃO DE OBRA É constituída pelo conjunto de colaboradores da empresa que estão intimamente ligados aos produtos fabricados. Para efeito de custos, é classificada em mão de obra direta (MOD) e mão de indireta (MOI). Em termos genéricos, ela compreende a remuneração dos colaboradores, os encargos sociais e os benefícios sociais e trabalhistas. Sua composição se dá através dos seguintes quesitos: • remuneração; • encargos sociais e trabalhistas; • assistência médica; • assistência social; • demais benefícios decorrentes do vínculo empregatício. 40 GESTÃO DE CUSTOS Deve-se entender que o custo da mão de obra é igual ao tempo efetivamente dispendido, na produção, sendo apurado através dos diversos meios de apontamentos existentes. Já os gastos adicionais à remuneração contratual, quando ocorrerem, devem ser agregados ao salário básico do colaborador para compor aquilo que entendemos como custo da mão de obra. Os encargos socais e trabalhistas são gastos assumidos pelo empregador e decorrentes do vínculo empregatício. Eles abrangem alguns valores que devem ser recolhidos aos cofres públicos, a nível municipal, estadual e federal, conforme sua competência, e outros que devem ser entregues diretamente aos colaboradores. CLASSIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA A mão de obra pode ser classificada em direta e indireta. MÃO DE OBRA DIRETA (MOD) É aquela proveniente dos colaboradores da empresa que têm íntimo contato com os produtos fabricados, desde a preparação das máquinas, manipulação das matérias-primas até a montagem e armazenamento do produto finalizado. A MOD pode ser considerada também um custo variável, pois 41 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS seu valor, que é apropriado aos produtos fabricados, oscila em razão da quantidade produzida. MATERIAL COMPLEMENTAR Para chegarmos ao custo de MOD aplicado na produção, é preciso conhecer o valor total da folha de pagamento e efetuar o cálculo de modo proporcional às horas traba- lhadas na produção. Para saber mais sobre este assunto, leia a explicação disponibilizada pelo Jornal Contábil . Disponível em: https://bit.ly/jornalcontabil1. Acesso em: 25 nov. 2020. MÃO DE OBRA INDIRETA (MOI) É aquela correspondente ao gasto com os colaboradores que não participam ativamente do manuseio dos materiais, ou seja, tomam parte no processo produtivo sem estar diretamente envolvidos com ele. São exemplos de MOI: • gerentes industriais; • supervisores de produção; • diretores de produção; • vigilantes da fábrica; • pessoal da limpeza da área de produção; • programadores de produção; 42 GESTÃO DE CUSTOS • outros serviços prestados para a área fabril. Portanto, os gastos com a MOI têm relação com produção, porém não são facilmente identificados e mensurados nos produtos fabricados. CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO E OS CRITÉRIOS DE RATEIO Os custos indiretos de fabricação correspondem a todos os gastos decorrentes da produção que não correspondem à mão de obra e aos materiais. Tais custos só podem ser apropriados, por sua definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas arbitrárias e critérios de rateio. Como se sabe, todas estas formas de distribuição contêm, em menor ou maior Os custos indiretos de fabricação correspondem a todos os gastos decorren- tes da produção que não correspondem à mão de obra e aos materiais Fonte: Shutterstock 43 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS grau, um certo subjetivismo que, em certos momentos, será aceitável e, em outros momentos, poderá ser aceitável apenas por não haver melhores alternativas. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Os custos indiretos de fabricação podem receber as classificações a seguir: • materiais indiretos: são materiais empregados nas atividades auxiliares de produção onde o relacionamento com o produto fabricado é irrelevante, como por exemplo as graxas e lixas; • MOI: é a força de trabalho, empregada na produção, que não afeta diretamente a composição do produto, como por exemplo, a remuneração do supervisor de produção; • materiais de consumo: são materiais empregados na manutenção das máquinas e equipamentos. Como exemplo, temos os óleos e lubrificantes; 44 GESTÃO DE CUSTOS • outros custos: de extrema importância temos a depreciação das máquinas e equipamentos fabris. Além dessas classificações expostas, o custo indireto de fabricação, ao depender de seu comportamento em relação à intensidade, natureza da produção ou ao tempo, pode ser classificado em: • custo indireto fixo: quando seu montante total não varia com a atividade de produção. Neste caso, o montante varia de acordo com um período, ainda que não se exerça nenhuma atividade, como é o caso da depreciação de uma máquina; e • custo indireto variável: quando seu montante varia segundo a intensidade ou natureza do produto, como, por exemplo, ocorre com os materiais de consumo. CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2019, p. 74), o rateio é: 45 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS a distribuição dos valores de cada custo indireto de fabricação aos diversos produtos fabricados pela empresa de acordo com algum critério. Ele deve sinalizar uma utilização presumida dos custos dos diversos produtos, através de uma estrutura que poderá ser um índice ou percentual, refletindo como os custos indiretos de fabricação serão apropriados pelos diversos produtos, independentemente do estágio de produção em que eles se encontram. O rateio é um artifício usado para aplicar uma parte dos custos indiretos de fabricação a cada um dos produtos fabricados pela empresa. Em miúdos, é um critério de proporcionalidade que se acredita ser adequado às exigências do produto, quando este se encontrar no estágio finalizado. A aplicação dos critérios de rateio deve sempre ser de comum acordo com os gestores das diversas áreas, principalmente as áreas receptoras dos valores de rateio. Exemplifiquemos o assunto com uma situação hipotética em que a Empresa Balão Verde tem R$1.200.000,00 de custos indiretosde fabricação e produz dois produtos a saber, conforme apresentados na Figura 11: 46 GESTÃO DE CUSTOS Figura 11– Informação da Empresa Balão Verde. ITEM PRODUTO XP PRODUTO YZ Matéria-prima R$25,00 por unidade R$28,00 por unidade MOD R$15,00 por unidade R$14,00 por unidade Volume de produção 35.000 no período 42.000 no período Fonte: elaborado pelo autor Vamos apurar os custos unitários considerando que a base de rateio seja o total de matéria-prima aplicada aos dois produtos, como registrado na Figura 12. Figura 12– Mapa de apuração usando a matéria-prima como base de rateio. ITEM PRODUTO XP PRODUTO YZ TOTAL Custo da MP (R$25,00 X 35.000) R$875.000,00 (R$28,00 X 42.000) R$1.176.000,00 R$2.051.000,00 Custo da MOD (R$15,00 X 35.000) R$525.000,00 (R$14,00 X 42.000) R$588.000,00 R$1.113.000,00 Total MP + MOD R$1.400.000,00 R$1.764.000,00 R$3.164.000,00 % participação MP 0,4266 ou 42,66% 0,5734 ou 57,34% 100,00% CIF R$511.920,00 R$688.080,00 R$1.200.000,00 MP + MOD + CIF R$1.911.920,00 R$2.452.080,00 R$4.364.000,00 Custo unitário R$54,63 R$58,38 Fonte: elaborado pelo autor Usando o total de matéria-prima como base de rateio para os CIF, os custos unitários somaram R$54,63 para o produto XP e R$58,38 para o produto YZ. 47 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS Agora iremos apurar os custos unitários considerando que a base de rateio seja o total de MOD aplicada aos dois produtos, conforme a Figura 13 aponta. Figura 13 – Mapa de apuração usando a MOD como base de rateio. ITEM PRODUTO XP PRODUTO YZ TOTAL Custo da MP (R$25,00 X 35.000) R$875.000,00 (R$28,00 X 42.000) R$1.176.000,00 R$2.051.000,00 Custo da MOD (R$15,00 X 35.000) R$525.000,00 (R$14,00 X 42.000) R$588.000,00 R$1.113.000,00 Total MP + MOD R$1.400.000,00 R$1.764.000,00 R$3.164.000,00 % participação MOD 0,4717 ou 47,17% 0,5283 ou 52,83% 100,00% CIF R$566.040,00 R$633.960,00 R$1.200.000,00 MP + MOD + CIF R$1.966.040,00 R$2.397.960,00 R$4.364.000,00 Custo unitário R$56,17 R$57,09 Fonte: elaborado pelo autor Usando o total de MOD como base de rateio para os CIF, os custos unitários foram de R$56,17 para o produto XP e R$57,09 para o produto YZ. Por fim, iremos apurar os custos unitários considerando que a base de rateio seja o total de matéria e MOD juntas aplicado aos dois produtos, como vemos na Figura 14. 48 GESTÃO DE CUSTOS Figura 14 – Mapa de apuração usando a matéria-prima e a MOD juntas como base de rateio ITEM PRODUTO XP PRODUTO YZ TOTAL Custo da MP (R$25,00 X 35.000) R$875.000,00 (R$28,00 X 42.000) R$1.176.000,00 R$2.051.000,00 Custo da MOD (R$15,00 X 35.000) R$525.000,00 (R$14,00 X 42.000) R$588.000,00 R$1.113.000,00 Total MP + MOD R$1.400.000,00 R$1.764.000,00 R$3.164.000,00 % participação MP +MOD 0,4425 ou 44,25% 0,5575 ou 55,75% 100,00% CIF R$531.000,00 R$669.000,00 R$1.200.000,00 MP + MOD + CIF R$1.931.000,00 R$2.433.000,00 R$4.364.000,00 Custo unitário R$55,17 R$57,93 Fonte: elaborado pelo autor Usando o total de matéria-prima e a MOD juntas como base de rateio para os CIF, chegamos aos valores de custos unitários de R$55,17 para o produto XP e R$57,93 para o produto YZ. O bom senso deve prevalecer na tomada de decisão e escolha do critério para se realizar o rateio. CUSTEIO DEPARTAMENTAL Segundo Ribeiro (2009, p. 333), o custeio departamental é: 49 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS um sistema de atribuição de custos indiretos aos produtos por meio dos departamentos, sendo estes departamentos as divisões, seções ou setores que compõem um estabelecimento comercial, industrial, bancário, prestador de serviços, entre outros. Nas empresas, o departamento também é conhecido como centro de custos. Eles são responsáveis por receber os valores de custos diretos e os indiretos. Como os custos diretos são identificáveis, normalmente não existe problema em sua identificação e valoração. Já os custos indiretos não identificáveis são rateados por todos os departamentos, segundo bases de rateio aplicáveis. No custeio departamental existem dois tipos de departamentos: os produtivos e os de apoio (auxiliares). Nos departamentos produtivos, os custos são identificáveis nos produtos, sendo possível constatar a legítima participação de cada departamento no processo fabril, já que os produtos passam por eles. Já nos departamentos de apoio, não é possível apropriar seus custos diretamente aos produtos, pois os produtos não passam por eles. 50 GESTÃO DE CUSTOS Assim, os custos acumulados nos departamentos de apoio são transferidos para outros departamentos de apoio e, por sequência, são transferidos aos departamentos produtivos, que, por fim, os transferem aos produtos. É importante definir com os gestores qual será a sequência de departamentos que irão transferir seus custos, ou seja, qual departamento começará o processo de rateio, qual será o segundo, o terceiro e, assim, sucessivamente até os departamentos de apoio se esgotarem e os departamentos produtivos entrarem em cena. Estes, em seguida, irão alocar os seus valores aos produtos fabricados. Vamos, então, estudar e praticar juntos este sistema de custeio departamental. A Empresa DaValentina, no mês de setembro, produziu mil camisas, mil calças e mil bermudas. Ela tem os seguintes departamentos: administração e marketing, na parte de apoio; e corte, costura e acabamento, na área produtiva. Sabemos que as camisas passam por todos os departamentos produtivos, as calças não passam pela costura e as bermudas só passam pelo acabamento. As informações para formar as bases de rateio da Empresa DaValentina estão registradas na Figura 15: 51 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS Figura 15 – Bases de rateio. DEPARTAMENTO ÁREA OCUPADA Nº DE COLABORADORES CONSUMO DE MATERIAIS Administração 70 15 22% Marketing 80 8 17% Corte 250 30 25% Costura 200 27 10% Acabamento 400 20 26% Fonte: elaborado pelo autor Conheça agora os gastos incorridos no mês de setembro nos departamentos e as respectivas bases para rateio. • Gastos comuns a todos os departamentos: a. aluguel = R$18.000,00 – base de rateio é área ocupada; b. energia elétrica = R$5.500,00 – base de rateio é número de colaboradores; c. materiais de consumo = R$30.000,00 – base de rateio é o consumo de materiais. • Gastos incorridos na administração: a. salários e encargos = R$62.040,00; 52 GESTÃO DE CUSTOS b. despesas administrativas = R$35.000,00. • Gastos incorridos no marketing: • Salários e encargos = R$46.464,00; • Despesas comerciais = R$15.000,00. • MOD (produtiva) foi R$142.000,00, sendo: a. 40% para corte; b. 25% para costura; e c. 35% para o acabamento. • Materiais diretos (produtivos) foram R$45.000,00, sendo: a. 50% para corte; b. 20% para costura; e c. 30% para o acabamento. Após calcular os valores diretos e indiretos de cada departamento, comece rateando a administração para os demais departamentos usando como base de rateio o número de colaboradores. Em seguida, distribua o valor do marketing aos 53 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS demais departamentos, usando como base de rateio o consumo de materiais. Por fim, os valores dos departamentos produtivos serão distribuídos aos produtos seguindo as orientações do início do enunciado. Vamos lá, sempre juntos. PRIMEIRA PARTE: RATEAR OS CUSTOS COMUNS A TODOS OS DEPARTAMENTOS Rateando o aluguel de R$18.000,00 (área ocupada). A área ocupada perfaz um total de mil metros quadrados (70 + 80 +250 + 200 + 400 = 1.000), logo R$18.000,00 / 1.000 = R$18,00, que corresponde à taxa de rateio do aluguel. O rateio fica assim, então: • administração: 70 X R$18,00 = R$1.260,00; • marketing: 80 X R$18,00 = R$1.440,00; • corte: 250 X R$18,00 = R$4.500,00; • costura: 200 X R$18,00 = R$3.600,00; • acabamento: 400 X R$18,00 = R$7.200,00. Rateando a energia elétrica de R$5.500,00 em relação ao número de colaboradores. O número de colaboradores totaliza cem colaboradores (15 + 8 + 30 + 27 + 20 = 100), logoR$5.500,00 54 GESTÃO DE CUSTOS / 100 = R$55,00, que corresponde à taxa de rateio da energia elétrica, ficando assim o rateio: • administração: 15 X R$55,00 = R$825,00; • marketing: 8 X R$55,00 = R$440,00; • corte: 30 X R$55,00 = R$1.650,00; • costura: 27 X R$55,00 = R$1.485,00; • acabamento: 20 X R$55,00 = R$1.100,00. Rateando o material de consumo de materiais, que totaliza R$30.000,00; o material de consumo totaliza 100% (assim designados: 22% + 17% + 25% + 10% + 26%), ficando a distribuição assim: • administração: 0,22 X R$30.000,00 = R$6.600,00; • marketing: 0,17 X R$30.000,00 = R$5.100,00; O Centro de Custos é responsável por receber os valores de custos diretos e os indiretos. Fonte: Shutterstock 55 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS • corte: 0,25 X R$30.000,00 0 = R$7.500,00; • costura: 0,10 X R$30.000,00 = R$3.000,00; • acabamento: 0,26 X R$30.000,00 = R$7.800,00. SEGUNDA PARTE – APURAR O VALOR TOTAL DE GASTOS POR CADA UM DOS DEPARTAMENTOS: Figura 16 – Apuração dos gastos por departamento. ITEM ADMINISTRAÇÃO MARKETING CORTE COSTURA ACABAMENTO Salários e encargos R$62.040,00 R$46.464,00 - - - Despesas administrativas R$35.000,00 - - - - Despesas comerciais - R$15.000,00 - - - MOD - - R$56.800,00 R$35.500,00 R$49.700,00 Materiais diretos - - R$22.500,00 R$9.000,00 R$13.500,00 Aluguel R$1.260,00 R$1.440,00 R$4.500,00 R$3.600,00 R$7.200,00 Energia elétrica R$825,00 R$440,00 R$1.650,00 R$1.485,00 R$1.100,00 Material de consumo R$6.600,00 R$5.100,00 R$7.500,00 R$3.000,00 R$7.800,00 Totais R$105.725,00 R$68.444,00 R$92.950,00 R$52.585,00 R$79.300,00 Fonte: elaborado pelo autor A MOD (produtiva) foi distribuída percentualmente, sendo: • corte: 0,40 X R$142.000,00 = R$56.800,00; • costura: 0,25 X R$142.000,00 = R$35.500,00; • acabamento: 0,35 X R$142.000,00 = R$49.700,00. 56 GESTÃO DE CUSTOS Os materiais diretos (produtivos) também foram distribuídos percentualmente, sendo: • corte: 0,50 X R$45.000,00 = R$22.500,00; • costura: 0,20 X R$45.000,00 = R$9.000,00; • acabamento: 0,30 X R$45.000,00 = R$13.500,00. TERCEIRA PARTE – DISTRIBUIR OS VALORES DOS DEPARTAMEN- TOS DE APOIO AOS DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS Essa etapa será feita usando as premissas do enunciado, começando pela administração, indo, em seguida, para o marketing. Para isso, vale dar uma olhada na Figura 17. Figura 17 – Rateando os departamentos de apoio. ITEM ADMINISTRAÇÃO MARKETING CORTE COSTURA ACABAMENTO Totais R$105.725,00 R$68.444,00 R$92.950,00 R$52.585,00 R$79.300,00 Rateio 1 (R$105.725,00) R$9.950,56 R$37.314,60 R$33.583,44 R$24.876,40 Subtotal 1 Zero R$78.394,56 R$130.264,60 R$86.168,44 R$104.176,40 Rateio 2 (R$78.394,56) R$32.129,00 R$12.851,60 R$33.413,96 Subtotal 2 Zero R$162.393,60 R$99.020,04 R$137.590,36 Fonte: elaborado pelo autor O rateio 1, da administração, será embasado no número de colaboradores, sendo este igual a 85 (8 + 30 + 27 + 20). Logo, R$105.725,00 / 85 = R$1.243,82, que corresponde à taxa de rateio. Deste modo, o rateio totaliza: 57 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS • marketing: 8 X R$1.243,82 = R$9.950,56; • corte: 30 X R$1.243,82 = R$37.314,60; • costura: 27 X R$1.243,82 = R$33.583,44; • acabamento: 20 X R$1.243,82 = R$24.876,40. O rateio 2, do marketing, será embasado no consumo de materiais, que totaliza 61% (25% + 10% + 26%). Logo, R$78.394,56/ 61 = R$1.285,16, que corresponde à taxa de rateio. Deste modo, o rateio totaliza: • corte: 25 X R$1.285,16 = R$32.129,00; • costura: 10 X R$1.285,16 = R$12.851,60; • acabamento: 26 X R$1.285,16 = R$33.413,96. QUARTA PARTE – DISTRIBUIR OS GASTOS DOS DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS AOS PRODUTOS Essa etapa será feita seguindo as informações do enunciado, isto é, que as camisas passam por todos os departamentos produtivos, as calças não passam pela costura e as bermudas só passam pelo acabamento. Acompanhe as informações da Figura 18: Figura 18– Custo dos produtos fabricados. DEPARTAMENTO VALOR CAMISA CALÇA BERMUDA Corte (R$162.393,60) R$81.196,80 R$81.196,80 - 58 GESTÃO DE CUSTOS Costura (R$99.020,04) R$99.020,04 - - Acabamento (R$137.590,36) R$45.863,45 R$45.863,45 R$45.863,46 Custos Totais (R$399.004,00) R$226.080,29 R$127.060,25 R$45.863,46 Quantidade - 1.000 1.000 1.000 Custo unitário - R$226,08 R$127,06 R$45,86 Fonte: elaborado pelo autor Lembrando: • no departamento de corte só passam as camisas e calças, portanto 50% do valor para cada produto; • no departamento de costura só passam as camisas, logo este produto recebe 100% dos custos; • no departamento de acabamento passam todos os três produtos, portanto 33,33% para cada produto. Assim, na Empresa DaValentina, no mês de setembro, após apuração dos custos totais de cada um dos produtos, o resultado deve ser dividido pela quantidade total produzida a fim de calcularmos os custos unitários de cada um dos produtos. Assim, produzir uma camisa custou R$226,08 (R$226.080,29 / 1.000); produzir uma calça custou R$127,06 (R$127.060,25 / 1.000) e produzir uma bermuda custou R$45,86 (R$45.863,46 / 1.000). 59 FUNDAMENTAçãO E TERMINOLOGIA DE CUSTOS CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, entendemos que a terminologia e classificação de custos são importantes para o gestor e conhecê-las permite que você trabalhe com mais tranquilidade e assertividade. Esperamos que você tenha aproveitado e assimilado os conceitos aqui abordados. Um forte abraço e muito sucesso pessoal e profissional em sua trajetória! RESUMO Nesta unidade aprendemos que: • a gestão de custos é uma ferramenta valiosa para desenvolver atividades de controle e avaliação das informações visando ao resultado sustentável da gestão da empresa; • a fundamentação e terminologia de custos diretos, indiretos, fixos e variáveis; • a composição dos custos usando os materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação; • os métodos de avaliação de estoques; 60 GESTÃO DE CUSTOS • os critérios de rateio dos custos indiretos; • o custeio departamental e a apropriação dos custos aos departamentos e aos produtos. REFERÊNCIAS DUBOIS, A.; KULPA, L.; SOUZA, L.E. Gestão de custos e formação de preços: conceitos, modelos e instrumentos: abordagem do capital de giro e da margem de lucratividade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2019.MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. RIBEIRO, O.M. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009. VEIGA, W.E. Contabilidade de custos: gestão em comércio, serviço e indústria. São Paulo: Atlas, 2016. WERNKE, R. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
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